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Luz Na Superfície De Uma Página

Dr. Michael LaitmanPergunta: Como Abraão foi capaz de unir uma nação em sua época se ainda não havia a Torá que os unisse?

Resposta: A Torá não é um livro ou palavras, mas a Luz que corrige, a força que se revela sob a condição de que executemos ações especiais. Mas todos os objetos físicos e as palavras são apenas símbolos.

A ciência da Cabalá é chamada de Torá verdadeira, a sua parte interna. Mas um livro de Cabalá, por si só ainda não é Cabalá. A pessoa pode usá-lo para obter a noção chamada de sabedoria da Cabalá. Tudo depende da abordagem da pessoa. Se ela quer usar essa sabedoria em seu próprio benefício, para ela esta é uma informação abstrata. Mas se ela quer usá-la para alcançar o amor ao próximo, ela é chamada de Torá.

Isso nem depende tanto do livro. Outros livros, como o Talmude, a Torá e os Salmos também contêm a Luz que corrige. Mas a Luz contida nos livros Cabalísticos está mais perto de nós, se destaca mais, e é muito mais fácil de extrair. É por isso que nós devemos usar exatamente esses livros.

Em virtude destes livros, mesmo pessoas modernas como nós, que são pequenas e confusas, sem entender nada, podem imaginar que estão se aproximando de outro estado, de um mundo novo e diferente. O autor intencionalmente colocou no livro a Luz que está perto de nós.

Em contraste, a Luz contida em outros livros, como a Torá e o Talmude, está contida profundamente. Mas nos livros Cabalísticos ela brilha como que a partir da superfície, pois está muito mais próxima de você.

Da 4ª parte da Lição Diária de Cabalá 02/11/11, “O Amor pelo Criador e o Amor pelos Seres Criados “

Música Que Aquece O Coração

Dr. Michael LaitmanPergunta: Como deve ser a música na Convenção, de modo que ela realmente aqueça o coração das pessoas?

Resposta: Música alegre não significa divertir-se estupidamente. Pelo contrário, ela deve despertar um sentimento bom dentro de mim, a simpatia pelo que está acontecendo. Na Convenção, bem como todos os dias, nós devemos imaginar o estado futuro que desejamos, do qual queremos receber uma iluminação, um brilho, uma influência. Deixe que a Luz que Corrige venha de lá e nos atraia até lá.

Ao olhar para algo bonito, eu sou automaticamente atraído a ele. Mas, neste caso, eu tenho que imaginar a beleza por mim mesmo, como um exercício antes e durante a Convenção. Em dezembro nós vamos mergulhar no mundo do futuro por 72 horas. Nós temos um único vaso onde a força geral de doação se revela e todos nós vivemos em doação mútua.

O que nós queremos descobrir com isso, além de uma sensação de euforia? Quais são as nossas relações? Como é que vamos interagir na família, entre amigos, no trabalho (com os nossos colegas de trabalho, empregados e empregadores), na economia da nova geração, na ecologia, na sociedade? Nós estamos entrando num novo mundo e estamos começando a analisar os seus detalhes: cultura, educação, ciência, nossa atitude para com todos os tipos de coisas…

E é aí que a música pode nos ajudar a desenvolver a abordagem correta para a vida. E não importa se há palavras ou não.

No entanto, a música não deve atrair-me a pensamentos tristes, qualquer coisa que me lembre uma descida ou desespero. Esta proibição também é eficaz no nosso trabalho diário. A música triste, a linha de esquerda, só pode ser usada se eu construí uma forte linha direita antes do tempo e estou nela. Como o Baal HaSulam escreve, apenas meia hora por dia pode ser gasta em auto-análise crítica, sob a condição de que eu trabalhei na linha direita por 23,5 horas.

Da 4ª parte da Lição Diária de Cabalá 01/11 /11, “O Amor pelo Criador e o Amor pelos Seres Criados”

Abra A Torneira Da Luz Superior!

Dr. Michael LaitmanNão importa qual item ou parte do Livro do Zohar nós estudamos. O Rabash costumava fazer isso: ele fechava os olhos, abria o livro em alguma página e começava a ler no meio da frase. Ele lia algumas linhas, e isso bastava para ele. Então ele continuava a pensar.

Ele conecta a pessoa à fonte que lhe explica sobre o futuro estado, o estado bom e correto. Afinal, você não sabe o que é esta fonte. Você só sabe que ao fazer isso, você abre certa torneira que lhe traz a força, e essa força deve influenciar você. É como se você abrisse uma torneira de água, e ela fluísse (escorresse) em você.

É assim que nós precisamos nos relacionar com O Livro do Zohar. A “água” flui com a condição de que “estejamos debaixo da torneira”. “Ficar debaixo da torneira” significa estar juntos, ansiar tanto quanto possível pela união, uma vez que esta é a natureza das águas superiores que derramam a partir de um vaso unificado. Assim, conforme nos unimos, desejamos nos conectar, e nos esforçamos para estar como um homem com um coração, a Luz da Torá chega até nós, e nós merecemos a recepção da Torá, a recepção da Luz.

Da 2ª parte da Lição Diária de Cabalá 31/10/11, O Zohar

Em Uníssono Com A Mente Universal

Dr. Michael LaitmanQuando nos unirmos e sentirmos a força geral, o desejo, o plano, a mente universal que nos governa, a qual teremos que obedecer quando estivermos em uníssono, em harmonia e em movimento consciente com ela, nós sentiremos a mente do Universo ou a “noosfera” que Vernadsky falou. Em outras palavras, nós sentiremos a força superior do universo, o pensamento da natureza, seu plano mais elevado, o seu início e seu objetivo. Nós subiremos ao nível do homem, que se tornará o pico da natureza, seremos iguais a ela e entenderemos o Pensamento da Criação.

Nós devemos nos conscientizar deste estado, para compreendê-lo, compreender esta mente, este desejo, este plano. Quando poderemos descobrir isso? Quando começarmos a nos mover em uníssono, em harmonia, como um cardume de peixes, percebendo o movimento do campo circundante, fazendo isso por nossa própria vontade e não de forma instintiva, como os pássaros e peixes, então começaremos a reconhecer este campo, este grande pensamento da natureza.

O problema todo é como nós encontramos este campo, como começamos a nos conectar a ele, e encontramos um ritmo comum em nossos movimentos. Para fazer isso, nós devemos mudar a nós mesmos.

Nós só conseguimos mudar sob influência do ambiente, como nós o vemos em nós e em nossos filhos. Caso contrário, a natureza nos mudará, forçando-nos duramente através de golpes, colocando-nos sob o “rolo compressor do desenvolvimento”.

Para evitar isso, nós precisamos ser ativos e criar o ambiente circundante para nós com antecedência, que nos levará a uma maior equivalência com esta única força da natureza. Assim, nós mudaremos. Nós temos que nos cercar de um simulador que nos elevará o tempo todo, nos unirá, e nos aproximará da força da natureza, que hoje nos obriga a estar integralmente conectados.

Do Programa de TV “O Mundo Integral”

Num Único Campo De Desejos

Dr. Michael LaitmanNós vivemos num mundo egoísta, e cada pessoa o vê com base na quantidade de satisfação e prazer que pode receber dele, o quanto ela pode se beneficiar: pessoalmente e em comparação com os outros. Uma pessoa se mede constantemente em relação aos outros: às vezes é melhor receber menos, mas um pouco mais do que outros, depois receber um monte, quando outros recebem ainda mais. Nós estamos acostumados a atuar dessa forma em nosso mundo, e nós sempre nos desenvolvemos desta maneira.

Mas, agora, um mundo completamente diferente está diante de nós. Ele nos obriga a agir de maneira diferente; por exemplo, como formigas, que sempre trabalham juntas como um único organismo, ou como pássaros, que sentem um ao outro quando voam. Quando as aves viajam, todo o bando se move ao mesmo tempo, como um todo único: não é a primeira ave que se move com todas as outras aves lhe seguindo, mas todas as aves se movem juntas.

Um cardume de peixes também se move simultâneamente, e assim por diante. Existe uma conexão precisa entre eles, um campo comum que os controla. Todos sentem totalmente os outros, independentemente de serem ou não o primeiro ou o último do cardume, e é por isso que todos eles se movem simultaneamente. Num estado de comunidade, em vez de perceber a si mesmo, cada indivíduo percebe o todo comum e executa o desejo comum, o plano comum.

Da mesma maneira , a Natureza nos obriga a agir em conjunto. Porém, em vez de agir instintivamente como formigas, peixes e aves, é preciso agir conscientemente. Este estado é totalmente confuso para nós. Como eu posso perceber o mundo inteiro como um enorme rebanho, movendo-me e interagindo com ele como um todo comum, com uma cabeça e um coração? No entanto, agora nós estamos entrando neste estado contra a nossa vontade e independentemente do nosso desejo. Nós já existimos nele como um enorme conjunto de aves, peixes ou formigas, mas nós ainda não entendemos nada.

No entanto, aos poucos estamos começando a perceber isso. Nós vemos que já não podemos controlar a nós mesmos e influenciar as coisas como fazíamos antes, porque agora um plano de trabalho mútuo completamente diferente está sendo revelado, quando você deve sentir a todos os outros, e todas as pessoas juntas devem sentir o movimento comum, dirigir-se, e mover-se numa única direção.

Nós temos que distribuir tudo entre nós de acordo com isso: para consumir e gerenciar assuntos aparentemente particulares que, de repente, se tornam públicos. A pessoa não tem nada de privado. Qualquer coisa que ela faz é parte do coletivo. No final, a sua pequena obra deve incluir o plano geral. Ela deve se sentir como um elemento do rebanho, que é operado pelo pensamento geral, a mente geral, o plano geral.

Do Programa de TV “O Mundo Integral”

Desconforto Antes Da Convenção

Dr. Michael LaitmanPergunta: Qual é o temor que precisa ser sentido antes da próxima grande convenção em dezembro?

Resposta: O desconforto  antes da convenção é a ansiedade e o temor de que eu não vou realizar aquilo que devo realizar conforme o programa da criação, que define quem eu sou, as qualidades com as quais fui criado, e como posso participar e investir o máximo de mim para acelerar o desenvolvimento de todo o vaso espiritual.

Cada pessoa deve se sentir responsável pelo desenvolvimento de todo o vaso comum, e isso é referido como a medida da minha doação ao Criador. Nós precisamos nos preocupar com isso e entender que tudo só depende de mim.

Da 1ª parte da Lição Diária de Cabalá 30/10/11, Escritos do Rabash

O Que É Que Me Fará Amar Os Outros Como Amo A Mim Mesmo?

Dr. Michael LaitmanBaal HaSulam, “Amor pelo Criador e Amor pelos Seres Criados”: É dito que qualquer um que compre um escravo hebreu, é como se comprasse um mestre para si próprio. Isto quer dizer que se acontecer que uma pessoa tenha apenas uma almofada, … ela deve dá-la ao seu servo.

“Ame o próximo como a si mesmo” é a segunda regra que enfrentamos depois de termos aprendido a não fazer aos outros o que odiamos. Esta condição em particular tem altos requisitos.

No estado de “amar o seu amigo como a si mesmo”, não é basta evitar a crítica ou considerar o seu amigo mais baixo que a si próprio. Você deve elevar o seu amigo acima de si mesmo de forma que ele se torne para si a coisa mais importante no mundo. De agora em diante, devo preocupar-me primeiro com ele, como uma mãe que se entrega naturalmente ao seu filho e renuncia a si própria de forma a fornecer-lhe tudo o que for necessário. Devemos relacionar-nos com toda a gente desta forma.

Claro, não somos sequer capazes de pensar nisso. Esta condição é-nos tão detestável e repulsiva que não conseguimos sequer imaginar para nós próprios como poderíamos concretizá-la.

Contudo, a Luz que Corrige existe no mundo. Ela age no seu próprio ritmo, de acordo com o plano da criação, e aproxima-nos de forma a que aceitemos esta condição. Quer queiramos quer não, no fim, iremos precisar de satisfazê-la quer por vontade própria quer por pressão através do sofrimento. De uma forma ou de outra, estamos a falar sobre a lei da natureza que hoje está a trazer a toda a gente para o primeiro estado do caminho espiritual, para o princípio de “faça aos outros o que quiser que lhe façam a si”.

Todos nós precisamos de sentir que estamos juntos no mesmo sistema, que estamos mutuamente ligados entre nós, que nos entendemos uns aos outros, e estamos dependentes uns dos outros. O sistema integral une-nos em todas as intenções e significados. Nós ainda descobriremos que cada desejo e pensamento de uma pessoa está ligado ao resto das almas.

Claro, não somos capaz de satisfazer esta condição, e nós certamente não a queremos satisfazer. Instintivamente, rejeita-mos e ignoramo-la. Não concordo com esta condição de tal forma que me esqueço imediatamente dela. Portanto, o que devo fazer?

A pessoa precisa realizar exercícios num grupo onde ela ainda assim queira fazê-lo. Ninguém me diz que preciso de perceber a condição em que eu me proíbo de fazer aos outros aquilo que eu detesto para mim próprio. Não consigo concretizá-lo contra o meu desejo, e muito menos amar os outros como a mim mesmo. Não é impossível forçar-me uma vez que não tenho controlo no meu coração. Contudo, sou capaz de realizar acções que irão mudar o meu coração.

Questões surgem aqui: Como posso eu querer algo assim? O que preciso fazer para isso? É aqui que reside um ponto de escolha: eu posso atrair a Luz que Coriige quer para o bem ou para o mal, um dos dois. No fim, eu quererei que ela venha, mas o que é que fará com que eu a queira?

Por um lado, podemos construir um ambiente que me impressionará com a grandeza e importância da meta e que irá direccionar-me para a doação e o amor mútuo. Sob a doação dos amigos, eu ainda desejarei mesmo o que não é importante para mim agora. Então, a Luz virá.

Por outro lado, podemos sentir a falta dos nossos esforços como sofrimento, mesmo uma guerra mundial, até que no fim, precisaremos pedir a Luz que Corrige de qualquer jeito, pedir correcção, e pedir bons relacionamentos entre os nossos semelhantes.

Por exemplo, hoje, a existência de Israel está sob ameaça, e esta situação negativa deve acordar-nos para a correcção. Você quer livrar-se das ameaças? Atraia a Luz que Corrige, e ela fará tudo por si. Nada ajudará além disso. Afinal de contas, um herói não ganha pela força.

Precisamos apenas de nos unir. A nossa unidade irá atrair a Luz ao nosso mundo, e corrigirá tudo. Fará isso gradualmente, de acordo com o seu programa que nós não sabemos. Mas em qualquer caso, a manifestação da Luz no mundo levar-nos-á para o bem.

Da 4ª parte da Lição Diária de Cabalá 30/10/11, “O Amor pelo Criador e Amor pelos Seres Criados”

A Regra De Hillel

Dr. Michael Laitman“Faça aos outros aquilo que gostaria que lhe fizessem a si”. O sábio Hillel formulou esta regra para aqueles que queriam livrar-se da sua intenção egoísta, para se aproximarem do mundo espiritual, e para perceber a revelação do Criador e os benefícios que traz.

O Homem é confuso. Ele não sabe como abordar isto, e normalmente confia em ser capaz de usar as suas qualidades actuais e desejos que pertencem ao nosso mundo. Afinal de contas, ele aprendeu coisas, recebeu uma educação e atingiu algo em vida. Ele pensa que a subida para o próximo degrau é concretizada seguindo o mesmo cânone. E este é o problema.

Habituámo-nos aos mecanismos de relacionamento familiares a nós desde a infância, as leis e tradições reconhecidas. Inconscientemente, o corpo dirige-nos e leva-nos a pensamentos, acções e movimentos, e soluções definidas pelo sistema. Nós não percebemos que o mundo espiritual requer reavaliação absoluta de todas as bases. Eu não continuo o caminho anterior. Em vez disso, acabo com ele e subo para um novo vector, uma nova dimensão que nem eu próprio podia imaginar antes. Esta não é só uma viragem, é um passo no desconhecido.

Antigamente, havia uma pessoa que desejava alcançar a doação, ir de uma intenção egoísta para uma intenção altruísta, do mundo corpóreo para o mundo espiritual. Ela veio ter com Hillel. A pessoa já percebia que não era capaz de o fazer por si mesma e que não conseguia avançar pela sua própria compreensão. Afinal de contas, a aprendizagem espiritual não é um curso universitário. Não pode ser dominada através de livros ou guias auto-didactas.

O convidado de Hillel percebeu que precisava de ouvir o conselho do sábio e segui-lo “com os olhos fechados”. Ele percebeu que esta era a única forma dele poder ser bem sucedido, sendo que não era capaz de ver o caminho abrindo-se à sua frente, o qual não pode ser visto com uma visão egoísta. É por isso que ele foi ter com Hillel com a sua questão.

Hillel personifica o corpo colectivo de regras, Halacha, por outras palavras, as regras para completar o caminho (Alicha) em direcção ao propósito da criação. A sua resposta foi simples: “Deixe as teorias. Existe apenas uma regra: ‘Faça aos outros aquilo que gostaria que lhe fizessem a si’”.

De forma a testar se você está no caminho certo, você constantemente, a cada momento, precisa testar-se a si mesmo em relação ao seu amigo. Consegue pensar tanto em si mesmo como pensa nele? Consegue de coração aberto trocar de lugar com ele e preocupar-se com o seu amigo da mesma forma que se preocupa consigo próprio? Consegue preocupar-se consigo mesmo da mesma forma que se preocupa pelo seu amigo? Mesmo se você o estiver a criticar por dentro, você deve elevar-se acima disso, estar acima da sua atitude negativa para com o seu semelhante em todas as suas manifestações.

Esta é a primeira metade do caminho, quando você começa a estabelecer contacto com os outros. Isto manifesta-se em si deixando de ser um distúrbio. Você fica preparado para uma ligação, mas você simplesmente não é ainda capaz de a perceber. Desta forma, você evoca a Luz que Corrige, e ela fá-lo avançar.

Claramente, o entendimento do princípio de “faça aos outros aquilo que gostaria que lhe fizessem a si” divide-se em muitas etapas. Cada etapa é algo diferente, novo, e especial. Uma e outra vez, você continuará a descobrir fragmentos maiores da imagem geral. Agora mesmo, você pensa que é suficiente apenas interagir com o seu semelhante. Contudo, o seu desejo egoísta irá tocá-lo constantemente. Irá tocá-lo muito. Você irá querer objectar dele, contradizer, esmagar, e matá-lo.

Haverão muitas opções. Então, você começará a apreender o seu mecanismo interno em relação à regra de “ame o seu próximo como a si mesmo”. O seu próximo não é tanto o problema aqui quanto a sua ascensão sobre o egoísmo em direcção ao nível de Bina, o estado de Hafetz Hesed (deleite na misericórdia).

O seu “semelhante” é o seu equipamento de exercício, a amostra, o critério, em relação ao qual você consegue controlar as abordagens espirituais, leis, e condições aqui no nosso mundo. Afinal de contas, nós devemos revelar o mundo espiritual especificamente no nosso mundo, e não para lá do horizonte. Sim, a dimensão espiritual irá trazer novos parâmetros, mas eles serão revelados nos relacionamentos entre nós, entre todas as pessoas. É por isso que está escrito: “Faça aos outros aquilo que gostaria que lhe fizessem a si”.

Este princípio é claro para todos, e qualquer um pode percebê-lo. Não precisa de quaisquer requisitos preliminares para a pessoa. Aja como você é. Existe um grupo perante si, e você consegue trabalhar nesta condição juntamente com os seus amigos. Pare de procurar outras coisas. Você não tem outro método que leve à revelação do Criador. Tal é a primeira condição no nosso caminho.

Existe um total de duas condições, e ambas estão dirigidas ao “semelhante” perante si. A segunda e última condução é “Ame o seu próximo como a si mesmo”.

Da 4ª parte da Lição Diária de Cabalá 30/10/11, “O Amor pelo Criador e Amor pelos Seres Criados”

O Remédio Para O Desamparo

Dr. Michael LaitmanPergunta: Se eu leio os Salmos ou outros textos Cabalisticos, eu posso ser levado às lágrimas. Essas palavras estão muito perto do meu coração. Eu entendo que isso tem a ver comigo e meus sentimentos, e eu posso identificar-me com o texto. Além disso, eu entendo estes textos. Eles penetram meu coração e levam-me às lágrimas.

Entretanto, O Livro do Zohar é algo obscuro, morto, sem cor e sem sentido, e eu não consigo ser comovido por ele. Então, por que O Livro do Zohar é considerado a maior fonte pela qual a força superior nos afeta? É impossível sentir isso.

Resposta: É realmente assim. Temos de compreender o princípio fundamental aqui: é quando eu chego a um sentimento de total desamparo em alcançar a meta espiritual, que eu entendo que todas as minhas orações, prantos e solicitações não ajudaram, é que eu começo a encontrar os poderes ocultos no Zohar e entendo porque ele foi escrito da forma como foi.

Se certas fontes Cabalisticas me comovem, essas emoções estão no nível animal, não no nível do homem, que é semelhante ao Criador. Estes são típicos sentimentos corporais, tais como, “Eu me sinto mal”, “Eu realmente quero, mas não posso alcançá-lo”, e assim por diante. Estes são os sentimentos humanos comuns que estão muito longe da espiritualidade.

Se eu realmente anseio por doação, conexão, união e amor, que são contrários a todos os meus poderes, motivações e desejos, porque não consigo simplesmente despertá-los através da leitura de um texto ou ser impressionado com descrições imaginárias no meu entendimento daquilo que está escrito, então eu começo a sentir que O Livro do Zohar é a fonte de poder que existe particularmente na dimensão superior, além dos meus sentimentos, motivações e sensações comuns.

Da 2ª parte da Lição Diária de Cabalá 27/10/11, O Zohar

Como Transcender Os Limites Do Universo

Dr. Michael LaitmanA fim de nos permitir alcançar a meta espiritual, somos levados a um lugar especial, com livros especiais e um ambiente especial. Isto porque o sentido da vida só pode ser alcançado quando a pessoa transcende suas fronteiras.

Assim, nós temos que descobrir as forças, habilidades, atributos e emoções que estão além dos limites da nossa vida: além dos limites do universo. Estes são atributos totalmente diferentes, que só podem ser alcançados graças a um ambiente especial onde todos também querem transcender a sensação desta vida corpórea.

Inicialmente, a pessoa recebe muito pouca energia, um desejo muito pequeno. A fim de transcender os limites da vida e elevar-se acima dela, ela precisa de grandes poderes. Estes não são poderes egoístas, mas sim o poder de doação, que é contrário a tudo o que está nela.

Assim, a pessoa é levada a um ambiente especial onde constrói uma relação especial e descobre o seu desejo de doar. Embora a doação não pareça atraente no início, com o tempo a pessoa recebe as impressões certas e entende que com a ajuda do poder de doar, ela pode satisfazer seu desejo de sentir a vida fora do corpo.

A fim de satisfazer o seu sonho, a pessoa precisa ter um grande poder de doação. É por isso que lhe é dada uma chance: “Por favor, aja! Você está entre outras pessoas, você não quer ter nada que ver com elas, e você não quer doar a elas. Isso é claro. Portanto, você deve se arrepender por não poder fazer isso, porque sem isso você não terá controle sobre sua própria vida”.

Assim, a pessoa começa a pensar se isso é um bom negócio ou não. Às vezes, ela concorda porque vê que essa é a única maneira possível, e, não tendo outra escolha, ela é obrigada a aceitá-la. Ela está pronta para alcançar a doação, somente com o intuito de elevar-se acima desta vida.

No final, a pessoa começa a entender que o poder de doação que ela recebe do ambiente é a essência de sua vida espiritual. Não é um adiantamento que ela está pronta a fazer para mais tarde receber a vida espiritual em seu desejo egoísta. Não, é o poder de doação em si que lhe dá a vida espiritual superior e novas sensações.

Da 1ª parte da Lição Diária de Cabalá 27/10/11, Escritos do Rabash