A Luz De Hochma, A Base Da Vida

Dr. Michael LaitmanBaal Hasulam, O Estudo das Dez Sefirot, Parte 1, “Quadro de Perguntas e Respostas para o Significado das Palavras”: Pergunta 5. O que é Ohr Hochma? Uma Ohr (Luz) que entra no ser emanado na primeira expansão da Luz direta e é o sustento geral e a essência dos seres emanados.

Do lado do Criador, a criação termina nas quatro fases de expansão da Luz Direta, Malchut do mundo do Infinito. Isto é, Ele criou o ponto “a patir da ausência” (Yesh mi Ain), que se desenvolve junto com as quatro fases sob a influência da Luz superior que o rodeia.

A influência do Criador sobre o ponto da criação é chamada de fase zero (Keter), e dentro desse ponto, ocorrem as fases de desenvolvimento um, dois, três e quatro. A quarta e última fase do desenvolvimento do ponto “a partir da ausência” sob a influência da Luz é chamada de Malchut do mundo do Infinito.

É isso que o Criador quis dar ao ser emanado a fim de desenvolver o desejo de desfrutar nesse ponto, para que a percepção, a sensação da Luz, a atitude do Doador para com ele fosse considerada como “Infinita”. Está claro que nós não estamos falando de distâncias físicas aqui, mas definindo as qualidades da essência interna desse ponto. Agora ele percebe e sente o Criador, absorve-O dentro de si mesmo sem qualquer restrição, o que é chamado infinito, imensidão.

Esse ponto da criação aceita completamente, sem quaisquer restrições de sua parte, tudo que o Criador quer dar graças às Suas qualidades de ser bom e fazer o bem. Tudo que acontece depois já é a reação do ser emanado tendo alcançado, com a ajuda do Criador, este desenvolvimento elevado, completo e maravilhoso.

Agora, aceitando tudo que o Criador dá, o ser emanado começa a mudar internamente e do seu próprio lado reage à Luz que o preenche. Em outras palavras, essa é a reação do convidado a todo bem que ele sentiu vindo do Criador e à satisfação dada por Ele. Agora, ele tem que responder a essa satisfação e amor que se revelou nele.

Isso não acaba no estado de Malchut do mundo do Infinito, apesar de que do lado do Criador, o trabalho está completo. Agora, o ser emanado constrói todo tipo de telas e ocultações dentro de si mesmo. Ele rejeita o banquete; ele deseja ocultar o relacionamento do Anfitrião para com ele até que ele atinja a reciprocidade.

Além do mais, tudo isso está acontecendo dentro do convidado, e é como se o Anfitrião nem mesmo soubesse dele. O convidado recusa e aceita, propõe várias condições para aceitar o banquete do Anfitrião. Tudo que acontece abaixo de Malchut do mundo do Infinito é um desenvolvimento interno do ser emanado desejando se tornar como o Criador.

Por isso “a Luz de Hochma é a Luz que entra no ser emanado na primeira expansão da Luz Direta”, isto é, durante a primeira influência direta da Luz Circundante sentida por ele. De fato, tudo que existe na Luz superior, mas na medida de seu desenvolvimento, o ser emanado sente como se a Luz estivesse modificando sua influência nele. A primeira influência da Luz superior sobre o ser emanado, que é “o sustento e a essência do ser emanado”, é chamada de Luz de Hochma (Sabedoria).

Em outras palavras, estou sentado à frente do Anfitrião, e antes de qualquer coisa, eu vejo frente a mim mesmo toda a “comida”, a fonte da vida. Sem ela, eu não posso existir; eu morrerei.

Porém, depois que eu recebo essa nutrição e começo a viver (como foi dito: “se não há farinha, não há Torá”), eu posso fazer cálculos com respeito à minha recepção. Por isso a Luz de Hochma é chamada a base da vida e está presente, aberta ou ocultamente, em todas as ações mútuas entre o Criador e a criatura.

Mesmo quando nós estamos falando do estado onde só existe uma única Luz, Hassadim (Misericórdia), e nenhuma recepção, se diz que isso é “quase” separado da Luz de Hochma. Não está completamente separado da recepção, mas “quase”.

O mesmo ocorre na nossa vida, até certo nível necessário e mínimo, que não seja nem condenado nem elogiado, uma vez que ele seja necessário para apoiar a existência. Esse é o montante para receber as necessidades mínimas da vida definidas pelo próprio ser emanado.

Da 3a parte da Lição Diária de Cabalá 19/06/11, Talmud Eser Sefirot