Do Temor À Doação

Dr. Michael LaitmanPergunta: Você diz que é necessário estar em constante preocupação e medo antes da convenção. Como nós elevamos tal sentimento dentro do grupo?

Resposta: No Livro do Zohar é dito que existem dois graus na conquista do objetivo da criação. O primeiro grau é o medo, mas não é um medo físico, animalesco por si só. É um temor, uma preocupação, sobre se eu posso alcançar a qualidade de doação. Nós temos que ter esse tipo específico de medo, para nos perguntar: “Eu estou pronto para isso? Eu sou capaz disso? Será que vou ser capaz de alcançar isso?”.

Se esse receio existe na pessoa, ela se relaciona com os amigos, o grupo e até mesmo percebe o mundo de uma maneira completamente diferente. Ela sente uma constante preocupação interna na busca pela qualidade de doação. Ela quer saber como encontrá-la, como determiná-la, e o que ela é exatamente.

Se ela está numa busca constante em encontrar essa qualidade de doação dentro e fora de si, para ver seus exemplos, ela gradualmente atinge a qualidade de temor que lhe é exigido. Então, a partir da qualidade de temor (sua preocupação em revelar a doação em certa medida, sentindo-a e deixando-a preenchê-la) ela chega à qualidade de doação.

Assim, o temor é um vaso, uma condição, um desejo, que deve estar dentro de nós para que nós recebamos um preenchimento dentro dele. Mas que tipo de realização nós vamos receber? Nós recebemos a capacidade de dar.

Nada mais é necessário, porque tão logo a verdadeira intenção de doar surge em mim, a Luz superior instantaneamente torna-se revelada a mim, e o Criador me dá tudo o que Ele tem. Se eu quero e posso doar a Ele, eu começo a receber Dele na medida do meu desejo, na minha intenção de doar. O contato entre nós acontece de tal maneira que eu subo acima do egoísmo e trabalho na qualidade de doação.

Quanto mais eu recebo, mais eu dou a ele. Eu me torno preenchido, recebendo prazer de tudo o que recebo do “Anfitrião”. Ao mesmo tempo, eu sinto o enorme prazer que invoco Nele, como Ele gosta de mim. Desta forma, nós agradamos um ao outro.

É um estado maravilhoso quando as pessoas sentem que suas ações comuns residem em agradar uma a outra. Tal relação, quando eu faço tudo para agradar você e você faz tudo para me agradar, é chamada de amor. Não importa qual de nós recebe ou dá fisicamente, de quem é, e a quem é atribuído. A principal coisa é a nossa intenção de preencher (satisfazer) um ao outro.

Não importa que, inicialmente, o Criador tinha o prazer e eu apenas o desejo. O que conta é que chegamos a um estado onde sentimos amor, preenchendo-nos com prazer. O amor não pode não ser correspondido. O amor é um preenchimento mútuo.

Nós temos que chegar a esse estado. Vamos tentar alcançá-lo em nossa próxima convenção.

Da Série Lição Virtual aos Domingos 06/11/11