Do Naturalismo Ao Politeísmo

Dr. Michael LaitmanA pessoa não conhece o mundo onde vive. Na verdade, ela pertence à natureza, que a joga de um estado a outro. Durante as várias décadas de sua curta vida ela não tem tempo para perceber o que está acontecendo. Curiosamente, cerca de 150 anos atrás, a expectativa de vida do homem não era 70 anos, mas 40 anos.

Independentemente da quase duplicação da nossa expectativa de vida, nós ainda não compreendemos a essência da vida. A humanidade ainda não sabe o que procurar e onde encontrar. O sentido da vida permanece ambíguo. Quando a vida começa, e aonde ela nos leva? Existe um propósito para ela? O que está acontecendo conosco? As respostas são vagas.

As pessoas estão sujeitas ao poder da natureza. Ninguém recebe um livro com as revelações de Cima. Todos nós revelamos tudo que está dentro do nosso mundo. As revelações que fazemos constroem nossa compreensão e consciência da realidade.

Exceto pela substância da qual somos feitos e nossos cinco sentidos, o ser humano possui uma capacidade inerente de descobrir algo maior. No entanto, tudo está em potencial, e, na realidade, nós construímos nossa atitude perante a vida e a natureza com base no que vemos. É assim que as teorias simples da criação foram feitas. Elas são condicionadas pela nossa vida nesse mundo.

Primeiro, o homem percebeu o mundo como natureza. Ele observou a natureza como um todo, como uma imagem completa, onde todas as peças estão interligadas. Depois, ele se sentiu próximo à natureza. É uma abordagem antiga que era totalmente clara, já que tudo era aparente e revelado.

Mais tarde, as pessoas começaram a classificar os fenômenos naturais em “bom” e “mau”. O homem se tornou egoísta e parou de se sentir como parte integrante da natureza. Ele descobriu que a natureza tinha várias limitações que pareciam positivas ou negativas. Ele separou os elementos que o influenciavam em “benéficos” e “prejudiciais” e, assim, criou a noção de forças do bem e do mal.

No início, era uma oposição geral do bem e do mal, que mais tarde começou a se dividir em várias forças independentes, até que comunidades e panteões de deidades foram criados. Assim, o nosso ego nos distanciou ainda mais da natureza unificada.

Da 4a parte da Lição Diária de Cabalá 16/12/11, “A Paz”