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O Catalisador Do Desejo Espiritual

Dr. Michael LaitmanPergunta: Como pessoas que não sentem qualquer aspiração pela espiritualidade podem alcançá-la se isso requer uma memória latente dela, um sabor esquecido? Por que elas sofrem inutilmente?

Resposta: As pessoas sofrem desnecessariamente, e é por isso que temos que levar a  elas o método de desenvolvimento sem os golpes. Então, mesmo se a pessoa não tem genes espirituais (informações sobre estados anteriores), ela irá recebê-los dos outros graças à inclusão mútua.

É como em nosso mundo quando você está descansando em uma poltrona em frente à TV com uma xícara de café, assistindo a um jogo de futebol, e você acha que não precisa de mais nada. Mas, de repente, eles mostram algum comercial que lhe convence que você precisa muito de algum objeto. Você imediatamente esquece tudo sobre futebol e começa a pensar em como comprar essa coisa. O anúncio tira o seu senso de tranqüilidade e desperta os seus desejos.

Nós não entendemos o quão dependentes estamos da influência do ambiente. Se não tivéssemos essa influência, seríamos como animais em uma floresta. Afinal de contas, de acordo com os desejos dos nossos corpos, nós não precisamos de nada além das necessidades vitais.

Tudo o que está além dos limites da necessidade são coisas que desejamos apenas devido à influência da sociedade, que me pressiona e me convence de que eu preciso de uma coisa, e outra, e uma terceira, e então eu sinto que tenho que obter essas coisas.

Se de todas as direções, através de todos os meios de informação de massa, a sociedade agora começa a me dizer que eu preciso da espiritualidade, então, além das necessidades normais deste corpo animal, tudo o que eu vou precisar é da espiritualidade. Isto é tudo que temos a fazer: colocar-nos sob a influência do ambiente certo. E eu não preciso de mais nada! Não é necessário que o gene espiritual desperte em mim, porque o ambiente externo irá realizar todo esse trabalho.

Genes espirituais despertam nas pessoas especiais que, de repente, recebem esse tipo de infusão de Cima e se lançam para a frente. Este é um cuidado especial de Cima. Mas outras têm que se desenvolver apenas em virtude do ambiente.

Portanto, se não construirmos o ambiente certo em torno de toda a humanidade, se não disseminarmos este conhecimento em todo o mundo, então o mundo terá que avançar apenas pelo preço de um enorme sofrimento.

Da 3ª parte da Lição Diária de Cabalá 24/06/11, “Introdução Geral do Livro ‘Panim Meirot uMasbirot’”

Seja Sábio E Ingênuo Ao Mesmo Tempo

Dr. Michael LaitmanPergunta: O que nós precisamos para perceber que todos os problemas e golpes que experimentamos nesta vida são, na verdade, mensageiros do Criador?

Resposta: Nós precisamos da opinião do ambiente, da pressão pública. É necessário ligar os dois opostos: de um lado, sentir um forte temor e, por outro, ser um herói, para ser, simultaneamente, muito ingênuo e muito inteligente, dependendo do que está sendo discutido.

Nós geralmente nos confundimos entre eles. Quando devemos ser ingênuos, para rebaixar nossas cabeças, e apenas confiar, agimos como um “espertinho” e ficamos orgulhos com isso. Quando deveríamos ser inteligentes, agimos como tolos.

Uma grande parte da nossa energia e tempo é consumida até que a pessoa se endireite. Às vezes, um pequeno erro feito em apenas um momento ou em alguns dias nos custa dez ou vinte anos de trabalho duro.

Da 1a parte da Lição Diária de Cabalá 26/06/11, Escritos do Baal HaSulam

O Lugar Mais Seguro Da Terra

Dr. Michael LaitmanPergunta: A sociedade lá fora constantemente me incita com ameaças de humilhação e dano a mim. Sentindo essa “faca” apontada para minha garganta, eu não consigo parar de perseguir as coisas materiais. Porque eu não sinto o mesmo no grupo?

Resposta: Realmente, em certas situações difíceis, a pessoa deseja ser “picada” por algum estímulo externo, visto que ela é incapaz de despertar sozinha. Mas essa abordagem é incorreta. Somente quando a pessoa é incapaz de organizar uma “perturbação” necessária, empregando o grupo e os livros, só então ela vai sentir a “faca em sua garganta”. No entanto, se ela sabe como organizar isso, ela recebe algum tempo, e depois mais um pouco, e mais um pouco. Além disso, o grupo também deve cuidar da pessoa e ser responsável por despertá-la.

No geral, há duas maneiras de nós evoluirmos: através do sofrimento ou do poder da Torá. Isso depende da minha conexão com o grupo: o quanto eu me insiro nele e recebo dele em troca.

Eu preciso continuar recebendo a garantia e a certeza dos amigos. Em essência, eu tenho que me sentir como um bebê nos braços de sua mãe. Não há lugar mais seguro no mundo do que esse, não é? Um bebê se acalma nos braços da mãe, ele não quer ser colocado no berço ou em qualquer outro lugar, mas apenas permanecer no lugar onde, por definição, não existe problemas.

Esta é a devoção mútua; ela é natural tanto no bebê quanto na mãe. Eles são programados pela natureza, ao passo que nós devemos alcançar isso acima da nossa natureza. Imagine: o grupo, como um bebê, está em seus braços, enquanto você, como um bebê, estão nos braços do grupo.

Da 4ª da Lição Diária de Cabalá 24/06/11, “A Liberdade”

De Onde Vem O Medo Do Zohar?

Dr. Michael LaitmanPergunta: Ao participar da Semana do Livro Hebraico, eu observei um fenômeno interessante: a pessoa vai até a estante de livros, vê o livro “Revelar O Zohar, e sua reação demonstra que ela estava esperando por esse momento toda sua vida. Ela olha para o livro, sem ousar pegá-lo; ela até mesmo retorna, tendo caminhado em círculo. É óbvio que há uma luta interna.

Muitas pessoas hesitam em pegar este livro, sentindo um pouco de medo diante dele, embora inconscientemente algo lhes diga que a verdade está escondida nele. Elas até mesmo se afastam com dor por não levarem o livro consigo. Como você explica esse medo?

Resposta: Este é um dos problemas que temos que enfrentar, e para ajudar as pessoas a superar esse medo. Esta é a correção. Ninguém tem culpa, como é dito: “Vá ao Mestre Que me fez”.

Nós existimos na natureza egoísta que deve sentir negação, medo, rejeição daquilo que supostamente deve nos trazer correção. Isto se reveste em uma espécie de medo do livro, os resultados de lê-lo, como se ele pudesse nos prejudicar. Em essência, essa é a preparação para a correção.

Este medo surge não porque as pessoas foram informadas sobre a proibição de tocar o livro. Nada acontece sem uma razão. Pelo contrário, nosso ego, nosso desejo de desfrutar, preparou-nos de tal forma que mantemos certa distância das correções.

Não há escolha: nós teremos que trabalhar, explicar e nos esforçar nela. Mas, de qualquer forma, eu não culpo ninguém. Ninguém fez isso de propósito. A própria natureza do nosso ego, do nosso desejo de desfrutar, nos coloca contra tudo que está associado com a correção, forçando-nos a ficar o mais longe possível dela.

Vale a pena estudar este comportamento. O jovem moderno, que não está preocupado com nada, de repente sente um medo inexplicável diante do Zohar. Esta é a natureza. Mesmo que ele não tenha ouvido nada sobre esse livro, ele descobre em si mesmo alguns preconceitos primitivos e medievais, como se ele não fosse mais uma pessoa moderna.

Da 2ª parte da Lição Diária de Cabalá 22/06/11, O Zohar

Cabalistas Sobre A Natureza Do Homem E A Natureza Do Criador, Parte 10

Dr. Michael LaitmanCaros amigos, por favor, façam perguntas sobre estas passagens dos grandes Cabalistas. Os comentários entre parênteses são meus.

A Superioridade do Homem à Besta

Todos os animais dependem totalmente da natureza e são totalmente incapazes de progredir além da natureza, ou seja, além das qualidades com as quais foram criados. O homem, no entanto, foi dotado com o poder do pensamento. Ao usar este poder, ele se torna gradualmente mais livre das cadeias da sua natureza e a desenvolve da recepção para a doação. Sua tarefa é pegar exemplo da natureza e agir como ela.

Ele não espera que a natureza lhe dê os pintos, que a galinha venha e incube os ovos. Em vez disso, ele constrói uma máquina que incube os ovos e choque os pintos para ele, assim como uma galinha normal. Tendo aprendido sobre o objetivo do seu desenvolvimento, o homem não espera que a natureza leve-o à equivalência com o Criador pelo caminho lento e mal do sofrimento, mas apressa-se e melhora o seu desenvolvimento pelo poder da Luz.
– Baal HaSulam “A Nação”

Preparação Para Para A Leitura Do Livro Do Zohar

Dr. Michael LaitmanPergunta: O que eu posso fazer durante o dia para me preparar para a lição da manhã, especialmente para a leitura do Livro do Zohar, para obter o máximo de resultados?

Resposta: É desejável que a pessoa mantenha sempre um livro com passagens selecionadas do Zohar ou dizeres dos Cabalistas próximo a ela. Se durante o dia a pessoa puder ouvir uma lição gravada, deixe-a ouvir; se puder ler, deixe-a ler; se só pode pensar, deixá-a pensar.

Existem pessoas que não podem ler, ouvir ou pensar na espiritualidade durante  o trabalho, pois ele as absorve totalmente, e só às vezes elas voltam para a intenção. Existem diferentes situações.

O Rabash sempre costumava dizer que era desejável escolher um trabalho físico simples que não exigisse esforço mental ou emocional. Mas hoje, quase não existem empregos assim. Assim, a pessoa deve estabelecer um cronograma definido, por exemplo, desconectar-se de seu trabalho a cada hora e se conectar com a espiritualidade por cinco minutos.

Cada pessoa deve tentar fazer tudo que for possível conforme a situação em que se encontra. Estes esforços são o seu empenho.

Da 2a parte da Lição Diária de Cabalá 22/06/11, O Zohar

O Zohar Vai Ajudar A Todos

Dr. Michael LaitmanPergunta: Nós podemos usar a leitura do Livro do Zohar para corrigir condições muito difíceis, nas quais várias pessoas no mundo se encontram hoje em dia? A sabedoria da Cabalá foi revelada, e todo mundo pode ler O Zohar. Isso ajudaria a pessoa que não sente a necessidade do grupo, a estudar e compreender?

Resposta: Nós temos que perceber que, na realidade, o uso da sabedoria da Cabala é eficaz apenas se a pessoa quer avançar em direção à correção. Nós vemos que o tempo passa até que as pessoas que vieram para estudar a sabedoria da Cabalá se juntem ao grupo e comecem a entender e ouvir o que está acontecendo. Estas são mudanças muito lentas, internas, etapa por etapa, na pessoa.

Por isso, nós precisamos entender que a “Segula” (“um efeito especial da Luz”) começa muito antes da pessoa perceber que está sob sua influência. A Luz que Corrige age nela como em um bebê que ainda não sabe como está se desenvolvendo, para que e onde ele deve avançar. Ele é atraído por um jogo interessante, brinca com seus brinquedos, e este é o seu ambiente.

Nós estamos no grupo, e este é o nosso ambiente. Existem pessoas que não têm um grupo, mas isso não importa. A chave é que, de alguma forma, elas usam os meios para atrair a Luz que Corrige: O Livro do Zohar, as obras do Baal HaSulam, os artigos e cartas do Rabash, músicas e canções Cabalísticas.

Assim, a leitura do Livro do Zohar sob qualquer cirscunstância, mesmo que a pessoa não esteja pensando ainda no grupo e na união, mas quer melhorar sua vida, ainda ajuda. Se o mundo inteiro já entrou no estágio de desenvolvimento no qual devemos alcançar a união entre nós, então qualquer utilização das fontes que trazem a Luz que corrige é útil.

Nem todo mundo tem que se sentar junto com a gente e milhares de pessoas em todo o mundo durante as nossas aulas pela manhã. Nós também temos que despertar pessoas que não têm conexão conosco, quem nunca ouviu falar que se deve estudar para o bem da união entre as pessoas. O Baal HaSulam diz que nós entramos no período do Messias, e a humanidade inteira deve avançar nessa direção.

Assim, é desejável que a pessoa esteja conectada às fontes primordiais mesmo sem qualquer intenção.

Da 2ª parte da Lição Diária de Cabalá 22/06/11, O Zohar

Subir Alto Para Justificar Tudo

Dr. Michael LaitmanNa Carta #1 do Baal HaSulam há uma parábola sobre um rei que começou a gostar tanto do seu servo que queria elevá-lo acima de todos os ministros ….

Ele designou o servo a guarda do portão da cidade, e pediu a um ministro, que era um palhaço inteligente, que fingisse se rebelar contra o reino …

O ministro fez como o rei havia ordenado e com grande sabedoria e astúcia fingiu lutar contra a casa do rei. O servo arriscou sua vida e salvou o rei, lutando bravamente e com devoção contra o ministro, até que seu grande amor pelo rei fosse evidente para todos.

Em seguida, o ministro tirou a roupa e havia grande riso pois ele tinha lutado tão ferozmente, e agora percebia que só havia ficção aqui, e não realidade. …Cada item nesta terrível guerra transformou-se numa rodada de risos e grande alegria. …

[Em seguida, pela segunda vez o rei] disse ao ministro que ele devia disfarçar-se como ladrão e assassino, e travar uma guerra feroz contra ele. O rei sabia que na segunda guerra ele demonstraria sabedoria maravilhosa (Hochma), e mereceria estar na cabeça de todos os ministros.

Enquanto issoo servo herdou “sabedoria” (Hochma) pelo conhecimento posterior, e “amor” pelo conhecimento anterior, e, assim, foi elevado à eternidade.

É verdade, que todas as guerras nesse exílio são uma visão maravilhosa, e todos sabem em seu interior que tudo é uma espécie de humor e alegria que traz apenas o bem. Ainda assim, não há nenhuma tática para aliviar o peso da guerra e da ameaça sobre si mesmo.

Nós realmente não sabemos por que temos que passar por todos os sofrimentos, problemas, guerras e confusões, e por outro lado, por esclarecimentos, sucessos e fracassos… Qual é a utilidade de todo esse sofrimento?

Mas depois, neste caminho, nós gradualmente percebemos como adquirimos conhecimento, sabedoria, poder e compreensão do sistema geral com isso. Nós estudamos as ações do Criador que são feitas conosco e, como resultado, alcançamos e O compreendemos, como está escrito: “Nós O conheceremos a partir de Suas ações”. Na medida em que O entendemos, começamos a senti-Lo.

No entanto, o motivo pelo qual nós definitivamente tivemos que alcançar isso por um caminho tão difícil não é claro para nós. Agora, enquanto ainda estamos no caminho da correção, não seremos capazes de compreendê-lo, mas só quando nos elevarmos acima de suas limitações até o estado de perfeição. Então nós ganharemos a mente e os sentimentos necessários, os meios que nos permitem descobrir e justificar esse caminho.

Da 1ª parte da Lição Diária de Cabalá 26/06/11, “Uma Parábola sobre um Rei”