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A Vida Sem Frescuras

Dr. Michael LaitmanPergunta: Qual é o significado de “desfrutar por estar conectado com os outros”? Como podemos explicar isso?

Resposta: É impossível explicar, uma vez que não sentimos isso em nosso mundo. Desfrutar por estar conectado com os outros significa revelar a força que existe entre nós.

Atualmente, isso existe na forma egoísta, em seu oposto; agora, eu posso desfrutar estar acima dos outros, ser melhor do que os outros, parecer positivo aos seus olhos, ter o seu respeito, etc. É para isso que eu trabalho toda a minha vida. Além das coisas necessárias para a satisfação da existência animal, tudo que eu faço é apenas para o propósito de parecer grande aos olhos de outras pessoas e ter o seu respeito e honra.

Se não fosse por essa necessidade premente do meu egoísmo, eu gostaria de comprar um par de pijamas e usá-lo toda a minha vida, já que é mais confortável. Eu usaria chinelos toda a minha vida e viveria minha vida da maneira que fosse mais confortável para mim, sem preocupação com os meus vizinhos. Eu não me importaria com nada mais, já que não aceitaria quaisquer atitudes e valores do mundo exterior, como jóias, penteados, carros, etc. Eu não teria qualquer necessidade, exceto as necessidades corporais.

Se fossemos capazes de desenvolver apenas as necessidades espirituais, deixando apenas os requisitos mínimos para as nossas necessidades físicas e animais, alcançaríamos muito rapidamente a revelação do próximo degrau do nosso desenvolvimento, ou seja, o nosso próximo nível.

De KabTV “Fundamentos da Sociedade Integral” 05/02/12

Você Ordenou O Universo?

Dr. Michael LaitmanQual é a natureza da Natureza? Há mais de 20 constantes na natureza, que determinam o que e como existir. Se as forças fundamentais da natureza fossem um pouco mais fortes ou fracas, não haveria planetas, estrelas, galáxias ou vida: o Universo não existiria.

O equilíbrio na Natureza, estabelecido devido à ação de leis fundamentais, é muito frágil. Um pequeno mau funcionamento – e a vida na Terra deixará de existir e o Universo desmoronará. Nós somos forçados a admitir que a vida é o resultado de um conjunto muito singular de circunstâncias.

A probabilidade do surgimento de um Universo que possa suportar a vida é de 1:10000, mas a cadeia de coincidências necessárias para o surgimento da vida é surpreendente e alarmante. É como se o Universo fosse criado para desenvolver formas de vida inteligente nele. Será que nós vivemos num Universo criado especificamente para nós?

Netanyahu Cria Um “Governo Do Futuro” Virtual

Dr. Michael LaitmanNas notícias (do 7kana l): “O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu apelou à juventude israelense para participar do ‘Governo da Próxima Geração”, um projeto supervisionado pelo Gabinete do Primeiro-Ministro. É uma plataforma virtual que permite que usuários do Facebook façam sugestões em relação à gestão do Estado e do Governo, e os discutam.

“Aqueles que desejam participar do” Governo da Próxima Geração” tem que se registrar na página do projeto no Facebook”.

Meu comentário: Sem dúvida, o movimento da Garantia Mútua deve usar este apelo, pois ele tem uma plataforma e opinião sólida sobre todos os assuntos do desenvolvimento público, estadual e mundial. Preparem um documento e o enviem como uma proposta para o endereço fornecido.

Refugiados Do Clima

Nas Notícias (de Yahoo News): “Desastres relacionados ao clima deslocaram mais de 42 milhões de pessoas na Ásia nos últimos dois anos…”. A Ásia e o Oceano Pacífico representam a área global de maior propensão a desastres naturais…

“Cerca de 31,8 milhões de pessoas na região foram deslocadas por desastres relacionados ao clima e condições meteorológicas extremas em 2010 – um ano particularmente ruim – incluindo mais de 10 milhões no Paquistão devido a grandes inundações.

“10,7 milhões a mais de pessoas foram forçadas a fugir de suas casas no ano passado, diz-se, alertando que tais eventos se tornarão mais freqüentes com as mudanças climáticas…

“A Ásia tem seis dos 10 países mais vulneráveis às alterações climáticas, com Bangladesh e a Índia nos dois primeiros lugares numa lista que também inclui Nepal, Filipinas, Afeganistão e Mianmar”.

Meu comentário: Devido à crise, é duvidoso que esses países possam superar os problemas que estamos enfrentando por causa das futuras catástrofes climáticas. A propósito, isso é indicado quase em todos os lugares que as mudanças climáticas estão ameaçando os EUA e a Europa, e especialmente a França e a Inglaterra!

Ama O Teu Próximo Como A Ti Mesmo

Dr. Michael LaitmanEssa regra, conhecida por todos, inclui as correções de todos os desejos (coração) e pensamentos (mente) do homem. Por outro lado, apenas corrigindo todos os seus desejos e pensamentos é que o homem atinge a qualidade do amor pelas pessoas, por toda a humanidade e a natureza.

O amor de cada pessoa para com o próximo é muito fraco e, portanto, não é expresso de forma explícita. Assim, se vários indivíduos se unem num grupo e cada um deles suprime seu egoísmo em relação aos outros, então cada um deles receberá as forças de todos os outros. Nesse caso, todas as forças separadas dos membros do grupo serão ampliadas numa grande força e eles ganharão a capacidade de realizar a lei da natureza do “amarás o teu próximo”. A discrepância surge aqui: o indivíduo deve corrigir todas as qualidades egoísticas para alcançar o amor ao próximo, ou ele só precisa ter amor por seus amigos no grupo para alcançá-lo?

Normalmente as pessoas se unem em um grupo para melhorar a sua situação em alguns aspectos, e cada uma faz um cálculo do quanto dá aos outros e quanto recebe, uma vez que este tipo de grupo baseia-se no egoísmo. Se um membro de tal grupo sente que pode receber mais fora do grupo do que dentro dele, ele se arrepende de estar no grupo. Este tipo de sociedade distancia a pessoa de subir para o nível “humano”.

De fato, atingir o amor só é possível corrigindo todos os desejos egoístas e pensamentos. Porém, ao unir os pequenos desejos de cada pessoa através do amor, nesta união, juntas, elas criam uma força nova, comum e grande, que cada membro do grupo pode usar para alcançar o amor dos amigos e, depois, alcançar o amor pela humanidade e a Natureza.

Mas tudo isso só pode acontecer com a condição de que cada pessoa suprima seu egoísmo em relação à outra. Se uma pessoa está separada do amigo pelo seu egoísmo, ela não pode receber dele a força do amor ao próximo. Assim, a pessoa só pode receber a força do amor dos amigos conforme a sua própria anulação diante deles.

Isto é semelhante à inscrição dos números: se você escrever primeiro o número 1 e depois o 0, você vai ter 10, ou seja 10 vezes mais. E se você escrever dois zeros depois de um, você vai receber 100, ou seja, 100 vezes mais. Isto significa que se o amigo é um e a pessoa é zero, ela recebe 10 vezes mais do amigo. E se ela diz que é dois zeros em relação ao seu amigo, ela vai receber 100 vezes mais dele.

E vice-versa, se ela é um e seu amigo é zero, isto equivale a 0,1, de modo que ela é 10 vezes menor do que o seu amigo. E se ela pode dizer que é um, e tem dois amigos que são dois zeros em relação a ela, então ela é igual a 0,01 em relação a eles. Assim, quantos mais zeros ela coloca sobre o valor de seus amigos, menor ela mesma será.

No entanto, mesmo que você já tenha as forças para amar ao próximo e pode realmente expressar esse amor, e sente que o auto benefício só lhe prejudica, mesmo assim não acredite em si mesmo e tenha medo de que você possa parar no meio do caminho e cair no egoísmo. Você tem que ter medo de receber tais prazeres egoístas, os quais você não será capaz de resistir e irá apreciá-los ao invés do amor ao próximo. É exatamente o medo de cair no egoísmo que dá à pessoa as forças para observar a lei da natureza, a lei de doação e amor.

(Basedo no artigo do Rabash “Conforme O Que é Explicado sobre o ‘Ama o Teu Próximo Como a Ti Mesmo’”)

O Livro Para Quem Está Perdido No Deserto

Dr. Michael LaitmanAs pessoas que não estão envolvidas no trabalho espiritual tomam uma Torá diferente, que a pessoa possa compreender, realizar, exigir recompensa, até mesmo providenciar exames, e contar as páginas memorizadas. E uma pessoa que aspira ao desenvolvimento espiritual está sempre diante do desconhecido, do impossível, oposto à sua vontade e razão, e, portanto, precisa de fé, isto é, da força de doação, que é maior do que a força da recepção.

Isso é chamado de fé acima da razão. Assim, o avanço espiritual acontece, e é dito: “A opinião da Torá é oposta à opinião dos proprietários”.

Este é o caminho para todos aqueles que encontraram o “Livro”. Mas há muitos amigos que vagueiam no deserto, sofrendo por sua existência infeliz, e que gostariam de melhorar suas condições. Eles não procuram a realização espiritual, nem subir para o grau imediatamente superior, mas apenas querem melhorar suas vidas do nível em que se encontram agora. Eles devem ser tratados como o Rambam escreve: “Mulheres, escravos, crianças e idosos são ensinados de forma gradual, até que ganhem sabedoria”.

Eles também avançarão, e algum dia, a centelha, que agora está profundamente oculta, romperá. Enquanto isso, eles devem ser ensinados conforme a sua vontade, em prol de das metas que eles entendem antes de se aproximar.

Eles pensarão que agem de forma a satisfazer o seu egoísmo. Mas, como nós os ensinamos, e a oculta Luz que Reforma passa por eles, a sabedoria chegará gradualmente a eles, e lentamente os segredos lhes serão revelados. Desta forma, toda a humanidade avançará em direção ao objetivo.

Da 1ª parte da Lição Diária de Cabalá 19/02/12, “A Última Geração”

Uma Vida Boa Para Todos

Dr. Michael LaitmanPergunta: O desenvolvimento da chamada boa vida para os desempregados é o propósito do curso sobre educação integral?

Resposta: Em geral, nós pretendemos criar uma vida boa para todos.

Nós queremos fazê-lo de tal forma que as pessoas desempregadas (digamos, um bilhão de pessoas) tenham algo para fazer. Nós queremos distribuir o trabalho entre todas as pessoas segundo as suas habilidades, de modo que todas trabalhem de duas a três horas por dia e se sintam obrigadas e capazes de dar à sociedade. Mas, o resto do tempo, as pessoas ficariam no sistema de educação e formação integral.

Da “Discussão sobre Educação Integral” # 12, 16/12/11

Nenhum Sentimento – Nenhuma Discussão

Dr. Michael LaitmanPergunta: Suponha que eu me tornei integral e, depois, outro estágio de desenvolvimento se revela na natureza. Eu tenho que me reajustar novamente ou este é o último estágio de desenvolvimento?

Resposta: Ninguém sabe. Eu não posso lhe dizer isso.

Que tipo de pessoa séria pode falar sobre algo que não se enquadra em sua estrutura de sensações e estudo? Imaginando algo? Isso não é sério. Só os filósofos e místicos são capazes disso.

Nós lidamos com ciência e repousamos apenas sobre dados científicos. Nós não discutimos e levamos em consideração nada que não descobramos na natureza. Assim, só há espaço para a experiência.

Da “Discussão sobre Educação Integral” # 12, 16/12/11

O Que Precede As Nossas Intenções

Dr. Michael LaitmanNós podemos falar sobre o nosso progresso e sobre nós mesmos, assim como imaginamos a perspectiva desde Cima, da fonte da realidade. Nós revelamos o nosso trabalho desde baixo, enquanto que a sua causa desde Cima.

Qual foi o propósito da criação? Diz-se que tal é o desejo do superior: criar uma criatura tão perfeita quanto Ele. Assim, em todas as nossas ações e intenções, enquanto examinamos o que acontece conosco, devemos sempre lembrar que o objetivo final de tudo isso é revelar o Criador, revelar exatamente Ele.

Tudo o que eu sentir, pensar, ponderar ou aspirar está correto; tal é o caminho da análise. Mas o que eu posso revelar neste caminho, meu próprio ser? Não, eu me revelo oposto ao Criador; ou seja, na verdade, eu O revelo.

Nós sabemos da sabedoria da Cabalá que, no mundo do Infinito não existe deficiência de nada, exceto da realização do Doador. A criatura, chamada Malchut do Mundo do Infinito, deve compreender, sentir, e alcançá-Lo.

É por isso que esta criação redonda é necessária: a descida ao nosso mundo e a subida de volta para Malchut do Mundo do Infinito, que devemos realizar. Este caminho de baixo para cima é destinado unicamente para a ascensão, para alcançar o Doador.

Nós O alcançamos de acordo com a equivalência de forma: quanto mais nos assemelhamos a Ele, mais O entendemos e sentimos, e mais perto estamos Dele. O resultado final está no pensamento inicial. Portanto, em primeiro lugar, nós temos que estabelecer a intenção, isto é, o que eu quero alcançar com todas as minhas ações? O que está feito está feito, mas por que eu preciso disso?

No entanto, mesmo antes de eu esclarecer a intenção, eu preciso do pensamento inicial, desta origem primária da intenção, visto que a ideia é revelar o Doador, o Criador. Essa é a nossa meta.

Eu revelo em mim pensamentos, intenções, desejos e atitudes, mas, basicamente, através dessas ações eu O procuro. “Como eu faço isso? O que eu acho? O que eu quero? Como eu interajo com alguém ou algo?”. Antes de cada discernimento eu me preparo para a atitude certa: tudo o que eu faço se destina a revelar o Criador.

Aqui, eu preciso atrair algumas conexões:

• Quem quer que eu seja, Ele preparou para mim;
• O que quer que eu pense a cada segundo, Ele me dá;
• Aconteça o que acontecer comigo agora nesta análise, acontece segundo a Sua vontade;
• Seja como for que eu reajo ao que sinto, Ele também me dá isso.

Há apenas um pensamento, uma declaração que deve ser sempre minha: “Tudo o que está acontecendo comigo vem do Criador”. Os primeiro artigo do Shamati fala disso: “Não há Ninguém Além Dele”.

Agora, quando eu esclareço minhas intenççoes (em prol da recepção ou em prol da doação), estas certamente vêm do Criador. No entanto, o que importa para mim nesta análise é que eu O revelo, eu esclareço quem Ele é.

De todos estes discernimentos, o mosaico da realidade toma forma dentro de mim. Meus amigos, o mundo ao meu redor, seus eventos e circunstâncias, tudo deve se fundir numa única imagem do Criador. Na medida em que ela surge internamente, partes separadas se reúnem: todas as criaturas, todo este mundo e todos os mundos juntos, numa estrutura completa, cuja forma interna é chamada de “Criador”. Em sua totalidade, esta estrutura representa Malchut do mundo do Infinito ou, em outras palavras, o vaso, o desejo. É precisamente a Sua forma, Sua estrutura e a interação de todas as Suas partes: desejos, pensamentos e intenções que assumem a forma do Doador.

O Criador em si (Atzmuto) não tem forma. No entanto, nós realizamos uma análise incessante de nós mesmos e aos poucos criamos a forma semelhante à Sua. Como resultado, Ele pode ser revelado. Da mesma maneira, para detectar ondas que são desconhecidas para nós, construimos um dispositivo no qual elas podem ser duplicadas e reproduzidas. Ele nos permite descobri-las e estudar sua natureza.

A análise interna nos ajuda a criar um “lugar” para revelar o Criador; caso contrário, Ele permanecerá oculto de nós. É por isso que se diz que o Criador quer habitar nos inferiores, ou seja, revelar-Se a eles. Essa é a razão pela qual Ele criou o mundo do Infinito, e nosso trabalho é composto em revelá-Lo através de nossos esforços.

Assim, a revelação do Criador é o resultado de nossa análise interna. Ele não vai Se revelar por Si mesmo – nossos esforços são necessários aqui. Nós nos esforçamos, nós queremos e não queremos isso, as forças de recepção e doação colidem dentro de nós, e assim estamos constantemente preparando um lugar para Sua revelação.

No final, este lugar vai se tornar “flexível” o suficiente para que possamos detectar nele pequenas “ondas”, as formas do Criador na matéria de desejo. Quanto mais nós suavizamos nossa matéria, mais o Criador se revela dentro dela.

Ele mesmo está oculto; no entanto, a matéria começa a assumir Sua forma. Isto é o que compreende todos os nossos esclarecimentos: com a ajuda deles, nós estamos preparando o nosso desejo de aceitar Sua marca, Sua revelação.

Assim, em cada ação que realizamos, é preciso lembrar que nós, o mundo, e tudo o mais em geral, existe somente para que nós revelemos o Criador. Isso não é um tópico para discussão, mas o fato descendendo das fontes da criação.

Se eu lançar as bases para qualquer de minhas ações, pensamentos ou intenções, com esse fato em mente, se eu originalmente tomar esse rumo, se eu estou voltado para a revelação do Criador, uma vez que tal é o Seu desejo, então eu estou destinado ao Infinito, a essa meta. E tudo que eu faço depois certamente entrará nesse depósito de esforços que temos que repor.

Tudo o resto acontecerá de qualquer maneira. Só uma coisa depende de nós: dirigir todos os nossos esforços para a revelação do Criador.

Mais tarde, surgem os seguintes questionamentos: o que esta revelação representa? Como alguém a realiza? Que ações se provarão mais eficazes? De quem isso depende: de mim, dos outros, ou da nossa interação? Tudo somado, nós estamos falando do método que os Cabalistas nos descrevem, explicando como realizar ações que sejam mais benéficas para a revelação do Criador.

Hoje, toda a humanidade está no início desta revelação. A evolução chegou ao fim; o mundo já percebeu o potencial do progresso materialista. Nós não precisamos procurar nada em outros planetas e não há nada para extrair da terra.

Nós já tentamos de tudo na superfície da terra, e vimos que a nossa vida é limitada e leva a um beco sem saída.
É o início da revelação do Criador a todas as criaturas. Devido a este impedimento as pessoas vão começar a se perguntar: “Para quê e por que vivemos? Qual é o propósito da vida?”.

A partir de agora, nós aprendemos que o propósito de nossa vida é revelar o Criador, ou, para ser mais preciso, para nos prepararmos para Sua revelação. Nós conseguimos isso através da união e, assim, amenizamos o nosso desejo de receber para que ele possa se tornar altruísta e começar a assumir vários tipos de doação. Afinal, o Criador é a qualidade de doação, e nós estabelecemos uma conexão com o outro, nós O ajudamos a se revelar entre nós, nós preparamos o solo para ele, a matéria que será capaz de assumir Suas qualidades, Sua projeção.

Assim, nós nos desenvolvemos em equivalência exata com Sua forma.

Da Convenção de Arava 23/02/12, Lição #2

A Única Solução Correta É A Unificação

Dr. Michael LaitmanQuando os países desenvolvidos tornaram-se suficientemente avançada, eles começaram a desenvolver os chamados países do “Terceiro Mundo” (na Ásia e África) e entraram nesses países a fim de estabelecer fábricas e preparar toda infra-estrutura. Mas, a fim de instalar a produção, também é necessário educar as pessoas; portanto, eles começaram a abrir escolas lá. Além disso, os países desenvolvidos começaram a aceitar estudantes internacionais destas regiões em suas universidades. Desse ponto em diante, toda a humanidade tornou-se muito interconectada no nível da prosperidade material, educação, ciência e cultura.

Hoje, todos os países do mundo estão unidos por laços muito estreitos. Os norte-americanos dizem brincando que, quando eles querem fazer uma ligação de Nova York a Boston, a primeira chamada passa pela Índia, onde as pessoas se sentam e respondem os telefones e, em seguida, os conecta. Parece que essas linhas de telefone nos conectam de tal forma que nós não nos preocupamos com distâncias, não negligenciamos nenhum país, e nem sequer nos preocupamos que teremos que instalar um cabo de comunicação transcontinental.

Se aprofundarmos esta questão, veremos que todo o planeta está envolvido numa enorme rede de comunicação multifacetada e com muitas camadas. Hoje, é impossível construir ou fabricar alguma coisa se você não tem conhecimento suficiente ou a oportunidade de receber o equipamento mais adequado de qualquer produtor do mundo, ou se você não tem acesso às informações necessárias e aos especialistas. É assim que nosso mundo está construído agora.

Todos estes laços se desenvolveram ao longo do século passado, porém, de repente, nós descobrimos que, por muitas razões, este sistema não está funcionando. Analistas nos campos da ciência, sociologia, política, economia e finanças estão oferecendo suas soluções para este problema, cada um à sua maneira. Mas, no final, só há uma solução simples: este sistema agora exige de nós uma conexão mais interna.

E para continuar o nosso desenvolvimento, nós temos que alcançar uma conexão mais estreita, compreender e aceitar a necessidade da garantia mútua, isto é, o fato de que nós dependemos uns dos outros, que vivemos no planeta Terra e que não existe alternativa senão sentir que somos todos como uma família.

Em outras palavras, o nosso desenvolvimento começou ao comercializarmos o que produzíamos: equipamentos, produtos alimentícios, e assim por diante. Gradualmente, “joint ventures” e bancos internacionais começaram a se formar; as bolsas de valores começaram a se juntar. Eu posso fazer transações na Bolsa de Tóquio e, logo após, nas bolsas de valores na Alemanha, Moscou ou Nova York. Não importa onde e o que eu troco, porque em qualquer lugar tudo é basicamente o mesmo. Eu só analiso onde vale a pena investir e onde não.

Mas o dinheiro é mantido num único lugar, e os bancos só enviam notificações entre si de cada transação através de meios eletrônicos, e isso é suficiente. Nem nos interessa onde o dinheiro é armazenado fisicamente, porque consideramos o ouro como principal o equivalente do seu valor. Talvez o próprio dinheiro seja mantido em um dos países do “Terceiro Mundo”, como um repositório de todas as reservas de ouro, mas o que importa é que a contabilidade rigorosa seja mantida lá.

Como já mencionei, ultimamente nós sentimos que a nossa conexão não pode continuar desta maneira. Isto é especialmente verdade na Europa. Por um lado, ela é o lugar mais desenvolvido, mas, por outro, é o mais desunido. Agora, nós estamos vendo que, devido a esta desconexão, eles são privados da concordância interna, da compreensão e da sensação de que pertencem a um único sistema. Isso dificulta todos os países do mercado global, pois o mercado único não é suficiente. Também é necessário unir todos esses países com laços muito mais apertados, mas isso não é fácil.

A dificuldade é que nós precisamos estar mais próximos uns dos outros em espírito, baseados em nossa compreensão da situação e no reconhecimento do fato de que não podemos existir sem o outro. É por isso que é necessário cultivar nas nações da Europa, o entendimento de que a dependência mútua é necessária.

É claro que esse é o caso, mas o problema é que, embora os tomadores de decisão na política, os cientistas, a classe média e o povo entendam com sua razão a necessidade de mudanças, eles ainda não estão emocionalmente prontos para desistir de suas vidas individuais e características nacionais.

Na verdade, nós acreditamos que isso não é sequer necessário. Uma pessoa não precisa mudar seu comportamento e hábitos que dizem respeito à cultura e tradições nacionais. Ela só se deve superá-los em prol da conexão com as outras pessoas, da garantia mútua.

De KabTV “Uma Nova Vida” Episódio 5, 02/01/12