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A Correção Nunca É Individual

Dr. Michael LaitmanBaal HaSulam, “Introdução ao Estudo das Dez Sefirot“, Item 94: Está escrito: “Aqueles que me procuram me acharão”. Pode-se pensar que nenhum esforço especial é necessário aqui, e até mesmo uma pessoa pequena que não está pronta para empenhar-se também vai encontrar o Criador. Mas os sábios nos alertam para não acreditar nessa interpretação. Pelo contrário, o esforço é essencial aqui, e se a pessoa “não trabalhou e encontrou, não acredite”.

Se a pessoa caminha sozinha, ela não tem absolutamente nenhuma chance de correção. Está escrito: “Grupo ou morte”. Quando a nação de Israel estava no Monte Sinai, ela foi agraciada com uma condição: ou vocês se unem como um só homem com um coração, ou este será o seu local de sepultamento. Em outras palavras, se vocês não se unirem, vocês nunca vão adquirir a vida espiritual. Pelo menos parte do vaso deve ser corrigido.

Você pode pensar: “Como pode ser isso? Isto significa que todos devem ser corrigidos. E só se espera que eu corrija determinada parte do vaso comum?”.

Só nos parece que fazemos as correções individuais. Na verdade, este processo abrange o mundo todo, apenas em parte (99,9%) dos vasos a correção acontece sem eles perceberem, enquanto na outra parte isso acontece de forma consciente, depois que se eleva o fundamento necessário (MAN) e realiza-se a análise necessária. Como resultado, o vaso inteira comum se conecta ao processo de correção, e isso é algo que devemos saber. É também por isso que precisamos cuidar de todo mundo.

Também devemos entender o princípio do “trabalhei e encontrei”. Todo o nosso trabalho equivale aos nossos esforços para unir, que nos levam a “descoberta” do Criador. Só depois que estes esforços são realizados é que a resposta vem na forma da Luz superior, que faz a correcção. Nós temos que apresentar a ela o nosso verdadeiro desejo de união e, assim, ela influenciará esse desejo, soldando e fundindo-nos todos juntos, transformando-nos novamente num vaso inteiro.

Então, todos os desejos – tudo que foi revelado durante a quebra – se conecta conosco nesse vaso como Aviut e nós adquirimos um vaso 620 vezes maior do que antes.

Da 4ª parte da Lição Diária de Cabalá 13/02/12, “Introdução ao Estudo das Dez Sefirot

Uma Equipe Unida

Dr. Michael LaitmanPergunta: Qualquer dinâmica de grupo passa por vários estágios. A primeira fase obrigatória é a fase da segurança. Antes que a pessoa se abra, ela precisa sentir que está num espaço seguro onde ninguém vai ferir ou humilhar.

Resposta: E o mais importante, este espaço tem que ter a qualidade conhecida como garantia mútua.

Para alcançar o objetivo, nós precisamos do apoio de todos os outros, como, por exemplo, numa boa equipe de ataque ou no exército, quando eles entram numa missão de reconhecimento e todo mundo se sente confiante no fato de que os outros vão sempre lhes dar cobertura. Você avança porque para você a sensação de “eu” já desaparece e, em vez disso, há a sensação de “nós”. Essa sensação é tão forte que nem sequer importa para você decidir se quer viver ou morrer, a coisa mais importante é implementar a idéia comum.

Quando as pessoas estão unidas através de uma idéia compartilhada, elas perdem os interesses individuais, enquanto o comum, o coletivo, começa a influenciá-las de tal forma que, por causa da execução de seu objetivo comum, a sua idéia compartilhada, elas já não se importam de que forma isso vai ser atingido por elas pessoalmente.

Se alcançarmos tal estado de união da sociedade, a pessoa sobe exatamente ao grau chamado de “Adão”. Ou seja, nós precisamos ter um objetivo que sempre estará diante de nós. Precisa ser por nós: não por uma pessoa com quem nós trabalhamos, mas por nós. Caso contrário, se nós não começarmos a lutar por este objetivo, a natureza vai nos empurrar, de forma muito dolorosa, por meio de tremendo sofrimento, em direção a ela com as suas forças coercivas. De uma forma ou de outra, no estado final, nós teremos que chegar a esta forma de comunicação entre nós, esse tipo de união.

Da “Lições sobre o Novo Mundo” # 8, 15/12/11

A Coabitação Civilizada Ou “Bazar” Europeu?

Dr. Michael LaitmanPergunta: Suponha que todos nós possamos decidir que os estrangeiros que vieram ao nosso país para trabalhar causem prejuízos. Mas como podemos concordar com alguma coisa mais positiva e integral?

Resposta: Uma coisa é falarmos de uma família, onde as pessoas são forçadas a chegar a um acordo, ou seja, elas têm devem concordar ou se separar. Mas se estamos falando do tipo de egoísmo que não nos obriga a estar juntos, como no exemplo dos trabalhadores estrangeiros, então isso é uma coisa completamente diferente. Aqui temos que chegar a um sentido de necessidade da convivência integral, terrena e civilizada, que precisa ser construída baseada na educação.

Muitas vezes me perguntam:

– Você israelense?
– Sim.
– Você tem um problema com seus vizinhos?
– Claro! Quem não sabe disso?
– Concorda com a abertura das fronteiras do país? Você pode viver com eles em paz?
– Claro!
– Então, por que não faz isso?
– Eu concordo! Mas só depois educamos uns aos outros.

Eu não seria capaz de viver no mesmo apartamento com o meu vizinho até que um completo entendimento mútuo surgisse entre nós. Mas para que isso ocorra é preciso passar pelo processo de educação, para que ambos se entendam, sintam e se aproximem. Sem isso você não pode abrir as fronteiras.

Na Europa, eles abriram as fronteiras e agora querem fechá-las novamente. Por quê? Bem, porque durante os 20 anos de existência dos mercados europeus, eles não se ocuparam com a educação das pessoas.

Eu diria mesmo que era um “bazar” Europeu, nem sequer um mercado, porque eles não perseguiram a educação ou integração dos povos. Há um número enorme de culturas, línguas, de tudo. “Nós somos a Europa!”. Em que, exatamente, vocês são a Europa? Hoje está se tornando claro que este é simplesmente um conjunto de pessoas completamente incompatíveis. Depois de todo esse tempo, alguma nacionalidade européia foi criada a nível mundial, algum tipo de cultura compartilhada? Não. Pelo contrário, as contradições estão começando a se manifestar-se externamente cada vez mais.

Em outras palavras, a educação deve preceder absolutamente todas as ações.

Da “Lições sobre o Novo Mundo” # 6, 14/12/12

Aproximando-se Gradualmente De Uma Revelação Instantânea

Dr. Michael LaitmanPergunta: É possível que num minuto eu não entenda nada e, de repente, tudo é revelado a mim, ou isso é um processo gradual?

Resposta: É um processo gradual que leva a uma revelação instantânea. Vemos isso acontecendo conosco. Nós tentamos fazer isso e aquilo, e não resulta em nada; mas, de repente, nós adquirimos uma compreensão e revela-se algo. Nós não entendemos como isso acontece. É como se houvesse algo dentro de nós que crescesse lentamente, explodisse e, de repente, nós ganhássemos compreensão, sensação e realização, tanto na mente quanto no coração. Este processo exige grande concentração durante um longo período de tempo e muitas fases contínuas que, em última análise, levam a um avanço súbito.

Da 3a parte da Lição Diária de Cabalá 12/02/12, “Estudo das Dez Sefirot

Construindo Nossa Casa

Dr. Michael LaitmanBaal HaSulam, “Prefácio ao Livro do Zohar“, Item 26: Além disso, a pessoa não executa nada durante a construção, mas somente de acordo com os detalhes dispostos diante dela no projeto… Assim, não há um único e minúsculo item gerado neste mundo que não se estenda desde Ein Sof, desde o primeiro estado das almas. A partir de Ein Sof, ele se estende para o mundo de Atzilut, ou seja, especificamente associado à coisa que está realmente sendo gerada neste mundo. Do mundo de Atzilut, a geração se estende aos três mundos de BYA, onde a geração aparece de fato, onde ela deixa de ser Divina e se torna uma criatura, passando por Yetzira e Assiya, até que se estenda até o inferior neste mundo.

Só uma coisa foi criada: o desejo. A criatura existe neste desejo e sente, pensa e entende nele. O maior desejo da pessoa é poder sentir e compreender melhor. Quanto mais variado o desejo, maiores as formas dela poder perceber a realidade.

Se o desejo da criatura tivesse ficado do jeito que foi criado, não teria sentido nada. Este é o resultado das quatro fases de Luz direta. Nosso desenvolvimento começa quando a Luz começa a influenciar o desejo, que foi criado como “existência a partir da ausência”. Ao longo de todo o caminho, o desejo desenvolveu-se pela Luz e recebeu atributos, alterações e ímpetos para agir a partir dela. Na Luz há o pensamento da criação. Portanto, quando o desejo foi criado pela Luz, este pensamento foi posto em prática.

Quando o desejo se desenvolveu, ele começou a perceber diferentes impressões da Luz que se transformaram em recepção. Ele recebe, sente, compreende e responde. Cada ação da Luz iniciou o mecanismo de mudanças dentro do desejo: ele a absorveu-o sucessivamente, sentiu e respondeu várias vezes.

Na verdade, a Luz é fixa e não se move. Ela apenas se apresenta ao desejo desta maneira. É no desejo que todas as mudanças ocorrem, até que ele “se vira” tantas vezes e acumula tantas mudanças que o fazem parar e iniciar o caminho de volta. A Luz está num estado de repouso absoluto e cumpre o seu plano interior, que é para o desejo retornar à fonte, mas de modo que ele próprio queira voltar para o ponto onde a Luz deu origem a ele, e justificar a sua criação. Assim, ele justifica e compreende a Luz.

Durante todo o caminho até o nosso mundo, e a volta, ocorre por meio da Luz. Quando a Luz brilha sobre o desejo e se afasta dele, ela se espalha de cima para baixo. Então, a Luz realiza a ação oposta e a criatura começa a se aproximar dela, mas o faz conscientemente, desejando voltar à Luz, ou seja, assemelhar-se a ela. Depois, a criatura recebe a Luz circundante que a ajuda, e ela sempre quer adquirir a Luz interior em vez disso; em outras palavras, quer se tornar como Ela.

De acordo com meu livre arbítrio, a Luz me influencia e me muda. Então, eu adquiro a equivalência de forma e a Luz se espalha dentro de mim. Este é o nível da minha doação. Assim, a partir de uma distância, o desejo de receber retorna para a Luz e é incorporado no mesmo.

Assim, nós alcançamos o plano inicial do Criador e diferentes partes gerais do “projeto”. O “projeto” em si está no mundo de Atzilut, e nós estamos nos mundos de BYA, tentando realizá-lo, na correção da matéria do desejo. Como um arquiteto, a pessoa constrói sua casa e adquire controle sobre seu vaso.

Da 2ª parte da Lição Diária da Cabalá 03/02/12, O Zohar