Parafusos Não, Mas Criadores De Um Novo Mundo

Dr. Michael LaitmanÉ muito difícil para nós mudar as idéias que formamos ao longo de toda a nossa vida até agora. Na verdade, é simplesmente impossível. De uma forma ou de outra, nós continuamos com nossa percepção antiga, mesmo que pareça que já estamos mudando. Na verdade, nada está se movendo. No entanto, agora temos que mudar nossa antiga perspectiva para uma nova, e essa mudança tem que acontecer em todo o mundo. Então, onde podemos obter essa nova percepção, uma visão integral?

Suponha que amanhã o mundo inteiro queira se transformar numa rede totalmente conectada, onde cada um dedica toda a sua energia para trabalhar para o bem da sociedade (mesmo que hoje ninguém queira ou sinta isso, mas vamos ser sonhadores por um momento). Como é que nós descobriremos como construir este sistema, como devemos estar conectados e interagir uns com os outros?

Como podemos construir tal governo e sociedade, produção e comércio, já que tudo isso deve existir enquanto vivemos no corpo material? Portanto, somos obrigados a organizar todo o sistema de relações que garante a nossa vida na terra, a fim de satisfazer as necessidades dos nossos corpos animados.

Para fazer isso nós precisamos de muitos sistemas, mas como podemos construí-los com as leis da doação, onde cada um é livre e age livremente em direção à doação máxima aos outros, onde cada um sabe o que deve fazer nesta máquina idealmente organizada, onde todas as engrenagens estão girando em harmonia? Isso parece uma utopia. Portanto, como é realmente possível fazer essa transição?

É possível escrever um romance sobre isso, mas como podemos imaginar racionalmente um sistema econômico que seja necessário em tal sociedade, a estrutura judicial e de governo, todo este mecanismo, desde os maiores elementos até os menores parafusos, incluindo o fornecimento de bens, os cuidados aos idosos, famílias, crianças, a construção e a cultura? A organização de tudo isto é muito complexa, porque tudo deve funcionar em “movimento perpétuo”, sem o combustível que estamos acostumados!

Tudo tem que trabalhar com uma fonte diferente de energia: o amor ao próximo. Mas de onde ela vem? Se eu simplesmente a recebo de cima, do jeito que agora eu sinto amor por meus filhos, então eu estarei trabalhando novamente de forma automática, como uma máquina. Então, qual é a diferença? Em vez do amor egoísta, eu serei impulsionado pelo amor ao próximo; então, o que vai mudar?

Portanto, nós temos que construir uma coisa sobre a outra, de modo que trabalhasse sob resistência, ascensão, a sensação de nós mesmos entre dois mundos ou dois desejos, onde cada um sobe contantemente acima de seu egoísmo, que o puxa de volta à terra.

Da 5a parte da Lição Diária de Cabalá 06/09/11, “A Nação”