Um Caleidoscópio De Perguntas E Respostas

Dr. Michael LaitmanPergunta: Na escola, o professor geralmente faz uma pergunta e o aluno responde. Você tem uma abordagem totalmente diferente: você raramente faz perguntas, e, via de regra, espera pelas perguntas. Por quê?

Resposta: Porque eu basicamente desejo, aspiro que minha explicação evoque um vazio no estudante, lugares vazios, ou seja, perguntas para conhecer e aprender. Uma explicação correta não “cala sua boca”, não lhe dá satisfação. Ela revela um pouquinho do que estou explicando e, então, o aluno de repente se depara com: “Mas, por que é assim? E se não for assim, mas diferente?”.

É como se eu introduzisse em minhas explicações as minhas perguntas, a oportunidade de perguntar, e a perplexidade provocada por elas, e eu faço isso com antecedência. Eu quero que eles encontrem defeitos em minhas explicações. Isso irá ajudá-los a captar minhas explicações, entendê-las melhor, e absorvê-las. Isto é muito importante.

É por isso que se eu estou explicando e tudo está claro para todos, e não há perguntas, eu considero que não expliquei nada de forma alguma. Eu me sinto muito mal depois. Quando há muitas perguntas, “não é assim, não é daqui, não desse jeito”, então este é o material que será absorvido com certeza.

Comentário: Uma pergunta, porém, nem sempre é uma pergunta…

Resposta: Inverta-a, faça o que você acha que é necessário para que a audiência venha a aprender com ela. Muitas pessoas perguntam, mas elas não sabem como formular exatamente a pergunta. Nós entendemos que o professor deve ajudar o aluno a senti-lo.

Eu acredito que se eu transmito a informação em 15-20 minutos, e as perguntas tomam mais do que o dobro do tempo, então essa é uma aula que foi verdadeiramente assimilada. Isto é muito importante. É como se você estivesse jogando uma isca para eles, e eles a engolem e se agarram a ela. Com a ajuda dessa isca, eles necessariamente devem se aproximar de você, se agarrar a você. É porque a pergunta e a resposta, ou uma explicação, começa com o fato de que você tem alguma coisa e eles não. Você está tentando passar para eles o que você decidiu passar naquele momento.

A transferência tem que consistir em você dar a eles a informação, e eles, em resposta, fazer todo tipo de perguntas, de todo o material que eles ouviram (só ouviram!), para que o experimentem, dominem e absorvam interiormente. E isto só é atingido com a ajuda das perguntas, perguntas de vários tipos e de vários tipos de pessoas.

Pergunta: Qual é a característica de uma resposta com a qual eu desligo o interesse da pessoa?

Resposta: Eu nunca faço isso. Eu tento dar uma resposta na qual eu propositalmente menciono outra, algum tipo de aspecto astucioso. O aluno imediatamente tem uma reação aqui: “Sério? E como isso funciona?”. Isso significa que a resposta o leva a outras perguntas.

Eu quero que todo o material, que eu lhes dei durante os primeiros 15 minutos, seja penetrado depois com perguntas de todos os lados. Assim, ele vai ficar neles. Eu os ajudo com minhas repostas para fazer uma nova pergunta. A resposta correta carrega a próxima pergunta nela, e a pergunta correta já é metade da resposta.

Da “Discussão sobre Educação Integral” #11, 16/12/11