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Momentos De Cabalá – Arvut

A Bondade Deve Se Tornar Revelada

Dr. Michael LaitmanA Luz superior leva a pessoa através de muitas subidas e descidas, continuamente dando-lhe a sensação de que só o Criador pode ajudá-la. Afinal, Ele é o único que me enviou todos os problemas, a fim de, finalmente, me ensinar a orar pela redenção.

A redenção é a revelação do Criador, que eu peço exatamente para viver sob Seu poder único, que é a única coisa que existe. Eu não quero ficar confuso por mais tempo ou sentir quaisquer outras forças. Apesar de eu entender que todas as forças vêm d’Ele, eu quero ser controlado apenas por esta força única: a força da doação e do amor ao próximo.

Eu quero revelá-Lo porque esta é a verdade! Todos os meus outros estados são uma mentira. Só então um pedido e um clamor nascem numa pessoa a qual a força superior lhe traz. Esta força que sempre jogou com ela, confundindo-a para aumentar a sua auto-confiança, criando dificuldades para ela, de modo que ela se tornasse mais forte.

É assim que a pessoa alcança a prece e revela o Criador. Agora ela não procura o Criador para se livrar de todas as suas angústias e buscas, mas quer estar sob o poder do “Não há outro além d’Ele”. Isto significa sair da escravidão do Faraó e se tornar um escravo do Criador.

Da 1ª parte da Lição Diária de Cabalá 26/04/11, Shamati # 1

Mundo Espiritual Para Principiantes

Dr. Michael LaitmanPergunta: Será que nós só devemos usar termos que falem das leis da natureza nas aulas para principiantes, e apenas mais tarde introduzir a terminologia Cabalística?

Resposta: Não, nós podemos falar abertamente com as pessoas que chegam até nós com o ponto no coração e avançá-las gradualmente. Mas se falássemos com elas sobre as leis da natureza, elas pensariam que estamos pregando física ou sociologia. Elas precisam ouvir sobre a estrutura do mundo espiritual. É para isso que elas se esforçam, e nós precisamos dar isso a elas.

Da Lição 7, Convenção NÓS! 03/04/11

Coloque-Se No Lugar Do Outro

Dr. Michael LaitmanPergunta: Quando uma pessoa alivia o sofrimento de alguém, ela distância esse indivíduo da espiritualidade?

Resposta: Parece que a pessoa sofrerá menos, mas ela não vai se perguntar qual a razão desse sofrimento. Isso significa que se eu desejar o bem às pessoas, devo forçá-las a sofrer?

Basicamente, o principal mandamento da Torá é “Ama ao próximo como a si mesmo”. Basta se colocar no lugar dessa pessoa. Por exemplo, pense o que você faria se ela fosse seu filho favorito, e você fará a coisa certa.

Da Lição 7, Convenção NÓS! 03/04/11

As Crianças Têm Uma Conexão Com O Criador?

Dr. Michael LaitmanPergunta: As crianças nascem com o ponto no coração, cheias de amor absoluto?

Resposta: Não, não há pessoas nascidas com o ponto no coração, cheias de amor pelos outros. Pelo contrário, a criança nasce com um ponto no coração em ruínas. É exatamente a este ponto negro que nos referimos como o “ponto no coração”. Ela precisa ​​desenvolver, ampliar, corrigir e preenchê-lo por meio da conexão com os outros.

Há crianças que nascem com o ponto no coração, e há aquelas cujo ponto nesta encarnação ainda não “emergiu” e elas ainda não se sentem o questionamento sobre o sentido da vida.

Pergunta: Será que as crianças pequenas têm contato com o Criador, e será que nós precisamos criar condições para o desenvolvimento de sua espiritualidade desde os primeiros meses de vida?

Resposta: Nós começamos a trabalhar com crianças depois que elas completam três anos. Até essa idade, elas não percebem nada, exceto o estado animal.

Nós precisamos criar nas crianças a atitude correta em relação aos outros. Elas não entendem o que são “os outros” até os três anos de idade. Mas, aos três anos de idade elas desenvolvem “relações sociais” iniciais com outras crianças: elas já brincam juntas. É por isso que é possível começar a trabalhar com elas.

Da Lição 7, Convenção NÓS! 03/04/11

Acorde!

Dr. Michael LaitmanPergunta: Eu tenho a impressão que todos os meus amigos caíram agora no “modo dormir”. O que posso dizer a eles para acordá-los?

Resposta: Se eles acham que você precisa deles, eles vão acordar. Tudo depende da própria pessoa. Ela deve confiar que o grupo esteja pronto, e que ela é o único problema. Assim que ela abre seu coração, ela percebe que está conectada com todos os corações, ardente e alerta. Não diga nada para eles, diga para si mesmo.

Do jantar 21/04/11

O Faraó E O Criador

Dr. Michael LaitmanPergunta: O que podemos aprender com o Faraó?

Resposta: Nós podemos aprender com a lealdade Faraó para com o Criador. Ele realiza sua missão à risca, fiel e diligentemente. Ele é um verdadeiro servo do Criador como nenhum outro.

Na verdade, estamos lidando com uma força mecânica oculta na natureza. Em cada caminho e em cada grau, em cada molécula e átomo, em cada combinação e relação, ela calcula como possuir tudo o que pode ter. É um programa único interno que age em cada partícula da criação, cada sistema, e cada combinação.

Isso é o que o “Faraó” é: algo comum, onipotente e presente em cada desejo, em toda a realidade criada. Ele não deixa nenhuma partícula da criação sozinha por um segundo. Entre as estrelas e galáxias, em nosso mundo e todos os outros, existe este programa universal, integral. É isso que temos a aprender com o Faraó: uma abordagem persistente, sem comprometer as nossas responsabilidades.

Ademais, ao invés do antigo programa, precisamos nos certificar de instalar o novo programa. Além disso, esta atualização pertence ao Faraó: nós o empregamos e de modo algum o deletamos por inutilidade. As atualizações espirituais são sempre instaladas sobre o programa de suporte já existente. Nós trabalhamos no Faraó, em nosso desejo de receber, substituindo a intenção egoísta pela altruísta, enquanto o desejo do Faraó permanece como tal.

Nós temos a intenção e o desejo de receber, os quais formam um sistema ativo e predertimnado; isto é o que existe. Então, nós mudamos essa intenção para a doação, mantendo o desejo de receber. Assim, saímos para a realidade espiritual, aquela que será.

Abaixo se encontra o Faraó, acima o Criador, e eles se opõem entre si. E a transição é feita por meio da Luz.

Da 4ª parte da Lição Diária de Cabalá 22/0411, Escritos do Rabash

O Motim Dos Escravos Do Egoísmo

Dr. Michael LaitmanBaal HaSulam, Carta 10: O Faraó suga toda a luz que começa a descer para Israel (aqueles que aspiram ao Criador), e por isso se diz que “não havia um escravo que fosse capaz de escapar do Egito”.

Nosso avanço parece “negativo”, uma vez que colocamos uma grande quantidade de esforço e achamos que estamos avançando, tendo certo êxito nesse caminho, enquanto que de repente tudo desaparece. O Faraó suga “toda a Luz” para si mesmo e tudo desaparece no ego, não deixando nada dos nossos esforços.

Este é um processo cumulativo, e a frustração continua acumulando e crescendo até que a pessoa começa a sentir que não pode mais trabalhar com o seu egoísmo, que suga todas as suas conquistas. Assim que experimenta um pouco de inspiração, despertando a conexão com os amigos, a vontade de trilhar este caminho e superar toda essa vida vã e sem sentido, no dia seguinte ela já não sente nenhum progresso. Para onde foi tudo?

Ao me levantar de manhã, por que devo começar do zero novamente, ou mesmo abaixo dele? Por que eu devo subir do estado animal, quase incapaz de compreender onde estou, me acordar física e emocionalmente, e começar a trabalhar na importância da meta mais uma vez, para que eu possa entender onde terminei, para que, o que está acontecendo aqui? Este é o trabalho na servidão do Faraó.

Não há nada “acidental” na espiritualidade, nem existem certos “atos cego da natureza”. A natureza é uma combinação das forças do Criador: ou do lado da Sua Face ou do lado oposto, ou seja, o Criador e o Faraó. Mas ela ainda é uma e a mesma força: “Não há nenhum outro além Dele”, e nós estamos sempre presentes entre as duas influências. Não há nada de acidental ou sem sentido no que está acontecendo conosco. É simplesmente uma mudança no equilíbrio entre essas duas forças, a fim de nos dar a chance de nos esforçar.

O Criador intencionalmente fez com que o Faraó nos escravizasse completamente, apagou todos os nossos esforços, e nos mostrou a nossa natureza desprezível e a desesperança total de nunca atingir a meta. Então, graças ao Faraó, começaremos a precisar do Criador.

Da 1ª parte da Lição Diária de Cabalá 20/04/11, Baal HaSulam, Carta 10

Não “Enterre” Seus Esforços No Chão

Dr. Michael LaitmanO Zohar, Capítulo “Bo (Venha ao Faraó)”, item 196: Os egípcios viriam e veriam os ossos que os cães estavam carregando de lugar para outro e os quebravam, e os colocariam no chão para que os cães não os encontrassem. Esta é a maior anulação de idolatria por parte deles… quando eles esconderam os ossos de seus deuses no chão.

Pergunta: O que está implícito em “os Egípcios esconderam os ossos de seus deuses no chão”?

Resposta: Geralmente, a pessoa quer “enterrar” seus esforços que ela percebe como malsucedidos e esquece tudo sobre eles. Nós, no entanto, devemos resistir a esse fracasso: “eu sucumbi ao mal; eu não consegui lidar com ele e fracassei. Verdade! Agora, com base nesse mal, eu faço o bem mais uma vez”.

Se eu sei que não enterro nada dos meus esforços, eu mereço o apoio do grupo e do Criador, a fim de ir em frente. Caso contrário, eu volto novamente ao ponto zero, e só em caso de necessidade, não tendo encontrado nada de bom neste mundo, prefiro ficar no grupo. Em outras palavras, o que realmente nos motiva? Em que nível a pessoa faz seus cálculos? É sempre no nível do mundo corpóreo. É por isso que ela não avança.

Mas nós devemos sempre fazer cálculos baseados no mal que cresce constantemente. Apesar do fato de que eu perco para ele e vejo todos os miasmas do meu ego, todo o meu mal, eu continuo avançando. Mas como eu posso avançar? Quando eu preciso do grupo, do seu apoio, do Criador, de modo que Ele me dê força.

Assim, a cada novo passo, a pessoa avança. Caso contrário, ela permanece no mesmo lugar, como se tivesse recém descido ao Egito. Nós devemos nos esforçar em sentir todos esses estados, qualidades e desejos interiores. Eu sei por experiência própria: é  impossível sair do Egito, se você não os tiver reconhecido, estado e vivenciado por si mesmo.

Você não precisa ser esperto para fazer isso. Apenas deseje a união com os outros, a doação mútua, o suporte e a garantia, todos esses sinais de união. Em resposta a estes esforços, nós obteremos os significados internos corretos.

Da 2ª parte da Lição Diária de Cabalá 21/04/11 Cabala, O Livro do Zohar

Quatrocentos Anos Na Montanha Do Ódio

Dr. Michael LaitmanPergunta: Será que todas as nossas intenções vão direto para a boca do Faraó, alimentá-lo?

Resposta: Tudo depende do que são essas intenções. O Faraó é uma força especial, o ego que se revela em oposição à Luz. É uma reserva do egoísmo, o desejo de receber, que devemos construir.

Na sabedoria da Cabalá, não há “Faraó” sem “Israel”, isto é, a luta para alcançar o Criador dentro do homem que trabalha para unificar-se com os outros e chegar à doação. Assim, no grau de sua aspiração para a doação, a pessoa constrói o Faraó, cultiva seus desejos (Kelim) dentro, dos quais ela mais tarde foge, e que depois ela corrige, sendo recompensada por isso.

Todo o trabalho no Egito, encontra-se em organizar o Faraó e torná-lo grande, poderoso e rico, ou seja, crescer o nosso ego, do minúsculo ponto do nosso egoísmo natural ao estado do Criador. Afinal, o que todo esse egoísmo nos dá? Ele nos dá os desejos por comida, sexo, dinheiro, fama e conhecimento, um ego minúsculo do nosso mundo, um ego corporal, que não tem nada a ver com a espiritualidade. Esse ego terreno nem sequer necessita de correção.

Ao começar a trabalhar em nossa unificação, descobrimos o ressentimento, a alienação, a indiferença para com a nossa união. Basicamente, essa é a revelação do mal, mas apenas se a pessoa o vê como tal. Afinal, ela pode dizer que não pode se unir com os outros e que este trabalho não é para ela, antes mesmo de iniciá-lo. Alguns realmente começam, mas ficam enfraquecidos, caem, e “morrem na terra do Egito”.

Mas há aqueles que o suportam, graças ao entendimento de que não há opção. Eles o mantém, uma e outra vez, embora vejam que continuam a perder. E por mais que tentem unir-se com os amigos, fortalecer o grupo, independentemente dos seus esforços, percebem que nada funciona. Pelo contrário, eles experimentam um desejo de criticar os amigos e removê-los todos de sua vista. E uma vez mais, superam esse momento de egoísmo.

Assim, continuamente, tudo o que a pessoa ganha, todos os seus esforços, são consumidos pelo seu ego, o Faraó, que cresce e se alegra. A própria pessoa constrói todas essas propriedades interiormente, mas através de seus próprios esforços. Depois, ela chega ao estado quando não consegue mais suportar o seu ego. É quando ela recebe todos os vasos do Faraó (Kelim), os desejos.

Em outras palavras, o exílio egípcio começa apenas com o trabalho da pessoa para a unificação com os amigos. Na verdade, o que o povo de Israel merece depois da fuga do Egito, quando o Criador os libertou dele? Eles merecem a unificação no Monte Sinai (a montanha do ódio), todos como “um homem com um coração”, mesmo que apenas por um instante, até que possam esculpir o “bezerro de ouro” e cair novamente. Mas agora essas quedas são de natureza diferente, no ouro que eles levaram para fora do Egito, os “vasos egípcios” que eles levaram consigo, a fim de resgatá-los dele e reformá-los.

Ainda assim, o que eles queriam durante todos esses anos de exílio? Eles queriam criar a união entre eles, que eles finalmente alcançaram no Monte Sinai. E sem estes esforços a todo o momento para suportar o monte Sinai, os “400 anos de exílio egípcio” não terão passado para você.

Da  2ª parte da Lição Diária de Cabalá 21/04/10, O Livro do Zohar