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Do Egoísmo Para A Doação Na Fé Acima Da Razão

Dr. Michael LaitmanLo Lishma significa que estou ciente do fato de que eu existo no egoísmo, em vez da doação. Eu me esforço para alcançar a doação (Lishma) com todas as minhas forças, mas ainda sou incapaz de fazê-lo e devo fazer um cálculo em meu próprio interesse. A diferença que percebo entre os meus estados reais e desejados é chamada de meu Lo Lishma.

Suponha que você me entregou um envelope, devolvendo um empréstimo de mil dólares. Se eu levar o envelope sem verificar o que está dentro, isso é chamado de “abaixo da razão”. Ou seja, eu acredito na sua palavra desde o início e não envolvo qualquer razão. Se eu verifico o envelope, vejo exatamente mil dólares e aceito o reembolso, isso é chamado de “dentro da razão”.

No entanto, se eu abro o envelope, conto o dinheiro, e vejo que falta certa quantia, mas mesmo assim aceito-o como reembolso total do empréstimo, em relação a quantia que falta eu trabalho na fé acima da razão.

Da 1a parte da Lição Diária de Cabalá 19/06/11, Escritos do Rabash

Inveje O Quanto Quiser

Dr. Michael LaitmanPergunta: As mulheres têm muitos desejos diferentes. Como posso identificar e distinguir o desejo pela espiritualidade, de modo que ele esteja  acima de todos os outros desejos?

Resposta: Em princípio, essa é uma pergunta geral, não apenas das mulheres, mas também dos homens. Todo mundo tem vários desejos. Como podemos distinguir o desejo pela espiritualidade, de modo  que ele se torne dominante? Isso só é possível quando estou no ambiente certo, que me inspira, constrói o correto sistema de valores em mim. Eu fico inspirado pelos outros, invejo-os. A inveja é uma boa qualidade; não há más qualidades, você só precisa usá-las corretamente.

Se eu uso corretamente a inveja, se eu dou o meu melhor para perceber o que o grupo de mulheres em geral pensa, junto-me a elas, absorvo o seu entusiasmo pela meta, reconheço com a ajuda delas o valor da espiritualidade acima de tudo, o meu desejo aumenta como resultado.

Da 2ª Lição na Convenção de Moscou 10/06/11

Não Faça Psicanálise Em Si Mesmo

Dr. Michael LaitmanCabalistas de todos os tempos têm estudado os problemas da humanidade e analisado o que nos separa da imagem global, harmoniosa, fechada e cósmica: “O que torna a natureza humana tão singular? Que qualidades específicas ela tem? Como podem estas qualidades ser corrigidas? O que motiva essa transformação?”.

A Cabalá explica como devemos passar por estas mudanças cíclicas internamente, ajudando uns aos outros de acordo com certo princípio, um algoritmo específico, de forma a gradualmente chegar a uma maior equivalência com a natureza, mergulhando profundamente para discernir as qualidades que se opõem a ela, e corrigi-las seguindo uma seqüência específica.

Além disso, a pessoa não precisa fazer correções em si mesma. Nós precisamos corrigir a conexão entre nós, e só então alcançaremos a harmonia.

Neste ponto, surge outro detalhe peculiar: basicamente, eu preciso me aceitar exatamente do jeito que sou. Um grande número de pessoas gasta tempo fazendo psicoanálise em si mesmas: “Eu não sirvo para nada, sou preguiçoso, ganancioso, invejoso”, e assim por diante. Deixe seus pormenores sozinhos; isso não nos incomoda. Tudo isso vai cair claro se você começar a visar uma boa conexão com os outros: inter-relações, compreensão mútua e interdependência.

Se eu começar a analisar, experimentar e construir nossas relações corretamente, de repente vou descobrir (o que é verdadeiramente notável) que todas as qualidades existem dentro de mim: a mais repugnante e assustadora, de modo que eu tenho vergonha de admitir até mesmo para mim. De repente, eu vejo que preciso delas, exijo-as a fim de receber e dar aos outros e ser parte integrante deste organismo enorme e fechado.

Acontece que todos os nossos desejos, como roubar, enganar, ter inveja, ódio, rejeição e tirar vantagem dos outros, todos esses impulsos internos com os quais nascemos são totalmente necessários para nós. Portanto, nem pense em realizar tal auto-correção! É um grande erro eu ver o nosso grupo mundial fazer mais frequentemente do que não.

Tudo que você precisa trabalhar é na nossa interconexão. Não critique as falhas de uma pessoa: ela não tem nenhuma! A falha reside exclusivamente na conexão entre nós e em nenhum outro lugar!

Isso é o que chamamos de “garantia”, uma qualidade na qual a sabedoria da Cabalá se concentra tanto. Quando nós começamos a estudar, começamos a estabelecer uma conexão entre nós, e essa intenção tem que preceder todos os esforços: o contato mútuo, a responsabilidade mútua de estarmos conectados uns com os outros, e a necessidade de descobrir essa conexão interna entre nós.

Paralelo a isso, nós estudamos os textos Cabalísticos. Nós não sabemos o que está acontecendo conosco enquanto estamos estudando os textos, nem sabemos o que eles descrevem. Nós simplesmente lemos sobre os nossos futuros estados corrigidos descritos pelos Cabalistas. Da mesma forma, uma criança instintivamente pega um brinquedo, porque a natureza a empurra a brincar e crescer. Então, vamos brincar uns com os outros no grupo, como se estivéssemos construindo um modelo corrigido.

Mas, como resultado, enquanto estamos lendo sobre isso, nós como que atraímos o estado mais elevado sobre nós, como uma criança que está brincando com um carrinho de brinquedo, um jogo de montar, ou um quebra-cabeça. Nós intencionalmente damos a ela todos os tipos de tarefas na forma de um jogo, enquanto ela se esforça sinceramente para resolvê-los como sua natureza lhe diz.

Portanto, nós devemos nos motivar e nos inspirar, com um sendo exemplo do outro e falando sobre como isso é importante. No final, todos devem ser estimulados pelos outros, pelo seu entusiasmo, a sua intenção de se aproximar, unir, e estar em harmonia interna e bem coordenada.

Da 5ª Lição na Convenção de Moscou, 11/06/11

A Oferta Que Não Devemos Recusar

Dr. Michael LaitmanA Natureza, de forma instintiva, firme e automática, suporta o sistema de reciprocidade, interconexão, harmonia, assistência, globalização e integração, sustentando assim a vida. Portanto, nós dizemos que a força superior é a força do amor. No entanto, os níveis inanimado, vegetal e animal da natureza têm um “pequeno” elemento adicional: o homem, a sociedade humana que não deseja seguir esta lei. Ela é criada intencionalmente de modo a evoluir de forma aleatória, empurrado por seu egoísmo.

Imagine um gigantesco sistema onde uma parte, que é a mais avançada, eficiente e frágil, não funciona em sincronia, em harmonia com o resto. Portanto, todo este sistema aos poucos atinge um estado de completo desequilíbrio. É isso que nós estamos começando a finalmente perceber. A humanidade tornou-se um tumor canceroso consumindo tudo fora de si, quebrando o equilíbrio, e, naturalmente, causando uma reação correspondente.

Como então alcançamos a harmonia? Afinal de contas, caso contrário, destruiremos todo o organismo. Isso está se tornando óbvio. Não é preciso ser um profeta para ver para onde as coisas estão indo.

É exatamente isso que a sabedoria da Cabalá descreve: como precisamos nos corrigir através do estudo das leis da natureza integral. Não entre em misticismos e comece a estudar fenômenos astrais; tudo o que temos a fazer é aprender as leis dos sistemas integrais, fechados e globais, que são também chamados de redes analógicas, conhecidas por nós da engenharia. Há uma quantidade enorme de material científico matematicamente preciso que nos informa como sistemas fechados apoiam o seu equilíbrio interno.

Nós temos que estudar a nós mesmos como os elementos inadequados para esse sistema em nossas ações, desejos e pensamentos. E se nós sinceramente desejamos alcançar algum tipo de existência normal, mesmo ao nível do mundo material (sem mencionar o que mais podemos revelar, quando entramos em homeostase com a natureza), então nós alcançamos a harmonia geral.

Hoje, isso pode parecer um pouco desnecessário e desagradável, mas, no entanto, a natureza já está empurrando, forçando, e exigindo de nós os esforços internos e as ações destinadas a transformar a nós mesmos. Afinal, estar alinhado com a natureza circundante significa considerá-la, e não simplesmente consumir e exaurí-la. Como e em que sentido podemos mudar a nós mesmos?A parte onde a Cabalá discute isso chama-se a “Garantia Mútua”.

Garantia é o nosso acordo mútuo (não só referente a nós mesmos, mas a toda a natureza) para alcançar a compreensão e o equilíbrio total. Em termos de Cabalá, é Malchut do mundo do Infinito ou, em outras palavras, uma qualidade comum e mútua de amor e doação.

Obter a “qualidade do amor” significa levar em consideração as necessidades do outro como minhas. É exatamente assim que todas as partes do nosso organismo interagem no nível biológico. E a natureza nos empurra para alcançar o mesmo grau em nossa interação social por meio da unificação social com o outro. Ela pode nos forçar a fazê-lo, causando sofrimento. Se, no entanto, começamos a avançar nessa direção, seremos transformados de forma rápida, confortável e fácil. É isso que a sabedoria da Cabalá nos oferece para aprender.

Da 5ª Lição na Convenção de Moscou, 11/06/11

Cabalistas Sobre A Natureza Do Homem E A Natureza Do Criador, Parte 5

Dr. Michael LaitmanCaros amigos, por favor, façam perguntas sobre estas passagens dos grandes Cabalistas. Os comentários entre parênteses são meus.

O Egoísmo Está Incorporado na Natureza de Cada Pessoa

O egoísmo está incorporado na natureza de cada pessoa, como em qualquer animal (mas no homem também está dirigido para usar e humilhar o outro e, além disso, desenvolve-se constantemente).
– Baal HaSulam, “A Solução”

A pessoa não pode fazer um único movimento sem qualquer benefício para si mesma.
– Baal HaSulam, “Um Discurso para a Conclusão do Zohar”

“Um burro selvagem deve ser transformado em homem” (Jó, 11:12), porque quando a pessoa sai do seio da Criação, ela é uma total imundície e baixeza, ou seja, uma multiplicidade de amor próprio que está impresso nela (e ela não é capaz de considerar os interesses do outro), onde cada movimento gira somente em torno de si mesma, sem um pingo de doação aos outros (e ainda mais, ao humilhar o outro. O homem sempre avalia o seu sucesso não em e por si mesmo, mas em relação ao outro. Enquanto isso, um animal se contenta com as necessidades naturais e praticamente não se compara com os outros).
– Baal HaSulam, Matan Torá (A Entrega da Torá), item 12

Momentos De Cabalá – Tempo Espiritual

Não Se Deixe Ser Subornado Quando Procurar A Verdade

Dr. Michael LaitmanPergunta: Como nós não conseguimos fugir de exigir a verdade, então nós finalmente revelamos que estamos mentindo para nós mesmos?

Resposta: Se a pessoa é capaz de agarrar-se à verdade, então ela tem muita sorte. Nós vemos que há muitas pessoas no mundo que não precisam da verdade e que não perguntam para que estão vivendo.

Em outras, esta pergunta já surge, mas do ponto de vista do, “Para que estou sofrendo?”. Ou seja, esta não é uma pergunta sobre o sentido da vida, mas sobre como encontrar o gosto na vida, agora que você sente um gosto amargo em vez de doce.

E há outras pessoas que não perguntam sobre uma boa vida, mas sobre encontrar a verdade nela. E há pessoas que não perguntam sobre a verdade na vida, mas sobre quem nos deu essa vida, sobre o Criador. Esta pergunta já não é sobre mim, porque eu já não me importo sobre quem sou eu e o que vai acontecer com a minha vida, de uma forma ou de outra. Eu quero vir a conhecê-Lo, atingir o Criador, e existir Nele – na própria fonte, na raiz.

Há muitos níveis nessa atitude, dependendo da exigência da pessoa, de sua sensação e realização. Aqui, tudo depende da raiz da sua alma e do atual ciclo de vida, ou seja, em que estágio de desenvolvimento ela está.

Mas, mesmo que em nosso estado atual ainda não tenhamos recebido a chance de perguntar sobre a verdade, nós podemos desenvolver esses desejos dentro de nós por meio do ambiente, “do professor, do grupo, e  dos livros”, e avançar dessa forma. No entanto, isto não é fácil e requer que você revele o que está no fundo de si mesmo, dentro de seus genes informativos (Reshimot ).

Da 1ª parte da Lição Diária de Cabalá 20/06/11, Escritos do Rabash

O Amor É Uma Rua De Mão Dupla

Dr. Michael LaitmanPergunta: Como podemos explicar às pessoas que o amor é necessário?

Resposta: Você pode amar comer peixe no almoço, você pode amar o seu filho pequeno, ou pode amar o próximo ou o Criador. As mesmas palavras designam noções completamente diferentes.

Vale a pena enaltecer o amor ao próximo a uma pessoa que ama peixe? Como você pode descrever-lhe o prazer de doar? O que ela vai entender? Que ela tem que dar o peixe para outra pessoa? Isso é amor?

O que significa amar o próximo? Ele tem um significado completamente diferente. Amar o próximo significa anexar o desejo dele ao seu e trabalhar com o seu desejo a fim de satisfazer o desejo dele. Então, nós dois nos fundimos num todo, onde eu o satisfaço e ele me satisfaz.  No que ele se satisfaz? Em seu desejo. Seu desejo em relação ao meu é como Malchut em relação a Zeir Anpin. Eu sou como o Criador, e ele a criação. Este é o meu trabalho.

Assim, o “amor” é a relação entre o Criador e a criação. Somente isso é o amor – a atitude da criação para com o Criador. Se eu posso construir este tipo de atitude para com os outros, ou em outras palavras, se eu adquiro a qualidade do Criador (a qualidade de doação), e por meio dela eu me relaciono com o desejo do próximo como faz o Criador, verifica-se que o Criador está dentro de mim, e eu realizo as ações necessárias em relação ao próximo. Isso significa que eu amo o próximo.

Nós não temos o direito de usar a palavra “amor” em qualquer outro sentido, contexto, ou caso. Caso contrário, nós vamos confundi-la com o nosso “amor por peixe”.

Nós estamos falando sobre como o Criador, a qualidade de doação, se veste em mim. Antes de tudo, nós temos que realizar o princípio: “Não faça aos outros aquilo que você mesmo odeia”. É assim que eu me torno neutro. Depois disso eu tenho que adquirir o desejo dele em vez do meu. O desejo de outra pessoa se torna mais importante para mim e, portanto, ela se torna maior do que eu. Eu estou pronto para fazer tudo por ela, assim como faria para um filho doente em nosso mundo. Eu estou totalmente em “curto-circuito” no seu desejo; isso é o que me faz agir.

É exatamente por isso que eu sou semelhante ao Criador, como Zeir Anpin que recebe um pedido de Malchut. Quanto mais o desejo de outra pessoa é capaz de me fazer doar, maior eu sou do que ela. Este é o amor. Você vê como isso é diferente de nossas noções atuais?

Quanto mais eu posso doar a outra pessoa, mais eu forneço-lhe a Luz da correção. Afinal, há a garantia mútua entre nós. Eu não satisfaço seu desejo egoísta, mas revelo dentro dela o desejo de estar em um sistema comigo, de modo que a Shechina reine entre nós. Então, o que devo dar-lhe? Eu lhe dou o meu apoio da garantia mútua, que ela também fornece a mim, ao revelá-lo em seu desejo. Este é o amor.

Ninguém está satisfazendo o egoísmo do outro. Eu não revelo o desejo egoísta na outra pessoa, mas o desejo do apoio mútuo, a fim de revelar o Criador no relacionamento entre nós. O Criador não pode ser revelado em qualquer indivíduo ou apenas na minha atitude para com outra pessoa, a menos que seja fortalecida pela mesma atitude dela. O amor não funciona em uma direção. Ele é uma rua de mão dupla. Ele exige uma rede de conexão por onde os impulsos da doação fluem, uma rede permeada por sentimentos de amor, relações de garantia mútua e reciprocidade que nos fortalecem mutuamente.

Nesse meio tempo, o egoísmo permanece abaixo, sem fazer quaisquer cálculos para satisfazê-lo. Afinal, nós nos elevamos acima dele, conectados por nossa intenção mútua em prol da doação. E quando ele atinge um determinado nível de unidade, criando uma rede acima de nós, nós revelamos o Criador, a qualidade mútua de doação e amor entre nós.

Da 4ª parte da Lição Diária de Cabalá 20/06/11, “Matan Torá (A Entrega da Torá)”

O Intensificador De Luz

Pergunta: O que significa ser transparente para a Luz e deixá-la passar por mim?

Resposta: Significa ser semelhante à Luz. Assim, ela passa por você sem qualquer interferência. Ou seja, você se torna o condutor dela.Você não é apenas algo transparente para que ela possa passar por você sem obstáculos, mas você participa de sua passagem através de você.

Nós continuamos em nosso egoísmo, que se tornou tão leve que deixa passar a Luz através de nós. Esta Luz passa e sai de você ainda mais forte ao ser transmitida aos outros. Suponha que na entrada, a força da Luz era “P1”, e o poder do seu egoísmo “E”. Então, “P1” multiplicado por “E” é a força da Luz “P2” que sai de você.

The Light Intensifier
Você é um intensificador da Luz no seu caminho.

Da 2ª Lição na Convenção de Moscou 10/06/11

Encontrando O Rumo No Oceano De Luz

Dr. Michael LaitmanTodos os artigos do livro Shamati destinam-se a sintonizar a pessoa para a atitude certa em relação a si mesma (suas capacidades internas, aptidões, forças, qualidades) e em relação a tudo que está fora dela (as pessoas, a sociedade, o grupo, o professor, o Criador, a natureza) para que ela compreenda como ela muda, por meio de que, e como ela deve agir para chegar ao estado perfeito. O nosso problema é que, por um lado, não há nada que possamos fazer por nós mesmos, porque somos apenas o desejo de ser satisfeito, o desejo de desfrutar.

Por outro lado, se não podemos fazer nada por nós mesmos e representamos apenas um desejo criado oposto ao Criador, à Luz, então como podemos pedir para mudar a nós mesmos, pedir para sermos tranformados, exigir, agir de forma independente ou através de outros sistemas?

Em outras palavras, nós estamos em uma posição dupla. Por um lado, eu não posso fazer nada sozinho. Por outro lado, devo chegar ao ponto onde o meu pedido, meu desejo, causará tal influência em mim que eu serei transformado. Este ponto em particular é muito difícil para nós. Lá, a pessoa não compreende corretamente a sua interação com a força superior que a criou.

Ou seja, eu tenho que alcançar um estado onde eu sinta minha total incapacidade de me corrigir, onde percebo e compreendo que a minha correção só pode ser feita sob a influência da força externa. De modo oposto, esta força externa que existe fora de mim é constante, e eu não posso afetá-la de nenhuma maneira. Ela é absoluta. Mas eu posso afetar a mi mesmo, colocando-me sob a sua influência, isto é, pelo meu pedido.

O meu pedido é a minha ação quando eu mudo minha atitude em relação a essa força superior e, assim, mudo a sua influência sobre mim, e ela me corrige. Daí, essencialmente, o trabalho acontece dentro da pessoa e depende dos seus desejos, de sua intenção,  força, direção. A pessoa existe em um campo absoluto, perfeito e imutável. Mas o trabalho é feito precisamente por este campo, influenciando a pessoa. E ela fica sob a influência deste campo.

Do ponto de vista do desejo de ser corrigido, a pessoa é um elemento ativo. E do ponto de vista da correção da pessoa em si, ela é passiva: ela é corrigida pela Luz que existe fora dela, que a rodeia e é invariável. É possível falar muito deste estado,  mas ele tem que ser formado gradualmente em nós, como um estado interno preciso e definido entre eu e a Luz, o Criador.

O Artigo do Baal HaSulam “Lishma é um Despertar do Alto, e Porque Nós Precisamos de um Despertar de Baixo” é um daqueles artigos que fala da cooperação correta da pessoa com o Criador, com a Luz superior. Uma pessoa significa nosso desejo: como ele pode ser transformado se ele se colocar corretamente sob a influência da Luz.

A qualidade de doação que nós podemos alcançar e da qual estamos aos poucos nos aproximando sob a influência da Luz é chamada de “Lishma” ou “em Seu Nome” em hebraico. E sua qualidade oposta é chamada de “Lo Lishma” ou “não em Seu Nome”, que significa para si mesmo.

Os desejos surgem em nós independentemente de nós; nós não podemos regulá-los, mas podemos regular a nossa intenção: o que nós queremos em cada momento do tempo, a que nós aspiramos.

Da Lição Diária de Cabalá de Moscou 15/06/11, Shamati #5