Um Jogo Como Oportunidade De Auto-Expressão

Dr. Michael LaitmanPergunta: No sistema integral de educação para crianças, os grupos não devem ser grandes, apenas com cerca de dez pessoas, duas das quais são instrutores. Este princípio também vale para os adultos?

Resposta: É muito mais fácil com os adultos, uma vez que eles são pessoas mais responsáveis. Eles se concentram alegremente no instrutor e participam das discussões com ele. Um instrutor é mais do que suficiente para 30-40 pessoas, ou talvez dois para 50 pessoas. Você não precisa manter os adultos unidos, motivá-los, ou ser brincalhão com eles, mas apenas educá-los na forma de um jogo. Essa é a primeira coisa.

Em segundo lugar, precisamos entender que as pessoas devem passar por uma transformação interior muito séria. É um tremendo trabalho psicológico da pessoa no seu próprio eu; é sua introdução em si mesma: Quem sou eu? É por isso que é necessário filmá-la neste jogo para que ela se veja de fora.

Afinal, nós estamos jogando o tempo todo. Eu represento certa imagem que eu vi há muitos anos atrás, adotei-a e estou recriando-a hoje. É assim que conduzimos a nós mesmos. Isso está claro na psicologia. É por isso que a tarefa mais importante nesses cursos práticos é prover a pessoa com o máximo sortimento dessas imagens para que ela possa reproduzir depois.

Baseado no fato de que a pessoa as criará e controlará, ela entenderá quem realmente ela é, porque suas faculdades e atributos interiores constantemente se revelarão em relação à imagem que ela representou no jogo. Essa distância, a diferença entre quem eu sou e o que estou interpretando, ajudará a pessoa a finalmente alcançar e conhecer a si mesma. Essa é a coisa mais importante. Então, ela vai realmente ser capaz de expressar a si mesma, suas qualidades internas, propriedades e talentos inatos. É aí que o mundo vai realmente tornar-se integral, porque cada um terá a oportunidade de se expressar.

Além disso, temos que preparar instrutores para a nova sociedade integral de todos e cada um dos nossos estudantes, mesmo os mais atrasados. A pessoa não tem o direito de ser apenas um aluno passivo e estudar somente para si: ela tem que estudar a fim de educar os outros. Ela tem que sentir que, na medida em que adquire essa nova forma de conexão entre as pessoas, ela mesma se torna parte ativa desta conexão e deve necessariamente levá-la adiante.

Assim, os estudantes que estudam conosco por meio ano a um ano devem necessariamente conduzir grupos de iniciantes. A princípio, claro, eles devem abranger apenas tópicos muito limitados e trabalhar com instrutores seniores. Para eles isso é totalmente necessário. É precisamente ali onde eles desenvolvem suas habilidades!  É exatamente assim que os outros aprendem com eles!

Nós não precisamos esconder o fato de que estamos preparando nossos alunos para se tornarem professores, e devemos colocá-los imediatamente numa estrutura de ensino apropriada. Primeiro de tudo, isso deveria forçá-los a estudar o material mais cuidadosamente e compreendê-lo melhor. Em segundo lugar, isso vai desenvolver uma conexão mais estreita entre eles e os outros. A coisa mais importante em todo esse estudo é precisamente as atividades práticas.

Da “Palestra sobre Educação Integral” 12/12/11