O Mundo Na Encruzilhada

Dr. Michael LaitmanHoje, vamos falar da crise que afeta toda a humanidade e de sua possível solução, que o método da educação integral proporciona.

A humanidade entrou num período difícil e se transformou de tal forma que se sente completamente perdida.

As pessoas estão muito pouco preocupadas com família, sociedade, educação, formação e com os problemas públicos, governamentais e sociais; elas não conseguem encontrar soluções para os problemas que surgem em cada atividade individual, social e governamental. Nós nos encontramos num estado que não podemos compreender.

No entanto, nos últimos anos (79-80 anos), os cientistas suspeitaram do que estava acontecendo. Começando nos anos de 1920, os primeiros artigos apareceram sugerindo que o mundo estava entrando numa área completamente diferente de desenvolvimento, que estava subindo a um nível totalmente diferente: o nível do desenvolvimento integral. Muitos pesquisadores escreveram sobre isso. Na década de 1960, o famoso Clube de Roma falou sobre isso, bem como muitos pesquisadores e organizações.

Hoje, durante a crise, nós chegamos a um estado muito profundo do qual não conseguimos encontrar a saída.

Anteriormente, a crise tocava apenas os problemas da criação e educação de crianças. Nós estávamos insatisfeitos com o que estava acontecendo, mas de alguma forma suportávamos, embora víssemos que as escolas não educavam as crianças, que as nossas crianças sofriam intimidação, violência e abuso na escola. Mas nós tolerávamos isso.

Então, nós começamos a perceber como as pessoas de repente pararam de se preocupar com a família e a família começou a se desintegrar, o que não ocorria 100 a 200 anos atrás. Ao longo da história humana, aceitava-se que a pessoa vivesse numa família com seus pais e então criasse sua própria família. Depois, seus filhos nasciam, e eles permaneciam todos unidos numa casa comum; mas agora tudo está passando por um declínio crítico. As pessoas começaram a se divorciar, os filhos a se afastar de seus pais, as pessoas não querem se casar ou constituir família. Esta é também uma crise, porque este fenômeno não é natural para nós, como pessoas.

E o que vai acontecer com as gerações futuras? Nós já estamos enfrentando um problema demográfico, onde os idosos são mais numerosos do que os jovens. E quem sabe quem vai cuidar deles na velhice. O que vai acontecer com você se você não tem filhos? Quem vai apoiá-lo?

As pessoas nem sequer pensam que uma geração apoia a outra. Pelo menos três gerações são necessárias: os idosos, os pais e os filhos, para que eles apoiem, eduquem uns aos outros, transmitam conhecimento, cuidem da família; os jovens cuidam dos idosos e os idosos transmitem sua experiência e valores da vida. Não há nada como isso.

Então, há os problemas com drogas e a depressão, a qual é tão forte que os médicos consideram hoje a doença número um do século, não só a doença em si, mas também suas consequências. A causa, a origem da maioria das doenças no mundo é a depressão, a ansiedade intensa, o desapego e o desamparo.

As últimas crises envolvem a crise na ciência, na educação, em todas as coisas. A crise na ciência começou a partir do ponto que paramos de acreditar na ciência. Antes, nós pensávamos que através da ciência chegaríamos a uma boa vida, conquistaríamos o espaço, nos estabeleceríamos em outros planetas e teríamos possibilidades ilimitadas à frente. De repente, fechamos todos os programas espaciais; não estamos mais interessados ​​na exploração do espaço; nós não pensamos que podemos encontrar alguma coisa lá. No final, tudo está se desacelerando. A pessoa se sente deprimida, não quer nada.

A mais recente crise é a crise econômica. É a mais dura e mais difícil porque afeta todos os aspectos de nossas vidas. Alimentação, saúde, aquecimento, segurança, tudo depende da economia. Mas a economia se recusa a funcionar; ela já não funciona mais e não sabemos por quê. Empresas fecham, “bolhas” financeiras inflaram, e todo o tipo de mau uso do dinheiro ocorre. E tudo o que era para se desenvolver bem, para o nosso benefício, se volta contra nós.

Mas o que é interessante é que ninguém consegue lidar com isso, nem os eminentes economistas, nem os políticos, mas todos nós estamos dispostos a ajudá-los porque não vamos sobreviver sem a economia. Acontece que não sabemos o que fazer. Um grande número de altos políticos, chefes de estados, o G8, G20, se reúnem e não conseguem resolver nada. Eles não sabem o que fazer.

Da Convenção de Vilnius 22/03/12, Lição Preliminar