Igualdade Para O Objectivo Final

Dr. Michael LaitmanSe o meu objectivo é a conexão, eu vejo tudo no mundo como fragmentos da quebra que se afastou de mim apenas na medida em que serei capaz de recolhê-los e juntá-los novamente. As partículas não têm de ser idênticas de forma a conectarem-se. Pelo contrário, elas têm de ser diferentes!

Se existir um positivo num local e um negativo noutro, se existir mais aqui e menos ali, então existe uma conexão entre as partes. Um grande pode dar a alguém que é pequeno, e um pequeno pode receber de um grande. Se ambos forem perfeitamente iguais, o que eles poderão dar um ao outro, como serão capazes de conectar?

É a igualdade que leva à separação! Portanto, como nós podemos atingir a igualdade geral? Aqui começamos a perceber que o conceito de igualdade não se refere a atributos, pensamentos, desejos ou acções idênticas, mas antes é expressa em atingir o objectivo. É pelo objectivo que nós todos nos ligamos e em relação a ele somos todos iguais.

Nós nunca seremos capazes de ser iguais se não nos conectarmos ao Criador e O considerarmos como o nosso objectivo. De acordo com isto, eu começo já a recrutar forças, para encontrar o que é o método de conexão, procurar formas de me conectar com outros; eu examino tudo o que acontece no mundo como uma oportunidade que me é dada a cada momento de forma a elevar-me acima do meu ego, acima das forças de separação, para alcançar a conexão geral.

Nós só podemos nos conectar como iguais quando o Criador está entre nós e é o objectivo de nossa coenxão. Portanto, diz-se que a condição de: “Israel, a Torá e o Criador são um só” determina a direcção correcta para a correcção.

Ao querer conectar e alcançar a igualdade absoluta, mas ao mesmo tempo para que cada um mantenha a sua singularidade e os seus próprios atributos individuais, nós nos conectamos como um corpo. O Criador, a Luz superior, tem de dar a este corpo vida de acordo com a lei de equivalência de forma.

Muitos desejos conectam-se num corpo espiritual, num Partzuf, sob uma Masach (tela), de forma a criar a adesão geral com a Luz. Então, existe o Zivug de Haka’a (acoplamento de golpe) com a Luz na cabeça do Partzuf e é criada a formação chamada “alma” (Neshama). Ao mesmo tempo, todas as partículas individuais mantêm a sua singularidade natural nos seus pensamentos e desejos e operam como órgãos num corpo, à medida que todos fazem o seu trabalho e se conectam com outros de forma a alcançar o objectivo geral, a vida espiritual. Esta vida é equivalência e adesão com a Luz.

Aqui a fórmula “O amor cobrirá todos os pecados” é activada. Os pecados permanecem, as diferenças entre nós são mantidas, e nessa base todos julgam e se justificam a si próprios. Claro, ele acusa os outros, uma vez que “a pessoa julga de acordo com os seus próprios defeitos”. Mas pela conexão nós percebemos que todas as diferenças entre nós nos vão, na verdade, ajudar a alcançar uma conexão maior se conseguirmos preencher a conexão num nível superior ao elevar-nos acima de todas as diferenças entre nós.

Se nós simplesmente apagarmos as diferenças entre nós, não teremos base para a conexão, não teremos nada para dar um ao outro. Todos precisam dar aos outros, aparecendo como seu “negativo” em relação a um “positivo” e recebendo dos outros como um negativo de um positivo.

Isto significa que nós somos todos diferentes! Mas se nós fizermos isso sob um “guarda-chuva de amor”, então todos serão iguais. Quando um bebé sorri para a sua mãe, ela está pronta para lhe dar o mundo inteiro. Diz-se “o amor cobrirá todos os pecados” e se houver amor, então ele conecta-nos todos numa rede. Então conectamo-nos acima de todas as falhas por uma causa e a alcançamos.

Este é o método que nos foi preparado pela Luz, através de muitas acções preliminares. A Luz criou um desejo e trabalha nele reduzindo-o e fazendo-o atravessar todos os degraus, quebrando-o e criando os mundos de BYA de Santidade e de impureza e o “primeiro homem”, Adão, que também está quebrado.

Apenas hoje, nesta nova era em que toda a humanidade se encontra, começamos a correcção do mundo, de modo que em vez de um mundo terrível e aterrorizante, cujas doenças e corrupções crescentes são reveladas dia após dia, veremos diante de nós o mundo de Ein Sof (Infinito).

Da Lição de 25/5/12, Escritos do Rabash