À Beira De Uma Atitude Razoável À Vida

Dr. Michael LaitmanHoje nós sentimos não só o mundo à nossa volta como invertido, hostil e ameaçador, mas também nossa própria natureza como hostil, porque o egoísmo nos coloca nesses estados, e não podemos domar ou destruí-lo.

Nós estamos esgotando os recursos naturais, embora saibamos que em mais de 20 anos, eles estarão esgotados. E o que vai acontecer então? Isso não importa. A principal coisa é aproveitar ao máximo, a fim de acumular “papel verde” no banco. Então, onde está a abordagem inteligente aqui? Nós fabricamos milhões de itens plásticos para jogá-los fora no lixo alguns meses depois, e depois o óleo com o qual fabricamos esse plástico vai ter ido embora, mas nós sequer pensamos nisso.

Todas essas manifestações hostis da natureza interna e externa em relação a nós forçam a pessoa a se “encolher” e esconder em algum canto. Ela não consegue controlar nem essa ou outra natureza, nem a sua ou uma externa.

Assim, nós nos encontramos na necessidade de cruzar o ponto de bifurcação. Acrescenta-se a isso, especificamente, o reconhecimento do mal em nossa natureza que nos posiciona contra a natureza externa e não nos permite considerar tudo de forma sábia, correta e sensata. O ego nos obriga a sermos atraídos à riqueza, honra, conhecimento e controle, e nós o utilizamos apenas de uma forma prejudicial.

Tudo isso é a revelação do dano resultante daquilo que aconteceu conosco nos últimos 30-40 anos. Até então tínhamos nos desenvolvido corretamente: as pessoas usavam a natureza quando era realmente necessário. Lembro-me que a garantia do primeiro refrigerador que eu comprei tinha 18 anos! Hoje nada disso existe! Hoje tudo é feito de propósito, de modo que o produto quebre o mais rapidamente possível. Mesmo que não esteja estregado, você será chamado para substituir o antigo pelo novo com um desconto.

Acontece que nós cruzamos a fronteira da atitude correta para com a vida, o mundo e a natureza. E nós precisamos reconhecer as nossas relações ruins conosco mesmos, com os outros e a natureza. E só depois disso será possível falar sobre o fato de que existe um sistema para se alcançar a harmonia.

Ele irá revelar um enorme mundo para nós que não é construído sobre opostos, sobre a escravidão absoluta e a total liberdade, mas sobre a correta linha do meio, o que significa que tudo vai estar equilibrado. Então, nós vamos ver que essa é exatamente a forma como a natureza funciona.

Assim, eu acho que as comunicações vão finalmente mudar, o pêndulo vai mudar, a amplitude de sua oscilação que se desvia na direção oposta do estado original chegará ao seu meio. Então, vamos começar a agir de forma mútua, e não através de dispositivos de comunicação, mas através da comunicação interna direta entre todos, não verbalmente, não externamente emocional, mas criando um campo comum de comunicação. Nós temos essas aptidões para as quais não precisamos de nenhum dispositivo. Nós simplesmente sentimos a tudo e a todos como um todo coletivo.

Da “Discussão sobre Formação Integral” 21/05/12