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A Última Gota Que Acende A Luz

Dr. Michael LaitmanPergunta: Você diz que O Zohar é o sistema de laços entre nós. Como essas conexões são expressas no Zohar: na forma de letras ou no significado por trás das palavras?

Resposta: Você não vai encontrar os símbolos dessas conexões em letras ou palavras, e mesmo sem elas. Devemos ver O Zohar como um dispositivo de conexão e nada mais. Eu não sei como ele funciona. Tudo o que sei é que, se os meus desejos estão corrigidos e se estou lendo O Zohar com a esperança de que estes desejos sejam satisfeitos, isso irá ocorrer.

Eu tenho determinado dispositivo que eu ajusto e ligo na eletricidade, mas falta uma última gota: um pouco mais do meu pensamento e desejo de que isso funcione, para que o dispositivo comece a canalizar a eletricidade e comece a trabalhar.

Eu devo antecipar isso e nada mais. Isso é considerado como “aguardar a salvação”. Mas nós precisamos, da melhor forma possível, preparar os nossos desejos e necessidades, de forma que eles estejam aptos para a correção, tanto quanto possível. Afinal, um desejo não amadurecido não merece correção. Deseje o tempo que passou e que um novo desejo precise ser usado, ou que o mesmo desejo em um grau mais elevado não mereça correção.

Tudo tem que ocorrer com a máxima precisão e, então, a Luz que Corrige vem e realiza a nossa fusão com o Criador. É isso que o nosso trabalho exige.

Da 2ª parte da Lição Diária de Cabalá 08/05/11, O Zohar

O Anel Mágico

Dr. Michael LaitmanO Livro do Zohar, Capítulo “Mishpatim (Decretos)”, Item 343: Ele [Rei Salomão], marcou seu trono com um selo gravado com o Nome sagrado, pegou um anel no qual o Nome sagrado foi gravado, continuou subindo, montando essa águia, e foi embora.

Pergunta: O que é este anel?

Resposta: É uma força especial que protege Malchut, a qual se restringe a fim de utilizar a luz de Hochma apenas de cima para baixo, acima do desejo de desfrutar, ou seja, na intenção de doar, ao invés de receber para si, em seu desejo egoísta. Isso é chamado de “anel”.

Esta é a origem do ritual do casamento, onde as pessoas colocam anéis uma na outra, simbolizando sua doação mútua e sua conexão.

Da 2ª parte da Lição Diária de Cabalá 09/05/11, O Zohar

Revelar Uma Medida E Ocultar Duas

Dr. Michael LaitmanPergunta: Ao longo de toda a história, os Cabalistas passaram a ciência da Cabalá de uma geração para a outra. Mas, por outro lado, eles criaram uma ocultação especial desta ciência para se certificar de que ela não se expandisse por todo o mundo. Por quê?

Resposta: Os Cabalistas revelam suas realizações na ocultação. É por isso que está escrito: “Quando revelar uma medida, oculte duas”. Trata-se da  revelação do desejo essencial na pessoa, no qual ela irá sentir o mundo superior.

Nossa natureza é o desejo, e apenas se este desejo estiver presente nós perceberemos o mundo dentro dele. Quanto maior o desejo, mais ele percebe. Todos os objetos em nosso mundo diferem uns dos outros apenas pelo tamanho do desejo. O desejo de nível 1 é o inanimado, o de nível 2 é o vegetal, o de nível 3 o animal, e o de nível 4 o humano. Se o desejo pretende desfrutar por si só, então ele está no nosso mundo. Se ele pretende dar prazer a alguém, então ele está no mundo superior.

É sabido que o prazer só pode ser sentido na medida em que a pessoa tem um desejo por ele. Em outras palavras, a Luz só pode ser recebida quando houver um vaso.

Ocultar duas medidas significa que o professor Cabalista deve criar uma ocultação em um estudante – o desejo de uma medida (a necessidade pela revelação) e a ocultação de mais uma medida (para que este desejo pela revelação seja em prol da doação). Nesse caso, o estudante irá merecer a revelação dentro desse desejo corrigido.

Da 2ª parte da Lição Diária de Cabalá 09/05/11, O Zohar

Momentos De Cabalá – Como Faço Parte Disso

Das Guerras À Paz

Dr. Michael LaitmanEm comemoração ao Dia Nacional da Lembrança aos Soldados Mortos e Vítimas do Terrorismo

Nós recebemos esta terra quando saímos da Babilônia. Nossa raiz espiritual em relação ao mundo material está somente aqui. O Baal HaSulam diz que é aqui que temos que dar o exemplo a toda a humanidade, do que significa ser uma nação corrigida de acordo com a força superior, com a natureza. Todas as nações e todo o mundo têm que obedecer a essa lei natural a fim de continuar a existir. Caso contrário, começará uma destruição em massa.

Nós devemos nos esforçar para que todas as guerras do estado de Israel não tenham sido em vão. Devemos ser fiéis depositários do que obtivemos graças àqueles que caíram nas guerras. Uma sucessão de guerras sem fim não é o caminho para fazer avançar o país. Pelo contrário, em honra daqueles que deram tudo por nós, devemos compreender como continuar vivendo, como pôr fim às guerras e matanças.

Isso depende de nós. Assim, em vez de falar, vamos fazer o que nos foi confiado. O nosso dever não é apenas nos preparar para uma possível guerra, mas avançar em direção a uma verdadeira reconciliação, a paz. Somente unidos transmitiremos a paz entre nós a todo mundo.

Da 4ª parte da Lição Diária de Cabalá 08/05/11, “A Nação”

Os Dois Grandes Parceiros

Até alcançar a força da unidade, onde vivemos no centro da esfera de todos os mundos (no mundo do Infinito) e de onde saimos e descemos ao nosso mundo externo, a mesma fonte, o Criador, afeta-nos com o bem e o mal e confunde-nos em todas as direções, como está escrito: “Tu me cercaste por trás e pela frente”.

O que significa “por trás e pela frente”? O Baal HaSulam explica que “Tu me cercaste por trás e pela frente” significa tanto quando o Criador se revela como quando se oculta. Afinal, Ele é o único que governa, e todos o alcançarão. Então, a noção de tempo e a sensação de passado, presente e futuro desaparecerá. Se há somente uma força agindo, nada muda e tudo está em repouso absoluto.

A realização vem gradualmente, em correspondência com a forma com que nos unimos a essa força única, o Criador. Além disso, nós não perdemos o controle da realidade e nos transformamos em nada; pelo contrário, nos tornamos como Ele. Nós, juntamente com Ele, nos tornamos a mesma força singular, governante e magnífica. E nenhum anula o outro: o Criador não anula a criatura, nem esta anula o Criador. Seguindo em frente e mais perto Dele, eu não me anulo. Em vez disso, é o meu ego que fica anulado, enquanto eu me elevo como o Criador e alcanço a adesão com Ele em toda a Sua perfeição.

Então, eu descubro que tenho sido governado por esta força o tempo todo, mas ela estava simplesmente se ocultando de mim de propósito, para que eu a conquiste por conta própria e torne-me tão autônomo e magnífico como esta força singular, o Criador. A medida que eu continuo construindo a mim mesmo em equivalência a Ele, o Criador surge diante de mim como um parceiro magnífico e igual, e assim nos unimos.

Toda vez que eu ganho autonomia, ao transcender o meu ego em união com o grupo, descubro o Criador dentro de nós, e assim nos unimos.

Da Lição 8, Convenção NÓS! 03/04/11

O Jogo “Nos Bastidores”

Dr. Michael LaitmanOs graus de nossa conexão, de como nos unimos mais ainda entre nós, são os degraus da escada espiritual, a escada dos mundos. Nós nos unimos no mínimo grau, superamos a espessura mínima do nosso desejo (Aviut Shoresh), e, assim, alcançamos o Criador só no nível da Luz de Nefesh .

Quando nos unimos em um grau maior, nós O alcançamos como a Luz de Ruach, seguido pela Luz de Neshamah, Haya , e Yechida. Assim, nós passamos do mundo de Assiya para o mundo de Yetzirah, seguido pelos mundos de Beria, Atzilut, Adam Kadmon, e, finalmente, alcançamos o mundo do Infinito, onde a nossa união não tem fronteiras e tudo está ligado como um todo.

Até que isso ocorra, essa força original continua agindo em nós, confundindo-nos, e alimentando-nos de todas as maneiras possíveis, para que possamos desenvolver uma necessidade de união entre nós e nos unamos a ela. No entanto, essa força atua “nos bastidores”. É assim que brincamos com as crianças, pois queremos que elas ” tenham uma idéia genial” e usem toda a sua habilidade para fazer algo independente. Nós sabemos que somente quando a criança se esforça pessoalmente é que ela ganha sabedoria e entendimento da vida. Nesse sentido, nós somos iguais.

Por outro lado, as crianças têm um enorme desejo e anseio natural de crescer, pois estão sempre prontas para agir e aprender sobre o mundo, enquanto nós somos preguiçosos e incapazes de realizar o esforço necessário. É aqui que a força externa, a força do grupo (e nunca a força do Criador!) pode agir, como está escrito: “Eles ajudaram cada um de seus amigos”.

Da Lição 8, Convenção NÓS! 03/04/11

A Fórmula Do Criador

Dr. Michael LaitmanEm nosso trabalho espiritual, nós não podemos fazer nada, porque não sabemos como identificar a força unificada e relacioná-la a muitas situações na nossa vida. Com o que nós devemos sintonizar? Simplesmente dizer que o Criador está em toda parte não ajuda.

É por isso que nos é dado o grupo, e se nos unirmos, descobriremos entre nós esta força unificada chamada “Não há outro além Dele”. O Criador dividiu intencionalmente a criatura que Ele tinha criado em uma infinidade de partes para que elas pudessem se reunir de novo em um único pensamento, um único desejo. Então, neste desejo comum, elas revelarão a força unificada que só existe na conexão que elas formaram, na unidade e na adesão entre si.

Ao nos unir em um único desejo, não alcançamos esta força fora de nós, mas revelamos a nós mesmos e esta força juntos, como um todo. Na verdade, não há Luz sem vaso (Kli), não há Criador sem criatura. Quanto mais nos unirmos mais revelaremos o Criador dentro de nossa união.

Em outras palavras, a nossa união é o Criador. Assim era no início da criação; depois, nós nos dispersamos e descemos a este mundo na forma de pequenas criaturas egoístas.

Portanto, ao nos unir estamos construindo o Criador. Nós estamos criando-O de forma independente. É por isso que Ele é chamado de Criador (em hebraico, BoReh, ou “venha e veja”). Não há outro lugar onde possamos construí-Lo, discerní-Lo, unir e alcançar a adesão com Ele, exceto dentro de nossa união no grupo. Toda a humanidade precisará se conectar da mesma maneira.

Da Lição 8, Convenção NÓS! 03/04/11