Um Novo Hábito

Dr. Michael LaitmanPergunta: Por que é tão difícil largar um hábito?

Resposta: Na verdade, não é difícil. Pegue o hábito de fumar, por exemplo. Se cada vez que eu levasse um cigarro a minha boca eu recebesse um choque elétrico, algumas tentativas seriam suficientes para eu deixar de fumar e nunca começar a fumar de novo, mesmo que eu soubesse que a “punição” fora cancelada. É porque agora eu não identifico o cigarro com o prazer, mas com um choque elétrico. Esta associação já está “gravada” no desejo e, assim, a partir de agora os cigarros não existem para mim, eu tenho medo deles.

Pergunta: Mas, o que você deve fazer se ao invés de sair de um velho hábito, você começa um novo, por exemplo, começa o hábito de levantar-se para a lição matinal?

Resposta: Simples, você tem um negócio, então imagine que cada vez que não se levantar para a lição matinal, um fiscal do imposto de renda vem visitar você. Se você se levantar a tempo, um fluxo interminável de clientes vai visitar você e todos os seus negócios serão bem sucedidos. Desta forma, quer você não queira ou não, você associa o sucesso do negócio com certa ação, como acordar para a lição. Então, você não pode mais parar de se levantar. Assim é como um hábito se torna uma segunda natureza.

Podemos ver isso claramente em costumes religiosos, onde a pessoa se acostuma como uma criança. Ela costumava cantar certas partes da oração. Se você sugerir que ela deve apenas ler, ela não será capaz de fazê-lo. Ela só vai ficar confusa, não sabendo o que diz.

Toda a nossa vida é feita de hábitos. O desejo é apenas “matéria prima”, como um computador sem software, o “metal” que precisa ser preenchido com dados, com o software. A educação é sobre isto; ela usa a força do hábito.

Quando eu trabalho internamente, eu também tenho que “gravar” no desejo ações que não são naturais para ele. Toma muita energia e eu faço isso com relutância, e aqui também há o jogo de recompensa e punição.

Pergunta: Como isso pode ser feito?

Resposta: Peça a seus amigos para ajudá-lo. Você não pode fazer isso sozinho. Você não pode viver sem o ambiente.

Suponha que você decida perder peso. Você vai a um lugar onde todos dizem uns aos outros como é terrível ser gordo e quão saudável é ser magro. Você os ouve uma e outra vez, até que você internaliza a mensagem. Se você conseguir colocar uma marca de verificação ao lado dela, você estará protegido de ganhar peso novamente enquanto não for “tentado” por algum novo prazer que esteja num padrão mais elevado do aquele que você alcançou.

O desejo é o “pedaço de metal”, um disco vazio. Ele vai rodar o que você copiar nele. Portanto, ao longo da vida você pode se acostumar com o que pensa que é importante.

Da 3a parte da Lição Diária de Cabalá 20/12/11, “O Estudo das Dez Sefirot