O Rico E O Pobre

Dr. Michael LaitmanBaal HaSulam, “Matan Torá” (A Entrega da Torá)” (versão abreviada): O homem rico que quer dar tudo ao seu amigo pobre não pode corrigir a vergonha do seu amigo. O próprio homem pobre, através de seus esforços, corrige a vergonha e se torna como seu amigo rico.

Para serem semelhantes, eles precisam cobrir o abismo que os separa. Se um deles é perfeito, a brecha precisa ser corrigida pelo outro. Sem que o homem pobre faça por si mesmo, ele não vai sentir que ganhou alguma coisa.

É por isso que a vergonha é indispensável, e tem que ser tão grande quanto a distância entre a criatura e o Criador. Nós precisamos corrigir a vergonha na sua totalidade. Assim, a criatura se torna semelhante ao Criador, isto é, adere-se a Ele, e ambos se transformam em um.

O homem pobre recebe tudo só por causa do seu amigo rico, pois é só dessa maneira que ele pode lhe dar prazer. Caso contrário, o homem rico ficará triste e sofrerá. Isto é chamado de “a tristeza da Shechina (Divindade)”. O Criador sente nossas dores muito mais do que nós, uma vez que cada um de nós está desconectado dos outros. Dado que no mundo Infinito é possível sentir como todos estragam a união, e isso traz grande tristeza à Shechina.

Assim, se a pessoa sente, ao menos um pouco, a tristeza da Shechina, ela começa a entender que sofre por causa disso. Então, ela percebe que é possível usar o amor da Shechina a fim de agir. Como o pobre, ela pode usar a relação do rico corretamente, usar seu amor. Afinal, o sofrimento do homem rico é realmente grande.

Baal HaSulam escreve sobre isso no primeiro artigo do Shamati, “Não há Ninguém além Dele”: “Certamente, a sensação de um único órgão não pode ser semelhante à sensação da estatura total da pessoa, onde a maior parte da dor é sentida. O mesmo ocorre com a dor que uma pessoa sente quando está distante do Criador. Visto que o homem não é mais que um único órgão da Santa Shechina, pois ela é a alma comum de Israel, a sensação de um único órgão não se assemelha à sensação da dor geral”.

O homem usa o amor do Criador e a tristeza por ele da maneira correta. Ele recebe tudo do Criador e, portanto, doa ao Criador e o preenche com prazer. Depois, a pessoa descobre o mesmo amor pelo Criador que o Criador tem por ela. Este é o propósito da criação: o amor pelo Criador. Graças a ele, nós chegamos à equivalência de forma, como o homem rico e o homem pobre.

Da 4ª parte da  Lição Diária de Cabalá 06/11/11, “Matan Torá (A Entrega daTorá)”