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O Violino Vai Tocar Quando O Vento Soprar

Dr. Michael LaitmanAntes de começar a ler ou ouvir o texto que carrega a informação espiritual, é preciso primeiro harmonizar-se ao lugar onde a espiritualidade é revelada. Está escrito: “Do amor às criaturas (ou seja, do amor pelos amigos) a pessoa chega ao amor pelo Criador”. Portanto, desde o início, nós devemos imaginar o grupo, a conexão correta entre nós, dentro da qual aguardamos a revelação.

Toda ciência da Cabalá dedica-se à revelação do Criador às criaturas. E o sucesso depende de como eu imagino corretamente o lugar desta revelação, ou seja, suas condições: a aspiração a ela, a avaliação elevada, a gratidão e, ao mesmo tempo, o sofrimento. Impressões boas e ruins, ou seja, uma grande inspiração e um grande desespero. Tudo isso junto.

Porém, no final, eu me concentro numa realidade na qual espero a revelação do Criador: a qualidade de doação, que governa o universo inteiro a partir da ocultação. “Não há outro além Dele” – a força de amor e doação.

Uma vez que eu me sintonizo dessa forma, a fim de me apegar a esta qualidade, tanto quanto eu posso imaginá-la com todo meu coração e alma, no meu coração e mente, visando todos os meus pensamentos, desejos e forças para ela, então eu posso ler o texto. Ele poderia estar falando em termos técnicos, tais como o Talmud Eser Sefirot, ou ser uma lenda, isso não importa. Por trás de tudo isso, eu tento ver como ele descreve as relações entre eu e a força superior de doação, ou seja, o quanto eu correspondo a ela.

É sobre issoo que o livro ou a voz do leitor me dizem. Não importa qual a forma em que eu recebo informações sobre a revelação do Criador, eu vou estar pronto para percebê-la.

Quando olhamos para nossa vida, também devemos tentar ver como revelar a atitude do Criador, que “se veste” no mundo. Antes de tudo, obviamente, no grupo. Ele desperta todos nós juntos, “dia e noite” (ou seja, em estados diferentes – subidas e descidas), de modo que finalmente nós O revelemos na conexão entre nós.

Todos nós juntos somos como um instrumento musical que deve ser ajustado bem e corretamente, estabelecendo as qualidades adequadas, as conexões mútuas, a harmonia entre nós, de modo que o instrumento seja tocado corretamente. Quando esse vento sopra, que tocou o violino de David, então, como esse violino, vamos tocar juntos.

Em geral, a pessoa deve tentar ver a expressão da força superior em todos os eventos de sua vida, mesmo que ela não entende porque e como as coisas acontecem. Por um lado, na vida normal, devemos tentar agir como normais e ser o mesmo que todos. Mas, ao mesmo tempo, internamente, devemos nos relacionar com tudo como se fosse a revelação do Criador para nós.

Por enquanto isso é como um jogo: não é real, porque você ainda não sabe exatamente como decifrar a imagem que aparece para você, mas ainda assim, você tem que procurar.

Da 1ª parte da Lição Diária de Cabalá 03/01/12, Escritos do Rabash

Amor E Dano São Incompatíveis

Dr. Michael LaitmanPessoas que têm a realização espiritual conhecem as leis do universo e compreendem a natureza das massas. Elas não têm apenas conhecimento, mas também a experiência do seu próprio desenvolvimento, que também começou a partir do nível mais baixo, inanimado. Elas passaram por correções internas e aprenderam a empatia, as concessões, o amor. Elas adquiriram o “kit de ferramentas” necessário para cuidar das massas. Elas sempre agem para o bem das pessoas e não para seu próprio benefício, porque vivem numa natureza diferente, espiritual.

Pergunta: A preocupação delas com o mundo visa a quê?

Resposta: Elas querem “criar um rapaz a sua própria maneira”. À sua maneira, mas criá-lo, ou seja, para gradualmente fazê-lo avançar por meio do estudo, explicações e exemplos, ao invés do sofrimento. Esses sábios realizam o trabalho principal, atraindo a Luz, enquanto as massas recebem o benefício dela.

Hoje, as massas sofrem: algumas ficam sem emprego, algumas estão com fome, algumas têm saúde ruim, problemas com suas famílias, crianças e assim por diante. Nesse ínterim, os sábios atraem a Luz que reforma e ensinam as pessoas num nível simples e acessível, permitindo que a Luz flua para as massas e as corrijam.

Como resultado, as pessoas recebem as Luzes de Nefesh e Ruach, enquanto as Luzes de Neshama, Haya e Yechida permanecem com os sábios em seus graus mais elevados, de acordo com a ordem inversa das Luzes e vasos.

Assim, as massas recebem a satisfação que corresponde exatamente aos seus desejos. As pessoas querem bons filhos, bem-estar de suas famílias, uma pensão segura, saúde, atividades, uma boa casa, férias agradáveis, segurança, etc. Elas não têm desejos de um nível diferente, e também não precisam deles.

Só mais tarde, como parte do processo geral, as massas começarão a se juntar aos sábios, e, assim, ocorrerá uma inclusão mútua. Mas, novamente, ela será passiva na extremidade das massas.

Assim, os grandes descem para servir as pessoas, mas eles não descem em seu interior. Precisamente seu alto grau lhes permite elevar as massas, nível após nível.

Pergunta: Será que isto não implica o risco de causar danos involuntariamente?

Resposta: Pode uma mãe amorosa causar dano a seu bebê? Afinal de contas, nós não colocamos um policial em cada mãe. Esta é a natureza da mãe: cuidar do bebê. E a mãe não apenas cuida do bebê, mas está impregnada de seus desejos. Assim, ela pode prejudicá-lo? Todos os seus pensamentos estão focados no que lhe dará prazer, o que o beneficiará. Qual o leite em pó, a temperatura na sala, na garrafa de água – a mãe não se desconecta dessa onda de amor por um momento sequer.

Da mesma forma, o superior não tem seus próprios desejos. Ele recebe os desejos do inferior e trabalha sobre eles. O amor o obriga a fazer o que é bom para aquele que ele ama. Eu posso amar tanto ele quanto eu. Se eu amar o próximo, eu subo acima do amor próprio, e uso tudo que tenho para servi-lo, deixando apenas o necessário para mim.

Da 4ª parte da Lição Diária de Cabalá 03/01/12, “A Liberdade”

Conectar Dois Opostos? Somente Na Espiritualidade

Dr. Michael LaitmanBaal HaSulam, “A Liberdade”: “É preciso determinar ainda que podemos distinguir duas forças nessa força chamada “desejo de receber”: 1. A força de atração; 2. A força de rejeição”.

Estas duas forças estão sempre combinadas em nós e nunca agem de forma independente. Além do mais, toda a essência, todos os atributos em todas as criaturas, em todos os níveis da espiritualidade e do mundo corpóreo, dependem finalmente da combinação e da adaptabilidade da força de rejeição e da força de atração.

Em nosso mundo, nós vemos que a cooperação entre as partículas do átomo determina o estado da matéria e do tipo de matéria: gases, líquidos, metais, rochas, minerais, etc. As relações mútuas entre as pessoas também são avaliadas pela combinação dessas duas forças: de ódio e rejeição e de amor e conexão. É o mesmo com relação às nossas conexões mútuas com o Criador.

Nós alcançamos a perfeição quando descobrimos a nossa força de rejeição e, acima dela, toda a força de atração. Em outras palavras, quando trabalhamos através da linha média, nós usamos essas duas forças, até alcançarmos a união ideal entre elas. Todos os outros fatores servem e nos ajudar nas fases intermediárias.

Assim, a pessoa se torna “um homem” quando ela pode usar essas duas forças opostas, atração e rejeição, como um todo. Ela as combina através da linha média.

Em nosso mundo isso é impossível. Além disso, aqui ambas agem no lado egoísta. No entanto, no mundo espiritual, elas são de fato opostas, uma é para a conexão e a outro é contra.

A sabedoria da Cabalá fala sobre a união espiritual dessas duas forças: como usar as duas de forma eficiente e alcançar resultados positivos, enquanto nenhuma neutraliza a outra ou “puxa o cobertor” para o seu lado, como acontece em nosso mundo.

Por exemplo, o atrito e o peso da matéria inibe a rotação das rodas de um carro, e por isso é necessário energia para movê-la para frente. Se a força de atração é mais forte que a força de parada, o carro se move para frente; se não, ele fica parado. Assim, o resultado depende sempre do cálculo: quanto mais forte é uma força do que a outra.

Na espiritualidade elas realmente se conectam: a dureza da Masach (tela) e a espessura do desejo agem em conjunto. Elas criam um Zivug deHaka’a entre si, o que significa que primeiro a ação da Haka’a acontece e depois a conexão. O vaso chega a sua realização espiritual de acordo com o nível de conexão e adquire a forma espiritual. Só assim é possível chegar ao resultado correto. Isso depende da matéria interna do desejo, que rejeita, e de sua forma externa, que nos atrai para frente.

Da 4ª parte da Lição Diária de Cabalá1/1/12, “A Liberdade”

“Livre Arbítrio” Involuntário

Dr. Michael LaitmanPergunta: Onde reside o livre arbítrio?

Resposta: Em nosso mundo, a pessoa não tem livre arbítrio. Ela nasce num estado já concluído e desenvolve as qualidades inatas com as quais nasceu e que não escolheu por si mesma sob a influência do ambiente. Nem os seus parâmetros internos nem os externos que a influenciam não são escolhidos por ela, e é por isso que não há liberdade nisso.

A liberdade só existe na escolha de um ambiente específico, de modo que ele me molde para estar no caminho que eu quero estar. Eu escolho o meu ambiente de acordo com o tipo de pessoa que quero ser.

Há um problema aqui também: baseado no que eu acho que exatamente este ambiente me serve e não outro? Basicamente, existem ainda muitos mais esclarecimentos internos aqui, até que a pessoa se desenvolva plenamente e entenda o que ela precisa. Em princípio, ela entende isso em seu coração, ela sente isso: onde exatamente está o seu livre arbítrio. E isso não é fácil. Mas nós temos que levar praticamente todo mundo a este estado.

Da “Palestra sobre a Educação Integral” 12/12/11

Os Desejos Que Eu Não Escolho

Dr. Michael LaitmanPergunta: Quão detalhado e amplo deve ser o curso básico sobre “Evolução como Desenvolvimento do Egoísmo”?

Resposta: Ele deve ser o mais detalhado e extenso possível, porque todos os outros cursos vão derivar e fazer parte do curso principal.

Depois disso virá um curso sobre o livre arbítrio: será que ele existe, o que ele realmente é. Este curso é muito amplo e contém muitos tópicos. Nós não apenas estudamos se o livre arbítrio existe ou não, e como e onde ele pode ser realizado, mas também exatamente em quais elementos da natureza ele existe, será que o ser humano o possui, em qual nível de desenvolvimento, como fazer a diferença entre o livre arbítrio e o determinismo, e assim por diante.

Afinal, nós não sabemos de onde surgem os nossos desejos. Parece-me que eles são meus, mas, na realidade, eles vêm de fora. De onde? Por quê? Os desejos surgem comigo sob a influência da sociedade circundante: eu assisto TV e, de repente, começo a desejar o que está sendo mostrado a mim, e isso é percebido inconscientemente por mim como o meu próprio desejo. No dia seguinte, eu já quero adquirir o que eu vi na TV ontem, e acredito que estou realizando o meu próprio desejo. Todos nós entendemos que é assim que nós somos comprados e como as coisas são vendidas para nós.

Tudo isso deve ser explicado porque está ligado à tomada de decisão, à consciência de onde reside o meu livre arbítrio, e se eu posso ser livre de todas as possíveis idéias e valores impostos sobre mim, que na verdade não são nem valores, nem idéias, mas simplesmente negócios.

Cada tópico que nós desenvolvemos e ensinamos fornece à pessoa uma vasta área de atividade, e é por isso que a informação deve ser transmitida usando um monte de exemplos e discussões. Às vezes, quando você acabou de oferecer o material a uma pessoa do púlpito e de frente, ela não o absorve. No entanto, através de algumas explicações, jogos e situações, ela começa a entender o que estava sendo dito.

Da “Palestra sobre a Educação Integral” 12/12/11

O Começo Da Iluminação

Dr. Michael LaitmanPergunta: Eu sei por experiência que a pessoa está preparada para estudar se você explicar a ela porque isso necessário. Então, por que ela precisa de um curso sobre a evolução do egoísmo?

Resposta: A partir deste curso ela vai aprender não só o começo, mas também o fim de toda esta cadeia. Ela vai se sentir existindo dentro dela. Ela vai ver para onde tudo isso está se dirigindo. Com base nisso, ela poderia tomar decisões corretas em relação a todos os seus estados pessoais.

Comentário: Digamos que eu aprenda como os planetas se formaram. Como isso tem relação com a minha vida?

Resposta: Essa é uma parte da visão global do mundo, que eleva um pouco a pessoa acima de sua parte animal. Quando ela olha para trás alguns bilhões de anos, e quando ela olha para a frente para dezenas ou talvez centenas de anos à frente, ela começa a ver este eixo de tempo praticamente infinito dentro do qual ela existe neste momento – um elemento pequeno, fraco e dependente. Daqui, surge a pergunta nela: “Quem sou eu?”.

Quando ela perceber sua condição lamentável sobre este eixo, será possível começar a elevá-la acima, num novo estado onde ela vai sentir: “Tudo isto está abaixo de mim, eu posso estar no controle de tudo, estou realmente num nível superior e posso sair dos limites do tempo, espaço e história”. Este é o início dessa iluminação que irá surgir dentro dela.

Da “Palestra sobre a Educação Integral” 12/12/11

O Homem Não Desiste

Dr. Michael LaitmanA Cabalá responde à pergunta sobre o sentido da vida. Na realidade, esta questão é muito importante. Isso porque na minha busca por uma resposta a esta pergunta, eu primeiro examino a mim mesmo. Será que eu tenho a atitude correta em relação à vida em tudo o que eu faço?

Eu tenho o desejo por prazer que me obriga a criar uma família, ter filhos e cuidar deles, do meu trabalho, do meu futuro, dos meus pais, do meu ambiente próximo, da minha cidade, meu país, e talvez do mundo inteiro. Tudo isso é apenas para que eu sofra menos.

Desta forma, no final, eu sou apenas impulsionado por diferentes graus de sofrimento. Na melhor das hipóteses, sou impulsionado em como posso me beneficiar disso. Entretanto, o que aconteceria se eu me elevasse acima de tudo isso? E se eu parasse de depender do sofrimento ou prazer e tornasse objetivo, como um homem com H maiúsculo? Talvez eu me tornasse livre de todos esses títulos. Afinal, nada além dos instintos animais me impelem a começar uma família, e instintos sociais me fazem seguir as leis sociais. O que eu faria se eu não fosse impulsionado pelo sofrimento e o prazer?

Hoje, eu sou como um animal que está sendo dirigido em cada passo do caminho, estimulado ou forçado a desacelerar pelas duas rédeas da dor e da doçura. Eu sou como um boneco, uma marionete, um mecanismo frágil, que carece de qualquer oportunidade de fazer algo por conta própria, mesmo um pequeno fragmento de seu caminho.

Então, eu posso assumir essas rédeas? Se não, eu posso ao menos analisar a situação, entender por que isso está acontecendo e qual a finalidade? Por outro lado, será que eu deveria me esforçar para cima? Talvez fosse melhor eu fechar meus olhos e mergulhar nas práticas religiosas ou outras práticas. Talvez isso me desse paz para o resto da minha vida se eu me desconectasse da essência.

É aqui que a pessoa que não desiste e rejeita o que interessa mais se manifesta. Independentemente do prazer, vergonha, sofrimento, orgulho, e outros métodos que a conduzem e controlam na vida, ela ainda procura a independência. “Aconteça o que acontecer, vai acontecer, mas eu devo encontrar a essência. Aqui é onde eu me sinto como pessoa. Não há outra maneira”. Abraão procurou pessoas como esta na antiga Babilônia, e encontrou milhares.

Este é o critério para a humanidade que ajuda a determinar o nível que alcança o seu elemento animal e o nível no qual ela está pronta para se tornar Homem.

Somos nós capazes de acelerar o desenvolvimento humano através da disseminação e da educação, de modo que a humanidade chegue mais rapidamente a essas questões fundamentais? Basicamente, em nossos dias, este é o trabalho “social”.

Da 4ª parte da Lição Diária de Cabalá 24/11/11, “A Essência da Religião e Seu Propósito”

Harmonia Que Nós Mesmos Criamos

Dr. Michael LaitmanPergunta: Qual a mensagem que devemos transmitir às pessoas num curso de economia racional?

Resposta: Nós temos que transmitir estatísticas muito interessantes: a quantidade de recursos que a humanidade deve gastar, a maneira eficiente de usar os recursos naturais e humanos, a energia e assim por diante. Em outras palavras, nós ensinamos às pessoas um curso de harmonia com a natureza, quando não tomamos nada desnecessário dela, como os animais.

Afinal, em nossas vidas regulares nós não somos diferentes dos animais. Então, por que devemos tomar da natureza mais do que precisamos? Um animal cava um buraco para si, armazena alimentos, procria instintivamente, cria sua prole, mata as outras criaturas e as come, mas nunca além de suas necessidades. E nós devemos agir da mesma maneira.

Tudo deve funcionar apenas em harmonia com a natureza. A única diferença é que no nosso caso essa harmonia deve ser algo que alcançamos de forma consciente, em oposição à harmonia nos níveis inanimado, vegetal e animal, que é mantida instintivamente. Nós devemos criar a harmonia por nós mesmos.

Da “Palestra sobre Educação Integral” 12/12/11

Receita Para A Paz

Dr. Michael LaitmanPergunta: Os movimentos extremistas de direita na Europa estão ficando mais fortes. Em geral, quando uma pessoa não vê uma solução para um problema, ela tende a aceitar a aparente simplicidade das reivindicações radicais. Como podemos apresentar nossa mensagem em contraste a isso?

Resposta: Em primeiro lugar, há muitos fatos científicos. Mas os cientistas não podem fornecer uma plataforma séria no momento. Por isso, nós temos que organizá-la de uma maneira que irá mostrar a “semente” racional nas nossas recomendações.

Além disso, nós não devemos esquecer que as tendências radicais unem as pessoas por um lado, mas por outro lado, levam a conflitos e guerras. Aqui nós temos que explicar que essas tendências estão em contraste com a natureza. Nas condições atuais de conexão mútua total, qualquer conflito terá sérias implicações.

É por isso que a Europa não pode quebrar agora. Em primeiro lugar, não é a favor da Alemanha. Os alemães estão dispostos a pagar bilhões de euros apenas para impedir que isso aconteça. Afinal, eles vêem para onde isso levará: à perda de seu mercado. Se você se isola, no dia seguinte a sua economia começará a sufocar. Então, todo mundo vai perder como resultado da desintegração da União Europeia.

Dia a dia torna-se mais claro que o protecionismo não é a solução para os problemas atuais. Ele é usado de forma muito limitada, mas, no geral, todo mundo já entende o fato de que estamos todos mutuamente conectados e que esta conexão não pode ser quebrada. Ela só pode ser destruída pela guerra, ou seja, pelas ações extremas, mas não há formas intermediárias.

Eu espero que sejamos capazes de preparar o nosso método e envolvê-lo de uma forma que permitirá que as pessoas entendam a idéia básica. Nós oferecemos, “Vamos verificar juntos a sua eficácia”, “Vamos continuar a desenvolvê-lo juntos”; como resultado, nós precisamos criar uma plataforma que leve a conexão mútua entre as pessoas a um novo nível qualitativo, que é a base para todas as mudanças que ocorrem no mundo, na humanidade.

O ambiente é o fator que trará a mudança nas pessoas de uma forma que as ajudará a se adaptar à conexão que já existe entre nós, a concordar com ela, a compreendê-la e, não tendo escolha, a participar dela. Eu não preciso ser um anjo. Eu simplesmente entendo que não há outro caminho, e que eu tenho que estar em boas relações com todos, e tentar ajustar-me à mesma onda internamente: nos pensamentos e desejos. Por quê? Porque eu dependo deles.

Apenas a influência externa é necessária para conseguir isso, e todos vão entender a essência do que está acontecendo. As pessoas têm de receber diferentes exemplos e explicações, e assim as diretrizes básicas da mensagem serão compreendidas. Isto por si só é suficiente para trazer mudanças positivas no mundo.

O nosso problema é o egoísmo. Ninguém duvida do fato de que ele é a força negativa no nível pessoal, a nível político, e em todos os outros níveis. Ele só deve ser “adoçado” um pouco, isso é tudo. Se sentirmos a dependência mútua entre nós, vamos sentir que não temos que mentir um para o outro, e nós vamos ser capazes de concordar, também no nível do governo, não destruir o nosso planeta.

Tudo depende da educação, que deve ser baseada numa verdade simples: nós dependemos uns dos outros, e não há nada que possamos fazer sobre isso. Não há outra maneira. O mundo se tornou nossa casa coletiva e nesta casa coletiva não há nada mais sensato do que concordar. Que outras formas pode haver? É tempo de pararmos de chamar isso de “utopia”. Hoje, isso já é uma necessidade crucial.

Nós já falamos sobre isso na ONU e na UNESCO. No futuro, iremos apresentar esta plataforma para o público e seus representantes. Primeiro, nós vamos obter a opinião de especialistas e depois vamos implementá-la. Em primeiro lugar, nós devemos abrir, desenvolver e adaptar o método para a humanidade.

Da 4ª parte Lição Diária da Cabalá 1/1/12, “A Liberdade”

“Amor” À Venda

Dr. Michael LaitmanPergunta: Nos países ocidentais, a publicidade em geral usa, na maioria das vezes, as mulheres num contexto sexual que é mais ou menos óbvio. Por que os homens modernos consideram a mulher como objeto sexual?

Resposta: Isso porque ao longo dos anos, a nossa inclinação ao mal (desejo egoísta) atingiu dimensões enormes. Nós não a corrigimos e ela ainda permanece num nível animal. A atração sexual é a chamada mais simples e natural de se implementar. Praticamente tudo gira em torno dela; é muito fácil criar toda uma “indústria do amor” composta de filmes, TV, música, etc.

Nunca no passado houve tal ideal de “amor” construído. Não importa a forma como nós percebemos os velhos tempos, as pessoas costumavam ser mais diretas e simples. Um homem se casava com uma mulher “adequada” de seu bairro e criava uma família sem envolver tais “questões de elevadas”. A glorificação maciça do “amor” foi lançada cerca de 150 anos atrás; antes, nunca houve qualquer “culto” associado a ele.

Esta noção semelhante a um culto do amor não surgiu por acaso; afinal, o homem deve ter algo para desfrutar. Com o que os homens poderiam se satisfazer? O que eles poderiam encontrar de bom na vida? É assim que a indústria do “amor por atacado” foi criada. Ela usa um prazer simples, poderoso e acessível, que, ao contrário dos outros, não requer quase nenhum investimento. Hoje, ele é usado em demasia na Internet e TV, sem quaisquer restrições.

Além disso, nós alimentamos à força nossos filhos com os efeitos colaterais da “revolução sexual”. Com a ajuda da mídia, a sociedade oprime a criança com os estereótipos do adulto que não são naturais para a geração mais jovem. Junto com os hormônios que as crianças ingerem nos alimentos, nós violamos o processo natural de crescimento e, literalmente, forçamos as crianças a “se modificar.” Este é apenas um lado da crise geral.

Nós nos consideramos uma sociedade racional e inteligente, com certos princípios e considerável experiência; em caso afirmativo, como podemos permitir que tais coisas aconteçam? No passado, os pais se esforçavam em proteger seus filhos das más influências, davam-lhes o melhor que podiam e cultivavam em seus filhos os valores espirituais elevados. O que fazemos com nossos filhos agora? Por que permitimos que meios de comunicação contemporâneos repletos de crueldade, cinismo e sujeira interferiram na vida de nossos filhos?

Por que nós toleramos a vulgaridade consentindo silenciosamente com ele?

A criança vai à escola, assiste TV e navega na Internet. O ambiente a molda de uma forma que ela se torna semelhante a ele. Por que nós não preocupamos ao menos com isso? Será que nós temos algo mais precioso do que os filhos?

Nós não podemos confiná-los em quatro paredes; assim, os canais envenenam os ouvidos de nossos filhos devem ser desligados. Vamos, pelo menos, cuidar de nossos filhos, uma vez que já fracassamos com os adultos. A sociedade deve ser responsabilizada pelo conteúdo que está sendo oferecido para a nossa geração mais jovem. Coisas desnecessárias não devem ser impostas à geração mais jovem.

Voltando ao tema da mulher. Nós não devemos obrigar as meninas a pensar que elas nasceram para seduzir os homens e, portanto, devem olhar dessa forma. Ao fazer isso, nós aumentamos a prostituição e criamos padrões errados nas relações entre os sexos, só porque alguém ganha dinheiro com isso. De uma forma ou de outra tudo gira em torno do dinheiro.

Enquanto deixarmos a mídia “educar” as pessoas, distorcendo-as, não poderemos esperar nada de positivo delas. Ao mesmo tempo, a situação só pode ser melhorada com a ajuda dos meios de comunicação, mas nós devemos controlar sua atividade.

A sociedade deve ser chamada à ordem; entre outras coisas, isso significa que a mídia tem que ser regulamentada. Nós não estamos falando da liberdade de expressão, mas sim sobre da liberdade do apelo animal. Os meios de comunicação devem ser organizados de forma diferente e continuar a trabalhar para o benefício público, em vez de deixar agências de publicidade e suas afiliadas ganhar mais dinheiro.

Nós temos que começar com a educação em massa; caso contrário não há ninguém com quem conversar. As pessoas já foram “esculpidas” e percebem o atual estado das coisas como a única possibilidade.

Assim, os pais transmitem prioridades vagas, pois observam com indiferença os seus filhos se degradarem.

Se uma pessoa em particular – alguém mais velhos ou um adulto – estivesse prejudicando meu filho, eu faria tudo ao meu alcance para evitar qualquer contato entre eles. Mas, de alguma forma, nós não agimos contra a mídia. Pelo contrário, nós conscientemente permitimos que ela entre em nossa casa e concordamos com o que está fazendo. O mesmo se aplica às escolas.

As pessoas simplesmente desistiram. Nós preferimos manter o nosso bom humor mantendo a situação e pensando que está tudo bem. Nosso problema comum é que nós estamos completamente (não parcialmente) consolados.

Alterar o ambiente nos trará alívio. Mas primeiro nós temos que limpá-lo um pouco. Até o momento, enquanto nós estamos sendo suprimidos pela nossa indiferença, o tempo passa…

Da 4ª parte da Lição Diária de Cabalá 28/12/11, “A Liberdade”