Quebre Os Ídolos Dentro De Si

Dr. Michael LaitmanO nosso trabalho é imaginar exatamente o que é a força superior. Nós teremos que fazer muitos discernimentos neste caminho. Num primeiro momento, a pessoa imagina a força superior como uma variedade de diferentes forças e imagens divinas, e diviniza diferentes fenômenos naturais que descobre em torno de si. A pessoa atribui qualidades humanas a elas, porque este o único exemplo que ela tem, e confere o poder divino a diferentes imagens, o que é chamado de adorar ídolos.

Essa é uma etapa importante do nosso desenvolvimento, porque nós existimos no nosso desejo egoísta com uma percepção invertida da realidade, da sensação e análise. Desta forma, nós analisamos qualidades superiores ao ponto de atingir a percepção correta.

Um exemplo disso é o nosso patriarca Abraão, que inicialmente vendia ídolos. Na verdade, sua história fala de nós mesmos. Todos nós começamos nosso caminho adorando diferentes forças da natureza, considerando-as boas ou más, ou parcialmente boas ou más. Nós atribuimos a elas certas pessoas, o nosso meio, o destino cego ou vários incidentes.

Todos os ciclos de nossa vida são preenchidos com esses discernimentos até que o ponto no coração desperta em nós. Mas, mesmo já o tendo, ainda temos que discernir numerosas definições que nos aproximam da primeira percepção da espiritualidade.

Nós ainda não sabemos o que é a realidade espiritual ou o Criador. Mas, em nosso caminho para esse discernimento, somos propensos à influência do ambiente que pode nos transformar, enganar ou confundir,  porque ainda não sentimos o Criador e não podemos nos prender a Ele.

No final, nós alcançamos um estado onde todas as nossas subidas, descidas e confusões, de alguma maneira são resolvidas, acumuladas e combinadas, e nós dividimos a realidade em duas partes: Eu, aquele que sente, e o que eu sinto. Não há mais nada além disso!

Mas eu me sinto ou em egoísmo (recepção) ou em doação: não há terceira opção. Ao estar no egoísmo, eu relaciono tudo só para mim e o meu mundo, e isso define o meu estado. Mas se eu estou na qualidade de doação, ela me preenche com algo chamado o Criador (Bo-reh) – “venha e veja”.

Eu constantemente realizo esclarecimentos entre essas duas qualidades. Finalmente, eu chego à conclusão que tudo vem do Criador, que joga comigo escondendo-se ou dando-me exercícios para que eu construa em mim definições mais sutis e  precisas de quem Ele é.

Basicamente, este constitui todo o nosso trabalho.

Da 1ª parte da  Lição Diária de Cabalá 22/08/11, Shamati # 62