O Criador Aos Olhos Da Criatura

Dr. Michael LaitmanNós estamos separados do Criador apenas por um pequeno ponto preto no interior da Luz infinita, que é considerada como “a existência a partir da ausência” (Yesh Mi Ain). Esta é, de fato, a base de toda a criação, a nova realidade “a partir da ausência”. O resto é “a parir da existência”, do Criador.

Este ponto é criado pelo Criador, enquanto que toda “existência” (Yesh), que é adicionada a este ponto, deve vir de nós, do nosso próprio esforço. Assim, no final, nós atingimos a equivalência com o Criador, a adesão, o nível igual ao Dele.

Primeiro de tudo, este ponto da criação evolui nas quatro fases de expansão da Luz Direta, onde estas quatro fases de doação instilam no ponto “a partir da ausência” todos os fundamentos. Por parte da Luz, as ações não mais são necessárias; é o suficiente. O resto surge como reação a este ponto, que recebeu a impressão da Luz, absorveu suas propriedades e, portanto, é capaz de agir por si só.

Assim, a partir do mundo do Infinito, do estado onde ele se fundiu com a Luz, o ponto começa a se retirar em direção ao nosso mundo através das dez “Sefirot de ocultação” (Sefirot Blima) que absorvem (Bolim) a Luz interiormente, dentro da criatura. Devido a isto, a criatura cresce a partir do ponto de oposição ao Criador, atingindo a máxima distância possível Dele, que é considerado como “este mundo”.

Esta retirada (qualitativa e quantitativa) abrange todas as propriedades e locais. Como resultado, a criatura não tem nenhuma qualidade que possa ser compatível com o Criador no mínimo grau. Nós achamos que isso significa uma queda, uma descida, a retirada, a escuridão, mas é completamente o oposto. É o desdobramento de nossa natureza, o próprio ponto negro criado pelo Criador!

Este desenvolvimento é necessário para revelar o quanto este ponto de “ausência” é oposto à existência, ao que “existe”. É o que nós atingimos a partir de toda essa descida, embora não todos de uma vez, mas com o tempo, descendo cada vez mais, depois de chegar a “este mundo” e experimentar o desenvolvimento de nosso egoísmo, o que significa perceber nossa oposição ao Criador. Assim, nós passamos através dos níveis inanimado, vegetal e animal da natureza, até chegar ao menor, o “humano”.

O ser humano se torna consciente de estar longe e oposto ao Criador e conclui que é mal. A partir da consciência do mal, ele continua a estudar ainda mais a si mesmo e o Criador, como a “vantagem da Luz vinda da escuridão”, e entende que é necessário tornar-se corrigido. Assim, ele alcança a verdadeira oposição ao Criador.

Quando ele começa a sua correção, por um lado, ele começa a subir de volta para o mundo do Infinito ao igualar-se com o Criador. Por outro lado, mesmo ao fazer isso, ele alcança o quanto oposto ele é em relação ao Criador.

Só no fim da correção (Gmar Tikun), quando ele retorna ao ponto inicial (Malchut do Infinito), ele obtém o entendimento, a consciência plena, e a experiência do que significa a existência (Yesh), a propriedade do Criador.

Da 1ª parte da Lição Diária de Cabalá 08/05/11: “Todos Que Sofrem Pelo Público”