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Viver Para Escapar À Pergunta Sobre O Significado

Dr. Michael LaitmanEstamos em uma realidade onde nós nos temos desenvolvido ao longo de milhares de anos. No principio, éramos selvagens, sem saber para quê, como e por que – animais de verdade. Então começamos a ter relações humanas com os outros, formamos uma sociedade, e começamos a desenvolver tecnologia.

Assim, gradualmente, através de todos esses eventos, nós estamos descobrindo um processo que foi pré-orientado desde o início. Novas facetas do desejo sempre foram reveladas na humanidade, empurrando-nos de forma contínua para um novo rumo em nosso desenvolvimento, a fim de nos satisfazer. Entretanto, uma vez que alcançamos um estado específico, um determinado nível de desenvolvimento, começamos a ter desejos que não poderão ser realizados em nosso mundo.

De repente, o homem está contemplando coisas que não pode encontrar aqui. Comida, sexo, família, dinheiro, honra e conhecimento, em diferentes variações e combinações – esta é toda a seleção. Pareceria: O que mais pode haver? No entanto, num dia de sol o homem começa a ter novos questionamentos: sobre a sua raiz e a razão de existência. De repente, ele percebe que cada objeto tem um motivo, um processo, e um resultado – um começo, desenvolvimento e fim. Aparentemente, eu não sou uma exceção?

Esta pergunta não pertence mais ao nível animal, mas ao nível humano em nós. Até que ela apareça, as criaturas que têm a forma de seres humanos não perguntam sobre a vida, ou se elas fizeram perguntas sobre isso, elas ficaram satisfeitas com diferentes métodos de auto-apaziguamento. Mas estamos falando da pessoa que deseja saber, “O que sou? Por que estou aqui? De onde vim e para onde vou?”. Portanto, como ela pode receber respostas para suas perguntas?

Primeiro ela tem que descobrir a verdadeira pergunta, porque ela não é simples. Qualquer pessoa pode pedir por ela, mas toda a questão aqui é a profundidade da pergunta, a sua direcção. Afinal, uma pergunta é um vaso, um Kl .

No final a pessoa torna-se completamente confusa. Além disso, pela nossa natureza, nós aspiramos ao auto-apaziguamento, que nós realizamos por meio de todos os tipos de ações, costumes e hábitos. Eu faço algo e me sinto bem. Então, vamos estabelecer costumes que nos ajudam a receber uma compensação psicológica e satisfação. É assim que nos acalmamos, não querendo revelar a nossa pergunta em toda a sua profundidade e usá-la para nos desenvolver, para chegar à verdade. Nós não nos importamos com a verdade, mas com o conforto.

Dito de outra forma, eu não estou feliz com o surgimento dessa nova pergunta ou novo desejo em mim, que me leva a procurar alguma coisa, me obriga a fazer uma análise, e evoca o sofrimento interior. O ideal seria que eu estivesse gostando – porque é assim que eu me desenvolvo, e o desenvolvimento é mais importante do que sensações transitórias. No entanto, porque eu preciso disso se sou capaz de me realizar e supero o meu ardor sem isso? O que eu tenho é suficiente para mim.

E logo depois eu sou vencido pelo cansaço e me irrito com as dificuldades da vida. A velhice está se aproximando e a pessoa concorda com os pequenos em vez dos grandes.

Assim, o nosso problema, e também um grande obstáculo para nós, reside em elevar-nos do nível normal de desenvolvimento para o nível espiritual – o nível humano.

Da 5ª parte da Lição Diária de cabalá 06/07/11, Matan Torah

A Zona Do Euro Vai Desmoronar Em Dois Anos

Dr. Michael LaitmanNas Notícias (Centro de Pesquisas Econômicas e Negócios (CERB)): “As novas previsões divulgadas hoje mostram que é quase certo que a zona do euro vai desmoronar nos próximos cinco anos e, provavelmente, em 2013.

A combinação de pacotes de austeridade, exportações contidas pelo valor global do euro e o impacto estrutural de exportações de baixa tecnologia enfrentando a concorrência maciça do Leste da Ásia, significa que as perspectivas de crescimento para o sul da Europa na zona do euro são sombrias”.

Meu comentário: Portanto, a União Européia (UE) não é uma comunidade, mas um bazar, uma farsa, por assim dizer, mas não uma comunidade. Embora a UE não seja mais que uma união de egoístas, construída para fortalecer-se contra o mundo inteiro, o seu colapso conduz à degradação dos Estados membros, porque qualquer ruptura é contra as forças da natureza.

Isso será semelhante à antiga Babilônia, que deixou de existir durante a divisão da sociedade em partes separadas no tempo de Abraão e Ninrode, 3700 anos atrás.

Finalizando O Trabalho De Abraão

Dr. Michael LaitmanHoje nós completamos o que Abraão começou quando ensinou aos filhos das suas concubinas diferentes práticas espirituais que precedem o verdadeiro trabalho espiritual em prol da doação. Ele incutiu-lhes as bases dos sistemas de crença e enviou-os para terras ocidentais. Mais tarde, o mesmo trabalho de Abraão materializou-se através das pessoas de Israel que, depois da destruição do Templo, caíram do nível espiritual e originaram as religiões a partir daí.

Assim, as crenças, que tiveram origem nos tempos de Abraão, e as religiões, que apareceram por volta da destruição do Templo, representam essencialmente fases da inclusão do método de Israel nas nações do mundo. Judaísmo, Cristianismo, e Islamismo entre outros têm avançado a humanidade em direcção ao entendimento da Santidade. As pessoas teriam permanecido completamente bárbaras sem elas.

No nosso tempo, depois de milhares de anos de evolução, é difícil para nós imaginar uma pessoa que não pondere de forma alguma sobre este mundo e o próximo, o Criador, ou bem e mal. Se não houvesse as religiões, não teríamos cultura, educação, e uma sociedade humana no seu entendimento moderno.

Simplesmente não estamos conscientes do papel que as religiões desempenharam no avanço da humanidade. As universidades surgiram devido às religiões. No desejo de difundir as religiões, as pessoas descobriram novos continentes, colonizaram novas terras, e aspiraram por algo no futuro.

Desta forma, a mensagem espiritual tornou-se parte do egoísmo do nosso mundo e atingiu pessoas que não tinham nenhuma conexão com o Criador ou desejo por Ele, devido à falta do ponto no coração. Contudo, agora elas têm certo impulso, anseio, e medo perante o próximo mundo, de uma possível punição, e algo acima desta vida.

Elas têm um sentimento de algo maior e antevêem certas coisas. E mesmo que imagens corpóreas apareçam na sua imaginação, muito embora isto seja idolatria, ainda assim, algo próximo de um ser humano começa a crescer do “animal superior”. Elas já pensam sobre coisas que os animais não se preocupam.

Anteriormente, as pessoas não pensavam além de um ciclo fechado de proveito, comida, reprodução, e morte. Nós simplesmente não estamos conscientes da contribuição da religião na cultura humana e arte.

Contudo, hoje o nosso desenvolvimento está a chegar ao fim, e a crise global, atingindo a humanidade inteira, é um sinal disso. A religião não é o problema: nós simplesmente não conseguimos aguentar mais uma sociedade egoísta que vive de acordo com as leis do amor-próprio.

O nosso egoísmo trouxe-nos ao seu componente espiritual. O dinheiro tornou-se um “valor espiritual” para as pessoas e forçou-as a rebentar bolhas impensáveis na economia ao vender ar umas às outras na forma de negócios virtuais.

Isto trouxe-nos à necessidade de mudança. Nós estamos enfrentando o verdadeiro trabalho espiritual em prol da doação.

Da Aula Diária de Cabalá 13/5/2011, “O Artigo da Sabedoria” de Ramchal

A Força De Fora

Dr. Michael LaitmanNosso desenvolvimento pode ser dividido em duas partes:

1. Todas as fases inevitáveis, quando as pessoas são capazes de se acalmar com a vida e as ações dentro dos limites do nosso mundo.

2. A fase em que a pessoa entende que nenhum dos meios que tem à sua disposição é eficaz e ela tem que atingir a raiz.

Então tudo que é externo retrocede para segundo plano, como está escrito, “O Criador não se importa em como você mata um animal para sacrifício – na garganta ou na nuca”. Em outras palavras, não há ações em nosso mundo com as quais podemos realmente alcançar o Criador. Portanto, temos que encontrar um meio novo, completamente diferente – a Luz que corrige. Graças a esta força, começamos a nos desenvolver.

Há um esboço muito claro aqui:

– Ou estamos em nosso mundo e usamos os seus atributos, pois o nosso desejo existe apenas aqui, e desejamos receber o que este mundo tem a oferecer, e, além disso, esperamos por algo mais após a morte;

– Ou queremos revelar um novo meio nesta vida que não está presente no nosso mundo – a Luz que corrige, uma força nova e especial que nos é revelada e começa a mostrar desejos completamente novos e realizações em nós, que são totalmente diferentes de tudo que conhecíamos até então.

Eu vivo como uma pessoa em nosso mundo – com uma família, trabalho e relações sociais, com todos os meus conhecimentos e sentimentos, mas essa pessoa não está de forma alguma conectada com o que acontece dentro de mim, sob a influência da Luz que corrige. Ela desenvolve a alma dentro de mim, a parte do Criador que vem de cima, a imagem Divina que eu desejo alcançar e construir dentro de mim, participando do processo juntamente com a Luz. Nesse caso, o que veio antes é chamado de “nível animal”, enquanto que a parte nova se chama “humano” (Adam), porque é similar (Dommeh) ao Criador.

É por isso que as acções externas não importam. Só uma coisa pode me ajudar – atrair a Luz que corrige. Não há outra força que possa elevar-me do nível animal para o nível humano. A única coisa necessária aqui é uma força de fora, e todo o método Cabalístico destina-se apenas a isso.

Da 5ª parte da Lição Diária de cabalá 06/07/11, Matan Torah

A Divisão Espiritual Do Trabalho

Dr. Michael LaitmanExistem os vasos de doação, Galgalta ve Eynaim (GE), chamados de “Israel”, o que significa “directos ao Criador”. Apenas estes vasos atraem a Luz, porque estão mais perto dela e contém apenas a força de doação.

Existem também os vasos de recepção (AHP), “as nações do mundo”. Em realidade, eles são importantes, e tudo é feito por eles. Contudo, eles por si só não são capazes de receber a Luz directamente se os vasos de Israel não conduzirem a Luz até eles.

Esta é a divisão de papéis: Galgalta ve Eynaim deve atrair a Luz para AHP, e AHP deve fornecer o seu desejo a Galgalta ve Eynaim, de forma que eles transportem a Luz para AHP. Apenas esta cooperação mútua irá deixar-nos atingir a correcção final.

Todas as pessoas no mundo que têm “o ponto no coração”, ou seja, a inclinação para atrair a Luz, são chamadas de “Isra-El” ou “Yashar El”, “directos ao Criador” em hebraico. E todos aqueles que não têm esta inclinação não conseguem atrair a Luz directamente e são chamados “as nações do mundo”, AHP. Juntos, eles usam a sua natureza para atrair a Luz e receber a revelação do Criador no vaso colectivo.

Assim, de forma a estabelecer uma conexão entre eles, Israel atravessa a quebra. Ele se eleva até o fim da correcção, ao nível do Templo, e então o Templo é destruído, isto é, Israel cai da altura espiritual nas forças da imundície, nas nações do mundo, e mistura-se com elas de forma que o AHP é incluído em Galgalta ve Eynaim, e Galgalta ve Eynaim é incluído em AHP. Como resultado, ambos estão na intenção egoísta.

Contudo, quando a mistura ou “exílio” acabar, eles poderão atrair a Luz e realizar a correcção. Primeiro é corrigido Galgalta ve Eynaim, que são vasos mais puros que ainda retêm as Reshimot, registros do estado correcto.

Eles têm a capacidade de atrair a Luz, e através da inclusão mútua com AHP, eles têm alguém para quem podem atrair esta Luz. Então, AHP recebe iluminação de Galgalta ve Eynaim, que é suficiente para estender a linha de correcção para cima. Como resultado, todos eles completam as dez Sefirot e atraem a grande Luz. Assim, em interacção mútua, chegamos ao fim da correcção.

Hoje, estamos no início da correcção de Galgalta ve Eynaim, Israel. Se eles se corrigirem, nessa medida eles serão capazes de trazer a correcção para AHP, para as nações do mundo.

Da Lição Diária de Cabalá 13/5/2011, “O Artigo da Sabedoria” de Ramchal

Cabalistas Sobre A Natureza Do Homem E A Natureza Do Criador, Parte 16

Dr. Michael LaitmanCaros amigos, por favor, façam perguntas sobre estas passagens dos grandes Cabalistas. Os comentários entre parênteses são meus.

A Discrepância entre a Natureza do Homem e a Natureza do Criador

Quando a pessoa emerge do seio da criação, ela está em egoísmo absoluto, amor-próprio, e cada movimento seu é deprovido de qualquer traço de doação aos outros. Assim, a pessoa está o mais longe possível do Criador, a qualidade de altruísmo absoluto. Portanto, sua situação é considerada como estando no ponto mais baixo da criação.
– Baal HaSulam, Matan Torá (A Entrega da Torá), Item 12

Embora o desejo de receber seja uma lei obrigatória na criatura, ele, contudo, separa-a completamente do Emanador. Há uma disparidade de forma até o ponto de oposição entre a criatura e o Emanador, entre o desejo de receber e o desejo de doar.
– Baal HaSulam, “Prefácio à Sabedoria da Cabalá”, Item13

O mal, em geral, nada mais é do que o amor-próprio chamado de “egoísmo”, pois ele é oposto em forma ao Criador, que não tem qualquer desejo de receber para Si mesmo, mas só para doar.
– Baal HaSulam, “A Essência da Religião e Seu Propósito”

Quando O Sol Não Abandona O Zênite

Dr. Michael LaitmanPergunta: Pesquisas mostram que 80 por cento da humanidade acredita no poder superior que controla tudo. Por que nós não podemos explicar às pessoas que tipo de poder ele é e o que ele quer? É muito mais interessante do que as chamadas para o amor.

Resposta: Nós não temos nada a explicar. A força superior é a Natureza, a lei, uma força tão  inflexível quanto a força da gravidade. Ela é o Absoluto que é Bom, faz o Bem, e não muda.

Se esta força é invariável, é como se inexistisse. A ausência de mudança parece anulá-la.  É como viver sob o sol, sempre preso no zênite. Não há nenhuma forma de  levá-lo em conta se ele está, e sempre estará lá. Ele simplesmente é, e isso é tudo.

Em nossa vida, fazemos cálculos com base no que deve mudar, nos avanços dos quais dependemos. É uma outra questão se falamos de algo permanente e indestrutível, do qual dependemos constantemente, a tal ponto que isso não pode ser chamado de dependência.

Isto é o que o “Criador” é. É por isso que é tão difícil explicar isso às pessoas. Na realidade, nós oramos não para Ele, mas para nós mesmos. Nós buscamos como mudar, e Ele é sempre imutável. Claro, eu irei mudar se eu desejo isso, e para fazer isso, eu não preciso levá-Lo em conta. Ele é Bom e faz o Bem, e ao lado Dele eu sou como uma criança mimada cujos pais lhe dão amor absoluto, enquanto ela faz o que lhe agrada e fica fora de controle, sabendo que nada de ruim vai lhe acontecer.

Assim, nosso problema é como explicar às pessoas que o Criador é como um muro sólido e simplesmente existe. Você pode saltar na frente dele, abanar os braços, este é o seu trabalho e o muro ainda está edificado sobre você.

A pessoa mal pode imaginar isto: “Então, com quem eu estou lidando? Isso significa que não há ninguém para perguntar”. Como nós podemos explicar para aqueles que acreditam no poder superior, de que não faz sentido orar ao “Criador” mutável que faria melhor hoje do que ontem. Isto significa dizer que ontem ele me fez mal?

Na realidade, nós lidamos com Aquele que é Bom e faz o Bem para o malvado e o justo. Mas para a pessoa, isto significa que, independentemente de ela ser boa ou ruim, o resultado será o mesmo.

Uma pessoa comum está constantemente sujeita a mudanças. O tempo todo, ela se compara com o mundo, tentando calcular os resultados de mudanças internas e externas. Ela não entende o que significa a Força universal, geral, grande e imutável. Isto ilude nossos órgãos dos sentidos, porque eles estão “sintonizados” para mudanças ao invés da condição estática. Eu só não vejo o que não muda, não desaparece da minha vista.

É por isso que nós não podemos explicar às pessoas o que o “Criador” é. Às vezes, eu digo que o “Criador” é a Natureza, que Ele é imutável, e não há ninguém para quem orar; que a oração é um autojulgamento. Em resposta, eles estão prontos para me fazer em pedaços. Este é o problema: nós julgamos a nós mesmos, enquanto outros pedem ao Criador por mudança: “Eu joguei uma moedinha no Seu cofrinho, agora me salve das angústias”.

Ao falar do Criador como a lei inflexível da natureza, nós negamos à pessoa a possibilidade de recorrer a Ele. A pessoa não vê que ela tem que mudar. A nova “dose” forte de desenvolvimento é necessária para que a pessoa comece a se comportar de forma diferente.

O que quer que nós falemos, incluindo a crise, nós essencialmente explicamos às pessoas o caminho do sofrimento: “Como alternativa, haverá problemas, e não vale a pena. Vamos mudar”. Isso não é uma mentira, mas também não é a verdade.

Nós devemos dizer algo mais à pessoa que vem para a sabedoria da Cabalá, desejando alcançar a meta da criação: “Você tem que estar acima disso. Não importa se isso é bom ou ruim, você tem que se elevar pela fé acima da razão. Você não deve condicionar suas ações ao sofrimento ou prazer. Isto não é doação. A fé acima da razão significa que você se eleva acima da recompensa. Ou você trabalha para escapar do mal e alcançar o bem no futuro? Você está esperando a compensação? Você quer atingir o propósito da criação para si, em vez de dar prazer ao Criador?”.

Por outro lado, a quem nós supostamente agradamos, se o Criador é a lei? Este é um momento delicado em nossas explicações

Da Lição Diária de Cabalá 17/106/11, “O Corno do Messias”