Ele Está Em Toda Parte. Então, Onde Eu Estou?

Dr. Michael LaitmanBaal HaSulam, “A Liberdade”: Assim, nós estamos nas mãos desses quatro fatores, como argila nas mãos de um oleiro.

Nós estamos rodeados pela influência do Alto de todos os lados. O Criador nos governa de uma maneira muito dura e absoluta, à medida que Ele controla todos os canais, tanto internos quanto externos, em nossos desejos, pensamentos, hábitos e natureza. Nós não temos nada que é nosso, e até mesmo as palavras que eu estou dizendo agora são organizadas por Ele.

Então, qual é o nosso livre arbítrio? Afinal, não podemos atribuir a liberdade a qualquer objeto, ação, pensamento ou a menor partícula do desejo de receber. O Criador o criou, Ele o influencia de forma absoluta. Então, o que pode ser livre nele?

As pessoas vieram com teorias sobre duas autoridades e politeísmo, sobre as quais o Baal HaSulam escreve em seu artigo “A Paz”. É difícil concordar que existe apenas uma autoridade que “cubra” tudo. Se o Criador é unificado, se não há outro além Dele, se tudo depende Dele, então estou sob o Seu controle absoluto, e é como se eu não existisse, mas sim me dissolvesse nele. Por isso, é preferível ter duas autoridades: uma boa e outra má. Isso é compreensível; entre elas há espaço para mim, e eu posso afetar as coisas.

Ainda assim, em algum momento eu percebo que por trás de tudo que me afeta há uma Fonte. Não é uma imagem que podemos imaginar, mas uma mente, um sentimento, algo unificado. Eu só tenho que descobrir a razão pela qual ela me afeta, o que quer de mim? O que eu deveria me tornar de acordo com a sua influência?

Ao saber o que Ele quer de mim, eu vou conhecê-Lo. Para quê? Apenas para conhecimento ou para cumprir o Seu desejo?

Qual foi Sua intenção ao me criar? O que Ele quer, gerindo-me desta maneira? Se Ele só quer que eu Lhe obedeça, é melhor não saber nada, mas simplesmente agir de acordo com as instruções que recebi. Mas, se Ele realmente quer que eu O alcance, revele-O, então eu tenho que fazer de tudo para alcançar este objetivo e não agir automaticamente.

Portanto, há muito trabalho a fazer com relação à causa inicial de tudo. Este é o nosso único trabalho: constantemente afiar, “polir” nossa atitude para com Ele. Quem é Ele? O que Ele quer de mim? Por que Ele me faz reagir dessa forma? Eu sempre subo os níveis de minha atitude e esclareço o que Ele quer me dar ao me exigir as coisas. O que Ele quer é que eu, graças à doação a Ele, O entenda.

Eu continuo esta cadeia e constantemente elevo o nível de Suas exigências para comigo. Assim, eu tenho que justificar o mal como o bem, uma vez que ambos vêm de uma só fonte. Eu tenho que entender porque Ele divide Sua doação em duas: graças a isso eu serei capaz de verificar a mim mesmo, ajustar o meu curso. Para Ele, essa dualidade não existe, mas minha realidade é dividida em doação e recepção.

Finalmente, nós devemos revelar constantemente o conceito de Unificado, e não mais do que isso. Se eu prestasse atenção nisso, eu veria que não há mais nada na minha vida. Mesmo no mundo corporal, tudo se resume a este esclarecimento que descobre a união, revela o Criador.

Da 4ª parte da Lição Diária de Cabalá 22/12/11, “A Liberdade”