O Método Mais Eficaz

Dr. Michael LaitmanPergunta: Psicólogos dividem as necessidades das pessoas em valores sensoriais gerais, tais como amizade, uma boa ocupação, etc., e valores instrumentais, como ser meticuloso, alegre, ter senso de humor, força de vontade, tolerância para com os valores dos outros, uma perspectiva ampla, etc.

Assim, verifica-se que grandes conflitos, entre as crianças, por exemplo, ocorrem porque elas não querem ser educadas, ou quando elas falham em fazer algo. De qualquer forma, a grande crise parece ser principalmente em relação aos valores instrumentais.

Resposta: Eu vejo isso como uma incapacidade das pessoas em se conectar. Isto significa diminuir-se em relação aos outros, para compreender os outros, vê-los como maior ou menor do que você, posicionar-se em relação aos outros; quando ser gentil para com eles, a fim de senti-los, para remover alguns de seus próprios “eu”, e olhar para si mesmo e para os outros de fora, é sem dúvida uma ferramenta.

Mas por que deveríamos enfatizar ou apresentar centenas de discernimentos finos de qualidades e atributos quando eles são todos baseados no egoísmo?

Se eu posso rebaixar meu ego, curvar-me e colocar o outro acima de mim, todos os atributos, tais como sensibilidade, compreensão, atenção, tolerância, gentileza, etc. aparecem naturalmente.

Em relação ao outro, há apenas uma perspectiva de acordo com a qual eu sou ser maior ou menor do que ele. Quando nós somos iguais, eu não posso nem ver a que se refere essa igualdade, a que parâmetros. Quanto a ser superior ou inferior, eu percebo este aspecto nitidamente.

Isto significa que uma pessoa deve ser treinada para se relacionar com os outros objetivamente: vamos olhar para uma pessoa de fora. Aqui está ela diante de você: bonita ou feia, preta ou branca, não importa. Cada vez, tente se colocar tanto acima quanto abaixo dela com respeito a determinado atributo, e faça isso tanto quanto você puder.

Ao mesmo tempo, não há intenção de subestimar o outro usando o termo “superior ou inferior”, mas apenas para entender as coisas. Quando eu me coloco acima do outro, eu faço isso para passar algo a ele, a fim de ensinar-lhe algo. Eu sou como um instrumento que o preenche com certas emoções, conhecimentos, etc. Eu o trato como uma criança, enquanto eu sou o adulto, mas um adulto com boas intenções que o trata bem. Eu posso me tornar imediatamente inferior em comparação a ele, e torná-lo superior em relação a mim em tudo. Então, eu me torno a criança em comparação ao adulto, ou o estudante em relação ao professor, que agora pode receber dele. Assim, eu posso ser enriquecido por qualquer um.

É importante dizer que eu nunca vejo a imagem do verdadeiro objetivo do mundo, mas apenas a imagem que o meu ego representa para mim. Por isso, esta imagem é realmente distorcida. Mais tarde, quando eu olho para o passado, vejo o quanto eu estava equivocado. Mas é possível estar equivocado?

Não se equivocar, ou seja, ver o mundo em sua verdadeira forma, só é possível de acordo com a maneira que eu construo a mim mesmo com respeito a este mundo, com respeito a cada pessoa e cada evento: maior ou menor (superior ou inferior), e que no final eu lucre com isso. Assim, eu crio dentro de mim imensas oportunidades para estudar, ensinar os outros, encontrar uma satisfação, e comunicar, na medida em que estou pronto para ouvir e me permitir ser uma fonte.

Este é o método mais prático e eficaz. Ele nos capacita a alcançar a estabilidade quando todos veem o outro ora por cima e ora por baixo, e tornam-se flexíveis, suaves e capazes de gerir a si mesmos. Como resultado desta forma de comunicação, chegamos ao caminho do meio e nos tornamos iguais, encontrando um ponto de equilíbrio objetivo. Para esse estado é que nós devemos levar as pessoas, mostrando-lhes que é possível, de modo que elas vão usar esse método em diferentes tipos de comunicação.

Da “Discussão sobre Formação Integral educação” 23/05/12