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Sem Timão

Dr. Michael LaitmanPergunta: O que vai nos ajudar a não esquecer um ao outro?

Resposta: A necessidade de um trabalho espiritual, a compreensão da importância da meta. Eu não esqueço o que é importante para mim.

Se a meta espiritual não é importante para mim, eu tenho que ganhar a sua importância dos amigos. Mas e se eles não a valorizam? Acontece que nós estamos nadando juntos no oceano sem um timão. Há muitas pessoas a bordo, mas elas não têm uma direção. Poucos marinheiros no convés estão gritando que temos que chegar a terra firme, mas os outros estão apenas se divertindo e não têm nenhuma preocupação no mundo…

Da 3ª parte da Lição Diária de Cabalá 12/01/12, Talmud Eser Sefirot

Um Pedido Para O Resto Da Vida

Dr. Michael LaitmanPergunta: O que devemos pensar ao ler O Livro do Zohar? Nós deveríamos nos concentrar em algum pensamento simples e específico?

Resposta: Durante todo o dia você deve discernir o que você quer pedir. Suponha que você tenha 20 pedidos. Escolha um deles, o mais importante, e verifique se todos os outros estão incluídos nele. Não basta escolher um dos 20, deixando todos os outros para trás. Afinal, não é assim que se chega ao Rei, que é capaz de realizar todos os nossos pedidos.

Deve ser um pedido, mas deve incluir todos os seus desejos. Você tem que estar confiante de que se você se dirigir a Ele com este pedido e receber o que deseja, você nunca vai precisar de mais nada. Você se dirige ao Rei uma vez com um pedido, e se você receber uma resposta, você está completamente satisfeito. Caso contrário, você estaria menosprezando a dignidade e a perfeição do Rei.

Mas se você vier com muitos pedidos, isso significa que eles não incluem um único pedido real e você é como uma criança que entrou numa loja de brinquedos e enlouqueceu, sem saber o que pegar, porque quer tudo. Se você está neste estado agora, você não receberá permissão para ir ao Rei visto que você não tem um pedido sério. Você só pode entrar com um pedido

No entanto, não deve ser um pedido que surgiu agora em você, temporariamente, mas deve ser um que você provavelmente nunca pedirá mais nada, nunca mais. Você discerniu a coisa mais importante que você precisa e isso não vai mudar mais.

Este é o pedido que você deve anotar e verificar – você tem 24 horas para fazê-lo, até a próxima leitura do Livro do Zohar amanhã! Depois, verifique-o por vários dias – se ele é o pedido correto ou não.

É desejável verificar a si mesmo e, desta forma, mudar toda a sua vida, se necessário… Então, você verá como seus desejos mudam e aprenderá quem você é. Toda a ciência da Cabalá é um estudo de nós mesmos, a realização da realidade, o Criador através da autorealização.

Da 2ª parte da Lição Diária de Cabalá 24/01/12, O Zohar

Nós Podemos Não Sofrer?

Dr. Michael LaitmanPergunta: Por que nós vemos o nosso caminho espiritual como “masoquista”? Por que não podemos evitar o vazio e o sofrimento?

Resposta: Neste caminho, nós sofremos por amor. Nós lamentamos que somos privados da equivalência com o Criador.

Você realmente acha que o Criador o priva de alimentos, água, abrigo e saúde? Não, nós estamos falando do sofrimento daqueles que querem ser como Ele.

De repente, os nossos desejos e prazeres egoístas ficam maior; na verdade, os desejos e prazeres são os mesmos e não podemos lidar com eles por mais tempo. Neste caso, nós sofremos e o Criador desaparece da nossa vista. Anteriormente, Ele se expôs para nós. Mas, mais tarde, surgem situações difíceis e não conseguimos lidar mais com Sua revelação. Então, Ele se oculta de nós.

Não há comparação com o sofrimento de uma pessoa normal que em vez de ganhar 10 mil ontem, hoje ganha apenas cem. Nós temos que compreender a linguagem dos Cabalistas que fala de coisas espirituais, em vez do plano material. No caminho espiritual, “punição” significa ocultação do Criador e nossa incapacidade de doar.

Da 4ª parte da Lição Diária de Cabalá 19/01/12, “Introdução ao Estudo das Dez Sefirot”

Cada Ponto Do Círculo É Um Pico

Dr. Michael LaitmanPergunta: A parte superior dos Partzufim se veste uma em cima da outra, como os degraus de uma escada, onde há sempre um superior e um inferior. Será que a mesma estrutura existe no grupo, ou lá todos são iguais?

Resposta: No grupo nós vestimos um em cima do outro numa certa ordem, e finalmente todos nós formamos um círculo. Nós não precisamos pensar nisso. É uma estrutura pré-determinada que não pode mudar. Apenas as conexões entre nós mudam: com que intensidade é que cada um se conecta com os outros. Mas nós não podemos mudar a ordem de quem se conecta com quem ou toda a rede que é formada com a queda das almas após a quebra. Sua estrutura é determinada a partir de Malchut de Ein Sof.

Nós não mudamos nada na realidade! Nós só abrimos ou fechamos o fluxo da abundância da Luz, porque após a primeira restrição, isso depende de nossas intenções. Mas a estrutura do sistema nunca muda. Mesmo quando nós dizemos que certos Partzufim espirituais sobem ou descem, conectam-se e se separam, estamos apenas nos referindo à passagem da abundância da Luz e não como eles estão dispostos em relação uns com os outros na estrutura geral.

É como uma estrutura de ferro em que certas conexões podem ser quebradas, mas é impossível mudar a estrutura em si, porque tudo é construído de acordo com a escada dos níveis espirituais que se espalham de cima para baixo. Mesmo durante a quebra, a ordem exata, que determinou como as centelhas (as Luzes e os vasos) foram divididas, foi mantida. Assim como antes da quebra, a altura foi determinada pela intenção de doar, de modo que após a quebra é determinada pela intenção pelo meu ego, segundo uma ordem egoísta precisa. Isto significa que não só todo mundo é importante, mas é totalmente essencial!

No grupo existe “superior” e “inferior”: cada um é ao mesmo tempo superior e inferior em relação aos outros e, juntos, todos eles formam um círculo. Todo mundo está conectado a um feixe pela intenção de doar, embora ninguém seja igual ao outro. Talvez por isso, você será capaz de entender como cada um é diferente dos outros, e se há algo dentro dele que não existe em mais ninguém, e nisso ele é a cabeça para todos, é impossível substituir ou destruir um único atributo, porque então não haveria plenitude.

Da 3a parte da Lição Diária de Cabalá 23/01/12, “O Estudo das Dez Sefirot

Como Renunciar Aos Desejos Destrutivos

Dr. Michael LaitmanPergunta: Se uma pessoa vai para o caminho errado, por exemplo, mergulha no alcoolismo, como regra, ou ela atinge o fundo do poço e se destrói, ou alguma transformação interior ocorre. Basicamente, toda a humanidade está indo por esse caminho agora. A nossa tarefa nos cursos de educação integral é fornecer à pessoa uma ferramenta que a impeça de se destruir, de destruir em pedaços a sua vida. Será que pode ocorrer uma virada no meio do processo e não no seu final?

Resposta: Uma das qualidades do homem é a empatia. Se nós mostrarmos a alguém que está partindo para um caminho vicioso (digamos, abuso de drogas) um outro indivíduo cuja vida está por um fio devido a estas mesmas drogas, eu acho que isso vai ter um forte impacto sobre ela, independentemente dela querer parar ou não.

Se levarmos pessoas a uma enfermaria de câncer num hospital, elas verão o que fumo faz. Pessoalmente, eu fumo, muito moderadamente (na minha opinião), mas mesmo assim eu fumo. Então, eu sei por mim mesmo que se eu tivesse andado por tais lugares no meu tempo, isso teria me afetado fortemente. E se eu me encontrasse num ambiente que desdenha o fumo e manifestasse o seu desprezo para com os fumantes, eu teria naturalmente uma sensação que me obrigaria a perceber o vício desta ação.

É por isso que tudo depende do quanto eu posso absorver do meu ambiente a quantidade de realização do mal que me falta, a fim de romper com o estado de transição, onde eu ainda estou recebendo prazer e não destruí totalmente a mim mesmo.

Para isso eu preciso de um ambiente sério, uma comunidade, um grupo ou uma classe onde eu estudo. Nós sabemos que, se a opinião pública de um grupo de pessoas segue certa tendência ou adere a alguns princípios especiais, todo mundo está involuntariamente obrigado a segui-la. O instinto de rebanho é inerente às pessoas, porque uma pessoa avalia a si mesma somente em relação a outras. Ela não se permiti ser melhor ou pior do que o resto. O que importa para as pessoas é a sua importância aos olhos da sociedade, mas em que direção (positiva ou negativa), não faz diferença. Portanto, se nós criarmos um determinado padrão social, todas as pessoas serão obrigadas a lhe obedecer; assim nós somos criados.

Da “Discussão sobre a Educação Integral” # 5, 13/12/11

Decida Quem Lhe Governará

Dr. Michael LaitmanNós temos que passar por um longo processo de esclarecimento. Desde o início da criação até a sua conclusão, tudo o que fazemos é esclarecer como podemos estar satisfeitos em relação à força de doação, a fonte, o Criador.

Nós passamos por alguns dos nossos esclarecimentos inconscientemente, sem nossas sensações e compreensão, como uma preparação para os estados que se seguirão e que exigirão a nossa compreensão e sentimentos. O mesmo ocorre com a forma como uma criança pequena cresce ou qualquer outro desenvolvimento acontece. Você tem que passar por várias etapas e todos os tipos de cálculos, e permanecer neles por algum tempo até começar a sentir que há um novo nível de sensibilidade, compreensão e esclarecimento, e você ascende ao próximo nível.

Mais tarde, a novidade do novo passo é como que apagada e escapasse de nossa memória: a gente se acostuma com isso e, como nós sabemos, um hábito entorpece o sabor. Uma e outra vez, inconscientemente, nós tentamos romper e avançar tanto quanto podemos, até novas sensações surgirem e chegarmos a novas conclusões.

O maior discernimento é quem governará sobre nós: o Criador ou o Faraó, o bastão ou a serpente? Obviamente, à primeira vista cada um de nós está pronto para subir ao outro nível da natureza, o nível de doação. Mas como é que chegamos lá?

É aí que ocorre a luta entre o Faraó e Moisés (ou Aarão) dentro do ser humano. Ela ocorre dentro da pessoa. A disputa é: por quem eu luto? Quando me dizem que não importa quão difícil uma pessoa tenta isso não vai ajudar, por que eu deveria me preocupar em tentar?

Por outro lado, diz-se “Ninguém pode me ajudar a não ser eu mesmo” e “eu trabalhei e encontrei!”. O problema é que a pessoa é incapaz de perceber que as alterações devem ser de natureza interna e ocorrer dentro de si. Apenas devido às mudanças internas é que a pessoa se permite fazer uma nova rodada de cálculos.

Qualquer mudança depende totalmente da misericórdia de Cima: ela ocorrerá ou não. Mas nós ainda temos que continuar trabalhando, e nosso trabalho é encontrar misericórdia aos olhos do Criador, que nos deu esse apoio.

Na verdade, isso realmente prova a frase: “Eu trabalhei e encontrei!”, ou seja, o nosso pedido não é um pedido por si só, mas sim um teste da intensidade do nosso trabalho que é dividido meio a meio. Uma parte é preenchida por nós, o que faz com que a Luz, a outra metade, venha de Cima e faça a correção.

O bastão não deve ser lançado ao chão, porque ele vai se transformar na serpente, o que significa que não devemos desistir do nosso conhecimento, pelo contrário, temos que segurá-lo no alto. “A fé acima da razão” significa o trabalho que realizamos com o nosso intelecto com o melhor de nossa capacidade, deixando a Luz se manifestar e nos corrigir.

Da 1a parte da  Lição Diária de Cabalá 19/01/12, Shamati #59

Nós Precisamos De Um Novo Ponto De União

Dr. Michael LaitmanPergunta: Como é possível usar esse mesmo ponto de união que obtivemos na convenção em dezembro durante as aulas do Zohar?

Resposta: Esse ponto de união que obtivemos já desapareceu, ocultou-se, e foi apagado de nosso sentimento. Nós não devemos sentir muito por isso. Não devemos tentar segurá-lo à força. Nós só precisamos trazer o calor e o entusiasmo daquela elevação espiritual; já que, depois de tudo, nós precisamos sentir uma base segura. Não podemos ficar no ar.

Chegou a hora de nos preocuparmos com um novo ponto de união. Conectar-se não significa abraçar e dar as mãos. A união é determinada pelo quanto eu sou capaz de me desprender de mim mesmo. Na conexão com os outros, não há necessidade de nada de mim; caso contrário, não haverá sequer um traço de conexão real nela. Eu não consigo me conectar com os outros. Na conexão somente o “anti-eu” precisa participar, quando eu me transformo ao invés de me livrar de tudo o que tenho na mente e sentimento, de tudo o que eu sei.

Assim, em primeiro lugar, eu preciso anular o meu “eu”, e então a Luz que reforma age em mim; e, com o que resta, eu me apego aos estados formados por meus amigos. Assim, juntos, nós descobrimos a união entre nós se encontrarmos nossos pontos dentro dos corações, dentro do ego, com a ajuda da Luz que reforma, que os inverte de posterior da santidade para a face da santidade; se nós nos conectamos uns com os outros, essa conexão já é digna de aderência com os justos, com as almas elevadas.

Nós descobrimos nossa conexão com elas e estamos prontos para confiar-nos a elas de modo que elas venham cuidar de nós. Desde já, nós entramos em contato com elas. Antes disso, não havia contato. Elas simplesmente falavam conosco de longe. Depois, nós vamos ver como os escritores do Zohar, o Rabash, e o Baal HaSulam cuidam de nós e nos elevam.

Da 2parte da Lição Diária de Cabalá 17/01/12, O Zohar