Um Cálculo Transparente

Dr. Michael LaitmanNo artigo “Paz no Mundo”, o Baal HaSulam examina a essência da próxima transição que elevará a humanidade a um novo nível:

À primeira vista, o plano parece imaginário …Mas quando nos aventurarmos a fundo, descobriremos que a contradição da recepção para si mesmo em relação à doação aos outros não é senão uma questão psicológica … embora a auto-recepção se manifeste em nós de várias maneiras … todas essas são definidas por um nome: “prazer”.

Isso já está claro hoje. Nossa essência, a mente, o sentimento e cada célula do nosso corpo aspiram à realização. Isso pode ser sentido simplesmente como uma onda de energia, ou pode assumir outras formas até atingir o nível psicológico, onde nós o definimos como prazer. Se minha mão repousa sobre a mesa, não é a minha mão que gosta do que faz, mas eu. De uma forma ou outra, a realização para nós é sempre um prazer. É o que todos nós desejamos.

Suge uma questão: se a minha matéria só quer se satisfazer a fim de experimentar prazer, será que eu sou capaz de manter uma conexão com os outros? Será que eu sou capaz de participar da vida do sistema comum como a natureza exige e desfrutá-lo ao mesmo tempo? Se isso for possível, se o Baal HaSulam diz que isso é um aspecto psicológico, talvez eu seja capaz de me confundir ou me enganar ao fazê-lo? Afinal, a psicologia é um assunto de todos os dias, por assim dizer. Como resultado, através da realização da exigência da natureza, eu vou desfrutar e fazer os outros felizes num novo nível global de ser.

… O que a pessoa recebe durante a vida? Se assumirmos que ela obtém vinte por cento de prazer durante sua vida e oitenta por cento de dor, se nós colocarmos um diante do outro, ainda haveria sessenta por cento de sofrimento não recompensado.

Se a pessoa fizesse o cálculo certo, ela não seria capaz de suportar esta vida. Da maneira mais natural, ela imediatamente decidiria acabar com sua vida. A matemática é simples: “prazer menos sofrimento é igual a ….”. O qual é seguido de uma decisão e sua realização imediata. No entanto, nós não fazemos um cálculo preciso e, portanto, continuamos vivendo.

Mas tudo isso é um cálculo particular, como quando alguém trabalha para si mesmo. Mas num cálculo global, o indivíduo produz mais do que toma para seu próprio prazer e sustento. Assim, se a direção fosse para mudar de auto-recepção para doação, o indivíduo desfrutaria toda a produção daquilo que ele produz sem muita dor.

Se fizermos um cálculo do quanto podemos receber do mundo inteiro em troca do que damos a ele, então realmente vale a pena viver.

Assim, tudo depende de um cálculo claro, preciso e transparente: o que eu recebo da recepção e da doação? O Baal HaSulam fala apenas do cálculo material aqui, deixando o cálculo espiritual nas entrelinhas. Em nosso mundo, de uma forma ou de outra, todo mundo sofre e aceita. No entanto, se nós mostrarmos claramente a uma pessoa toda a sua “renda” e “despesas”, ela entenderá que está sendo roubada até o osso. Por outro lado, no sentido espiritual, ela pode registrar a vida eterna em sua conta, que é incomparável à mesquinha existência animal.

Assim, nós estamos diante de um problema psicológico, e temos que ver a correção do mundo nesse sentido. Todos esses cálculos, bem como as oportunidades que se revelaram em virtude do método Cabalístico, caracterizam-se pela educação. Isso significa que nós temos que criar um sistema de educação e formação, onde o mundo, que está numa situação desesperadora, entenderá que está realmente no ponto de partida, no limiar de um novo começo.

Da 4ª parte da Lição Diária de Cabalá 25/10/11, “Paz no Mundo”