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A Missão De Israel

Dr. Michael LaitmanA missão da nação de Israel se divide em várias etapas. Primeiro, nós subimos ao grau do fim da correção sozinhos. É por isso que nós saímos do estado da Babilônia e, em seguida, caímos no estado do Egito, e 400 anos mais tarde recebemos o método da correção permanecendo “sob o monte Sinai”. Em seguida, nós subimos ao nível do Primeiro Templo, que é basicamente o fim específico da correção para este grupo.

No entanto, este ainda não é o fim do desenvolvimento do mundo, razão pela qual nós descemos para o exílio e depois subimos ao nível do Segundo Templo e, finalmente, entramos no último exílio, no nível das nações do mundo. Ao todo, considerando as fases intermediárias, este foi o nosso quarto exílio.

Todas as fases deste caminho permaneceram em nossas Reshimot. Assim, hoje nós devemos finalmente nos corrigir. Deste modo, nós subiremos a um nível mais elevado do que antes, já que nos misturamos com as nações do mundo, que se juntarão a nós no processo desta última ascensão. É assim que nós subiremos ao nível da correção de Israel e ao nível da correção geral.

Da 4ª parte da Lição Diária de Cabalá 17/11/11, “Arvut (Garantia Mútua)”

A Limpeza De Wall Street

Uma carta do meu aluno: Meus amigos me ligaram hoje cedo dizendo que eles ouviram um boato no rádio e na televisão que o movimento Ocupe Wall Street foi encerrado e a polícia realizou uma batida noturna no Parque Zuccotti (também conhecido como a Praça da Liberdade), “limpando” os ocupantes do território.

Isso me deu medo: Será que nós realmente poderíamos ser “tolidos” da possibilidade de disseminar materiais? Descobriu-se que era verdade: os manifestantes foram dispersos pela “vassoura” que pretendia remover da praça apenas os vagabundos e dependentes de drogas. Mas, aparentemente, eles ficaram furiosos.

 

Para ser franco, os drogados e os vagabundos interferiram no movimento, apesar da limpeza dos verdadeiros “ocupantes”. Eles fumavam tanto pelo parque, que você poderia ficar alto só de caminhar por lá. Nós víamos o véu espesso, o nevoeiro branco leitoso sobre o parque. Nossas mulheres, que estavam distribuindo panfletos, respiravam tanta maconha que saíam de lá se sentindo doentes. Elas estavam literalmente nauseadas.

Vagabundos e drogados também são pessoas, e todo mundo gosta de comer de graça, enquanto havia comida suficiente para todos. Todo mundo podia receber três boas refeições por dia, mesmo as pessoas que simplesmente só perambulavam, não tendo nada a ver com os protestos. De um modo geral, a vida no acampamento não era tão má: as pessoas alimentavam você, limpavam tudo para você, e entretinham você, a imprensa entrevistava você, as pessoas traziam roupas de graça e dinheiro, e muito mais. Você não consegue ver ou obter nada assim de graça em nenhum lugar. E o mais importante, você está junto com as pessoas! É por isso que todos estão lá:, pela sensação de integração e união, a sensação de que alguém se preocupa com você…

Mas, todo esse “comunismo” terminou e os jornais locais se alegraram que a “bagunça” tenha finalmente acabado. Na noite passada, a polícia atacou o acampamento, e não seria inteligente opor qualquer resistência, para dizer o mínimo. Claro, todo mundo ficou ofendido porque eles jogaram fora todos os pertences das pessoass do acampamento, incluindo uma biblioteca de 500 livros raros, livros velhos e novos, tendas, nossa mesa de jogos que mantínhamos na biblioteca, e muito mais.

Limpeza é limpeza, e ela foi completa, do jeito da polícia. Eles não fizeram rodeios, não havia muito tempo até a manhã. Se eles esperassem que todos acabassem de empacotar as coisas e saíssem, eles não teriam visto o fim de tudo, e é mais difícil um trabalho sujo feito em plena luz do dia…

O Sr. Bloomberg, prefeito da cidade, justificou a limpeza pelo fato de que os ocupantes criaram condições insalubres no parque, que irritou os proprietários e também privou os cidadãos comuns da oportunidade de desfrutar a área e os jogos de xadrez como antes, porque ela era usada pelos amantes deste antigo jogo intelectual para sentar pacificamente no parque e era seu lugar para socialização e recreação.

Na parte da tarde eu consegui ir até Wall Street e olhar para tudo com meus próprios olhos, quando as pessoas deixavam seus locais de trabalho e estavam a caminho de casa. Às 17 hs as coisas já pareciam completamente diferentes, comparado com a calma e a ordem que a polícia tinha montado na parte da manhã. O parque estava cheio, com milhares de pessoas, ocupantes que retornaram à praça se sentindo feridos, ofendidos, e com raiva.

Essa massa, composta de pessoas diferentes que se uniram num único “corpo” ao longo dos últimos dois meses, andava com horror e escândalo. “É assim que se parece um estado policial (opressor)! Nós superaremos!”, etc.. Estas não eram mais declarações separadas de pequenos grupos e de fanáticos meio-loucos, mas uma voz ruidosa de uma criatura ferida cuja casa foi destruída e que não tem ninguém a quem reclamar.

Uma massa de pessoas também se aglomerava em torno do parque para apoiar os ocupantes, ou apenas para observar o que estava acontecendo. Estações de TV e helicópteros da polícia pairavam acima dos edifícios, iluminando a multidão. Os projetores de diferentes lados da rua fizeram com que o evento parecesse um show teatral se desenrolando num palco. E a polícia não estava muito agressiva, como se já tivesse feito seu trabalho e agora pudesse esfregar suas mãos. Afinal de contas, eles não eram os 99%? Depois de uma hora em Wall Street e perambulando entre a multidão, ficou claro que “ninguém ia a lugar nenhum”.

Os vagabundos e drogados provavelmente não vão voltar para o parque. Mas os ocupantes já estão lá, junto com os simpatizantes. E também não estamos fora do mapa. Hoje conseguimos distribuir algumas centenas de panfletos. O clima está extremamente quente e o parque está lindo, semelhante a uma floresta colorida de ouro e rubi… Como se o Criador tivesse colocado uma “decoração nível 2” para nós, com num jogo de computador. Eu acho que nós estamos assumindo uma feição mais impetuosa, “os 99% e nós”. Juntos!

O que vai acontecer em Wall Street e em todas as cidades nos EUA amanhã é imprevisível por enquanto. Mas, uma coisa está clara: TEMOS QUE NOS UNIR se quisermos passar para esse segundo nível sem perdas, com o cálculo correto, e dando a todos que têm nos “ocupado” (e é realmente assim) um caminho para a Luz e a realização.

Arvut EUA!

The New York Times – http://www.nytimes.com/2011/11/16/nyregion/police-begin-clearing-zuccotti-park-of-protesters.html?pagewanted=1&ref=global-home

O Apoio Das Mulheres

Dr. Michael LaitmanPergunta: A Convenção no deserto de Arava será neste final de semana e terá a participação de várias centenas de homens de Israel para unir, cristalizar a força interior da garantia mútua entre nós, e para se tornar o núcleo de unificação na Convenção de dezembro. Como podemos fazer isto?

Resposta: De fato, deve haver um núcleo interno especial onde todos os pontos irão se reunir num só. Este ponto está rodeado por uma parte passiva, as mulheres do Bnei Baruch, e o círculo mais amplo é o mundo externo.

No interior, todos os nossos amigos do mundo inteiro se fundem. Por que os homens? Porque essa é a natureza da criação. Eles são os que precisam de correção para alcançar o amor e a união, enquanto que as mulheres alcançam isso de forma diferente. Então, quando atingirmos o estado desejado, seremos capazes de transmiti-lo aos outros.

Pergunta: Como as mulheres devem apoiar os homens nesta Convenção?

 Resposta: Elas têm que pensar no nosso êxito. Nós precisamos desse apoio, pois sem ele nós teremos tempos muito difíceis. É exatamente como quando os “filhos de Israel saíram do Egito em virtude das mulheres justas”.

As mulheres são uma parte muito poderosa do sistema comum e o seu apoio é simplesmente indispensável. Quando a mulher se preocupa com o homem, isso dá a ele grande força, um grande ímpeto para realizar os anseios dela. Sem o apoio das mulheres não teremos êxito.

Da 4a parte da Lição Diária de Cabalá 16/11/11, “Arvut (Guarantia Mútua)”

Nós Não Estamos Juntos – Nós Somos Totalmente Um

Quando a pessoa já existe numa realidade onde “não há outro além Dele”, ela deve conectar ao conceito de “um” tudo o que é despertado como uma perturbação . Então, ela vai começar a ver que realmente entrou no mundo espiritual e se incluiu na doação (Binah), acima de si mesma. Ela, ele, eu ou qualquer outra pessoa não existem mais. Tudo é apenas um conceito.

Este “um” não é nem o Criador nem a criatura, mas a única realidade que existe, onde tudo se conecta em um. Eu não posso mais dizer que ele e eu, e a conexão entre nós existe. É por isso que nós precisamos dirigir todos nossos esforços, nosso propósito e nossa verdadeira vida para a revelação dessa realidade única, a alma única.

Quando a pessoa constantemente tenta se elevar a esse nível de raciocínio e sentimento, a percepção do seu “eu” em todas as suas aspirações e esperanças, e em todos os seus desejos interiores, ela passa por certo número de exercícios, até que vê que tudo que tem fora desse “um” é somente convocado para ajudá-la, para empurrá-la a se conectar com esse “um”, e estabelecer o seu lugar lá.

Está escrito sobre isso: “O hábito se torna uma segunda natureza”. Graças ao hábito, o homem começa a sentir que ele existe em outra realidade, e toma decisões, considerações e desejos em conformidade com ela. A realidade mais elevada onde ele se inclui determina e dita tudo para ele.

Seu corpo e toda a sua vida corpórea começa a se conectar com este Um. No final, ele vê que não há nada impedindo seu caminho. Pelo contrário, tudo o está ajudando a entrar na verdadeira realidade.

Todo o mundo que nós percebemos, tudo se conecta e se funde com todo esse Um. Então, nós realmente descobrimos que existe uma só alma no universo. As assim chamadas “600.000 almas” são as partes ainda não corrigidas da alma da pessoa que por enquanto ela não é capaz de conectar com o conceito comum. Porém, mais tarde, elas também se conectam a ela para fortalecer e apoiar este conceito simples do Um.

Da Lição 1, Convention Arvut em Israel, 11/11/11

Consolidando O Núcleo Da Conexão Global

Dr. Michael LaitmanPergunta: Como devemos nos preparar para a convenção no deserto de Arava, a fim de chegar lá com o correto pedido?

Resposta: Nós sabemos que a correção do mundo acontece em etapas. Os homens têm que realizar primeiro a correção, aqueles que sentem o verdadeiro desejo de se conectar e entendem que a garantia mútua só pode estar na conexão entre nós. As mulheres aderem a isso de forma passiva.

Então, nós estamos indo para um lugar onde não teremos distúrbios de pensamentos e desejos estranhos. Lá, nós vamos tentar liderar um ataque dirigido à conexão entre nós. Eu recomendo que só os homens se reúnam em todos os nossos centros, pois se todos os homens do mundo tentarem se conectar agora, será a preparação certa para a convenção de dezembro.

Então, vamos passar para a próxima fase da preparação. Em dezembro, nós vamos adquirir mais forças, a fim de adicionar os homens que não podem participar dos trabalhos espirituais conosco agora, e as mulheres também.

Agora, nós estamos consolidando o núcleo, e em dezembro, vamos unir os círculos externos. O objetivo da convenção de dezembro é que a parte da humanidade que participar da convenção conosco se torne uma força interna que desperte os outros para a conexão e para a garantia mútua.

Da 4a parte da Lição Diária de Cabalá 15/11/11, “Arvut (Guarantia Mútua)”

Dê-Me O Que Você Deseja Para Mim!

Dr. Michael LaitmanO Livro do Zohar não estava destinado a ser estudado, mas sim para que exigíssemos a correção. Não faz diferença onde a pessoa está, em que situação ou estado de espírito, o quanto ela entende e qual é a sua atitude perante a vida. Não importa que tipo de pessoa ela é. Se ela abre o livro, deve pedir por algum esclarecimento, pelo avanço. Uma pessoa pede por compreensão, e outra, possivelmente, por uma vida melhor.

Nós temos que entender que isto tudo não é muito importante em comparação com o pedido para alcançar a meta. Mas, eu não sei o que é a meta. Assim como na vida: se eu pudesse ler O Zohar quando tinha dois anos de idade, eu poderia ter pedido algo bom, que fosse semelhante a meta da vida para mim. Mas, o que eu pediria, algum brinquedo?

Isso significa que eu não tenho que pedir de acordo com meu desejo: para me sentir bem, feliz ou o oposto. Os adultos, por exemplo, comem algo e sentem prazer. Para mim é azedo ou salgado, mas eles sentem prazer. Eles fazem coisas nas quais eu não vejo nenhum prazer e não entendo porque, a princípio, eles querem aquilo, e assim por diante.

Se nós estamos falando do verdadeiro estado que eu deveria alcançar, nem ações, nem realizações, nem qualquer outro critério me ajudam a decidir o que pedir. Os Cabalistas dizem que através da leitura do Livro do Zohar você pode pedir o que quiser. Mas, eu nem sei o que eu quero, porque eu preferiria não ter esses desejos. Mesmo assim eu não tenho escolha…

A pessoa deve se aproximar da leitura do Zohar com um pedido por aquilo que o livro quer trazer a ela. Esta é certamente a coisa certa a fazer. É como ser um bebê inteligente que entende que deve pedir para ser adulto, inteligente, forte, saudável e bem sucedido, como o Zohar o vê.

Portanto, vamos tentar pedir isso, e deixemos que o Livro do Zohar faça o que quiser conosco!

Da 2a parte da Lição Diária de Cabalá 15/11/11O Zohar

No Hall Da Justiça

Dr. Michael LaitmanO Livro do Zohar, Capítulo “Pekudei”, (Contas), Item 844: Neste palácio está Dumah. Ele está em pé acima, no terceiro palácio de Sitra Achra, e abaixo no primeiro palácio. É ele quem segura a alma quando ela é repelida do palácio sagrado pelo encarregado, Tahariel. Dumah fica na porta do primeiro salão de Kedusha, para agarrar a alma e atraí-la para os palácios de Tuma’a. Além disso, existem vários instigadores da lei e sentenciam com ele.

Suponha que eu esteja num tribunal onde diferentes forças operam, e me dissem sobre elas: “Essa pode ajudá-lo, esta está a seu favor, e aquela outra está contra você”. Eu constantemente penso como isso pode me ajudar a melhorar minha situação.

Ao mesmo tempo, ouvindo falar sobre todas essas forças, eu não penso sobre como elas interagem umas com as outras. Isso não me preocupa. Eu só penso em como resolver meu problema e ganhar o julgamento.

É assim que se deve ler O Livro do Zohar: constantemente querer que todas as forças que ele fala nos ajudem a avançar, ter sucesso e alcançar a revelação.

Da 3a parte da Lição Diária de Cabalá 15/11/11, O Zohar

Uma Pergunta Sobre A Observância Dos Costumes

Dr. Michael LaitmanPergunta (do blog Hebraico): Ano passado, enquanto eu estudava com o Rabbi Nachman de Breslov, recebi a revelação do Criador em meu coração. Seus ensinamentos continuam a iluminar o meu caminho e encher o meu coração. Virei-me para a fé, comecei a colocar tefilin (filactérios) e tento cumprir os mandamentos, como eu os compreendo.

Uma vez, eu cheguei à sua aula em Haifa antes do Yom Kippur e fiquei muito surpreso pelo fato de que antes de um dia tão importante como o Dia do Perdão, o senhor terminou a aula sem dizer uma única palavra sobre a observância dos mandamentos.

Eu estava esperando que, pelo menos, no final da lição eles iriam ler uma oração. Mas, mesmo isso não aconteceu. As suas aulas e o método de transmitir nossa santa Torá não incluem orações e execução dos mandamentos? É importante notar que eu realmente gostei da aula. Gostaria de saber se é possível falar de assuntos tão exaltados sem incluir a interpretação direta da Torá e o cumprimento dos mandamentos.

Resposta: Eu me dirijo a todos os cidadãos do país e do mundo, e é por isso que eu não apresento as minhas explicações no âmbito dos costumes, para não assustar as pessoas, mas para atraí-las para o mandamento principal: “Ama teu próximo como a ti mesmo”.

Os Freios Dianteiros

Dr. Michael LaitmanBaal HaSulam, “Arvut (Garantia Mútua)” (versão resumida): E você certamente descobre que a entrega da Torá teve que ser adiada até que eles saíssem do Egito e se tornassem uma nação por si mesmos, para que assim todas as suas necessidades fossem fornecidas por eles mesmos… 

O Êxodo do Egito não é apenas uma fuga da dominação da inclinação ao mal, embora em si mesma esta também seja uma grande conquista. A pessoa deve realmente escapar de seu ego assim como fugiria do fogo. Não importa o que, ela está pronta a se sacrificar até o fim. “Eu prefiro morrer a viver”. Ao mesmo tempo, a doação aos outros parece pior que a morte.

A segunda condição é se tornar uma nação. Não basta escapar do meu próprio egoísmo, eu também tenho que concordar em me conectar com os outros e cuidar de todos. Na verdade, eu os sirvo, e minha recompensa é que eles me permitem fazer isso. No caminho para alcançar esse objetivo não faltará nada a ninguém. Isso significa que eu estou diante do nível de Binah.

No entanto, enquanto eles ainda estavam misturados com os Egípcios… permeados de amor-próprio. Assim, a parte que foi dada nas mãos de estrangeiros não será assegurada a qualquer pessoa de Israel, porque seus amigos não serão capazes de prover suas necessidades…

Isto é o que provoca dor na pessoa e o motivo pelo qual ela escapa da mesma. Como prisioneira do ego (amor-próprio), que é chamado de Egito, ela não consegue cuidar dos outros e por isso decide fugir.

Mas aqui ocorre que, no sentido material, tudo está bem. Imagine que você tenha toda a comida que precisa e que você vive no lugar mais fértil. Ocorre que você pode estar bem na vida, no seu egoísmo. Até agora você foi empurrado pelo sofrimento, e aqui, quando você precisa escapar dele para doar, é como se você estivesse sendo retido pela frente: “Mas você também pode conseguir dentro do seu ego”.

Então, você volta a trabalhar, mas agora trabalha no próximo nível. Anteriormente, você escapou dos sofrimentos físicos, e, a fim de se livrar deles, você estava até mesmo pronto a se conectar. É por isso que as pessoas se conectam quando elas não têm escolha, em tempos de guerra ou de desastres. Até certo ponto, a conexão parece ser boa, mas de repente, ela não parece mais boa.

Você sobe ao próximo nível e lhe dizem: “Não vale a pena, você também vai viver muito bem no mundo corporal”. Essa resistência frontal impede que você anseie pela conexão egoisticamente. Há uma grande quantidade de sociedades que se conectam maravilhosamente por causa dos interesses pessoais, mas o mesmo não ocorre conosco.

Se a pessoa resiste à força do freio a cada vez e, apesar disso, quer chega à conexão, ela desenvolve um novo desejo que não está voltado para si. Ela cai e se levanta uma e outra vez, continua estudando, trabalhando no grupo e atraindo a Luz que Corrige, até que completa o segundo nível.

Agora, ela está pronta para se conectar somente para doar aos outros. Uma atitude direta para a doação é revelada nela, que ela coloca acima de todos os interesses pessoais.

Então, vem o terceiro nível. É quando a pessoa está como todos os outros, se sente bem com eles, e doa a eles, esquecendo-se de si mesma e de seus problemas, e se conectando aos amigos, à eternidade e perfeição. Depois, transparece que ela ainda precisa de uma recompensa, mas de uma qualidade mais elevada. Assim verifica-se que ela está trocando uma vaca por um burro, ou seja, trocando este mundo pelo próximo. Então, uma nova forma de resistência aparece: ocorre que você tem que agir em prol do Criador.

Assim, a pessoa passa para um nível qualitativamente superior de desapego pessoal. Agora, ela não está interessada em si ou no grupo, mas na Fonte, na idéia abstrata, abstrata no sentido que ela não tem nenhuma conexão com essa idéia.

É impossível continuar doando ao Criador: O Criador não sabe sobre mim, e eu não posso alcançá-Lo. Então, como posso formar um vaso de uma doação tão elevada? Para isso há um sistema especial sobre o qual falaremos mais tarde. 

Da 4a parte da Lição Diária de Cabalá 13/11/11, “Arvut (Guarantia Mútua)”

No Caminho Da Correção

Dr. Michael LaitmanO povo de Israel recebeu a Torá, quando este grupo concordou em ser como um homem com um coração, em garantia mútua. Por causa de sua conexão, eles receberam pela primeira vez os dez mandamentos fundamentais, os “Dez Mandamentos”, o plano da nossa correção completa contra as dez Sefirot completas.

Isso significa que eu tenho que ser corrigido de acordo com estas dez leis: respeite isso, não faça aquilo, e assim por diante, ou seja, cumprir as dez condições. Então, eu começo a me adaptar a outras leis que são reveladas a mim.

Eu descubro que é como se eu construísse o “bezerro de ouro”, depois as “águas da disputa” se manifestam a mim, o “pecado dos espiões”, ou eu pudesse perder a cebola e o alho que comi no Egito. Isto significa que a pessoa descobre diferentes estados, que ela tenta corrigir. Ela deve estar imersa na quebra e sentir todos esses atributos. É por isso que a Torá descreve tantos pecados.

Assim, em vez dos detalhes das dez principais leis, nós recebemos um livro inteiro que nos dá conselhos sobre como atravesar gradualmente corrupções sempre novas e correções dentro de nós mesmos. Se você agir corretamente, a Luz que Corrige brilha sobre você, despertando-lhe, mostrando e esclarecendo vários buracos negros.

Então, você começa a entender quem você é, e você grita, tentando se conectar com os outros como um homem com um coração a cada vez. E as formas de conexão que você precisa para isso são reveladas a você.

Finalmente, você completa todas as correções, e isso significa que você cumpriu todos os “dez mandamentos” que foram esclarecidos a você através deste processo, composto de 620 correções ou “mandamentos”.

Se você concordou em se conectar como um homem com um coração, você tem que seguir em frente agora, manter essa linha, e em cada passo estar conectado como “um homem”. Assim, você vai começar a descobrir uma queda atrás da outra: o bezerro de ouro, as águas da disputa, o pecado dos espiões, e assim por diante. Cada vez você vai descobrir um problema e corrigi-lo.

Isso se chama “o caminho da Torá” ou o “caminho da Halachá” (a palavra “Halachá” vem da palavra hebraica “Alicha” ou caminhada), que é um conjunto de leis que a pessoa deve seguir. Quando você se depara com um problema e não sabe o que fazer, a Torá lhe diz como fazer a correção. Assim, você junta todo o vaso da alma coletiva.

O livro da Torá nos fala sobre o processo interno que você tem que passar, sobre esclarecimentos e correções. Se você lê este livro e sente o que ele diz, você vê o caminho.

O caminho é longo, e você ainda nem começou a avançar, mas você pode ler sobre ele, esperando que alguma correção das futuras correções brilhe sobre você. A partir daí, você receberá a iluminação chamada Luz Circundante ou a Luz que Corrige.

Isso acontecerá se você desejar todas estas correções e se você compreender o que está lendo. Talvez você esteja lendo isso como um romance histórico ou algum livro da lei. Tudo depende da sua atitude.

O mesmo ocorre quando se trata do Livro do Zohar e O Estudo das Dez Sefirot. Todos os livros dizem a mesma coisa: como revelar o mal dentro de si mesmo e como corrigi-lo. Isso é chamado de “Torá”, já que tanto a revelação do mal e sua correção acontecem graças à Luz da correção. Se a pessoa trabalha nessas correções, isso significa que ela estuda a Torá. Sem isso, ela simplesmente estuda, a fim de adquirir conhecimento árido.

Da 2ª parte da Lição Diária de Cabalá 02/11/11, “O Amor pelo Criador e o Amor pelos Seres Criados”