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Momentos De Cabalá – A Terra Diz

Dissolver-se Nos Outros

Dr. Michael LaitmanPergunta: Quando nós estamos próximos de tais Convenções de Cabalá, o que estamos tentando superar, o domínio do ego? Ou nós estamos tentando sentir o desejo dos nossos amigos, de modo que todos se sintam bem? O que devemos pensar quando estamos lá?

Resposta : Eu pessoalmente recomendo que você tente sentir o estado coletivo, tanto quanto possível. Não mergulhe em si mesmo, não faça o “exame de consciência” (auto-crítica). Você nunca vai encontrar a alma de qualquer maneira, porque você não tem uma e nem ninguém. Sua alma está além de você!

Tente sentir o estado coletivo, o espírito comum deste elevado encontro dos desejos pela união, com a participação de pessoas que colocam enorme esforço e meios nisso, antecipando-se a um evento como esse por muitos meses ou mesmo anos, de modo a revelar nesta união a força superior e essencial da Natureza, a força de amor e doação: o Criador. Você precisa pegar o espírito coletivo. E quando ele começa a trabalhar em você, faça a única ação correta e a mais eficaz: perder-se neste espírito comum, assim como um embrião no útero da mãe.

Então, você começará a sentir como essa qualidade de doação aos poucos age sobre você, formando e construindo em você um novo órgão sensorial para esta nova qualidade (ou dimensão). Este novo órgão sensorial não é destinado a você, o precioso, mas ao desejo de doar, àqueles a quem você ama.

Se você quiser ter sucesso, abandone todos os pensamentos sobre si mesmo e se dissolva no espírito coletivo da Convenção. Aproveite cada minuto que passamos juntos.

Da Lição Virtual 29/05/11, Série “Fundamentos da Cabalá”

Momentos De Cabalá – Conhecimento Do Criador

O Ideal Poderoso E Elevado Da Doação

Dr. Michael LaitmanPergunta: Qual é a “fé” que a Cabalá está falando?

Resposta: A fé é a Luz de Hassadim (Misericórdia), a força de doação ou Bina, a qualidade do Criador, da natureza. Se a qualidade da fé começa a assumir o controle do seu desejo de receber prazer, você começa a compreender o que realmente significa doar.

Para receber uma impressão da doação, você primeiro tem que começar a sentí-la e saber qual é o seu gosto. Assim, você saberá o que ela é. Essa unificação de opostos irreconciliáveis ​​pode parecer impossível, mas a intenção de doar começa a governar o seu desejo por prazer, e pretende acostumar-se a doar.

Essa qualidade é observada mesmo em um desejo egoísta que sente o outro como parte de si mesmo. Nesse caso, isso não pode ser uma doação autêntica. É como a mãe que é considerada como doadora, já que a natureza a força a sentir que o seu filho é uma parte vital de si mesma. É como se ele ainda estivesse dentro dela, e é por isso que ela doa a si mesma. Ela se preocupa mais com ele do que consigo mesma, já que o vê como a parte mais preciosa dela.

Assim, mesmo que uma mãe doe ao filho, alguém fora de si mesma, não se considera que ela tenha atingido níveis espirituais e esteja agindo em prol da doação. Isso é apenas um instinto natural.

Para que o desejo de receber comece a trabalhar com a intenção de doar, ele tem que receber a Luz superior, a força especial. Nós apenas dizemos que ela vem de algum lugar lá fora. Na verdade, ela desperta na pessoa e cria nela o desejo de doar ao outro, o amor por ele.

O “outro” é a pessoa por quem eu já senti ódio, ressentimento e distância. Eu não a sinto em relação a mim, mas sim como um estranho, um intruso. Apesar de tudo, de repente eu sinto o desejo, a capacidade e a aspiração de doar e satisfazê-la. Eu quero vê-la como a mim mesmo, enquanto percebo que não preciso de nada em troca.

Se eu espero receber prazer em troca, é como se eu agisse egoisticamente. Isto é, a doação não deve me dar prazer. Pelo contrário, ela me faz sofrer, já que para doar ao outro, eu tenho que me privar. Então, o que pode me fazer querer dar?

Portanto, nós recebemos uma força específica chamada Luz que Corrige. Eu começo a sentir que, por um lado, estou lidando com um estranho, de quem desejo receber, tomar algo que ele tem. Por outro lado, eu recebo uma força externa que me permite doar a ele sem receber qualquer prazer ou benefício diretamente.

Se eu desfrutasse a doação de forma imediata e direta, isso seria egoísta. No entanto, eu não o sinto naturalmente como parte minha e não gosto de doar a ele. É o contrário. Eu supero o meu desejo egoísta, que não se satisfaz e se torna ainda mais vazio do que antes, e transferiro todos os meus esforços e satisfação para ele.

Se eu fosse perguntado por que eu estou fazendo isso, eu não teria uma resposta no meu desejo egoísta de receber. No entanto, há outra resposta,. O que eu sinto é a grandeza do Criador, a minha conexão com o superior; eu satisfaço o desejo Daquele que é maior do que eu. Eu estou motivado por um ideal muito mais elevado. No entanto, as palavras não podem explicar isso, já que o ego sempre vai deturpá-lo, de modo a obter alguma compensação.

Da 1ª parte da Lição Diária de Cabalá 29/05/11, Shamati # 40

Cabalistas Sobre O Amor Ao Próximo E O Amor Ao Criador, Parte 1

Dr. Michael LaitmanCaros amigos, por favor, façam perguntas sobre estas passagens dos grandes Cabalistas. Os comentários entre parênteses são meus.

Amor ao Próximo é o Meio para Alcançar o Amor ao Criador

O primeiro estágio é o amor entre amigos. Assim, eles podem alcançar o amor do Criador.
– Rabash, Os Degraus da Escada, ” Qual é a Substância da Calúnia e Contra Quem?”

A atitude para com os amigos é mais importante que a atitude para com o Criador, porque doar aos amigos leva a pessoa a doar ao seu Criador.
– Baal HaSulam, “Introdução ao Livro do Zohar”, Item 19

Nós devemos estudar a essência do amor pelo Criador com base no estudo do amor pelos amigos… já que as qualidades do amor pelos outros só foram impressas nos seres humanos para alcançar o amor do Criador.
– Baal HaSulam, “Introdução ao Estudo das Dez Sefirot”, Item 69

O Mestre E Sua Criação Divina

Dr. Michael LaitmanBaal HaSulam, “Prefácio à Sabedoria da Cabalá”, Item 1: Rabi Hanania Filho de Akashia diz: “O Criador quis limpar Israel; portanto, Ele lhes deu abundante Torá e Mitzvot (mandamentos), … É como os nossos sábios disseram: “As Mitzvot só foram dadas para a purificação de Israel”. (Bereshit Rabba, Parasha 44). Devemos entender esta limpeza, que alcançamos através da Torá e Mitzvot, e o que é a Aviut (espessura/ grossura/desejo de receber) dentro de nós, que devemos limpar com a Torá e Mitzvot.

Nós sabemos que só uma força age no mundo além da qual não há mais nada. Mas, nesse caso, ela parece estar fazendo algumas coisas realmente “tolas”. Por que ela nos faz egoístas, grosseiros, escuros, insensíveis, e, basicamente, ruins?

É realmente uma boa criação? Se o Criador é perfeitamente bom, como podemos obter algo de ruim Dele? Se a criatura é má, devemos culpar o Criador que a criou. De onde mais pode vir a falha, se não de sua raiz? Além disso, se o Criador criou tal vício e, intencionalmente, nos criou imperfeitos e egoístas, por que Ele mais tarde nos deu um remédio chamado Torá e Mitzvot (mandamentos) e nos força a corrigir o que Ele corrompeu e tornou mal em nós?

Estas questões são profundas. Na verdade, nós só começamos a compreendê-las quando começamos a subir os degraus espirituais. É aí que chegamos a perceber que a vantagem da Luz só pode ser aprendido na escuridão. Se não tivéssemos esta escuridão, em primeiro lugar, não seríamos capazes de alcançar a Luz. Ela não pode ser encontrada de outra forma.

Não pense que ela é um pagamento pelo seu trabalho e que alguém precisa de você para fazer o seu trabalho primeiro e ser recompensado por isso depois. É só você que precisa dela, porque se não fosse por essa escuridão que você se dirige à Luz, você não teria nenhuma chance de sentir o que é a Luz!

Nós começamos a percebê-la apenas quando entramos no mundo espiritual e começamos a executar os atos de correção, transformando a escuridão na Luz com a ajuda da Torá e Mitzvot, uma seqüência específica de atos espirituais que precisamos executar com precisão perfeita.

Da 3ª parte da Lição Diária de Cabalá 23/05/11, “Prefácio à Sabedoria da Cabalá”

Momentos De Cabalá – Luz Que Corrige

O Jogo “Desleal” Do Criador

Dr. Michael LaitmanPergunta: Existe uma área no nosso cérebro onde podemos sentir o prazer de estar de acordo com o grupo e revelar o Criador nele, tanto quanto apreciamos comida, sexo e família?

Resposta: O cérebro, assim como o desejo, não se importa com a origem do prazer que recebemos. Porém, o Criador está disputando um jogo “desleal” conosco. Ele colocou uma condição para nós: se neste mundo, nesta vida, você deseja tirar prazer de doçuras, você pode fazê-lo, por enquanto.

É semelhante ao modo como tratamos nossos filhos. Eles têm que crescer para se tornarem adultos. Assim, dia após dia, durante os primeiros 18 anos, damos-lhes tudo o que for possível. A criança quebra os brinquedos, desobedece, faz coisas erradas, enquanto você continua tratando-a gentilmente. Que outras opções você tem? É difícil criar os filhos. Tudo que você pode fazer é continuar dando-lhes o que precisam.

Claramente, a natureza também dá tudo aos seus filhos: o desejo, a força e a vontade de crescer. Eles correm, brincam e estão sempre em movimento. Tudo é feito de modo a dar à pessoa a chance de crescer. Você já cresceu? Agora, é sua vez de trabalhar e servir no exército. Isso é tão diferente de sua vida anterior! A infância acabou e agora você é um adulto.

No mundo espiritual, o Criador nos coloca numa condição semelhante. Você recebe a oportunidade de começar a crescer na espiritualidade em um estado pequeno (Katnut) e recebe tudo o que precisa exatamente como as crianças neste mundo. No entanto, à medida que você cresce, você é colocado em condições cada vez mais difíceis. Você tem que dar mais, pagar e amar para receber algo em troca.

A Luz permanece em repouso absoluto. O desejo quer desfrutar da Luz. Mas no meio, há uma condição, como a que existe para um adulto neste mundo: se você deseja continuar se divertindo, você tem que pagar, preencher o seu desejo, o vaso que recebe a Luz. O prazer é o mesmo, mas, devido à regra acima, você não pode apreciá-lo. Portanto, não temos escolha: temos de chegar à doação.

Nós dizemos: “Mas eu quero sentir o prazer diretamente. Coloque-me em Malchut do Infinito! Dá-me prazer agora. Preencha-me!”. Mas, não, nos é dito: “Malchut do Infinito? Claro que sim! Mas tudo que você encontrará lá é um terrível vazio”. Como assim? Devido a mesma condição: a Primeira Restrição. Se você não é semelhante à Luz em suas qualidades, você não sentirá além da escuridão.

Assim, todos os prazeres se expandem da Luz. Mesmo que alguém goste de matar, isso também é derivado da Luz. Não há nenhuma outra fonte de prazer. No entanto, há uma condição: se você deseja conhecer os prazeres eternos e verdadeiros, você deve recebê-los no desejo de doar. Você não tem escolha: essa é a regra.

Da 3ª parte da Lição Diária de Cabalá 13/05/11, Explicação do Artigo, “Prefácio à Sabedoria da Cabalá”

Conheça Todas As Formas Do Superior E Molde-Se

Dr. Michael LaitmanO desejo não se desenvolve até que tenha sido submetido às quatro fases de desenvolvimento sob a influência da Luz e chegue a um estado de consciência, de sensação de si mesmo, quando é capaz de tomar decisões independentes e responder à Luz em certa medida. Isto significa que, em qualquer ponto da criação, sempre que a fase da “raiz” (zero) for encontrada, demonstra a doação do Criador, que pretende causar certa reação na criatura, na “existência a partir da ausência” (Yesh Mi Ain).

Começando com a fase zero, a partir da chamada “ponta da letra Yod“, é necessário passar por quatro fases de HaVaYaH (Yod, Key, Vav, Key), ou a primeira, segunda, terceira e quarta fases da Luz Direta. Somente na fase quatro (Behina Dalet) é que o desejo responde.

Em qualquer lugar da criação, não importa o ponto que tomemos em todo o universo, descobriremos um estágio zero nele: a conexão do Criador com algum ponto “a partir da ausência ” (Yesh Mi Ain). A partir daí, afetado pela Luz, o desejo de receber começa a desenvolver-se e tem que passar pelas quatro fases, a fim de se transformar em uma criatura, começando a sentir e responder aos efeitos da Luz

Assim, tudo começa a partir da “ponta da letra Yod“,  da “existência a partir da existência”, do Pensamento da Criação, Seu pensamento. Em seguida, ela começa a trabalhar, e as fases um, dois, três e quatro surgem (ou YodKey-VavKey), até alcançarmos a quarta fase (Dalet), que neste momento experimenta a si mesma como existente.

Know All Forms Of The Upper One And Conform

Existem duas forças aqui: a que governa e a que é governada. Cada uma delas está ativa e em potência, ao mesmo tempo. As três primeiras fases (zero, um e dois – Keter, Hochma, Bina) ainda pertencem ao Criador. As fases três e quatro (Zeir Anpin e Malchut) referem-se à criatura.

Uma divisão semelhante pode ser observada posteriormente em todos os objetos espirituais, Partzufim, nos mundos. Os três primeiros graus (GAR) dizem respeito ao pensamento ou ao programa do superior. ZAT (Zeir Anpin e Malchut) refere-se ao inferior, à criatura, onde Zeir Anpin serve como um adaptador entre o superior e o inferior.

A parte superior é Keter. Sua qualidade de doação é Hochma (Sabedoria). A forma na qual Ele deseja doar é Bina. A forma na qual Ele se relaciona com o inferior é Zeir Anpin. Esta é uma relação multidimensional: Hesed, Gevura, Tifferet, Netzah, Hod, Yesod, Malchut. Assim como a Malchut, esta é a matéria que absorve todas as formas anteriores, pois quer conhecer e construí-las dentro de si, a fim de obter a forma das fases anteriores.

Assim, Malchut implementa este ato internamente. Por isso, ela precisa experimentar todas as fases anteriores, receber uma impressão das mesmas, moldar-se, e desenvolver o desejo de ser como elas. Assim, em resposta, ela cria uma conexão idêntica à raiz, tornando-se a própria raiz

A criatura não pode se desenvolver até que todas as quatro fases tenham surgido antes dela. É só na última fase (Dalet) de desenvolvimento, quando eu tenho tanto o desejo quanto a intenção (o que significa que tudo vem de mim), em diante, que podemos falar da criatura. Até então, só existem as qualidades do Criador, através das quais Ele constrói a criação.

Da 3a parte da Lição Diária de Cabalá 26/05/11, Talmud Eser Sefirot

O Homem Que Veio Para Nos Levar Para Cima

Dr. Michael LaitmanA sabedoria da Cabalá chegou até nós a partir do Livro do Zohar e das obras do Ari. Se não fosse por causa do Baal HaSulam não poderíamos estudar. O Livro do Zohar está cheio de alegorias e histórias, compreensíveís apenas para a pessoa que está no mesmo nível espiritual e pode decifrar essas pistas.

Quanto ao Ari, ele mesmo nunca escreveu nada; ele só falava. Todas as suas obras foram escritas por seu discípulo, o Chaim Vital, e toda coleção de ensaios é baseada no que o Ari recitou em um ano e meio. Seu grupo existiu apenas por um curto período de tempo; ele os ensinou e depois faleceu.

De várias formas, este material passou por várias pessoas, que compilaram livros dele. Uma parte dos registros foi mantida em algum lugar secreto; a outra foi enterrada no túmulo do Chaim Vital e recuperada mais tarde, quando o túmulo foi aberto. A terceira parte foi entregue ao longo das gerações e passou por muitas pessoas, e sabe-se lá o que fizeram com ela.

O Ari falou sobre todo o sistema em geral, e se a pessoa não tem as obras completas e não consegue entender bem o material, não pode compilá-las corretamente. É por isso que, embora esses registros tenham sido reunidos pelos Cabalistas, muito estava faltando, e a seqüência exata não pôde ser mantida.

Por isso, o Baal HaSulam acrescentou seus comentários às obras do Ari, para que pudéssemos seguir uma progressão natural, do mais simples ao mais complexo e, estudando de forma correta, compreendêssemos os escritos do Ari. Nós não conseguiríamos compreender nada sem ele. Na Cabalá, isto é muito perigoso, porque se você não entende o que está sendo descrito, você fantasia sobre qualquer coisa.

Portanto, nós devemos apreciar o grande trabalho que o Baal HaSulam realizou: nós não teríamos conseguido nada sem ele. Às vezes, as pessoas me perguntam: “Se há tantos outros Cabalistas, porque não estudamos suas obras”. Mas nós não temos ninguém com quem aprender, porque todos eles escreveram a partir de seus graus elevados, como, por exemplo, os Cabalistas Gaon de Vilna e Ramchal. Não podemos basear nossos estudos em suas obras, porque eles não as interpretaram para as pessoas comuns como nós, para que pudéssemos entender, usar e realizá-las em nós mesmos.

Da 3ª parte da Lição Diária de Cabalá 27/05/11, “Introdução Geral do Livro, Panim Meirot uMasbirot