Pegar Serpentes É Uma Profissão Corajosa

Dr. Michael LaitmanNo decurso de todo nosso caminho espiritual, nossa vara constantemente se torna uma serpente, e depois se torna uma vara novamente, que nos apoia na caminhada espiritual. Isso quer dizer, ou nós andamos com a fé abaixo da razão, na razão, ou acima da razão.

Quando você ascende novamente, depois que caiu, e começa a julgar com sua mente o que é bom para você, você tem que ter cuidado para que a volta para a fé acima da razão não seja uma decisão egoísta, que a mente o obriga fazer. De outra forma, se revelará que você está andando através da fé abaixo da razão ao invés de acima dela, e que sua fé, que está dentro da razão, desce ainda mais baixo.

Esse é um discernimento muito acurado e fino que golpeia nosso coração. Nós temos que ser capazes de olhar a verdade nos olhos, de modo que o Criador não será capaz de nos enganar e nos forçar a cair. Afinal, nós temos que pegar essa “serpente” pela cauda e tirá-la do chão, para que ela possa se transformar em uma vara outra vez, ao invés de cair sob o peso desses estados, sob o peso dessa serpente.

Leva tempo para a pessoa formar esses conceitos interiormente e começar a entender se ela está nesse trabalho ou não, se ela faz esses discernimentos. Trabalhar com a “vara e a serpente” já é trabalhar com seu egoísmo, quando a pessoa está entre essas duas forças que a influenciam – o Faraó e o Criador.

Tudo depende do que ela faz com sua vara – irá jogá-la no chão ou pegá-la? Ao fazer o último ela constrói seu próprio vaso (Kli) espiritual, seu “eu”.

Isso não significa simplesmente ser um bom psicólogo ou saber como aparentemente sair de si mesmo e olhar para si mesmo de fora, para checar o que está acontecendo. Esses são truques puramente psicológicos, mas não um trabalho espiritual interno.

Estamos falando dos discernimentos que acontecem na pessoa que já estabeleceu algum tipo de atitude para com o Criador e consigo mesma. Desses dois pontos ela começa a construir o Faraó e o Criador, e a si mesma no meio.

Então, ela pode lutar contra o amor por si mesma, que aspira tão fortemente eliminá-la, e devido a esse ódio por essa qualidade egoísta, ela pode ascender acima do seu egoísmo.

Da 1a parte da Lição Diária de Cabalá 13/04/11, Shamati