Dar E Receber

Dr. Michael LaitmanPergunta: De que forma a entrega da Torá difere do recebimento da Torá em relação ao feriado de Shavuot (Pentecostes)?

Resposta: A Torá foi dada de Cima, e a questão é se vamos recebê-la abaixo. Portanto, o feriado de Shavuot é chamado de “feriado da entrega da Torá”, ou seja, que se você passou pelos estágios iniciais da preparação, é-lhe dada uma oportunidade e você recebe a Torá sob determinadas condições.

De acordo com a forma como isso é descrito, vemos que não basta apenas chegar ao Monte Sinai; nós também temos que descobrir que ele é a montanha do ódio. Isso significa que voltamos da “linha direita” para a “linha esquerda”. Por que eu preciso disso após a fuga do Egito, quando já me separei do ego? Mas a Torá não é dada apenas desse jeito, eu tenho que evocar novamente o “Egito” em mim, a minha inclinação ao mal, enquanto estou diante desta montanha, e conectá-la ao Criador, à Luz que pode me corrigir.

Então, estando diante da Luz, eu vejo as condições que são reveladas no meu ego, vejo que relações eu tenho que estabelecer entre elas, de modo que “a escuridão brilhará como a Luz”, de modo que o ego se assemelhará a Luz vestindo-se totalmente em doação.

Para fazer isso, eu realmente preciso de muitas forças externas de doação, porque não tenho essas forças e nunca as terei. Então, onde posso encontrá-las? Estou pronto para me conectar com todos os amigos nas condições da garantia mútua, e isso me permite conectar com o poder geral de doação, ou seja, a Luz superior, com o Criador. Assim, a condição principal é revelada: se nós a recebermos, vamos avançar em direção à Luz, à vida, e se não, “aqui será o seu local de sepultamento”. Esta é a condição da garantia mútua: eu me anulo somente para me conectar.

Se eu aceito esse meio, ou seja, a garantia mútua, o objetivo da criação, que é a correção mútua de todos os vasos de doação, até a adesão num todo de acordo com o princípio de “Israel, a Torá e o Criador são Um”, então eu aceito o método, a instrução, chamada “Torá”. Então, eu entro no deserto e começo a me corrigir. Cada vez novas partes do Egito, da “linha de esquerda”, são reveladas a mim; cada vez eu encontro pecados, erros e mal dentro de mim e os corrijos, subindo ao nível de Bina.

Quando eu chegar a este nível depois de “quarenta anos no deserto”, eu serei digno de trabalhar com o desejo de receber em “receber a fim de doar”. Este já é o trabalho na Terra de Israel, ou seja, no desejo de que é voltado diretamente ao Criador (Yashar El). Ao cumprir estas correções, eu construo o Templo, um vaso especial para o qual atraio a Luz que Reforma e a Luz da satisfação. Assim eu chego ao meu Gmar Tikkun (o fim da correção).

Então, novos vasos, que não pertencem a Israel, são imediatamente evocados. De onde é que eles vêm? A questão é que eu não levo em conta todos os vasos, porque escolhi e corrigi apenas parte deles, a fim de incluir Malchut em Bina, e não mais do que isso. Agora, quando os desejos da própria Malchut são evocados, eu percebo que o meu Templo está na Terra de Israel, ou seja, em Malchut que juntou à Bina. Mas isso não é suficiente. Nós temos que chegar ao estado em que a Terra de Israel vai se espalhar por todo o mundo, para trazer de volta Malchut do nível de Bina para o seu lugar.

Assim, o Terceiro Templo será construído a partir dos desejos de todo o mundo, que passará pela correção completa. Portanto, é claro que toda a nossa história foi apenas uma preparação para a correção final, que estamos realizando hoje.

Da 3ª parte da Lição Diária de Cabalá 25/05/12, Escritos do Rabash