Deficiência E Satisfação
Pergunta: Por que nós buscamos o mundo espiritual através dos olhos do mundo corporal?
Resposta: Esta é a maneira como somos construídos; estes são os nossos desejos. Nós só conseguimos satisfazê-los através dos meios que foram dados a nós: mãos, pernas, os sentidos recebidos e o cérebro.
Meu cálculo é bem simples: satisfazer-me o máximo possível com os prazeres desejados e permanecer constantemente satisfeito, 100% do tempo. Mas, no momento em que me aproximo da linha superior de satisfação, o prazer desaparece, e eu preciso descer um pouco. Por exemplo, antes de uma refeição, eu devo estar com fome para que ele me dê prazer.
Nós precisamos nos preocupar em criar o Kli (vaso) e a satisfação que seja adequada a ele. No entanto, a satisfação não precisa extinguir a deficiência, mas sim acompanhá-la. É melhor quando a satisfação e a deficiência caminhem juntas; quanto mais eu recebo, mais eu quero; eu ainda recebo e ainda desejo, repetidamente.
Aqui surge a pergunta: O que eu sinto – prazer eterno ou deficiência eterna, ou talvez uma forma ou outra?
Em nosso mundo a única possibilidade de desfrutar tanto a deficiência quanto a satisfação é se ambas forem dirigidas a um terceiro. Então, ambas são desejáveis e existem dentro de mim. Não de forma alternada, mas ao mesmo tempo, em conjunto. Sobre isso é dito, “O amor cobre todas as transgressões”.
Se elas existem lado a lado, então, de dentro de sua combinação é criada a linha média, e eu constantemente desfruto, sem fim, sem qualquer transição entre a deficiência e a satisfação. Assim, eu atinjo a forma do Infinito, e não preciso substituir os períodos de carência e realização.
Da 4a parte da Lição Diária de Cabalá 06/02/12, “Introdução ao Estudo das Dez Sefirot“