O Poder Do Equilíbrio

Dr. Michael LaitmanO amor que a ciência da Cabalá nos revela é um princípio da natureza. Temos de vê-lo como a força fundamental, sem a qual nenhuma forma de vida teria alguma vez emergido.

Dois objectos podem existir apenas em virtude da doação mútua, da compaixão mútua, do equilíbrio entre eles conforme a equivalência de forma, a atracção mútua. Mesmo no nível inanimado da natureza, partes opostas – prótons e elétrons – existem juntas num sistema denominado átomo, molécula e por aí fora.

Quando se juntam mais, elas começam a trabalhar juntas no nível vegetal, com a fotossíntese e outros mecanismos inerentes a ela. Existe uma troca de substâncias e sistemas acompanhando-a, e entre elas – consideração mútua dos interesses de cada um. Afinal de contas, elas tampouco podem existir sem duas forças: atracção e repulsão, recepção e doação.

A seguir, no nível animal, estes sistemas de recepção e doação não existem mais dentro de um objecto, mas entre corpos diferentes, que têm de unir-se para produzir descendência. Eles dependem um do outro, ajudam-se e, em virtude disso, a vida continua.

Mesmo que isso ocorra instintivamente, através de ordens da natureza por ora, nós já vemos como duas forças opostas interagem em equilíbrio uma com a outra. Como um todo, o complexo inteiro dos níveis inanimado, vegetal e animal da natureza está inteiramente equilibrado, e todas as suas partes dependem umas das outras.

Contudo, o homem difere enormemente destes sistemas: a força de atracção, de recepção destaca-se nele drasticamente, sendo uma força má que ele não equilibra com a força boa. Isto separa o homem do mundo animal. Nós ficamos fora dele precisamente através da força má inculcada em nós, que deseja consumir mais e mais, para adquirir e governar. Como resultado, tornamo-nos mais fortes que a natureza, muito embora na realidade isto seja uma pequena vantagem.

Afinal de contas, a natureza é sábia e duas forças opostas estão equilibradas nela. Para causar progresso geral, ela activa estas forças uma após a outra para desenvolvê-las enquanto preserva o equilíbrio geral. Por outro lado, o homem, com o seu egoísmo único e excessivo, eleva-se acima do seu nível animal, acima do equilíbrio, como uma torre, elevando-se exponencialmente mais e mais alto.

Da 1ª parte da Lição Diária de Cabalá 13/12/11, Escritos do Rabash