Avançando Com Medo Da Morte

Dr. Michael LaitmanPergunta: Pessoas que não têm o ponto no coração podem se associar com a nossa mensagem de união?

Resposta: Sim, elas podem. Há muito conteúdo sério que fala da necessidade de se unir. Pessoas de reflexão entendem que o egoísmo está destruindo a raça humana, enquanto a humanidade está egoísticamente destruindo a Terra, e é por isso que devemos mudar do egoísmo para a união e subir ao altruísmo. Só então aprenderemos a conviver uns com os outros e salvar nosso planeta, o único lar que temos. Afinal, não podemos nos mudar para outro “apartamento”. Muitos autores mundiais descrevem esta imagem com clareza e precisão.

A questão é como fazer essa transição. É evidente que a humanidade está à beira da guerra e enfrenta um futuro sombrio; o ego insaciável a está empurrando para isso. A solução também é óbvia: ser “bons filhos”, “amigos uns dos outros”, restringir o consumo, e aprender a distribuir adequadamente os recursos. Mas como podemos fazer isso do ponto A ao ponto B, se a natureza humana é o desejo de desfrutar? Como podemos  corrigí-lo? Como podemos transformá-lo em doação?

Uma coisa é quando falamos dos instintos básicos, como o amor materno. Mas as pessoas não costumam se sentir desta forma; o amor só aumenta quando a dificuldade vem, como resultado da necessidade. Assim, tente abrir os olhos delas para que elas possam ver como a situação é grave e mostre-lhes uma condição específica: o mundo só vai escapar da morte por meio da união e da participação mútua. Em seguida, sem ter outra escolha, eles concordarão com isso

No entanto, realizar essa transição exige que, a cada momento, em cada detalhe, cada minúscula partícula, cada migalha de pão e gotículas de água, a pessoa sinta claramente: se eu não compartilhar com as outras pessoas, eu estarei morta. Isso deve permear todo sentimento, ação e escolha. Assim deveria ser

E a razão para isso é: em seu desejo egoísta, que está constantemente buscando o prazer, a pessoa sente que vai cair morta se sucumbir ao egoísmo. Se a situação é um pouco diferente e a morte não for instantânea, ela vai roubar. Essa é a natureza do homem. Não podemos pedir ao homem o que está além de seu poder, acima de sua natureza

Assim, parece que todo mundo deve temer isso? É impossível. Na “Introdução ao TES” o Baal HaSulam escreve que nos tempos antigos, os Cabalistas recorriam ao ascetismo, como está escrito: “Viver de pão e água, dormir no chão, e trabalhar na Torá. Se você fizer isso, você será um homem de sorte”. Disso resulta que, mesmo no caminho de tais sofrimentos você precisa do poder da Torá. Caso contrário, você deve sentir constantemente infortúnios que pairam sobre você: unir-se ou perecer.

É por isso que os Cabalistas explicam que ao se submeter a tais estados dolorosos, a pessoa deve “trabalhar na Torá”.Afinal, você ainda tem que atrair a Luz que Corrige. Se não, não há vida, e não há escolha. Qualquer herói neste mundo pode ser facilmente enganado. Vivemos através de  sensações egoístas, e qualquer um pode responder da maneira que desejar. Afinal, o homem é o desejo de receber, não um herói.

Portanto, cabe a nós fornecer a solução para eles. As pessoas vão pensar que encontraram por conta própria, enquanto na realidade, ela será enviada por nós. E quanto mais depressa avançarmos, mais fácil será para nós impedir que elas sejam enganadas.

Nós devemos confiar na lógica e explicar que empregamos a força interior da natureza, o poder da união, a força vivificante que dá vida a tudo o que existe. Todas as nossas definições devem ser levadas um pouco mais perto das pessoas, para que elas não comecem a pensar que estamos falando de alguma força sobrenatural que trabalha além da natureza das coisas. Não, ela é a base da própria natureza e se mantém para nos ajudar.

Da 4ª parte da Lição Diária de Cabalá 26/05/11, “Prefácio à Sabedoria da Cabalá”