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Ataque Com Uma Canção

Dr. Michael LaitmanPergunta: O que eu estou atacando na Convenção no deserto de Arava? E como eu posso ajudar os amigos a se preparam para o ataque certo?

Resposta: Eu estou atacando a minha preguiça, indiferença e confusão. Eu tento manter-me constantemente centrado na idéia correta sobre “nós”. Nós somos como um homem com um coração, em garantia mútua, em repúdio mútuo, em união, para que o vaso comum seja revelado.

Neste vaso, todos estão incluídos uns nos outros, de tal forma que eu não sinto a “mim mesmo, unindo-me com os amigos”, mas nós. Eu tenho que subir acima da minha consciência pessoal, ao sentimento comum, que se encontra acima de nós e que temos que adquirir.

Pergunta: Qual deve ser o grito correto na Convenção?

Resposta: Eu não sou a favor de gritar por gritar. Em vez disso, nós precisamos de música, amor, esperança, confiança que reina acima de um grande desejo. Dito de outra forma, nós precisamos tanto de vazio quanto de terra firme.

Antes de cruzar o Mar Vermelho, quando a qualidade de julgamento é revelada, há espaço para gritos, mas agora não é o momento. Eu estou preocupado com a unificação entre todos, de modo que somente o bem seja revelado. Nós precisamos de inspiração e de ascensão, sem qualquer linha da esquerda. Nós estamos diante da Luz que deve se tornar revelada, e, portanto, não há nenhum exame crítico aqui.

Da 4ª parte da Lição Diária da Cabalá 08/02/12, “Introdução ao Estudo das Dez Sefirot

Desenvolvimento Psicológico

Dr. Michael LaitmanPergunta: O trabalho de um psicoterapeuta é composto por avaliações contínuas dos problemas de uma pessoa, onde no final ele começa a entender o que está acontecendo com ela.

Resposta: Seu trabalho não é transformar uma pessoa num psicólogo. Seu objetivo é dar à pessoa um conselho específico e correto, uma receita que ela possa usar, e então tudo estará bem nesta determinada fase. Mas ela possivelmente estará de volta num par de meses ou anos, porque ela está sempre mudando e os problemas e as circunstâncias mudam. Ela vai precisar de você.

Basicamente, essa é uma abordagem muito diferente. Você é um profissional e ela vem buscar conselho. Resumidamente falando, basta dar-lhe um tratamento e pronto.
Mas o nosso objetivo é transformar cada pessoa em seu próprio especialista, porque ela precisa trabalhar constantemente consigo mesma.

Ela sempre encontra novas áreas internas desconhecidas dentro de si, ela revela cavidades, qualidades, pensamentos e desejos egoístas. Como todos eles mudam, eles a colocam em novas posições específicas em relação ao ambiente. É por isso que a pessoa precisa constantemente se desenvolver psicologicamente. Ela precisa ser um mestre.

De “Lições sobre o Novo Mundo” # 7, 14/12/11

Diferentes Golpes Para Diferentes Pessoas

Dr. Michael LaitmanPergunta: Deve haver diferentes livros ou textos didáticos no curso de educação integral? Ou dever haver um livro para todos, traduzido para outros idiomas?

Resposta: Quando a pessoa começa a ascender, ela perde sua identificação com o mundo corporal: “sua tribo”, as pessoas, o clã ao qual pertence, a sua educação.

Isso não importa, porque quando você dirige tudo para o bem dos outros, você deve compreendê-los: o que significa “para o bem”? Talvez não seja de forma algum para o bem deles? Basicamente, você não pode ser o juiz disso.

Por exemplo, quando eu gosto de determinado alimento e ele é bom para mim, eu poderia causar danos ou sensações desagradáveis para outra pessoa oferecendo-o a ela, pois existem muitos gostos e opiniões opostas.

É por isso que a integração pressupõe tanto os sentimentos da outra pessoa quanto a inclusão de seus desejos e pensamentos, utilizando a si mesmo para a realização dela. Basicamente, neste caso eu devo sempre me controlar, mas não de acordo com os meus desejos e pensamentos: não que o que é bom para mim é bom para os outros, “empurrando” assim o que eu desejo para mim para eles. Às vezes isso acontece conosco, e, geralmente, causa conflitos entre pais e filhos. Pelo contrário, eu devo entrar nessa pessoa, sentir seus desejos, e satisfazê-los com a ajuda dos meus desejos.

Esta é a conexão correta das engrenagens. Assim, cada um de nós está trabalhando por todos os outros, como as células no corpo.

De “Lições sobre o Novo Mundo” # 7, 14/12/11

Uma Experiência Delicada

Dr. Michael LaitmanPergunta: As pessoas modernas opõem-se por completo à integralidade, da qual estamos a falar. Uma pessoa que pisa outras pessoas para chegar à frente é melhor que uma pessoa que se rende a todos e se preocupa com os outros. Como regra, a segunda é um perdedora.

Reposta: Vamos fazer uma experiência; fotografemos pessoas e comecemos a mostrar como elas se comportam em diferentes locais. Deixe-as verem a si mesmas de longe. Você pensa que isto não fazrá com que elas mudem, mesmo sem qualquer trabalho social?

Mostremos às crianças o comportamento dos seus pais. Este é o factor de influência mais forte sobre os pais! Vejamos como eles reagem a isto.

Isto irá mudá-los. Se as crianças em casa exprimissem o seu desrespeito ou ressentimento pelas acções dos seus pais, os pais não seriam capazes de permanecer no mesmo estado. Eles seriam forçados a lutar pelo respeito dos seus filhos. É uma catástrofe terrível para os pais quando os seus filhos se ressentem deles, quando os seus filhos não só discordam dos seus pais mas também das suas acções, do que eles são. Precisamos usar isto. Cuidadosa e delicadamente, mas necessariamente, devemos fazê-lo.

De “Lições Sobre um Novo Mundo” #7, 14/12/11

Altruístas Corpóreos E Egoístas Espirituais

Dr. Michael LaitmanPergunta: Recentemente assisti a um encontro de representantes de crenças orientais. Todos eles foram muito simpáticos e preocupados uns com os outros. No que o comportamento deles difere da educação global integral que falamos?

Resposta: Primeiro que tudo, o comportamento deles não é conduzido pela necessidade da natureza. Eu sou um egoísta. Eu sou completamente indiferente a todos os métodos, incluindo o meu (se é que podemos chamar-lhe meu). Eu simplesmente olho o mundo, o seu movimento e evolução, como um técnico, e percebo que não há nada que possa ser feito.

Não sou um apoiante de uma ideia específica. Não estou a tentar inventar algo fictício, algum novo reino maravilhoso. Eu percebo que estamos aqui no caminho do desenvolvimento necessário, e é por isso que este caminho é o melhor para nós e leva-nos em direcção ao objectivo correcto. Este é o primeiro ponto.

Segundo, eu não tenho ideias idealistas. Eu aplico egoísmo ao nosso desenvolvimento sem suprimir, diminuir, ou escondê-lo. Ele não vai a lugar nenhum; em vez disso, continua a se desenvolver ainda mais.

De facto, agora estamos a desligar o egoísmo entre nós, não irá se desenvolver. Nós não sentimos o quanto nós realmente nos odiamos uns aos outros, quão oposto somos, o quanto cada um de nós quer realmente destruir toda a gente e permanecer completamente sozinho, ou apenas deixar os outros como dóceis actores de todos os seus desejos.

O método de educação integral e ensino envolve o uso de todos os recursos internos e externos, naturais e humanos. Não é de forma alguma construído na supressão de qualquer coisa, e é por isto que funciona para toda a humanidade.

Todos os outros métodos são baseados na supressão do egoísmo, na ausência do seu uso. Mas ele ainda salta cá para fora e mostra-se a si mesmo porque continua sempre a desenvolver-se em nós, a cada segundo, de uma geração para a outra, e não há nada que possamos fazer sobre isso.

Além disso, todos estes métodos são dirigidos a um número muito limitado de pessoas. De acordo com estudos, entre seis e dez por cento das pessoas no mundo têm inclinações altruístas naturais: dar, viver em harmonia, pintar flores, etc. Nós estamos familiarizados com este fenómeno. Mas este destino apenas pertence a muito poucas pessoas e os outros não as conseguem perceber de forma alguma: “Bem, continuem a visitar hospitais, continuem a ajudar os doentes e os mais velhos. Vocês não estão a ferir ninguém; é magnífico o que vocês fazem, vocês são boas pessoas. Mas não nos arrastem para isso”.

Mas aqui é um assunto totalmente diferente: a Natureza, especificamente, obriga egoístas a tornarem-se altruístas com a ajuda do mesmo egoísmo. Por outras palavras, nós damos a este egoísmo – toda a nossa natureza, todas as nossas propriedades – a realização máxima.

De “Lições Sobre um Novo Mundo” #7, 14/12/11

Não É Uma Crise Do Capitalismo, Mas Do Individualismo

Dr. Michael LaitmanOpinião (V. Ganzhin, Instituto de Pesquisa Global e Movimento Social ): “Crise é uma contradição entre o objetivo e os meios do capitalismo. É uma violação da troca entre pessoas, uma catástrofe social. É um estado em que a superprodução de mercadorias não coincide com o consumo limitado pela capacidade das pessoas de pagar suas contas (solvência).

“Tudo é construído em cima da ganância por dinheiro. Os vendedores aumentam os preços. O objetivo do capital é aumentar os lucros. O principal estímulo para um capitalista é a ganância por dinheiro e o desejo de aumentar receitas. Para alterar esta situação, é necessário renunciar a orientação para o dinheiro, para a rentabilidade. É essencial criar uma produção focada nas ‘necessidades humanas’, para reestruturar a produção, de modo que a satisfação das necessidades humanas ao invés dos lucros torna-se seu principal objetivo.

“Redução do tempo de trabalho. Como meio de vida, o trabalho vai desaparecer. A produtividade do trabalho vai se tornar tão eficaz que o tempo que necessário para produzir bens vitais será completamente minimizado.

“Crise é uma contradição entre o objetivo e os meios do capitalismo. A principal coisa é recusar o principal incentivo do modo de produção capitalista: a orientação financeira e a rentabilidade. Os capitalistas, os governos e a atual mentalidade geral da sociedade consideram a expansão do consumo e um maior crescimento da solvência como a salvação da crise. Mas, na verdade, o verdadeiro resgate não está nas garantias sociais; a crise exige a libertação do próprio capitalismo”.

Meu comentário: Esta não é uma crise do capitalismo, é uma crise do individualismo. Não é uma simples crise de superprodução capitalista, mas sim o nascimento de um novo nível da humanidade-uma comunidade integral. Em vez de lutar com o capitalismo, devemos construir a sociedade da garantia mútua, criando um ambiente educacional que irá influenciar as pessoas. Só a transformação da consciência humana vai nos elevar a um novo nível de existência. Caso contrário, a natureza nos obrigará a isso através de suas forças severas do desenvolvimento.

As Pessoas Recolhem-se Em Si Mesmas

Dr. Michael LaitmanOpinião (do Vesti.ru): “Os pais querem que seus filhos cresçam auto-confiantes. A s crianças têm por objetivo alcançar o sucesso. A ambição e o sentimento de superioridade são incutidos nelas. A criança é um reflexo do nosso sistema de valores.

“Em 2011, os pais queriam desenvolver em seus filhos a capacidade de atingir seus objetivos, um senso de responsabilidade, e a capacidade de se defender. Em 1998, eram as boas maneiras, a capacidade de se comportar na sociedade e de se comunicar com as pessoas. Hoje em dia, estas qualidades não estão incluídas nem mesmo entre as “cinco mais importantes”.

“Estes dados sugerem que o mundo se tornou muito mais difícil, e as pessoas mais auto-centradas. Nós costumávamos dizer ‘nós’ e agora dizemos ‘eu’, mas é difícil viver assim, quando você tem apenas “eu”: você está sozinho!”.

Meu comentário: O nosso sistema de valores é uma consequência do nosso egoísmo crescente. Ele vai crescer até que percebamos suas propriedades mortais e comecemos a buscar meios de lidar com ele. Então, vamos sentir a necessidade de um método de correção e começar a sair da crise geral. Nós podemos avançar neste momento disseminando o método da garantia mútua.

Perguntas E Respostas Sobre Espiritualidade

Dr. Michael LaitmanPergunta: Será que beneficia uma pessoa no seu trabalho espiritual incorporar o processo de correção e o seu trabalho como um hobby (no seu tempo livre)? Digamos, por exemplo, se um homem é um programador de computadores e ele aplica os diagramas de sabedoria para um programa biomimético, que iriá construir uma necessidade para um determinado aspecto da realidade e, em seguida, aplica o processo de correção para essa necessidade através desta concepção do programa, isso vai ajudá-lo a perceber melhor o objetivo espiritual?

Resposta: Não, você deve relacionar-se com a  correção como a principal coisa na vida, enquanto a programação de computadores como a uma necessidade. Você perde a importância do objectivo.

Pergunta: Podemos encontrar-nos ou ter contato com aqueles que já estão no mundo espiritual?

Resposta: Você pode conhecer todos aqueles que estão lá, independentemente de eles existirem ou não neste mundo, desde que você esteja no seu nível.

Pergunta: É um erro: YodKeyVavKey ? Só ouvi falar de YodHeyVavHey.

Resposta:  Isto é para manter o mandamento “não diga o nome do Senhor em vão”. Do mesmo modo que não chamamos os nossos pais pelo nome.

Uma Necessidade Natural

Dr. Michael LaitmanPergunta: Na década de 1920 e 30, um famoso psicólogo Soviético, Vygotsky, introduziu o conceito de “zona de desenvolvimento proximal”, que, entre outras coisas, fala sobre a diferença entre o “Eu” ideal e o “Eu” real. Se esta zona se torna muito grande, em algum ponto o contato entre os dois sistemas se quebra e a pessoa perde o contato com a realidade. O engano e a mentira aparecem, que é o que aconteceu na Rússia. Você vê algum perigo no fato de que é muito grande a diferença entre a imagem ideal de uma sociedade integral e o estado real das pessoas?

Resposta: Você entende o que é uma “necessidade natural”? Se naquela época todas essas idéias eram simplesmente desejáveis na Rússia, em nosso estado atual elas são totalmente necessárias. Se naquela época era possível criar uma sociedade capitalista, e para aqueles que viviam na demolida, pobre, deprimida e livre Rússia, o florescente mundo ocidental parecia um paraíso na terra, hoje já não é este o caso. Hoje, apenas uma única imagem aparece diante de todos nós: a aniquilação absoluta ou o trabalho construtivo num novo nível.

É por isso que eu enfatizo que é necessário estimular constantemente este ponto na pessoa. Outra solução simplesmente não existe.

Da mesma forma, não há outra solução para a atual crise Européia. Eles estão constantemente tentando evitá-la, adiar a decisão até futuras reuniões, prometendo que daí vão pensar em algo. Mas, é claro, não há nada para pensar. Tudo está se dirigindo sabe-se lá para onde, porque ninguém consegue calcular e prever as consequências negativas dessa história sem fim e da destruição forçada que se segue.

Não há outra maneira. Isso é em primeiro lugar.

E segundo, o racha. Acho que aqui devemos nos empenhar num trabalho sério e, mais importante, para desenvolvermos progressivamente a sociedade. Nós só temos um único mecanismo de influência sobre a pessoa: o ambiente circundante. Apenas o ambiente circundante, não existe outra possibilidade. Psicólogos, sociólogos, tudo isso é bom, mas sem a influência de uma sociedade sobre a personalidade, esta não vai mudar, não vai receber deles um propósito que viva internamente.

Se algum especialista me fala sobre tudo isso, eu o ouço, fico assustado por um instante, surpreso, imbuído de um conceito, e estou pronto a realizá-lo, a agir e lutar por algo logo ali e agora. Eu faço promessas a mim mesmo. Mas depois, sem o ambiente, sem a força envolvente a obrigar-me, eu nunca o farei realmente.

Preciso de uma sociedade que defenda esta idéia e um movimento que me obrigue à sua implementação, contando com as minhas qualidades pessoais como a inveja, o ciúme, o desejo de me elevar e realizar-me, e o sentimento de vergonha: quem sou eu comparado a eles, como me pareço aos olhos dos meus filhos e entes queridos. Aqui é preciso utilizar todos os recursos disponíveis (e todos eles são egoístas, uma vez que existem em torno de egoísmo), a fim de obrigar a pessoa a penetrar progressivamente nessa necessidade conscientemente reconhecida de uma unificação integral com os outros.

Especialistas e psicólogos devem liderar isto, e atrás deles, uma parede social, os meios de comunicação de massa.

De uma “Conversa sobre a Educação Integral” # 6, 14/12/11