Como Falar Sobre Um Mundo Desconhecido

Dr. Michael LaitmanPergunta: Por que é muito mais fácil manter a intenção correta ao ler o Estudo das Dez Sefirot (TES) que ao ler O Zohar?

Resposta: A questão é que precisamos de uma linguagem para explicações. Afinal, não há palavras no mundo espiritual e os Cabalistas tem que usar a linguagem dos ramos, que nos confunde.

A linguagem dos ramos é boa para aqueles que já estão no mundo espiritual. Se eu estou acima da Machsom (barreira), eu não tenho problema com a compreensão, não importa a linguagem da explicação. Isso é porque eu realmente sinto este mundo, eu o entendo e percebo no nível dos 125 graus ao qual eu ascendi. Eu vou entender o que está acontecendo a partir da explicação da mesma forma que entendo um conto sobre este mundo com o qual estou familiarizado.

How To Speak About An Unfamiliar World

Mas se eu estou abaixo da Machsom, eu sou incapaz de compreender a linguagem alegórica dos ramos. É mais fácil para eu entender a linguagem do TES, que fala em termos técnicos e usa definições espirituais, nomes das Luzes, Sefirot, Partzufim, e as alturas dos níveis. Eu posso entender isso de alguma forma; pelo menos é claro para mim que o grau 120 é menor que o grau 125, e Nefesh é menor do que Ruach.

Mesmo que eu não entenda o que é isso, eu ainda posso de alguma forma comparar e avaliá-los. E isso é muito importante. Mesmo que eu não sinta esses conceitos em meu coração, eu posso, pelo menos, separá-los em níveis em minha mente: Reshimot Dalet/Gimel, Gimel/Bet, Partzufim AB, SAG, MA, BON.

Aqui qualquer um pode ser sábio se estudou o material. Mesmo que não tenha atingido praticamente nada, ele ao menos aprendeu a terminologia e pode explicar-se. É por isso que ele é tão necessário para nós e não seríamos capazes de expressar alguma coisa sem ele. Afinal, os Cabalistas devem estabelecer certa conexão conosco, a fim de usá-lo para atrair a Luz que Reforma sobre nós.

Eles precisam de certo fio que os conecta conosco para serem capazes de derramar constantemente um medicamento sobre nós através dele. Caso contrário, não conseguimos nos conectar a eles, porque eles estão em outro mundo que está separado de nós. Nós não vemos os canais pelos quais a informação flui até nós.

Os Cabalistas criam esse canal, contando-nos sobre os Partzufim AB, SAG, MA, e BON. À medida que nós os estudamos teoricamente e estabelecemos uma conexão externa com eles, basicamente sem qualquer entendimento, mas apenas repetindo obedientemente as palavras depois deles, desta forma nós expressamos nosso desejo de receber o medicamento a partir deles, a Luz da correção, e é por isso que nós a recebemos. Mas esta conexão é necessária.

Se os Cabalistas, em vez de falarem a linguagem do TES (Talmud Eser Sefirot – O Estudo das Dez Sefirot), falam a língua do Tanach, você imediatamente imagina que eles estão falando deste mundo e que você entendeu tudo. Este é todo o problema. As pessoas não entendem que a lenda pertence ao mundo espiritual, às ações de doação (chamada de Bina Sagrada, a qualidade de doação), e elas a atribuem a este mundo, que gera todas as religiões e crenças.

No entanto, à medida que as noções de grupo, conexão e disseminação se aproximarem de você, você vai sentir que o material no TES está se tornando mais claro. Você nunca será capaz de compreendê-lo apenas teoricamente com sua mente. Você pode memorizar todas as palavras, mas não vai avançar mais do que isso. Se a pessoa deseja avançar através da realização sensorial dentro de seu desejo, ela não vai entender o TES até conectá-lo a certa correção pessoal já atingida. Já antes da Machsom, ela vai começar a perceber o significado interno das noções, e se tornará mais fácil para ela estudar.

Quando uma pessoa avança corretamente, a realização vai da sensação à mente. É por isso que não é preciso ter uma grande mente para aprender. O conhecimento teórico não está de forma alguma ligado ao avanço espiritual.

Da 3ª parte da Lição Diária de Cabalá 16/05/12, O Estudo das Dez Sefirot