Ser Uma Engrenagem Não Significa Ser Um “Otário”

Dr. Michael LaitmanPergunta: No mundo material, nós não temos poder sobre os nossos desejos. Na doação, os desejos são muito maiores; portanto, como seremos capazes de administrá-los?

Resposta: Na doação, eu estou diante de um companheiro. Ao me conectar a ele, sou eu quem determina o grau, o poder e o tipo de desejo, do qual formarei o vaso da alma. Eu sou aquele que toma todas as decisões.

Pensando bem, é aqui que surge outra pergunta: Quem sou eu? Afinal, eu tenho certas predisposições e qualidades que definem o que sou. É verdade que alguns parâmetros não dependem de mim, uma vez que, no final, eu sou apenas uma engrenagem no sistema integrado e posso funcionar apenas com essa capacidade. Não há o que discutir, mas ainda é você quem decide como construir uma relação com os outros, como agir em um mecanismo comum, e como formá-lo em sua própria concepção.

Assim, ao unir-se com os outros, você se apodera de toda a “máquina”. Se você parar, todo o sistema irá parar com você. Você quer desligar o motor? Vá em frente! Assim, ocorre que quando você começa a se mover, você sente toda a realidade e percebe com que parte e com que lado você pode se conectar.

Apesar do fato de você ser apenas uma pequena engrenagem, toda a enorme máquina depende de você, e você adquire o desejo coletivo, todo o sistema, com tudo que está nele. Você, uma mera engrenagem minúscula, tornar-se totalmente idêntica ao Criador, porque todo o sistema depende de você.

O sistema integral possui uma qualidade notável que não conseguimos compreender: todos são tão essenciais nele como um todo. Isso vale até mesmo para aqueles cujos pontos no coração ainda não despertaram. Tais pessoas podem tomar o seu lugar no último instante, para remendar um minúsculo buraco no barco comum, mas sem elas o sistema simplesmente não funciona direito. E no fim, elas também receberão o prêmio coletivo.

Então, por que elas foram as últimas a chegar? Porque elas eram as mais corrompidas. Somente depois que todos os outros forem corrigidos, o tempo dessa última pessoa surge para contribuir com a sua parte para o coletivo.

Nós podemos ter uma tendência a desprezar as “pessoas na rua”. No entanto, são elas que farão o trabalho mais significativo. O Baal HaSulam explica-nos na “Introdução ao Livro do Zohar”: nossos antepassados fizeram um grande trabalho, mas somos nós, os elementos mais inferiores da estrutura integral, que carregamos as luzes para os seus vasos.

Da 4ª parte da Lição Diária de Cabalá 13/05/11, “A Liberdade”