Toda A Verdade Sobre Mim Em Preto E Branco

Dr. Michael LaitmanO nosso desejo de receber prazer está em constante processo de desenvolvimento. A partir do momento que este desejo foi criado pela Luz “a partir da ausência”, esta “ausência” começou a se desenvolver sob a influência da Luz, e continua a fazê-lo: do início da criação até o seu final.

Existem estágios neste desenvolvimento, onde o desejo de receber ainda não é considerado a criatura e ainda está construindo seus níveis inanimado, vegetal e animal: o sistema da natureza espiritual. Depois, dentro desta natureza espiritual a alma é criada, chamada Adão, “homem”, o nível falante ou humano. Esta alma também se desenvolve nos níveis inanimado, vegetal e animal, nos mundos de BYA (Assia, o nível inanimado, Yetzira, o nível vegetal, e Beria, o nível animal).

No entanto, o próprio homem deve construir o nível humano interiormente. Se o homem não constrói a si mesmo como humano, ele existe como um animal e usa egoisticamente tudo o que o rodeia nos níveis inanimado, vegetal e animal (todos os mundos de BYA), tirando o máximo que pode disso. É assim que nós nos desenvolvemos, absorvendo da natureza a nossa volta todos os tipos de realizações que nos ajudam a crescer em nosso egoísmo.

Entretanto, quando alcançamos o nível onde exaurimos quase tudo da natureza, nós começamos a sentir que o nosso desejo egoísta é oposto ao nível “humano”, o mundo de Atzilut. Nossas vidas se tornam amargas, e não sabemos a quem culpar. Afinal, o mundo de Atzilut está oculto de nós, e nós existimos abaixo do Parsa (a fronteira que separa Atzilut dos mundos de BYA).

É por isso que a pessoa não entende porque é tão infeliz. Parece que ela tem toda a sua vida detalhada diante de si para desfrutar. No entanto, nós não recebemos a Luz adicional, que não pode atravessar o Parsa do mundo de Atzilut e descer até nós através dos mundos de BYA, e nós (a parte humana dentro de nós) nos sentimos mal. Este “humano” dentro de nós é oposto ao verdadeiro nível humano (Zeir Anpin do mundo de Atzilut). É assim que nós começamos a aspirar a revelar a fonte da nossa vida, bem como o seu significado e propósito.

Todo o nosso trabalho é escrever o “preto no branco”. O mundo de Atzilut é chamado de “branco”. E “preto” é o nosso nível mais baixo e a cor do mundo de Assia. Vermelho é a cor do mundo de Beria, verde é Yetzira, e preto é Assia. Tudo está escrito no fundo branco, sobre a “brancura superior” (Loven Elyon) do mundo de Atzilut.

A pessoa que escreve é aquela que examina e mede a si mesma em relação ao mundo de Atzilut. Ela deseja tornar-se como o nível humano do mundo de Atzilut, mas ao examinar-se percebe o quanto não corresponde a essa imagem. É assim que ela avança.

Da 1ª parte da Lição diária de Cabalá 25/09/11, Escritos do Rabash