Construindo Nossa Casa

Dr. Michael LaitmanBaal HaSulam, “Prefácio ao Livro do Zohar“, Item 26: Além disso, a pessoa não executa nada durante a construção, mas somente de acordo com os detalhes dispostos diante dela no projeto… Assim, não há um único e minúsculo item gerado neste mundo que não se estenda desde Ein Sof, desde o primeiro estado das almas. A partir de Ein Sof, ele se estende para o mundo de Atzilut, ou seja, especificamente associado à coisa que está realmente sendo gerada neste mundo. Do mundo de Atzilut, a geração se estende aos três mundos de BYA, onde a geração aparece de fato, onde ela deixa de ser Divina e se torna uma criatura, passando por Yetzira e Assiya, até que se estenda até o inferior neste mundo.

Só uma coisa foi criada: o desejo. A criatura existe neste desejo e sente, pensa e entende nele. O maior desejo da pessoa é poder sentir e compreender melhor. Quanto mais variado o desejo, maiores as formas dela poder perceber a realidade.

Se o desejo da criatura tivesse ficado do jeito que foi criado, não teria sentido nada. Este é o resultado das quatro fases de Luz direta. Nosso desenvolvimento começa quando a Luz começa a influenciar o desejo, que foi criado como “existência a partir da ausência”. Ao longo de todo o caminho, o desejo desenvolveu-se pela Luz e recebeu atributos, alterações e ímpetos para agir a partir dela. Na Luz há o pensamento da criação. Portanto, quando o desejo foi criado pela Luz, este pensamento foi posto em prática.

Quando o desejo se desenvolveu, ele começou a perceber diferentes impressões da Luz que se transformaram em recepção. Ele recebe, sente, compreende e responde. Cada ação da Luz iniciou o mecanismo de mudanças dentro do desejo: ele a absorveu-o sucessivamente, sentiu e respondeu várias vezes.

Na verdade, a Luz é fixa e não se move. Ela apenas se apresenta ao desejo desta maneira. É no desejo que todas as mudanças ocorrem, até que ele “se vira” tantas vezes e acumula tantas mudanças que o fazem parar e iniciar o caminho de volta. A Luz está num estado de repouso absoluto e cumpre o seu plano interior, que é para o desejo retornar à fonte, mas de modo que ele próprio queira voltar para o ponto onde a Luz deu origem a ele, e justificar a sua criação. Assim, ele justifica e compreende a Luz.

Durante todo o caminho até o nosso mundo, e a volta, ocorre por meio da Luz. Quando a Luz brilha sobre o desejo e se afasta dele, ela se espalha de cima para baixo. Então, a Luz realiza a ação oposta e a criatura começa a se aproximar dela, mas o faz conscientemente, desejando voltar à Luz, ou seja, assemelhar-se a ela. Depois, a criatura recebe a Luz circundante que a ajuda, e ela sempre quer adquirir a Luz interior em vez disso; em outras palavras, quer se tornar como Ela.

De acordo com meu livre arbítrio, a Luz me influencia e me muda. Então, eu adquiro a equivalência de forma e a Luz se espalha dentro de mim. Este é o nível da minha doação. Assim, a partir de uma distância, o desejo de receber retorna para a Luz e é incorporado no mesmo.

Assim, nós alcançamos o plano inicial do Criador e diferentes partes gerais do “projeto”. O “projeto” em si está no mundo de Atzilut, e nós estamos nos mundos de BYA, tentando realizá-lo, na correção da matéria do desejo. Como um arquiteto, a pessoa constrói sua casa e adquire controle sobre seu vaso.

Da 2ª parte da Lição Diária da Cabalá 03/02/12, O Zohar