Todos Por Um E Um Por Todos!

Dr. Michael LaitmanPergunta: Você pode esclacerer mais o conceito de “garantia mútua”? O que é que você quer dizer com isso?

Resposta: O propósito da criação do universo é trazê-lo à homeostase. O ponto final do desenvolvimento de qualquer subsistema é o equilíbrio de todos os sistemas. Resulta da pesquisa da natureza inanimada, vegetal e animal: todos estes níveis lutam pelo equilíbrio.

Por que é que o vento sopra? A pressão num lugar é superior que em outro lugar. Quaisquer parâmetros físicos desequilibrados lutam, em última instância, pelo equilíbrio, o meio termo, a interligação mútua e permeação. Todos os níveis da natureza são suportados pelos demais: plantas, minerais, animais, e por aí fora; todos eles existem em constante circulação mútua.

O último degrau, chamado “Adão” ou Homem (a imagem geral conjunta), precisa de incorporar todos os níveis anteriores em si próprio. Seres humanos têm de atingir tal estado colectivo, reciprocidade na ligação, onde eles serão precisamente aqueles que estarão a determinar toda a estrutura global correcta da natureza, a sua harmonia. Uma pessoa precisa de apreender isto através do entendimento, percepção, e estudo desta imagem.

Precisamos estudar os sistemas integrais nos quais tudo está interligado: início, fim, meio, e centro. Não há uma única coisa que determine algo, mas todos e tudo determinam tudo o resto. É como uma imagem holográfica, e o nosso universo, assim como praticamente quaisquer dos seus fragmentos, incluindo nós próprios, está organizado de acordo com este princípio.

É por esta razão que o nosso estado final se caracteriza pelo facto de toda a gente ser responsável por todos os outros. Todos por um e um por todos! E isto aplica-se à humanidade inteira.

Esta imagem, claro, parece fantasia, completamente oposta à nossa realidade de hoje. O nosso desejo ou razão simplesmente não funciona nessa direcção. Mas a natureza irá forçar-nos a isso. Começando no nosso tempo e indo para a frente, estamos a entrar numa crise que é determinada precisamente pela nossa falta de equilíbrio, as nossas interligações incorrectas com cada um de nós.

Por isso, começando num grupo pequeno, com esta visão do futuro, somos obrigados a definir constantemente esta condição perante nós próprios. Independentemente de como apelidarmos este sistema futuro; mesmo se for “comunismo”, ainda assim é o sistema mais estável pretendido pela natureza. E ele irá ser apreendido, uma vez que este é o estado de equilíbrio.

Agora, surge uma questão: “Como o apresentaremos às pessoas? O que quer dizer garantia mútua?”

Mesmo agora, vemos pelo exemplo da União Européia (UE), que não é capaz de unir-se, que a ausência de instrução e educação integral não lhes permite ver correctamente a situação onde estão. Eles escolhem constantemente soluções egoístas, lineares em vez de “redondas”. Eles se relacionam constantemente consigo mesmos como um sistema discreto e não análogo. Nisso recai o seu problema. É por esta razão que todas as suas resoluções não levarão a lugar algum.

Esta será uma desintegração muito longa, talvez até mesmo uma guerra mundial. Ou, talvez, como resultado do sofrimento, eles irão gradualmente chegar a uma decisão correcta, porque há já pessoas que falam da necessidade de unidade completa e absoluta.

Mas pode a completa união de 27 países ser atingida?! Mesmo se você os limitar a dez países, será ainda uma divisão enorme por todos os parâmetros. Assim, a educação é necessária.

Educação, sua base e objectivo esperado, é aquilo a que chamamos de interacção mútua integral ou garantia mútua, quando atestamos e somos responsáveis uns pelos outros e criamos a nossa sociedade exatamente desta forma. Os medos desaparecem. Preocupações desaparecem. Eu sei exactamente o que preciso fazer na sociedade. Tenho a certeza absoluta que receberei a mesma coisa que toda a gente. Estou confiante que terei tudo o que é necessário para a vida.

Desta forma neutralizamos quaisquer problemas que possam emergir em algumas perturbações sociais. Certamente, esta é uma imagem idealista. Por isso, precisamos chegar a ela gradualmente.

Da “Lição Sobre o Novo Mundo” #8