Um Ferrovia De Engrenagens Que Vai Ao Infinito

Dr. Michael LaitmanPergunta: Como podemos explicar às pessoas simples como age a Luz que Corrige?

Resposta: Isso pode ser explicado com muitos exemplos que mostram que o homem é o resultado de seu ambiente. Por exemplo, crianças que estavam perdidas na floresta e foram criadas perto dos animais adquirem o comportamento desses animais, e animais que vivem próximo às pessoas se tornam mais parecidos com os humanos.

O ambiente da pessoa faz tudo. Eu posso avançar sem o ambiente, semelhante a quando a natureza muda, e assim também revelar em mim diferentes formas de existência. Uma vez, eu era como uma ameba. Então, eu me tornei uma criatura mais complicada. Então, isso continuou, sem parar, até que evoluiu na pessoa que sou agora, sob a influência do ambiente, da natureza.

À medida que a natureza se transforma, ela nos transforma.

Agora, nós estamos descobrindo que tudo muda: explosões acontecem no sol, as mudanças climáticas e os pólos magnéticos e geográficos estão mudando. Nós ainda não sabemos o que está acontecendo aqui. Nós ainda não percebemos os milhares de fatores que nos influenciam e nos fazem avançar.

Tudo acontece através do ambiente, mas este ambiente é chamado de Natureza. Ele parece ser inanimado e algumas mudanças estão ocorrendo lá, provavelmente conforme determinado programa, mas talvez não. Nós constantemente quereremos saber sobre isso, porque pensamos que é um acidente, não um programa. Se soubéssemos que tudo está acontecendo de acordo com o plano da natureza, teríamos uma atitude completamente diferente em relação a ele.

Hoje, nós estamos enfrentando um problema. Nós estamos encontrando mudanças climáticas súbitas e dramáticas, e queremos saber se essas mudanças estão acontecendo de acordo com um plano ou se são acidentais. Nós estamos contribuindo para essas mudanças na natureza (e existem muitos estudos sobre isso), ou elas são tão aleatórias que não há nada que possamos calcular aqui?

Se bem que, que tipo de acaso poderia ser? Nós estudamos os processos que ocorrem no interior da Terra e sabemos que vivemos numa capa fina de um vulcão em chamas. É por isso que surge uma questão realmente importante: Será que nós afetamos ou não esses processos? Se não afetamos nada, então “coma, beba e seja feliz, porque amanhã morreremos”, como dizem as pessoas. No entanto, se podemos afetá-los, como vamos fazer isso? Será com pensamentos e desejos ou queimando menos petróleo e gás? Os cientistas estão à procura de respostas a essas perguntas porque suspeitam de um iminente curso de eventos desagradáveis.

A globalidade do mundo, que está sendo revelada a nós agora, tem que nos tornar, em última análise, mais inteligentes. Nós devemos perceber que tudo ao nosso redor é um sistema único, e que também estamos dentro dele. Existe uma influência mútua: nós afetamos o sistema externo, e ele nos afeta; nós mudamos através do seu efeito sobre nós.

Isto nos leva à solução que deriva da sabedoria da Cabalá. Será que nós podemos alterar intencionalmente o ambiente para que ele nos afete e nos transforme na direção do mesmo objetivo, mas pelo caminho bom e rápido?

Surge então um problema. Nós temos que mudar um monte de dados colocados em nossa mente. Primeiro, nós devemos entender que existimos dentro de uma natureza geral, universal e global, onde todas as partes existem em união, e que todo este processo tem um plano, uma tendência, segundo a qual temos sempre nos desenvolvido. Realmente, mesmo quando olhamos para o processo evolutivo, vemos que há certo plano de desenvolvimento nele. De repente, nós esquecemos disso, porque isso se refere ao nosso ego, que de repente nos deixa mudos. “Não há nada além de mim”.

Se começarmos a perceber a imagem de que existe um sistema comum, integrado e global, com a humanidade dentro dele, e que devemos entrar em equilíbrio com ele, então seremos capazes de perguntar: “O que a natureza exige de nós agora? Ela está prestes a entrar em equilíbrio? Que tipo de pressão e que condições ela irá utilizar para fazer isso? Podemos perceber isso por conta própria?”.

Nós realmente começamos a entender que a natureza não pode fazer isso sozinha. Nós podemos chamá-la de Criador (Elokim), Que tem uma mente e sentimentos, ou podemos considerar que ela não tem sentimentos. De qualquer maneira, ainda é a natureza, o que não faz diferença.

Nós só sentiremos a pressão nos níveis inanimado, vegetal e animal, apenas no nível do nosso corpo. Isto é porque nós temos que construir sozinhos o ambiente para o nível humano, “falante”, de modo que ele mude com a sua pressão, dando-nos a forma apropriada. É por isso que todo o sofrimento, como guerras, desgraças e epidemias será nos níveis inanimado, vegetal e animal, a nível do nosso corpo animal, sua vida e existência.

Isso vai continuar até eu perceber que toda a natureza inanimada, vegetal e animal é um sistema global comum e que eu devo ser como ela no meu nível. Ser global no sentido humano significa tratar este sistema como nosso, onde tudo está interconectado e existe em união e harmonia.

Então, outra etapa começa. Eu construo o ambiente para ele me transformar, para me tornar mais global e integrado, conectado a todas as partes da natureza e todas as pessoas. Eu quero fazer isso, já que o sofrimento me obriga a fazê-lo. O sofrimento no nível deste mundo nos dará a compreensão do fato de que nossa natureza está  completamente interconectada, integrada e nós devemos estar conectados com todos os seus componentes.

O que isso vai propiciar? Quando eu construo esse sistema, eu estou basicamente construindo um adaptador entre eu e a Luz superior, o Criador (Elokim), o nível na natureza que está acima desta globalidade e integração, acima da estrutura de Malchut do Infinito. Como se eu me tornasse semelhante à Luz, mesmo sem saber disso (estamos nos referindo a toda a humanidade que não sabe exatamente o que está fazendo). A Luz me influencia, faz este trabalho: eleva a todos nós ao próximo nível.

A Luz nos influencia e introduz em nós o sistema de leis superiores no nível instintivo, que substitui os hábitos e as leis que artificialmente decretamos sobre nós mesmos. Isso é chamado de “acima da razão”. Eu uno as ações no meu nível e, de repente, recebo uma nova forma de existência, uma vida espiritual no nível instintivo. Eu subo ao próximo nível. Isso é chamado de “eu me esforcei e encontrei”.

Desta forma, nós elevamos o nosso nível, nos “modernizamos”. Mesmo que façamos todas as ações no nível corpóreo, ou seja, tentamos nos conectar com os outros e os tratamos com amor, a natureza nos influencia, a fim de elevar-nos ainda mais. Assim, criamos a nós mesmos com a ajuda do ambiente. A natureza fez isso por conta própria em todos os níveis anteriores, mas agora temos que nos obrigar a fazê-lo, porque desta forma adquirimos uma nova mente e sentimentos.

Da Lição Diária de Cabalá 09/09/11, Carta do Rabash