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Atingir O Limite

Arava Convention_2-2012A pessoa também precisa de ajuda do Alto para alcançar o desespero absoluto. Nós somos incapazes disso sozinhos. É uma grande coisa sentir o seu limite: isso é ‘eu’, e isso não é mais ‘eu’. Somente o Criador pode dar este sinal, este limite, a fronteira entre Ele e eu.

Nós fazemos diferentes ações com diferentes truques, até que, de repente, chegamos ao desespero, vendo o chamado “decreto do Céu” nele, o que representa um sinal de Cima. Baal HaSulam escreve, Não há maior estado de felicidade no mundo do que quando a pessoa se encontra desesperada com suas próprias forças… Afinal, este estado chega até ela do Criador, e não há mais nada que possa ser feito.

Nós estávamos juntando nossos pequenos esforços, um de cada vez, e então os recebemos simultaneamente, já acumulados num único todo. Nós não colocamos nossos esforços em alguma caixinha, eles são coletados num vaso comum e seu resultado vem do Criador. Ninguém sabe quando isso vai acontecer. É por isso que a saída do Egito é feita às pressas e na escuridão.

Quando tentamos alcançar a união, nós começamos a trabalhar nela juntos e, de repente, descobrimos o poder do desespero, rejeição e impotência. Este desespero nos leva a uma demanda: nós precisamos de ajuda para nos unir. E nós gritamos. Este grito é seguido pela ajuda do Alto.

Assim, é impossível alcançar o Criador sem primeiro se tornar desesperado internamente e fazer um esforço concentrado. Afinal, o Criador é uma força, que é especificamente revelada através do trabalho e do esforço mútuo. No indivíduo não há Criador. A Luz superior só pode existir num vaso, corrigido até certo ponto, e um indivíduo é uma “peça quebrada” do todo.

Da Convenção de Arava 25/02/12, Lição # 6

Despertar Do Mundo

Arava Convention_2-2012O mundo está esperando. Ele ainda não sabe, mas na realidade ele precisa. É por isso que vocês têm que se levantar o mais rápido possível e se preparar para o papel de guias.

É óbvio que hoje os governos são incapazes de governar o mundo. Afinal, já não ele não se comporta mais de acordo com as leis materiais. Este período terminou.

Os dois mundos se tornaram tão próximos que a “indução” espiritual já está atuando sobre nós de cima, embora ela ainda não seja tão clara. Hoje, a humanidade tem que despertar da maneira correta e esta é sua tarefa.

No entanto, essa é a finalidade de vocês se unirem. Eu não posso estabelecer um grito de socorro por vocês. Somente quando vocês realmente começarem a se unir cada vez mais com amigos é que vocês encontrarão o ajuste necessário. A coisa mais importante aqui é colar tudo junto, para que tudo se funda numa única coisa. Eu não farei isso por vocês, já que nós estamos falando da calibração dos desejos comuns que estão unidos como vasos comunicantes.

Da Convenção de Arava 25/02/12, Lição # 6

A Matéria É Uma Intenção Não Realizada

Dr. Michael LaitmanPergunta: Nós estamos formando um desejo coletivo antes de ir para Arava. Como podemos reduzir o caminho de tal desejo para que ele faça a transição do esforço material para a realização espiritual?

Resposta: Na verdade, não existe tal coisa como dois mundos, material e espiritual. Quando nossas ações não têm intenção, parece-nos que agimos dentro da matéria. O mundo à nossa volta é “visível” por causa da deficiência de intenção; é por isso que somos obrigados a trabalhar com “concreto armado”, passando por problemas e fazendo brotar demandas. Eles nada mais são que a materialização dos defeitos da nossa intenção. É disso que se trata o nosso mundo material. Até o momento, não há saída a não ser trabalhar com “barro e tijolos”, como os filhos de Israel fizeram enquanto estavam no exílio do Egito.

Os Cabalistas deram várias recomendações que nos permitem atrair a força superior até nós, a fim de sermos alterados. Eu não sei quem eu sou neste momento, já que sou formado de milhares de parâmetros e não sei como mudá-los. Além disso, eu não possuo qualquer capacidade de autoregulação. Transformações reais são de natureza qualitativa; eu não estou qualificado no momento para visualizar o próximo passo ou forma.

Esta é a razão porque temos este mundo e o grupo, brinquedos com os quais “brincamos”. Tudo bem que eu atue de forma materialista e egoísta; agindo assim, eu aciono a influência da Luz superior sobre mim. Ela é um remédio muito incomum: eu posso me conectar a uma noção chamada “nós” e juntos nós ativamos o mecanismo do grupo com a ajuda da intenção, dos estudos, da disseminação e assim por diante. Assim, nos envolvemos um mecanismo ainda mais superior, GAR do mundo de Atzilut, do qual recebemos a Luz Circundante (Ohr Makif) que nos modifica. Nós tentamos nos conectar uns com os outros, participamos de vários eventos e refeições comuns, estudamos e disseminamos. A coisa importante nestas atividades é a nossa união.

Nós participamos de todos os tipos de atividades com intenção egoísta (Lo Lishma) com o melhor de nossa habilidade, como crianças que não sabem respostas precisas às suas perguntas. Ao agir assim, nós iniciamos um sistema que compreende nossas ações como uma mãe que sente o seu filho mesmo que ele ainda não seja capaz de expressar seus desejos. Ela sabe o que ele quer antes que ele grite.

O sistema maternal está pronto para decifrar o nosso apelo. É Bina que deu à luz a nós e a quem os nossos apelos retornam através de um círculo fechado. Não importa se os nossos esforços são de natureza material, eles vão resultar na “descoberta” espiritual.

Os Cabalistas definiram com precisão o local e detalhes dos esforços humanos: o trabalho em grupo deve ser o mais unificado possível. Ao mesmo tempo, nós devemos nos dirigir ao mundo com a mensagem que o Criador deseja que transmitamos aos outros; se concordarmos, a “descoberta” virá até nós por todos os meios.

Da 4ª parte da Lição Diária de Cabalá 17/02/12, “A Paz”

O Renascimento Do Preconceito

Dr. Michael LaitmanOpinião (Nikolas Busse, Correspondente em Bruxelas para a OTAN e a UE): “Talvez o efeito colateral mais assustador da crise do euro é o renascimento do preconceito nacional. Os alemães são chamados de nazistas novamente, enquanto os membros do sul da UE são considerados preguiçosos e ladrões. Algumas frases são reminiscentes da retórica do período anterior à Primeira Guerra Mundial e entre as guerras mundiais. Expressões ásperas são evidências do declínio da UE.

“A união europeia está quebrada em seu objetivo – reconciliar os povos, que ao longo da história foram usados ​​para olhar para o outro com desconfiança, hostilidade e inveja. Apesar da existência do mercado interno e da liberdade de movimento, os cidadãos da UE são estranhos uns aos outros e vivem de acordo com a mentalidade nacional.

“Durante a crise, os europeus estão se voltando para o passado: a Europa não se esqueceu do Terceiro Reich, de modo que sempre haverá certo ceticismo em relação à Alemanha. A UE só terá um futuro se todos os Estados membros ficarem juntos”.

Meu comentário: É por isso que o método de educação e formação integral destaca a necessidade de educar com antecedência todos os participantes dos processos de integração e proceder a criação da comunidade integral apenas conforme o pensamento das pessoas mude.

A Respiração Espiritual: Subidas E Descidas

Dr. Michael LaitmanPergunta: Você disse que é muito importante para uma pessoa estar em harmonia com o ritmo da respiração da natureza: a inspiração e a expiração. A psicologia analisa o processo da “respiração” psicológica, também chamado de “splitting” (divisão), quando o “Ego” da pessoa parece quebrar em pedaços. Depois, graças a esta separação, a pessoa pode voltar a juntar o seu “Ego” e assim por diante. Ela faz isso de forma independente, tentando juntar a si mesma de novo a cada vez. Aos poucos, torna-se mais difícil para ela fazer isso, o que leva à depressão.

Resposta: A pessoa torna-se deprimida porque precisa constantemente superar a si mesma, sabe Deus para que: só para se livrar de sentimentos ruins, desespero e vazio. Enquanto que na educação integral ela tem um objetivo claro em relação ao qual a respiração espiritual ocorre. À medida que a pessoa se aproxima do objetivo, ela inspira, o que significa que sente a união, sente sua grandeza, o poder que ela lhe dá, admiração e inspiração.

Então, a pessoa precisa expirar, porque, caso contrário, não será capaz de ir em frente. Ela precisa revelar de novo o vazio, novas qualidades negativas em si mesma, a fim de se tornar novamente um com eles e alcançar a união com todos; em outras palavras, passar para uma nova fase da respiração.

Este tipo de inspirar e expirar acontece com cada participante do grupo, geralmente através de algum contato interessante entre eles. Há períodos em que cada participante tem seu próprio movimento, a sua própria frequência de subidas e descidas. E há períodos em que o grupo tem eventos especiais: piqueniques, encontros e convenções, ou seja, momentos muito sérios de união, para que todos se preparem e onde todos participam. Estas subidas também são seguidas por certas descidas.

Há diferentes descidas: descidas em maus estados ruins e descidas em estados de indiferença. Maus estados são melhores porque eles passam mais rápido e drasticamente.

Estados de indiferença podem durar um longo tempo. Isto requer de certa forma o despertar das pessoas numa direção ou outra. Como regra, elas devem ser estimuladas numa boa direção e nunca numa ruim, já que podem cair num estado ainda pior. De qualquer forma, a chave é tirá-de um estado morto.

Pergunta: O que significa, “num bom estado”?

Resposta: Bom estado significa em direção à união. Mas, em geral, há períodos em que esses altos e baixos acontecem em uníssono no grupo, e há períodos em que isso acontece nas pessoas individualmente, em seu próprio tempo, com a sua própria freqüência, e assim por diante.

No entanto, somente o grupo como um todo pode ajudar a pessoa. Ele deve inspirar e ajudar, ele pode até mesmo obrigá-la. Ele pode literalmente tirar a pessoa da cama, pois há diversos casos de depressão. Em geral, o grupo tem a capacidade de estimular a pessoa de uma forma positiva sem pressioná-la: se for um grupo real.

A pessoa pode dizer: “Deixe-me sozinha! Eu não quero ser amiga de vocês agora”. Isso precisa ser respeitado, e a pessoa precisa ser deixada sozinho. Deixe-a experimentar todo o estado. Ela voltará de qualquer maneira. Como regra, as pessoas voltam. Se não, ela ainda precisa ser observada e convidada na hora certa.

Nós precisamos entender que não há outra maneira! Talvez o orgulho esteja em seu caminho: “Vocês querem que eu volte?”. Nós precisamos mostrar a ela que nós queremos, precisamos dela, ou seja, ajudá-la a voltar.

Da “Conversa sobre Educação Integral” #11, 16/12/11

Um Nocaute Egoísta

Dr. Michael LaitmanPergunta: Quando as pessoas se unem por um objectivo comum num determinado grupo e alguém se recusa a participar no jogo comum, ele precisa ser afastado ou forçado a trabalhar juntamente com a equipe?

Nós estamos a criar grupos de educação integral, onde as pessoas fazem coisas muito importantes: elas estudam integração e aplicam-na na prática. Mas em tais grupos, pode haver uma pessoa que não só se recuse a jogar este jogo, mas por alguma razão disturbe ou destrua mesmo o processo.

Resposta: Nós reunimo-nos em grupos por tipo. Há pessoas para quem é difícil aceitar o método integral, a unificação e perceber que a comunidade está onde revelarmos o nível seguinte da nossa existência acima do corpo corpóreo: um desejo comum, pensamentos comuns.

Temos de pôr estas pessoas em grupos separados, onde nós “bombeamos” todo este conhecimento nelas ao longo de meses ou mesmo anos. Muito cuidadosamente, aplicamos-lhes métodos de educação, mostrando a necessidade pela união nos exemplos de animais, pessoas, estruturas sociais, sociedade, e por aí fora, até que comecem a ouvir que isto se aplica a elas.

Estas pessoas precisam de tempo. Elas não devem ser pressionadas ou expulsas do jogo, porque a humanidade inteira tem de se desenvolver até este ponto. Se elas tiverem um desejo por algo (estas pessoas normalmente gravitam em direcção ao entendimento, à sistematização do conhecimento), precisam ser-lhes dada a oportunidade de “cozinhar” nele, até que muito gradualmente a sociedade à sua volta, o tempo, assim como o material, as afecte. Não há nada mais que possa ser feito. A práctica mostra que por vezes os resultados apenas podem vir depois de muitos anos.

Estas pessoas estudam, podem escrever, falar sobre integração, dar palestras, e organizar grupos, mas a sua natureza está em tal estado de profundo nocaute egoísta que elas não percebem que não estão nisto.

Pergunta: Como você sugeriria a tais pessoas se transferirem para um grupo diferente? E quem é que o fará?

Resposta: Nos inicialmente distribuímos as pessoas como julgamos necessário. Penso que você também junta os seus grupos psicológicos de acordo com certos critérios. Não pode ser feito de qualquer outra forma, caso contrário os participantes irão perturbar-se uns aos outros. E nós queremos que todos tenham sucesso. Os grupos são distribuídos de acordo com certas semelhanças entre eles. Portanto nós usamos o mesmo critério de semelhança aqui.

Da “Conversa sobre Educação Integral” #11, 16/12/11

A Garra Da Conexão

Dr. Michael LaitmanPergunta: A Psicologia fala de diferentes reguladores de comportamento como a vergonha, o sentimento de culpa, medo, e por aí fora. Cada pessoa tem estes sentimentos e eles têm a ver com a ética. Por si próprios estes reguladores são neutros. Mas como é que você os usa de forma adequada? Seremos capazes de ensinar as pessoas a usar adequadamente sentimentos como vergonha, culpa, ou medo?

Resposta: Primeiro que tudo, nós temos de ensinar as pessoas a ter uma atitude objectiva em relação a estas qualidades uma vez que elas foram introduzidas em nós pela natureza. Como aprendemos a usá-las? Precisamos ensinar-lhes isso.

Primeiro que tudo, temos de elevar-nos acima delas. Eu sou humano. Tudo isto existe em mim. Qualquer coisa humana não é estranha para mim. Eu percebo e tento perceber todas as minhas qualidades negativas e positivas. Elas não são minhas, elas foram introduzidas em mim pela natureza. E o mesmo se aplica a toda a gente. Assim, temos de atingir harmonia absoluta entre nós usando absolutamente todas as nossas qualidades! É isso.

Gradualmente, iremos “empurrar” qualidades, medos, preocupações e auto-culpa cada vez mais novos de dentro de nós. De alguma forma, precisaremos fazer todo este trabalho confortavelmente na nossa amizade habitual de forma que nenhuma destas qualidades permaneça dentro de mim – todas irão gradualmente sair de mim.

Uma criança nos braços da sua mãe está envergonhada de alguma coisa? Não, nada! Falta-lhe este conceito. Está completamente nua e completamente dela. De forma semelhante, quando existe um entendimento completo, amor, sentimentos mútuos, e uma necessidade por cada um, nada é tabu. Pelo contrário, quanto mais deles revelares, maior oportunidade dará para eles se agarrarem um ao outro, como se você tivesse garras e se conectassem juntos.

É por esta razão que todas as nossas qualidades egoístas negativas, que inicialmente queríamos usar para nos agarrar uns aos outros para obter algo para nós próprios, estão agora a começar a se manifestar como uma boa e própria conexão entre nós, e assim não vemos nada de mau nas coisas criadas em nós pela natureza. Nós não seriamos capazes de nos conectar uns com os outros sem estas qualidades negativas. Quando transformamos o seu uso de negativo em positivo, adquirimos a oportunidade de fazer contacto e estar conectados.

É como engrenagens. Se as engrenagens fossem redondas, elas apenas escorregariam, de modo que as pregas e as garras ajudam-nos a conectar.

Está escrito na Torá em relação ao egoísmo: “Eu dei-te ajuda contra ti”. Esta ajuda invertida na verdade ajuda-nos. Portanto as engrenagens são as nossas qualidades egoístas.

Da “Conversa sobre Educação Integral” #11, 16/12/11

A Capacidade De Ser Grato

Dr. Michael LaitmanPergunta: Eu vejo o caminho espiritual como um copo pela metade. A metade cheia é o amor e a metade vazia é o ódio. Cada um de nós não deveria ver a parte cheia do copo e ser inspirado pelo que está lá, de modo que ela nos ajudaria a nos livrar de muitas queixas e avançar?

Resposta: Em primeiro lugar, nós devemos ser inspirados por aquilo que o Criador está fazendo conosco. Na realidade, nós recebemos um crédito enorme que não merecíamos, um avanço enorme e todas as oportunidades e condições. Mais importante ainda, o Criador nos deu o desejo e a aspiração de seguir em frente.

Não importa o que aconteça, o Criador não nos abandona. Você não pode imaginar quão minuciosamente Ele está trabalhando conosco, mesmo quando não parece que querermos isso! É o Criador que diminui nosso desejo pela espiritualidade e, em seguida, o fortalece mais uma vez. Como resultado disto nós nos tornamos desesperados, gritamos, e nos tornamos um pouco irritados com Ele. Então, nós O amamos novamente e estamos prontos para nos conectar. É assim que o Criador brinca com a gente. Por enquanto nós não fazemos nada sozinhos. Nós temos que ver Sua obra magistral em tudo e sermos ao menos um pouco agradecidos.

Da Convenção de Arava 24/2/12, Lição # 4