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A Rússia É Parte Da Europa?

Dr. Michael LaitmanPergunta: Você está prestes a viajar para a Rússia. Qual é a sua atitude em relação a este país? Você o vê como a América, Europa ou Ásia?

Resposta: Sem dúvida, a Rússia tem um espírito especial, um espírito de Bizâncio. De forma alguma é uma civilização européia. Isso também é evidente na atitude da Europa para com a Rússia, como algo diferente em relação a ela, por essência. Mesmo que essa Rússia pareça uma nação cristã, ela é, no entanto, ortodoxa, ou seja, com um elemento de concorrência com a Europa sobre quem tem a verdade cristã. Além disso, ela também tem uma grande influência asiática.

A Rússia ama a cultura européia. Ela ama a França como alguém ama um amante, mas os princípios do liberalismo e da liberdade da França são estranhos para a Rússia. Estes são os princípios da Europa – os princípios de uma civilização nova e tecnocrático. Mas para a Rússia o slogan, “a liberdade, igualdade e fraternidade” são vãs tentativas de criar uma modernização indefesa. Verdade, ela se assemelha a isso, como se máquinas inteligentes fossem colocadas ao lado de escravos….

Mas talvez seja exatamente por isso que a Rússia, o lugar onde os mandamentos da Revolução Francesa não se popularizaram, apesar de toda a Europa, seja o lugar onde a pergunta sobre o sentido da vida é evidente em cada pessoa: Para que estamos vivendo! ? É por isso que eu vou lá, com a esperança de que serei compreendido!

A Convenção Em Moscou: Um Esforço Pela União

Dr. Michael LaitmanPergunta: Como podemos nos mover mais rapidamente antes da convenção de Moscou para que assim não nos contentemos com a inércia das convenções anteriores?

Resposta: Essa convenção acontece numa região muito importante. Muitas pessoas encaram com desprezo o Leste Europeu; porém, é exatamente onde o método de correção recebeu um novo impulso para se desenvolver. Condições especiais de tempo e lugar, que se materializaram lá, deram crescimento a um forma moderna do método que nós nos esforçamos para realizar agora.

Pelo menos metade das pessoas que estudam ativamente conosco vêm de lá. E isso não é acidental: secreta e abertamente, os Cabalistas atuaram lá durante séculos, abastecendo a nação com sólida educação e atraindo-a para mais perto da espiritualidade.

E por isso é vital nos preparar para a próxima convenção. Uma grande força está oculta lá, bem como em todo mundo de língua russa. Esperemos que sejamos capazes de nos unir fortemente e tornar a convenção um poderoso evento.

Teremos três dias intensos, sete aulas, vários eventos, encontros de amigos, etc. Nós temos que tentar estar juntos com toda nossa força. Se alguém se conectar a nós virtualmente, tente se conectar ao vivo tanto quanto possível.

As convenções aceleram muito o nosso progresso. Ontem, por exemplo, nós tivemos uma maravilhosa noite dedicada ao feriado de Shavuot. Nós sentimos que isso não ocorreu em vão, que as pessoas estão se impregnando com nossa mensagem. E não importa que tenhamos investido um monte de esforços e recursos; isso valeu a pena. Havia um sentimento de união, coesão, um desejo de conexão, de mudar em direção à espiritualidade. Nós ouvimos trechos dos trabalhos do Baal HaSulam e Rabash, e suas melodias. Tudo isso teve um grande impacto nas pessoas.

No nosso mundo, nenhum outro meio é mais poderoso e efetivo que esse. Agora, nós também falamos mais abertamente; nós usamos uma linguagem simples. Novas palavras estão emergindo, enquanto que antes as condições ainda não eram corretas para isso. Elas surgem como resposta à necessidade interior das pessoas.

Tudo isso alegra o coração. Eu espero que isso traga uma mudança grande e real no nosso mundo, e nós veremos a crise como o trampolim para o futuro de humanidade. Hoje nós estamos no limiar de um novo paradigma de toda nossa vida. O Baal HaSulam escreve que isso já é óbvio e está apoiado em pesquisa.

Assim, vamos fazer o nosso melhor.

Da 4a parte da Lição Diária de Cabalá 07/06/11, Escritos do Rabash

É Tempo De Começar A Cuidar Do Mundo

Dr. Michael LaitmanQuando a pessoa começa a praticar no grupo, tentando sair de si mesma e se unir com os desejos dos outros em amor e doação, trabalhando acima de seu egoísmo, ela descobre uma distância que a separa dele: a medida completa do seu ódio e resistência egoísta. Gradualmente, ela começa a ver quão infinita é essa distância, isto é, como ela está distante dos outros.

Porém, quando a pessoa trabalha em si mesma e alcança certa proximidade, ela descobre que a distância, assim como a Luz superior (a força superior) está oculta. Resulta que a distância entre ela e os outros está dividida em 125 estágios ou degraus. De modo geral, esse caminho está subdividido em cinco mundos, cada um dos quais consiste de cinco Partzufim, enquanto que cada Partzuf é formado por cinco Sefirot, que também se conta como dez.

A cada novo degaru a pessoa se ajusta mais acuradamente à forma considerada como um Partzuf espiritual, que inclui dez Sefirot. Nós nos movemos adiante ao nos revestir neles e nos estruturar internamente para nos compatibilizar com eles. Gradualmente, nós nos aproximamos de sua forma ideal, até que toda a estrutura da Árvore da Vida tenha se vestido na pessoa. Por isso foi dito que o homem é a Árvore da Vida.

Hoje, no estágio final da evolução da humanidade, nosso egoísmo está saciado. Ele não pode mais se desenvolver. Assim, nós nos sentimos deprimidos, exaustos, e nos voltamos para as drogas e para o terror, insatisfeitos com o modo que vivemos.

Essencialmente, nossa saciedade egoísta é o impulso para sair para uma realidade mais elevada, para nos enriquecer com o amor. De fato, nós não temos outra escolha. Nós pensamos que estamos restringidos pelo mundo integral aprisionado em nós, mas isso está além do ponto. É chegado o tempo da humanidade subir a outro nível de existência, a uma dimensão mais elevada. Por isso o mundo está mudando tão rapidamente diante dos nossos olhos.

Esperemos que tenhamos sucesso em educar o público a alcançar o amor e a união, para que as pessoas possam pisar na nova dimensão tomando um atalho prazeroso, sem mudanças drásticas. Essa é a única razão de estarmos trabalhando ao redor do mundo e contando a todos sobre nossa experiência.

Nossa percepção do mundo ordena que expliquemos às pessoas tão rápido quanto possamos que o mundo está entrando num novo estado, que a natureza é totalmente global. Nós precisamos explicar que a natureza nos colocou numa espécie de “bolha”, onde somente uma força está agindo, e se nós não nos harmonizarmos com essa força, iremos enfrentar enormes problemas.

Mas, como nos harmonizar com a força unificada? Para fazer isso, nós precisamos estar conectados da mesma maneira que os níveis inanimado, vegetal e animal da natureza estão ligados instintivamente. Toda a ecologia é somente uma rede integral de laços, onde somente o homem em seu egoísmo destrói esse equilíbrio. Se nós não nos harmonizarmos com a natureza, não sobreviveremos.

Assim, nós estamos disseminando a Cabalá e explicando à humanidade a necessidade de união, de subir acima do egoísmo e nos alinhar da melhor maneira para nos compatibilizar com a natureza. De outra forma, nós somos um tumor canceroso em seu corpo, que consome o ambiente e morre.

Certamente, existe uma diferença entre o progresso interno, pessoal, e individual e o nosso trabalho em escala global, que oferece uma qualidade inferior. Todavia, nós nos responsabilizamos por essa tarefa simplesmente porque é tempo de começar a cuidar do mundo inteiro. É para isso que a sabedoria de Cabalá é destinada.

Da Palestra em  Roma 20/05/11

O Declínio Do Desenvolvimento Egoísta

Dr. Michael LaitmanNós vivemos na primeira geração de pessoas que despertam para descobrir o significado da vida e entender porque vivem. Nas gerações anteriores, nós costumávamos viver como animais. Nós tínhamos somente o egoísmo, o desejo de desfrutar, que constantemente nos empurrava adiante, e através dele tentávamos nos preencher numa corrida sem fim, de um prazer a outro. Porém, nós nunca estávamos satisfeitos, porque o prazer é oposto ao desejo de receber da pessoa, como os dois polos de um circuito elétrico, que são opostos um ao outro.

 The Decline Of Egoistic Development_1

Tão logo a Luz toca o vaso desejando entrar nele, ocorre imediatamente a aniquilação, um “curto circuito”, e eles se anulam. Toda vez que desejamos desfrutar algo, basta só tocar o prazer, e ele desaparece. Nós sentimos o gosto da comida, mas ele se vai. Nós vemos algo belo, mas o charme desaparece. Sentimentos positivos não permanecem conosco, e nós não somos capazes de acumular ou adicioná-los ao nosso “cofrinho” dia a dia.

No final, nós vemos que nossa geração está em desespero. As pessoas não têm nada para se satsifazer; elas não sentem sabor ou prazer. Elas usam drogas para escapar e se acalmam com medicamentos e antidepressivos. Por quê?

Nosso desejo egoísta, que foi crescendo através da historia, parou seu desenvolvimento. Por milhares de anos, ele foi ganhando força, e nos parecia que continuaríamos a encontrar grandes prazeres em novos desejos. O sentimento de prazer é o sentimento da vida. Mas, hoje, nosso desejo de receber está completamente saciado, e nós caímos no desespero e desamparo, não vendo qualquer possibilidade de nos mover para nenhum outro lugar.

Esse é um tempo especial, uma condição especial, e por isso o Baal HaSulam escreveu que estava feliz de ter nascido numa era onde é possível disseminar a sabedoria da Cabalá. Por que isso é possível? “Cabalá” significa recepção em hebraico. Ela nos ensina como alcançar sabedoria, como nos satisfazer com prazer infinito, como não sentir o prazer desaparecer e nossa morte quando todos os prazeres desaparecem. A sabedoria da Cabalá nos leva ao prazer sem fim, isto é, à vida eterna.

The Decline Of Egoistic Development_2

Além disso, a Cabalá nos leva a um grau onde nos tornamos senhores de nossas vidas. Junto com o desejo de receber super saciado, “o ponto no coração” (•) é revelado na pessoa, o que é uma qualidade adicional, o desejo de doar.

O positivo e o negativo, o desejo de doar e o desejo por prazer existem na mesma pessoa, e ela adquire a liberdade de escolha. Agora, ela tem duas forças, e ao desenvolvê-las uma contra a outra, a pessoa começa a controlá-las. Ela decide que caminho tomar e qual medida de desejo usar.

Assim, ela está evoluindo em três linhas: ela cria a linha média das linhas direita e esquerda. De fato, essa linha média é chamada “humano” (Adão), porque a pessoa a cria; ela forma sua essência interna, e como resultado, pertence a ela. Antes disso, em todas as nossas reencarnações, nós nos desenvolvemos da mesma forma que os animais, empurrados por nosso desejo egoísta, e recebemos mais prazeres de acordo com suas ordens. 

Hoje, nós não podemos controlar nossos desejos porque temos somente um pequeno ponto no coração. Nós nos reunimos e estudamos a sabedoria da Cabalá que explica como desenvolver esse ponto para que tenhamos dois grandes desejos. Então, nós não seremos mais governados desde o Alto pela força do egoísmo; pelo contrário, nós manteremos duas forças em nossas mãos e seremos capazes de subir acima dessa vida.

Da Lição 1, Convenção na Espanha, 03/06/11

Subindo Os Níveis Dos Mundos Espirituais

Dr. Michael LaitmanPergunta: O amor da mãe por seus filhos e o amor entre marido e mulher são egoístas?

Resposta: Esse amor não é considerado egoísta. Todos os nossos desejos são divididos nos níveis inanimado, vegetal, animal e humano (1,2,3,4). Os desejos do nível animal que surgem na pessoa são semelhantes aos desejos dos animais, só que eles são mais desenvolvidos. Estes incluem os desejos da mãe em relação ao seu filho ou os desejos que surgem entre os cônjuges.

A atitude instintiva da mãe para com seus filhos não é egoísta. A natureza força o ser humano (a mãe) a agir dessa forma para satisfazer o desejo de outra pessoa (filho). Por outro lado, o ego é o desejo de desfrutar em detrimento de um ser humano, ou seja, é quando eu quero me sentir bem em detrimento de outra pessoa. Mesmo o fato de alguém estar em uma situação ruim pode me dar prazer.

Esse tipo de prazer pode ser dividido em vários níveis. Por exemplo, eu posso obter o prazer transformando o outro em meu escravo. Além disso, existe prazer na possibilidade de prejudicá-lo, humilhá-lo, e causar-lhe sofrimento. O prazer proveniente da exploração dos outros, ao invés do desejo natural de desfrutar, é considerado egoísta.

O meu desejo de obter prazer da comida saborosa, de me comunicar com os meus filhos, ou de algo na vida que não faça mal a ninguém não é considerado egoísmo. Ações egoístas destinam-se a usar os outros para ganho pessoal.

Nós revelamos o nosso ego verdadeiro (espiritual) no nível “humano”, quando chegamos ao grupo. Então, começamos a sentir uma hostilidade especial mútua e colocamos um muro entre nós.

Climbing The Degrees Of Spiritual Worlds_01

Na medida em que queremos ficar mais próximos uns dos outros, para estudar juntos, para ter refeições comuns, e unir-nos para chegar à qualidade de doação, nós sentimos um ódio ainda maior entre nós, aversão, e a relutância para nos conectar. Nosso ego se manifesta neste momento particular. Ele não está presente nas pessoas comuns; apenas aqueles que querem se conectar para alcançar a espiritualidade o têm. Estas pessoas descobrem que não podem fazer nada com ele. Por quê? Porque mais tarde eles desenvolvem a necessidade da força superior.

De onde vem essa força? Inicialmente, ela está presente em um sistema perfeito e desaparece (fica oculta) depois (como resultado) de sua quebra. Esta força existe, mas se esconde no interior. Se eu tento me unir com os meus amigos e não sou capaz, o meu nível de egoísmo será revelado para mim cada vez mais (até certo ponto). Será o meu primeiro nível espiritual, o 1/125 da ascensão total.

Climbing The Degrees Of Spiritual Worlds_02

Eu estou trabalhando nisso há meses, até que eu alcanço o estado onde serei capaz de superar a mim mesmo. Então, eu desenvolverei a necessidade da Luz, que costumava preencher-nos e agora está oculta lá dentro, e eu quero que ela venha, revele-se, e conecte-nos.

Esta exigência libera o primeiro nível espiritual para mim: eu, o meu amigo, e a Luz superior entre nós. Depois disso, a minha meta é chegar ao próximo nível, onde o ego vai crescer ainda mais, e o ódio que eu desconhecia existir emergirá.

Eu vou ficarei irritado e repelido por pequenas coisas no meu amigo. Juntos, nós ter que trabalhar muito e nos elevar ao segundo dos 125 níveis, e desta maneira até o fim da correção.

Da Lição 1 na Convenção da Espanha, 03/06/11

Cabalistas Sobre O Amor Ao Próximo E O Amor Ao Criador, Parte 6

Dr. Michael LaitmanCaros amigos, por favor, façam perguntas sobre estas passagens dos grandes Cabalistas. Os comentários entre parênteses são meus.

Amor ao Próximo é o Meio para Alcançar o Amor ao Criador

Em geral, há apenas dois mandamentos:

  1. Entre o homem e o Criador, e
  2. Entre o homem e o homem.

No entanto, ambos têm a intenção de levar a pessoa ao propósito final da Dvekut (adesão) com o Criador. Além disso, mesmo o lado prático de ambos é o mesmo. Pois quando a pessoa realiza algo sem qualquer mistura de amor-próprio, ou seja, sem encontrar nenhum benefício para si mesma, ela sente nenhuma diferença se está trabalhando para amar ao próximo ou amar ao Criador.
– Baal HaSulam, Matan Torá (A Entrega da Torá), item 13

A Antena Que Recebe Sinais Do Criador

Dr. Michael LaitmanPergunta: Você dá muitos exemplos da ciência quando falamos sobre a Cabalá. Houve um inventor famoso na Itália chamado Guglielmo Marconi, que aperfeiçoou o primeiro receptor de rádio, melhorando a sua sensibilidade a tal ponto que permitiu a conexão a uma grande distância. Então, será que nós precisamos melhorar a sensibilidade da nossa alma da mesma forma, para desenvolver uma conexão com os outros? A fé é a mesma antena que garante a nossa conexão com o Criador?

Resposta: Guglielmo Marconi foi um grande cientista, e ele tinha muitos segredos. Ele só nos revelou uma pequena parte das suas descobertas. Ele descobriu ondas que ainda desconhecemos, que prontamente envolvem o nosso planeta e até mesmo penetram-no completamente. Ele era um gênio único.

Quando “saimos” de nós mesmos, começamos a perceber o campo geral de energia, que preenche todo o espaço entre nós. Este campo é Deus, o Criador. Percebê-lo significa atingir o Criador, a força superior que conecta todas as almas. Então, nós, juntos, e Ele, essa força superior, o pensamento denominado “Pensamento da Criação”, tornam-se como um todo. É por isso que o homem é chamado de Adão, da palavra Dome em hebraico (semelhante ao Criador).

Nós chegamos a um estado em que simplesmente nos associamos a Ele, ou seja, existimos Nele, tendo consciência e compreendendo. Essa força a qual nos associamos é chamada de poder da fé.

A fé é a Sefira Biná (da palavra “Havana“ou compreensão). Em outras palavras, “crer” não significa fechar os olhos e mover-se como uma pessoa cega, confiando em algo que alguém disse. Não mesmo! A fé é baseada na força da doação. Quando eu sou capaz de mudar o canal do meu “receptor de rádio” interior, eu sintonizo a mesma onda, e a informação que recebo dele se chama fé.

Da Palestra em Roma, 20/05/11

A “Queda Do Homem” Pré-Planejada

Dr. Michael LaitmanPergunta: O que a Cabalá diz sobre o pecado original, e o que significa esta queda do homem?

Resposta: A Cabalá afirma que toda a história de Adão e Eva e sua queda é uma alegoria. Ela se refere aos acontecimentos que ocorreram nas Sefirot superiores antes da criação dessa realidade: o nosso universo e nós dentro dele.

Não há “pecado” em nada disso. Nós o chamamos assim porque caímos do nível espiritual em que fomos inicialmente criados para o nosso nível atual, neste mundo, através de todos os 125 níveis. Isso é chamado de “pecado”, mas não foi culpa nossa. Ele aconteceu em nossa raiz.

Mais tarde, quando nos desenvolvemos ao longo de milhares de anos no nível deste mundo, isso também não foi culpa nossa. Todo esse tempo, nós temos nos desenvolvido inconscientemente, sem saber como e onde nos desenvolvemos. O egoísmo nos empurrou para frente.

No entanto, agora é a primeira vez na história que alcançamos nossa liberdade de escolha. Ou nos desenvolveremos de forma consciente e nos corrigimos, porque vemos e sentimos um benefício e propósito nisso, ou problemas muito grandes virão e nos forçarão a fazê-lo através de muito sofrimento. Em outras palavras, neste momento, nós estamos numa encruzilhada. Nós podemos escolher o caminho do sofrimento ou o caminho de alcançar toda a realidade. Obviamente, há uma enorme diferença entre essas duas direções.

Em todo caso, nós devemos alcançar a correção completa do mundo antes do término dos 6.000 anos que começou com o primeiro homem (Adão). Portanto, nós temos aproximadamente 230 anos. Em outras palavras, todos nós devemos completar a correção e cada um deve adquirir uma alma. Então, todas essas almas se conectam em uma alma comum e sobem ao próximo nível.

Se nós seguirmos o caminho da consciência, à medida que alcançamos o universo e fazemos o trabalho por nós mesmos, seremos capazes de completar essa correção em vários anos, aqui e agora! Se não, continuaremos avançando, mas no mau caminho, o qual não durará mais de 230 anos.

Isso é determinado pela estrutura espiritual das seis Sefirot superiores: Hesed, Gevura, Tifferet, Netzah, Hod e Yesod . É por isso que devemos atingir a correção ao longo de 6.000 anos.

Da Palestra em Roma, 20/05/11

O Embrião Da Alma E O Seu Crescimento

Dr. Michael LaitmanPergunta: Você pode explicar a ligação entre uma pessoa, a sua alma, e o Criador? Está a dizer que a pessoa não tem alma até a desenvolver?

Resposta: Todas as pessoas têm um ponto na alma, semelhante a uma gota de sêmen. Precisamos de força para a desenvolver. Tal como uma gota de sêmen se liga ao útero, recebe nutrição da mãe, e começa a crescer, nós também precisamos ligar-nos à sociedade e anular-nos em relação a um grupo adequado, como se fosse a barriga da mãe.

Se eu me anulasse, não seria um corpo estranho dentro do grupo, tal como uma gota de sêmen não é recebido como algo estranho. É por isso que o corpo não o rejeita, e o embrião pode crescer.

De forma semelhante, eu anulo-me perante o grupo e recebo a sua força. Então, o meu ponto espiritual, o começo da minha alma, começa a crescer. Neste crescimento, ele segue exactamente as mesmas fases do embrião dentro da mãe. Isto é explicado ao longo de milhares de páginas nos livros de Cabalá. Estas etapas da nossa alma são designadas em conformidade, tais como “concepção, aleitamento, maturação” (Ibur, Yenika, Mochin).

Se a pessoa não começa este processo, por outras palavras, se não revela a dimensão superior que existe fora dela de uma forma ou de outra através da sua ligação com os outros, então o seu corpo morre, e este ponto da alma permanece um mero ponto. Uma vez mais, veste-se num corpo e acompanha-o, dando-lhe a oportunidade para crescer.

Contudo, quando uma pessoa atinge, mesmo o mais pequeno, o primeiro degrau espiritual, ela sente-se já pertencer a outra dimensão, uma dimensão espiritual e eterna. É eterna porque o corpo pode morrer e decompor-se; a pessoa não mais se associa a ele, mas sim ao estado espiritual que atingiu.

Devemos atingir pelo menos o primeiro degrau. Então tornar-se-á mais simples avançar porque a pessoa começa a ver os passos que precisa de tomar.

Da Palestra em Roma 20/5/11

Quando A Crise Se Torna Insuportável

Dr. Michael LaitmanA crise que sentimos hoje é um indicador da nossa falta de unidade entre nós. Em essência, a crise deixa-nos ver que somos egoístas e individualistas completos que vivem num mundo global. E este é o problema. A Natureza está a revelar-nos a globalidade do mundo, mas a nossa natureza egoísta é completamente oposta a ela.

Esta diferença ou abismo entre as duas é sentida por nós como crise. É por isso que sentimos dor e confusão em tudo o que fazemos, e é a razão porque somos colhidos por doenças e infortúnios. Isto vem da falta de semelhança entre o nosso desejo egoísta e a Luz superior.

Por isso, temos de ver a crise actual como o ponto inicial da ascensão da humanidade para o estado especial do qual descendemos, de acordo com o programa contido na partícula informativa que nasceu pela Luz. Nós nascemos aqui, no nosso universo, e agora estamos a voltar a esse estado perfeito.

A parte da humanidade na qual o ponto no coração veio à superfície está a desenvolver-se com a ajuda de duas forças. Tudo o que precisamos são das condições correctas: o grupo, estudo, e o professor. A segunda parte da humanidade está a atravessar um processo de desenvolvimento e a atingir um estado de crise que se está a tornar insuportável. Aqui é quando surge uma questão: O que é que significa “insuportável”?

A sensação de sofrimento horrível pode levar a humanidade a guerras, aniquilações, e todo o tipo de problemas. É exactamente isto que está a acontecer: parte da população está a esquecer-se de tudo através de drogas, outros participam em terrorismo, e outros ainda não estão preocupados com nada – eles afundaram-se completamente no roubo. O egoísmo está a quebrar-se em todas as direcções. Devido à falta de satisfação interior as pessoas sentem que não sabem o que fazer com elas próprias.

Estes fenómenos negativos estão a expor toda a extensão de desespero e descrença que a humanidade sente hoje. E as pessoas não são as culpadas disto. Elas sentem uma pressão interior muito grande, que está a causar explosões de violência. Então o que pode ser feito para aliviar a sua situação?

Já falámos sobre a disseminação da ciência da Cabalá. Esta é a salvação. Se disseminarmos a sabedoria da ciência da Cabalá antes do ego das pessoas vir à superfície, então iremos salvar o mundo de grandes problemas. Por isso, tudo depende das pessoas com um ponto no coração.

Nada depende do mundo e não devemos esperar que seja feita qualquer acção por outras pessoas que não têm um ponto no coração. Elas não têm a força positiva que é capaz de subjugar os seus egos. Elas são apenas transportadoras de um enorme desejo egoísta, e apenas nos dão uma adição da sua insatisfação e dor.

Temos de processar este enorme desejo, sintonizá-lo, e juntos com ele aspirar à unidade. Temos de continuar a estudar e, em resposta, aumentar a disseminação, com ênfase especial na necessidade de nos unir. Somos aqueles que têm de unir em um o nosso desejo comum quebrado– o nosso vaso espiritual comum. Mesmo que ele esteja quebrado, contém partes que estão interligadas, apesar de elas terem qualidades de desejo completamente diferentes. Por isso, se todos os outros se juntarem a estes desejos interligados, eles ficarão também incluídos nesta ligação.

É assim que uma parte da humanidade constrói activamente uma ligação entre cada um, enquanto que a outra parte da humanidade participa no processo de forma passiva.

Da 2ª Lição de Convenção de Madrid 04/06/11