“Sentei-Me À Sua Sombra Com Grande Deleite…”

Dr. Michael LaitmanÉ costume celebrar o feriado de Sucot (Festa dos Tabernáculos) numa estrutura temporária construída especificamente para este fim: a Sucá. A cobertura da Sucá (Skhakh) é a parte mais importante dela. Algumas pessoas chegam a beijar a cobertura porque ela simboliza a tela, a sombra que você construiu. Mas você constrói esta cobertura a partir de resíduos (lixo), “o resíduo do celeiro e da adega”, ou seja, dos lugares onde fazemos pão, que simboliza a Luz de Hassadim (Misericórdia), e vinho, que simboliza a Luz de Hochma (Sabedoria).

Quando os dois estão conectados corretamente, a pessoa constrói uma tela a partir desses resíduos, ou seja, daquilo que ela rejeitou e desrespeitou antes. Agora, ela eleva isso acima da cabeça, através da fé acima da razão, e, assim, constrói uma sombra de si mesma, sobre a qual se diz no Cântico dos Cânticos: “Sentei-me sob sua sombra com grande deleite…”. Assim, a pessoa adquire o vaso, que a Luz veste: a Luz de Hochma entra na Luz de Hassadim. Assim, o resíduo não é mais lixo, mas algo importante para ela. É assim que a pessoa avança espiritualmente.

O símbolo do resíduo que se transforma na coisa mais importante é semelhante à maneira como as crianças crescem brincando. É como uma menina, que amava boneca de pano mais do que tudo e não queria brincar com um bebê de verdade, desfrutará brincar com uma criança de verdade e não com uma boneca quando ela crescer. É o mesmo conosco. Não podemos tocar um prazer verdadeiro e entender que é a coisa verdadeira.

Até crescermos, nós precisamos de prazeres falsos, na forma de um plástico ou uma boneca de pano, e não podemos mudar para algo real. Este é o tempo da infância! Até que nossos vasos cresçam, não conseguimos entender que brincar com um bebê de verdade pode nos trazer prazer.

No entanto, quando amadurecemos, nossos vasos crescem. Assim, nosso trabalho é nos elevarmos. Na espiritualidade, nós não crescemos como na vida material, onde tudo acontece naturalmente. Se a pessoa trabalha, a fim de evitar sair do caminho, apesar dos obstáculos, se ela pede pela Luz e permite que a Luz atue sobre ela, ela gradualmente obtém o desejo que compreende quais são os verdadeiros prazeres.

O desprezo que sentia pelo bebê de verdade torna-se seu vaso corrigido para receber o prazer correto. Agora, ela entende como era ingênua a sua brincadeira com carros de brinquedo e bonecas de pano. Mas isso foi importante porque ela cresceu graças a isso.

Da 1ª parte da Lição Diária de Cabalá 11/10/10, Escritos de Rabash