Análise Da Natureza Humana

Dr. Michael LaitmanDurante os esclarecimentos, surge a pergunta: “O que exatamente precisamos mudar em nós mesmos a fim de adquirirmos uma maior equivalência com a natureza?”. Afinal, se nós alcançarmos a harmonia e o equilíbrio com ela, vamos sentir conforto, realização e paz. Vamos parar de sentir a pressão que se expressa como problemas que crescem como uma bola de neve, guerras, brigas e divórcios nas famílias, doenças, epidemias, tsunamis e outras manifestações de cataclismos naturais. Portanto, o que exatamente precisamos mudar em nós mesmos?

A busca de uma resposta a esta pergunta nos leva à investigação da natureza humana. A natureza interior do homem é o desejo: o desejo de viver, de se sentir bem e desfrutar; em outras palavras, uma constante busca por satisfação. Parte desses desejos é, até certo ponto, vazia. Digamos que eu queira descansar, ou seja, quero satisfazer o desejo por descanso, e se eu quiser comer, eu desejo satisfazer meu desejo por comida.

Normalmente, eu tenho desejos por comida, sexo, família, dinheiro, honra, poder e conhecimento. Estes são os desejos básicos, que incluem em si todos os outros. Todo desejo que satisfazem as necessidades do meu corpo por alimento, família e procriação, bem como os desejos “humanos” em mim por riqueza, honra, poder e conhecimento, são divididos em diversos outros desejos e seus derivados. Se eu não tenho escolha e entendo que com a ajuda desses desejos devo me unir às outras pessoas, a fim de me equivaler à força da natureza (a lei única), então vou precisar corrigir cada um dos meus desejos.

Em última análise, todos estes desejos juntos são chamados de “desejo de desfrutar” ou “desejo de receber prazer”. Aonde eu devo direcioná-los, a fim de corrigi-los? Eles precisam ser direcionados em benefício de todos. Se eu apenas me satisfaço, tal desejo é chamado de “egoísta”. Portanto, eu dirijo cada um dos meus desejos para o bem comum e aceito somente o que é para o benefício de todos.

Acontece que nós não temos outra escolha. Se nós somos todos como uma família, eu tenho que levar todos em consideração e pensar em todos como um todo. A lei que me obriga a isso também é única. É por isso que eu preciso direcionar cada um dos meus desejos a todos. E é aqui que surge o problema: Como isso pode ser alcançado?

Mesmo que eu entenda isso e os cientistas o confirmem (psicólogos, sociólogos e cientistas políticos, por unanimidade declaram que isso é verdade e que não temos outra saída), e da minha própria experiência de vida eu vejo que não há outro método, mesmo assim, a minha natureza sempre acredita no contrário. Ela acredita que, antes de tudo, eu preciso receber para mim mesmo, prover as minhas próprias necessidades e não me preocupar com os outros. Talvez eu devesse cuidar deles, mas desde que isso me faça sentir bem.

No entanto, isto não é suficiente. Afinal, eu não me sinto assim em relação à minha família. Numa família corrigida, eu penso imediatamente em todos os seus membros como uma única pessoa e não calculo como fazê-los se sentir bem para que eu me sinta bem com isso.

E essa lei quer nos obrigar a considerar todos como um só, o mundo inteiro como uma única família, para que possamos começar a nos acostumar com isso. Então, o que exatamente nós precisamos fazer para isso? Cada um de nós deve se preocupar com os outros e todos nós, juntos, devemos construir o sistema de uma nova educação integral que nos conectará e, através de várias influências e atividades, provará que não há outro caminho.

De KabTV “Uma Nova Vida” Episódio 4, 1/1/12