O Declínio Do Desenvolvimento Egoísta

Dr. Michael LaitmanNós vivemos na primeira geração de pessoas que despertam para descobrir o significado da vida e entender porque vivem. Nas gerações anteriores, nós costumávamos viver como animais. Nós tínhamos somente o egoísmo, o desejo de desfrutar, que constantemente nos empurrava adiante, e através dele tentávamos nos preencher numa corrida sem fim, de um prazer a outro. Porém, nós nunca estávamos satisfeitos, porque o prazer é oposto ao desejo de receber da pessoa, como os dois polos de um circuito elétrico, que são opostos um ao outro.

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Tão logo a Luz toca o vaso desejando entrar nele, ocorre imediatamente a aniquilação, um “curto circuito”, e eles se anulam. Toda vez que desejamos desfrutar algo, basta só tocar o prazer, e ele desaparece. Nós sentimos o gosto da comida, mas ele se vai. Nós vemos algo belo, mas o charme desaparece. Sentimentos positivos não permanecem conosco, e nós não somos capazes de acumular ou adicioná-los ao nosso “cofrinho” dia a dia.

No final, nós vemos que nossa geração está em desespero. As pessoas não têm nada para se satsifazer; elas não sentem sabor ou prazer. Elas usam drogas para escapar e se acalmam com medicamentos e antidepressivos. Por quê?

Nosso desejo egoísta, que foi crescendo através da historia, parou seu desenvolvimento. Por milhares de anos, ele foi ganhando força, e nos parecia que continuaríamos a encontrar grandes prazeres em novos desejos. O sentimento de prazer é o sentimento da vida. Mas, hoje, nosso desejo de receber está completamente saciado, e nós caímos no desespero e desamparo, não vendo qualquer possibilidade de nos mover para nenhum outro lugar.

Esse é um tempo especial, uma condição especial, e por isso o Baal HaSulam escreveu que estava feliz de ter nascido numa era onde é possível disseminar a sabedoria da Cabalá. Por que isso é possível? “Cabalá” significa recepção em hebraico. Ela nos ensina como alcançar sabedoria, como nos satisfazer com prazer infinito, como não sentir o prazer desaparecer e nossa morte quando todos os prazeres desaparecem. A sabedoria da Cabalá nos leva ao prazer sem fim, isto é, à vida eterna.

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Além disso, a Cabalá nos leva a um grau onde nos tornamos senhores de nossas vidas. Junto com o desejo de receber super saciado, “o ponto no coração” (•) é revelado na pessoa, o que é uma qualidade adicional, o desejo de doar.

O positivo e o negativo, o desejo de doar e o desejo por prazer existem na mesma pessoa, e ela adquire a liberdade de escolha. Agora, ela tem duas forças, e ao desenvolvê-las uma contra a outra, a pessoa começa a controlá-las. Ela decide que caminho tomar e qual medida de desejo usar.

Assim, ela está evoluindo em três linhas: ela cria a linha média das linhas direita e esquerda. De fato, essa linha média é chamada “humano” (Adão), porque a pessoa a cria; ela forma sua essência interna, e como resultado, pertence a ela. Antes disso, em todas as nossas reencarnações, nós nos desenvolvemos da mesma forma que os animais, empurrados por nosso desejo egoísta, e recebemos mais prazeres de acordo com suas ordens. 

Hoje, nós não podemos controlar nossos desejos porque temos somente um pequeno ponto no coração. Nós nos reunimos e estudamos a sabedoria da Cabalá que explica como desenvolver esse ponto para que tenhamos dois grandes desejos. Então, nós não seremos mais governados desde o Alto pela força do egoísmo; pelo contrário, nós manteremos duas forças em nossas mãos e seremos capazes de subir acima dessa vida.

Da Lição 1, Convenção na Espanha, 03/06/11