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Da Separação À União

Dr. Michael LaitmanA sociedade humana é dividida em duas partes. As pessoas cujo ponto no coração já despertou compõem uma pequena parte da humanidade: essa parte é nós. O resto das pessoas não têm o ponto no coração, ainda que um forte desejo egoísta esteja concentrado nelas.

Duas forças (positiva e negativa) agem em nós. Nós avançamos criando uma conexão entre o nosso ego e o desejo de alcançar o mundo espiritual, o qual desenvolvemos através do estudo e das forças recebidas do ambiente. A conexão construída pela combinação dessas duas forças é chamada de linha média.

O resto das pessoas, como a ciência da Cabalá explica, gradualmente se juntam a nós, achando que não há alternativa: o seu egoísmo, exigindo satisfação o tempo todo, vai sofrer. Ao longo do desenvolvimento humano o egoísmo do homem foi constantemente crescendo e esforçando-se para satisfazer-se o máximo possível. Hoje, quando o ego humano perdeu a esperança de obter satisfação, depara-se com uma crise.

Isso incentiva as pessoas a se aproximarem de nós, embora elas não saibam de quem e como se aproximar. Para tornar o caminho delas mais fácil, devemos disseminar a sabedoria da Cabalá e explicar que há um método de correção da crise. Quando elas se juntarem a nós, juntos começaremos a trabalhar na linha média e, assim, alcançar o mundo do Infinito.

O que vamos ganhar, como resultado? Vamos alcançar a eternidade e a perfeição. Nós nos elevaremos acima da nossa realidade, acima do ponto da criação do nosso Universo e do mundo inteiro, até a realidade superior.

Atualmente, o ponto no coração desperta em muitas pessoas: já há milhões delas. E as pessoas cujo ponto no coração ainda não foi revelado sentem a crise, além do egoísmo. Elas sentem que lhes falta a força positiva, sem a qual não podemos viver. Elas sabem que devem corrigir a crise, sentem que a solução está oculta na união, mas não sabem como fazer isso.

Em um mundo global e integral, tudo deve ser unificado; a natureza nos mostra isto. Hoje, ela mostra que devemos alcançar o mundo do Infinito, que somos um todo. É exatamente isso que a crise veladamente nos aponta e dirige.

From Separation to Unity

Nas pessoas que deveriam conduzir a humanidade para este objetivo, a crise revela o ponto no coração, uma força positiva, que elas podem adquirir do grupo e do estudo. Com a ajuda dele, elas podem se mover em direção ao mundo do Infinito de forma independente. E aqueles cuja crise não dá a força de unificação, mas sentem que lhes falta essa força, gradualmente receberão explicações daqueles cujo ponto no coração despertou, se juntarão a eles, e junto com eles aspirarão à meta.

Da Lição 2 da Convenção na Espanha,, 04/06/11

Uma Criança Esperta Brincando De Doação

Dr. Michael LaitmanA criação é apenas o desejo que surge “a partir da ausência” em virtude da Luz e que gradualmente atinge o seu estado. No início, ela simplesmente quer desfrutar, mas depois começa a entender que está completamente sob o domínio do desejo.

É assim que o desejo cresce gradualmente, até que percebe a sua total oposição à Luz. A primeira vez ocorre durante a 4ª fase da expansão da Luz Direta, no estado chamado de Malchut do mundo do Infinito.

A criatura não consegue manter esta condição e se restringe. Isso a força a estabelecer uma nova relação com o Criador. Ela se sente obrigada a ser como Ele e se esforça para fazer isso, até que todas as suas tentativas levam à penetração mútua de um no outro, o que é chamado de “quebra dos desejos”.

Parece-nos que a quebra é algo negativo. Mas, na realidade, é o contrário. Devido a ela, a criatura entende sua total incapacidade de ser como o Criador.

Para se tornar um doador e semelhante ao Criador no estado de quebra, falta-lhe apenas esforços. Mais tarde, ele será capaz de chegar à doação e à ascensão a partir de um estado muito pior. No entanto, em primeiro lugar, ele tem que experimentar a realização do mal, da oração, do trabalho, das boas ações, e até que tenha tudo isso, não será capaz de tornar-se igual ao Criador e ser como Ele.

Até que a criatura tenha obtido o vaso espiritual, ou seja, a compreensão, a sensação do próprio esforço, a realização do desejo, é impossível dizer que ela é semelhante ao Criador. A criança não pode ser uma doadora. Ela pode fazer algo pequeno, brincar com seus brinquedos. Mas se ela realmente quer se tornar como um adulto, deve desenvolver uma variedade de sensações em si mesma.

Assim, depois de todo desenvolvimento histórico e espiritual, que nos foi dado como uma preparação pelo Alto, nós descobrimos que dois desejos co-existem dentro de nós: o nosso próprio e um desejo adicional. O ser humano dentro de nós começa com isso. O próprio desejo natural da pessoa a arrasta para os prazeres que ela vê a sua frente. O desejo adicional a arrasta a tipos especiais e espirituais de prazer; no entanto, ela não pode sentir nada além do prazer.

Nós vemos em uma pessoa do nosso mundo o seu corpo material, físico. Não se trata disso, mas do desejo arrastando-a em duas direções. Um deles é direcionado para o que é revelado à pessoa em seus cinco órgãos sensoriais. O outro é chamado “ponto no coração”, e ainda não está claro para a pessoa para onde esse desejo a arrasta e se vale a pena usá-lo.

A partir do momento em que estes dois desejos se manifestam na pessoa, ela é chamada de ser humano. Devido a estes dois estados, ela pode tornar-se semelhante ao Criador (Edome), ou seja, ser chamada de homem (Adão, da palavra “Domeh“ou similar). A pessoa só precisa saber os meios, para aprender a usar esses dois desejos despertados nela.

Um desejo é antigo e é chamado de “rei velho e insensato”; o outro é novo e crescente como uma “criança esperta (inteligente)” Se a pessoa quiser tratá-los corretamente, isto só é possível com a ajuda da força superior. Assim, ela não pode avançar por conta própria e precisa de um mentor.

Tudo é dada pelo Alto: as pessoas são levadas ao lugar certo para estudar; todas as condições necessárias são criadas para elas, de modo que possam aceitar esta orientação e usá-la. Tudo é dada pelo Alto, exceto o esforço que devemos adicionar a nós mesmos! Estes esforços constroem o ser humano.

Da 1ª parte da Lição Diária de Cabalá 07/06/11, Shamati # 161

Cabalistas Sobre O Amor Ao Próximo E O Amor Ao Criador, Parte 8

Dr. Michael LaitmanCaros amigos, por favor, façam perguntas sobre estas passagens dos grandes Cabalistas. Os comentários entre parênteses são meus.

A Oração da Multidão

É como nossos sábios (sábio é aquele que atingiu o Criador) disseram: “Qualquer pessoa que esteja triste pelo público (como por si mesma e perante si mesma, exatamente por essa razão) é recompensada e vê o conforto do público”. O público é chamado de “A SantA Shechiná (Divindade)”, pois público significa coletivo, ou seja, a assembléia de Israel, uma vez que Malchut é o conjunto de todas as almas. (Isto é, aquele que se esforça pela correção da alma coletiva merece o conforto de vê-la).
– Baal HaSulam, Shamati (Eu Escutei), Artigo nº 35, “Com Respeito à Vitalidade da Kedusha

Avançando Com Medo Da Morte

Dr. Michael LaitmanPergunta: Pessoas que não têm o ponto no coração podem se associar com a nossa mensagem de união?

Resposta: Sim, elas podem. Há muito conteúdo sério que fala da necessidade de se unir. Pessoas de reflexão entendem que o egoísmo está destruindo a raça humana, enquanto a humanidade está egoísticamente destruindo a Terra, e é por isso que devemos mudar do egoísmo para a união e subir ao altruísmo. Só então aprenderemos a conviver uns com os outros e salvar nosso planeta, o único lar que temos. Afinal, não podemos nos mudar para outro “apartamento”. Muitos autores mundiais descrevem esta imagem com clareza e precisão.

A questão é como fazer essa transição. É evidente que a humanidade está à beira da guerra e enfrenta um futuro sombrio; o ego insaciável a está empurrando para isso. A solução também é óbvia: ser “bons filhos”, “amigos uns dos outros”, restringir o consumo, e aprender a distribuir adequadamente os recursos. Mas como podemos fazer isso do ponto A ao ponto B, se a natureza humana é o desejo de desfrutar? Como podemos  corrigí-lo? Como podemos transformá-lo em doação?

Uma coisa é quando falamos dos instintos básicos, como o amor materno. Mas as pessoas não costumam se sentir desta forma; o amor só aumenta quando a dificuldade vem, como resultado da necessidade. Assim, tente abrir os olhos delas para que elas possam ver como a situação é grave e mostre-lhes uma condição específica: o mundo só vai escapar da morte por meio da união e da participação mútua. Em seguida, sem ter outra escolha, eles concordarão com isso

No entanto, realizar essa transição exige que, a cada momento, em cada detalhe, cada minúscula partícula, cada migalha de pão e gotículas de água, a pessoa sinta claramente: se eu não compartilhar com as outras pessoas, eu estarei morta. Isso deve permear todo sentimento, ação e escolha. Assim deveria ser

E a razão para isso é: em seu desejo egoísta, que está constantemente buscando o prazer, a pessoa sente que vai cair morta se sucumbir ao egoísmo. Se a situação é um pouco diferente e a morte não for instantânea, ela vai roubar. Essa é a natureza do homem. Não podemos pedir ao homem o que está além de seu poder, acima de sua natureza

Assim, parece que todo mundo deve temer isso? É impossível. Na “Introdução ao TES” o Baal HaSulam escreve que nos tempos antigos, os Cabalistas recorriam ao ascetismo, como está escrito: “Viver de pão e água, dormir no chão, e trabalhar na Torá. Se você fizer isso, você será um homem de sorte”. Disso resulta que, mesmo no caminho de tais sofrimentos você precisa do poder da Torá. Caso contrário, você deve sentir constantemente infortúnios que pairam sobre você: unir-se ou perecer.

É por isso que os Cabalistas explicam que ao se submeter a tais estados dolorosos, a pessoa deve “trabalhar na Torá”.Afinal, você ainda tem que atrair a Luz que Corrige. Se não, não há vida, e não há escolha. Qualquer herói neste mundo pode ser facilmente enganado. Vivemos através de  sensações egoístas, e qualquer um pode responder da maneira que desejar. Afinal, o homem é o desejo de receber, não um herói.

Portanto, cabe a nós fornecer a solução para eles. As pessoas vão pensar que encontraram por conta própria, enquanto na realidade, ela será enviada por nós. E quanto mais depressa avançarmos, mais fácil será para nós impedir que elas sejam enganadas.

Nós devemos confiar na lógica e explicar que empregamos a força interior da natureza, o poder da união, a força vivificante que dá vida a tudo o que existe. Todas as nossas definições devem ser levadas um pouco mais perto das pessoas, para que elas não comecem a pensar que estamos falando de alguma força sobrenatural que trabalha além da natureza das coisas. Não, ela é a base da própria natureza e se mantém para nos ajudar.

Da 4ª parte da Lição Diária de Cabalá 26/05/11, “Prefácio à Sabedoria da Cabalá”

Aproximar As Pessoas Da Luz

Dr. Michael LaitmanPergunta: A crise global já se apresentou publicamente. Quando as pessoas começarão a fazer perguntas sobre o que está acontecendo? Quando virá a tempestade?

Resposta: Isso depende de nós. Nós temos dar o melhor de nós para disseminar o método da nossa correção. Nossa mensagem é simples, e podemos oferecê-la aos governos dos países que já estão em apuros.

O principal problema é o que fazer com o altíssimo egoísmo. O ser humano tem um desejo normal (material) de prover tudo o que for necessário para sua existência. Ele precisa de comida, família e outras coisas, sem as quais não pode viver. Além disso, seu desejo egoísta, que visa receber mais, continua crescendo. Isso é tão inerente a cada um de nós que não podemos nem mesmo definir o que é uma necessidade básica.

Será que uma pessoa ficará satisfeita se receber o pão de cada dia, por assim dizer? Não, não vai. Então, o que fazemos com o egoísmo? Com o que nós podemos encher o buraco negro?

A resposta para isso é a seguinte: o egoísmo cresceu para que possamos transformá-lo em desejo espiritual, um vaso espiritual cheio de realização, doação, amor e, finalmente, Luz superior. Como isso é feito? Como podemos fazer uma transição da sociedade de recebedores, insaciáveis na sua busca de riqueza material, para uma sociedade de consumo mínimo, baseada nas necessidades básicas?

Caso contrário, o mundo não será capaz de existir, devido ao rápido escoamento dos recursos. O consumismo não será mais capaz de satisfazer o nosso egoísmo. As pessoas do mundo não serão capazes de comprar de loja em loja, enchendo os carrinhos “até a boca”. A festa acabou, e a partir de agora todos recebem apenas o que necessitam.

Assim, como as pessoas ficam satisfeitas? Nós devemos enviar todas elas para a escola. Elas receberão todos os bens necessários em troca dos seus estudos. Caso contrário, elas não têm direito nem a isso. De fato, por que deveriam? Problema é problema, e todos estão na mesma situação. O governo lhes dá as necessidades básicas, todas continuam vivendo onde devem, a estabilidade é preservada e, ao mesmo tempo, todas começam a estudar.

O que elas estudam, exatamente? Elas estudam as leis da vida no sistema integral. Na realidade, elas são as leis do grupo, mas a Cabalá não é mencionada nas aulas. O assunto refere-se a sistemas e mecanismos pertencentes a uma sociedade unificada. Recebendo tudo o que precisam, ao menos durante as aulas, as pessoas ouvem e estudam os fatos, provando que não temos outra maneira de sobreviver, exceto através da unidade.

Você está lidando com “selvagens” que vem para aprender, que querem apenas ganhar dinheiro e obter determinado benefício. Mas, aos poucos, eles começam a entender que não há outra opção, que entramos em um novo sistema, e que o mundo irá se desenvolver de forma diferente agora. O consumismo terminou; este tipo de sociedade está morrendo. Ela não viveu tanto tempo assim, de qualquer maneira, no máximo cem anos, do final do século XIX até os anos 70-90 do século XX. E mesmo durante esse período houve crises, incluindo a Grande Depressão dos anos 30.

Assim, as pessoas começam a estudar, enquanto o governo lhes dá tudo o que precisam, o que é muito menos dispendioso do que a criação de novos empregos. Isso é inútil, pois ninguém vai comprar o que pode ser produzido. Além disso, as matérias-primas e energia estão quase mortas.

Assim, a solução mais concisa e barata é enviar as pessoas para a escola, independentemente do local dela: em casa, via Internet, nos teatros, ou em qualquer outro lugar. A chave é colocar sob a estrutura da educação. Entretanto, o estudo vai tornar a pessoa sábia e fazê-la entender que está entrando num mundo novo, onde as leis anteriores não funcionam. O Baal HaSulam escreve assim: nós devemos ir para a escola e aprender novamente a viver no futuro.

Finalmente, graças aos estudos, as pessoas ganharão um novo desejo e começarão a perceber mudanças nele, até começarem a entender que a realização pode vir de outro nível, mais elevado. O processo será gradual já que estamos lidando com uma massa gigantesca que está começando a amadurecer. Isso vai realmente nos transformar.

A partir de hoje, não temos outras opções. É por isso que ninguém consegue descobrir nada. Mas imagine a quantidade de Luz que estas centenas de milhares de pessoas podem atrair, apenas ouvindo o que lhes é ensinado. Essa é a solução apontada pelo Baal HaSulam, a solução que nos é adequada logicamente, já que não há qualquer outro meio, exceto aproximar as pessoas um pouco mais da Luz.

Da 4ª parte da Lição Diária de Cabalá 25/05/11, “Prefácio à Sabedoria da Cabalá”