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O Egoísmo Na Linha De Chegada

Dr. Michael LaitmanPergunta: O que a ciência da Cabalá diz sobre o momento atual? Como é que ela pode nos ajudar nesse importante período de transição?

Resposta: Nós vivemos em um momento especial. Nosso mundo está no limiar da subida para um novo estágio de desenvolvimento do ser humano dentro de nós: um estágio espiritual e interno.

Até agora, como a ciência da Cabalá explica, nós estávamos nos desenvolvendo naturalmente, obedecendo aos impulsos do nosso egoísmo. Ele nos obrigou a transformar a sociedade, mudar a vida familiar, desenvolver tecnologias, remodelar países e formações, e introduzir mudanças na educação e cultura. Nós estávamos sempre caminhando para onde o impulso natural nos arrastava.

Mas hoje nós chegamos a certa saciedade. O mundo como que pára de nos fornecer prazeres. Ele já não nos satisfaz economicamente: nós sentimos certas barreiras, que nos impedem de seguir em frente. A teoria americana da sociedade de consumo, com o crescimento infinito da exportação e importação, com capacidade tecnológica e produtiva ilimitada, se esgotou. Além disso, nós passamos para uma tendência descendente, em declínio, a qual, segundo os economistas, será longa e ninguém sabe quando acabará.

De acordo com a ciência da Cabalá, a forma como a entendemos hoje, a crise nunca terá fim. Nesta fase de desenvolvimento, nós percebemos o nosso egoísmo, bem como o potencial da natureza circundante, causando um sofrimento terrível. Como resultado, nós estamos à beira do colapso nas áreas de desenvolvimento social e humano, educação e ecologia.

Nesta situação, nós precisamos considerar o que aconteceu conosco. Será que nós vamos continuar dessa maneira? Nós literalmente arruinamos a nós mesmos, tendo, evidentemente, cometido um erro em nossos objetivos e metas. Nós queremos aumentar o consumo, destruindo assim o meio ambiente? Queremos ficar presos em nossa corrida “mecânica”?

Tendo utilizado muito pouco produtos manufaturados, nós os jogamos fora para comprar novos. Esta é a nossa vida. Será que queremos preencher o nosso ser com jogos similares em termos de riqueza, honra e poder? Será que o significado da vida humana reside em trocas mensais de telefones celulares e outros símbolos de consumo?

Hoje, o processo que estamos atravessando nos obriga a diminuir o ritmo e nos convida a refletir sobre ele. Evidentemente, existe um programa diferente construído na Natureza, e nós temos que olhar para ele.

A sabedoria universal, o equilíbrio geral e a homeostase que descobrimos na Natureza, permanecem fora do homem. Para a Natureza, o ser humano é um elemento estranho, um tumor canceroso, devorando seu ambiente e a si mesmo.

Nós estamos destruindo a sociedade humana, estragando a nós mesmos e nossos filhos, distorcendo tudo, sem deixar qualquer oportunidade para uma existência correta. Se olharmos para o mundo “de lado”, as pessoas parecem estar cegas, seguindo um caminho suicida. Elas continuam brincando de jogos de poder, para destruirem a si mesmas, as crianças, a sociedade e o futuro, e elas não estão cientes disto.

É por isso que nós estamos em crise. Na verdade, esta não é uma crise. Esta é a salvação. Hoje, quando todos os sistemas criados por nós estão em colapso, nós temos um sinal claro que nos leva à verdade. Finalmente, nós podemos perceber que não temos outra escolha exceto uma mudança radical de atitude perante a vida.

Em vez de continuar se dirigindo para a auto-destruição, o que ainda é pretendido por políticos, economistas e, de fato, pela maior parte da humanidade, todas as pessoas, comunidades e organizações que já percebem o que está acontecendo devem desenvolver em conjunto uma novo abordagem em relação ao mundo e à natureza, a fim de progredir de uma maneira diferente.

A Escravidão Voluntária: Executando As Leis Da Natureza

Hoje, nós estamos em um estado especial, quando pela primeira vez a humanidade já não entende o seu desejo. Uma mudança muito importante está acontecendo: toda a humanidade está se deslocando do primeiro (“inanimado”) para o segundo nível (“vegetal”). Por enquanto, isso não está claro para nós, mas é só o começo.

Aos poucos, nós entenderemos que a natureza, os nossos desejos, o govermo superior, e a nossa vida comum e familiar, tudo isso é relativo, dependente de algum fator que é desconhecido para nós, que não podemos sentir ou levar em conta. Nós chamamos este fator de sociedade, ambiente, humanidade global e integral, uma nova conexão entre nós que está sendo revelada hoje. Mas, na realidade, a pessoa descobre que é completamente dependente de toda a humanidade; nós estamos totalmente em suas mãos.

Atualmente, nós estamos saindo da subordinação inconsciente para o governo superior, sob o qual existíamos obedientemente no “nível inanimado”, acreditando que esta era a única forma de vida e que devíamos nos habituar, porque não há mais nada. Mas agora, nós estamos descobrindo nesta vida um outro componente: o ambiente. Na verdade, não é um ambiente externo, mas a força superior que está sendo revelada para nós. A pessoa começa a sentir que ela depende do ambiente, que o ambiente depende dela, e que ambos se influenciam mutuamente.

Em essência, esta é a revelação do govermo do Criador em relação ao ser humano. De acordo com isso, a pessoa mudará para escapar dos problemas e confusões iminentes, já que ela permanece no desejo de desfrutar. Vários fenômenos estão começando a se revelar diante dela, e ela sente que é uma receptora. Ela percebe que há alguém, um grande doador, o ambiente, o mundo, do qual ela depende. Assim, a revelação da Luz, do governo superior sobre o homem, acontece.

E quando a pessoa entende que tudo depende completamente do ambiente, ela entra na segunda fase de desenvolvimento: “vegetal”. Ela tem que dar à comunidade da qual ela recebe, percebendo que a lei de reciprocidade existe, e que esta não será boa para ela ou para a sociedade se ela só recebe.

Ela não divide mais o mundo de forma rígida em duas partes: ela e “eles”, ou seja, todos os outros. Estando no “nível inanimado”, ela procurava apenas receber, mas como ela não tinha conhecimento e o fazia instintivamente, isso não contava como recepção; ela estava apenas obedecendo à sua natureza.

Agora, quando ela sobe para o “nível vegetal”, ela deve realizar ações conscientes e dar em troca. Isto é, ela tem que mudar seu comportamento, que no nível inanimado era considerado 100% correto, mesmo que ela roubasse e tomasse para si, já que a sua natureza a obrigava a fazê-lo.

Agora, ela recebe um pouco de liberdade de sua própria natureza e, por conseguinte, deve dar ao ambiente. O mundo inteiro deve chegar a isso; nós precisamos aprender a não apenas receber, mas também dar.

Assim, nós cumprimos o nível inanimado do nosso desenvolvimento. Todos os outros níveis: vegetal, animal e humano serão acrescentados ao primeiro nível (inanimado). Na medida em que eu revelo meu egoísmo acima do nível inanimado, eu corrijo a minha inclinação egoísta e retorno ao nível inanimado realizando as leis da natureza como um escravo, mas voluntariamente.

Portanto, tudo é baseado no nível inanimado. Dentro deste HaVaYaH está toda a criação e a atitude da força superior em relação a ela.

Da 1ª parte da  Lição Diária de Cabalá 26/08/11Shamati # 115

Sobre A Importância Dos Nossos Encontros

Dr. Michael LaitmanPergunta: No início de setembro, nós teremos uma convenção no norte de Israel. Hoje, com todos os nossos esforços dirigidos para a disseminação externa, qual é a importância de tais encontros “internos”?

Resposta: Uma coisa não exclui a outra. Como grupo, nós estamos estudando a ciência da Cabalá: as raízes da criação e sua correção, e as ações espirituais de uma pessoa, que estão por trás de seus atos corporais. Em sua interação com os outros, querendo ou não, a pessoa ativa um enorme mecanismo com o qual ela não está familiarizada. Nós estudamos este mecanismo e aprendemos a entender e operar nossas ações internas por meio de atos externos. Basicamente, este é o propósito do nosso estudo.

Nós estamos estudando o sistema e encontrando os pontos onde estamos conectados a ele, onde o sistema espiritual termina, dando forma ao sistema corporal: os corpos e as forças do nosso mundo. A conexão destes dois sistemas reside no meu desejo: se eu anular o meu  desejo em relação ao outro [indivíduo], eu o vejo na espiritualidade. Se eu abaixar a minha cabeça diante dele, ele se torna o meu Kli (vaso) espiritual. É assim que eu subo para a espiritualidade.

O próximo [o outro] está acima do meu “eu” atual, além da Machsom (a barreira que nos separa da espiritualidade). Se eu tratá-lo da maneira que eu trato a mim mesmo, eu subo ao seu nível e nós nos tornamos um todo. É assim que eu atravesso a Machsom.

Eu transfiro novas partes da minha inclinação ao mal, que tenho aqui neste mundo, para o outro. Antes de mais nada, eu saturo a minha atitude em relação a ele com a doação em prol da doação, corrigindo os chamados “erros”. Mais tarde, eu mudo para corrigir “as transgressões”. Dessa forma, eu elevo o meu ponto no coração, revelando a inclinação ao mal em mim. Como resultado, através da conexão apropriada com o outro, eu subo a um grau mais elevado.

O “outro” é a humanidade. A regra de amar ao próximo como a si mesmo se aplica ao povo regular. Parece que eu recebi um exercício: mudar a minha atitude para com eles. Sem o conhecimento deles, eu estou transferindo o meu “eu” para o mundo espiritual, realizando a etapa de transição. A ciência da Cabalá explica isso usando termos especiais, mas para simplificar: desta forma, nós adquirimos uma vida boa e segura para nós e nossos filhos.

Voltando à pergunta, o benefício de nossas convenções está no estudo e, mais importante, na conexão interna e na união. Somente quando estamos conectados, quando nos aproximamos cada vez mais, quando estamos nos anulando diante dos outros, somente assim temos algo com que nos dirigir ao mundo.

Em primeiro lugar, nós estamos levando o espírito de união. É por isso que nós precisamos de eventos de união, quando os amigos se reúnem por alguns dias. Nós estamos planejando realizar um grande encontro internacional em dezembro. Sem isso, não teremos o poder da união para transmitir.

Eu espero que a nossa convenção em dezembro ocorra em um novo nível. Então, todos os amigos que virão até aqui de todo o mundo receberão tanta força que eles serão capazes de transmitir a disseminação da Cabalá em todo o mundo como todos os eventos que estão acontecendo em Israel agora também chegarão finalmente a seus países. Haverá uma necessidade do método: mesmo que inconscientemente, o desespero que subjugará as pessoas abrirá seus corações para a união.

Da 4ª parte da Lição Diária de Cabalá 18/08/11, “A Nação”

Tempestade Na Rede

Dr. Michael LaitmanNa Mídia: “A mídia social tem sido uma força poderosa para alimentar os distúrbios que começaram no sábado (06 de agosto de 2011) em bairros de Londres e mais tarde se espalharam para outras cidades, como Birmingham, Liverpool, Leeds e Bristol. Mensagens também foram enviadas via textos regulares e no Facebook.

“O sistema de mensagens BlackBerry era popular entre os jovens porque é gratuito, pessoal e compatível com multimídia, em comparação com o Facebook e o Twitter. Suas mensagens criptografadas dão aos agitadores um benefício adicional: a polícia não foi capaz de rastrear imediatamente o tráfego de mensagens da mesma maneira que com telefones celulares normais”. (Fonte:. huffingtonpost.com )

“Eles (os hacktivistas coletivos) uniram forças com outros hacktivistas com o objetivo de derrubar o gigante das redes sociais, e essa ação seria organizada ‘para o bem da vida privada’ – e, a fim de proteger a liberdade da informação”. (Fonte: b92.net)

“O grupo de hackers conhecido como Anonymous prometeu ‘destruir’ o Facebook em 5 de novembro… Os ‘hacktivistas’, famosos por se meterem com o governo americano e por seu apoio ao WikiLeaks, anunciaram que irão se concentrar em derrubar o site de redes sociais por causa de sua política de privacidade.

“‘O Facebook tem vendido informações a órgãos do governo e dado acesso clandestino a empresas de segurança da informação para que possam espionar pessoas de todo o mundo”.

“‘Os distúrbios estão em andamento. Não é uma batalha sobre o futuro da privacidade e da publicidade. É uma batalha pela escolha e o consentimento informado’”. (Fonte: dailymail.co.uk )

Meu comentário: Todas as revoluções, as atuais e as do passado, mergulharão na história. Todas elas aconteceram sob a pressão de uma força rígida e irresistível. No entanto, recentemente, nós temos estado sob a influência de uma nova força, a força integral da natureza, que nos empurra para a união, seja pelo sofrimento ou pela percepção da necessidade, e isso constitui a nossa única escolha.

Assim, nenhuma revolução nos trará um resultado positivo. O ex-primeiro ministro britânico Gordon Brown escreveu que tudo o que estava acontecendo acontecia apenas para nos obrigar a nos unir, para nos igualar com o mundo global da natureza. Mas ele não poderia prometer nada, porque a união só pode ser alcançada atraindo-se essa força sobre si mesmo. E a Cabalá, a ciência da correção do nosso egoísmo e da unificação acima dele, descreve como fazer isso.

Cabalistas Sobre A Percepção Da Realidade, Parte 5

Dr. Michael LaitmanCaros amigos, por favor, façam perguntas sobre estas passagens dos grandes Cabalistas. Os comentários entre parênteses são meus.

Toda a Realidade Está Contida Dentro do Homem

Está escrito no Zohar, (Vayicrá, Parashat Tazria, p. 40) que todos os mundos, superior e inferior, estão incluídos no homem. Do mesmo modo, toda a realidade dentro desses mundos é só para o homem.
– Baal HaSulam, “Introdução ao Prefácio à Sabedoria da Cabalá”, Item 1

Quando nós vemos um vasto mundo diante de nós, não o vemos na verdade, mas apenas dentro de nós mesmos. Em outras palavras, há uma espécie de máquina fotográfica na parte posterior do nosso cérebro, que retrata tudo o que aparece para nós e nada fora de nós.
– Baal HaSulam, “Prefácio do Livro do Zohar,” Item 34