Desculpe, Mas A Festa Acabou

Dr. Michael LaitmanEra costume que somente aqueles que desejavam conhecer o significado da vida e seu propósito chegavam à Cabalá. Eles se perguntavam a razão de nascermos, porque morremos, e porque passamos por tais dificuldades na vida.

A pessoa quer saber, e mesmo que ela seja rica no sentido material, ela vai continuar tendo essas perguntas, porque estas vêm do nível falante, não do nível animal. O homem não é um cão; coloquem-no num hotel cinco estrelas e ele ainda vai se sentir mal e desejar algo mais para a alma.

Isso é claramente visto na Europa. Antes de estourar a crise, os países mais desenvolvidos e ricos tinham a maior taxa de suicídio. Agora que esses países estão passando por uma crise, a taxa de suicídio vai cair. As pessoas vão começar a apreciar a vida e novos desejos irão despertar. Mesmo um leve desejo de melhoria vai dar às pessoas um sentido da vida.

Não importa o grau de riqueza da pessoa, o gosto é sempre sentido através do contraste. As pessoas gostam de lembrar o sofrimento de fome do passado e o gosto que encontravam num pedaço de pão velho. Isso porque o gosto depende da deficiência.

Hoje, a Cabalá é para todos, não só para aqueles que desejam alcançar a sabedoria sublime, mas para todos aqueles que procuram apenas uma vida melhor. A crise se espalhou pelo mundo. O mal se tornou global, não local ou nacional como nas gerações anteriores. Por causa disso, as pessoas procuram descobrir a causa deste mal.

Gerações passadas também sofreram muito, mas estavam sofrendo nos níveis (corporais) inanimado, vegetal e animal. No entanto, os problemas atuais são mundiais e afetam a todos, pois obrigam as pessoas a procurarem respostas. É por isso que as pessoas vêm para Cabalá para melhorar sua situação. Mas aqui elas se deparam com uma explicação resumida numa frase: você só pode desfrutar a doação como resultado do amor ao próximo!

A pessoa gostaria de desfrutar milhares de coisas diferentes neste mundo, mas lhe dizem: Desculpe, a festa acabou, e você não será capaz de apreciá-la. Na verdade, antes disso, o prazer só estava sendo usado como isca, para despertá-la, a fim de aumentar o seu desejo. Para fazer isso, você recebeu entretenimento, carros, viagens, e várias outras tentações para que você desejasse desfrutar cada vez mais.

Mas agora está tudo acabado. Você não terá a oportunidade de desfrutar. A crise vai privá-la de todas as aquisições materiais, e não restará nada. No entanto, por outro lado, você já deixa de sentir qualquer prazer. Mesmo que você pudesse pagar e desfrutar tudo o que fosse possível, você não sentiria o gosto em nada.

Este é o estágio de desenvolvimento do qual estamos nos aproximando, mesmo sem conhecê-lo. No final, nós descobrimos que somos incapazes de desfrutar. Este é o verdadeiro problema do mundo! Tudo está em plena abundância, e somos capazes de alcançar tal prosperidade material onde todos têm tudo que precisam: casas, férias, boa comida, e assim por diante. Mas as pessoas não vão achar gosto nesse tipo de vida.

Nós estamos nos aproximando de um estado onde a satisfação só pode ser coletiva, global. A conexão mútua entre nós, que está sendo revelada agora não está no dinheiro, mas no prazer! Eu não serei capaz de receber prazer antes de satisfazer você.

Mas eu lhe odeio e estou pronto para destruí-lo! Como eu poderei satisfazê-lo antes de me satisfazer? Isso significa que eu tenho que amar você primeiro? É simplesmente horrível! No entanto, sem isso eu não posso aproveitar a vida ou sentir, pelo menos um pouquinho, que tenho algo mais do que uma vida de cão. Vida de cão é uma vida em que eu só satisfaço meu desejo, mas não sinto o gosto. Eu tenho tudo durante todo o dia, mas sinto como se não tivesse nada.

Estes estados estão sendo revelados a nós porque o nível humano do desejo está sendo revelado dentro de nós, o qual é maior do que os níveis inanimado, vegetal e animal. Assim, nós podemos ter tudo no mundo material e sentir que a morte é melhor do que este tipo de vida.

Da 1ª parte da Lição Diária de Cabalá 25/11/11, Escritos do Rabash