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Um Coração Derretido

Dr. Michael LaitmanA pessoa deve enviar as flechas de amor ao coração de seu amigo em suas intenções interiores. Exteriormente, ela deve mostrar a todos como está inspirada pela espiritualidade e tentar motivar os amigos a sentir o mesmo. Mas, internamente, a pessoa deve sempre pensar em como pode penetrar o coração do amigo.

Presentes corporais não vão doer, mas não devem substituir os esforços internos da pessoa e seu desejo verdadeiro de se conectar. Afinal de contas, nosso trabalho está em despertar as forças internas, a rede de forças, ou a esfera de ação da força única do Criador. Esta é a força a qual nos conectamos a fim de penetrar todos os corações e almas.

Presentes externos podem ajudar no nosso trabalho, mas o objetivo principal é tentar entrar em sintonia com este sistema de conexão, que nos une um com o outro. Nele nós revelamos a nossa conexão e a penetramos. Isso é chamado de penetrar no coração do amigo.

Quanto mais profundo eu desejo penetrar no coração do amigo, mais eu derreto meu coração. A medida que o meu coração se torna mais suave, eu começo a ver que o coração do amigo está se tornando mais e mais revelado e sou capaz de entrar nele, unindo em um só coração.

Quando eu começo a trabalhar com o coração do amigo, eu penso nele como um estranho. No entanto, com o tempo eu começo a ver que ele não é estranho, mas sim um caldeirão onde eu posso derreter meu coração. Ao me relacionar com ele, e ao querer unir-me, estou realizando um trabalho no meu próprio coração. Neste contexto, eu não dependo do amigo ou do grau de sua abertura em relação a mim. Em vez disso, eu dependo do meu coração, na medida em que eu fui capaz de suavizá-lo para que pudesse entrar no “coração do estranho”.

No final deste trabalho, eu revelo que nem meu coração nem o coração dele existe, que há apenas um só coração e um desejo, e que sempre foi assim. Só me parecia que estes eram corações separados, que eram corações estranhos e diferentes, distantes um do outro.

Da 1ª parte da Lição Diária de Cabalá 12/04/11, Shamati No. 86

Não Deve Haver Quedas!

Dr. Michael LaitmanPergunta: Como, após o fim da convenção, podemos nos manter no estado que alcançamos aqui? Afinal, normalmente vem uma queda.

Resposta: Nós não podemos permitir isso, da mesma forma que uma mãe que tem um bebê em suas mãos não pode mostrar que ela está doente. Há situações em que a necessidade coloca tudo em segundo plano. Somente se a mãe está em seu leito de morte é que outra pessoa deve cuidar do bebê.

No nosso caso, não temos tempo para descanso, frases bonitas, e quedas. O mundo à nossa volta está se desenvolvendo muito rapidamente, enquanto ficamos para trás e, portanto, devemos ficar a par da sua velocidade. Nós sentiremos cada vez mais como todas as coisas ruins que acontecem no mundo estão relacionadas a nós, já que estamos atrasados ​​com a nossa correção.

É por isso que eu nem deixo os pensamentos sobre uma queda pós-convenção passar pela minha mente: isso simplesmente não pode acontecer! Além disso, até o verão (no hemisfério norte) nossa agenda está repleta de eventos importantes: as convenções na Itália, Espanha e Moscou. Nós temos que nos unir e nos preparar para elas. É por isso que não temos qualquer quebra; tudo é comprimido no tempo. E isso é bom, porque corresponde à velocidade das mudanças que ocorrem no mundo.

Da conversa sobre a Convenção 25/03/11

Acabar As Palavras Do Criador Por Ele

Dr. Michael LaitmanNós somos egoístas e somos apenas capazes de fazer o que for importante para o nosso ego. Como, então, podemos livrar-nos dele?

É por isso que cumprimos os conselhos dos Cabalistas. Temos duas possibilidades:

  1. Mover-nos sob os golpes da nossa natureza, ou seja, desenvolver-nos devido a não ter outra escolha, até que desejemos livrar-nos do sofrimento. Contudo, o caminho de fugir constantemente do mal é muito longo e difícil.
  2. Usar a lupa da mente sem esperar que os golpes cheguem. No artigo “A Essência da Religião e o Seu Propósito” o Baal HaSulam explica que nós podemos fazer crescer a nossa percepção e reconhecer entusiasticamente os sinais no caminho, semelhante a ser capaz de perceber uma palavra antes de acabada. Uma pessoa sábia vê coisas que os outros nem reparam.

Algumas pessoas escrevem conselhos sábios mas não os deixam passar pelos seus corações. Há todo o tipo de casos. Cada pessoa tem o seu “destino”. Na medida em que uma pessoa ouça o que lhe é dito, isso é o quanto ela avançará se estiver pronta para obter uma distinção entre o seu ego e o caminho espiritual, se ela interpretar adequadamente o significado de “exílio” e “redenção” e estiver disposta a ser persistente e obstinada, muito embora seja desagradável para o seu egoísmo.

Uma pessoa trabalha de forma a aumentar a importância de ascender acima do egoísmo, muito embora lhe cause dor e lhe pareça uma perda. Ela discerne coisas novas uma e outra vez, e a cada nova pancada a perda do egoísmo não mais lhe parecerá penosa comparada com a realização espiritual que se revela. Então ela recebe outro carvão adicional na fornalha do amor-próprio, tudo isso de forma a que atinja a próxima ascensão.

Da 4ª parte da Lição Diária de Cabalá 13/4/11, Escritos do Rabash

A Pérola Da Minha Alma

Dr. Michael LaitmanO Livro do Zohar, Capítulo “Yitro (Jetro)”, Item 533: Há duas pérolas e uma Masach entre elas, ficando entre cada uma delas. A pérola superior é incolor, não é facilmente visível.

Item 534: Malchut é chamada “uma pérola” porque sobe para NHY de ZA, que são chamados “pernas”. Porque a ascensão de Malchut à Bina, Bina, também, é chamada “uma pérola”, e é uma pérola superior.

Existe a escada dos degraus espirituais que vêm do mundo do Infinito para o nosso mundo. Esta escada consiste em 125 degraus. A parte superior de cada degrau contém a parte inferior do degrau superior, enquanto a parte inferior de cada degrau está imersa num degrau ainda mais baixo.

A parte superior do degrau mais elevado é o mundo do Infinito, enquanto que a sua parte inferior está dentro do degrau inferior. Segue que a parte inferior de cada degrau superior existe juntamente com a parte superior do degrau inferior. Assim, em cada degrau existe uma parte comum entre os degraus superior e inferior, onde ambos se unem num.

A parte superior de cada degrau é chamada Galgalta ve Eynaim (GE), enquanto que a sua parte inferior é AHP (Awzen-Hotem-Peh). Em resumo, elas compreendem os 10 Sefirot, mas de forma que o degrau inferior contem AHP do degrau superior, e o GE do degrau inferior veste este AHP. Segue que a parte superior de cada degrau é compreendida por 10 Sefirot no total, que os degraus superior e inferior formam juntos. É assim que ocorre em cada degrau.

É isso que O Zohar explica: é impossível criar uma “pérola”, Malchut, o vaso espiritual de cada pessoa, a não ser que ela se ligue a todos. Eu preciso de todos: eles são o meu vaso espiritual. Eu tenho de receber o meu GE e o meu AHP de todos. E quem sou eu? Eu sou o ponto no coração do qual comecei o caminho.

Da 2ª parte da Lição Diária de Cabalá 8/4/11, O Livro do Zohar

Eu Quero A Luz!

Dr. Michael LaitmanPergunta: Eu simplesmente não consigo entender: O que é a Luz que corrige? Como posso exigi-la durante o estudo?

Resposta: 1. Ao menos tente reconhecer todas essas qualidades dentro de você, as quais lemos no Livro do Zohar. Tente perceber onde elas estão em você, “investigue” dentro de seus desejos, pensamentos e em de si mesmo.

É assim que você expande seus Kelim (vasos), desejos, e qualidades internas de percepção. Como você busca entre eles, você começa a diferenciá-los. Mas todas essas qualidades já existem dentro de você.

2. Se eu não tenho a necessidade de correção, as palavras “a Luz que corrige” são desprovidos de vida para mim. Se eu exigir correção, eu aguardo esta Luz. Mas se eu não tenho esta necessidade, não sei o que essa Luz significa.

Segundo me disseram: “Você tem que esperar para que a Luz venha”. Ótimo, então deixe-a vir. Os sábios dizem que ela é boa, e eu concordo. Se essa é a minha atitude, então eu não posso atraí-la.

Está escrito que se deve aguardar a salvação a todo o momento. “A salvação do Criador vem em um piscar de olhos”. Nós estamos falando precisamente da Luz que corrige, a Luz que reforma, trazendo-nos de volta ao Criador.

A ação que nós exigimos do alto deve ser sempre precedida do nosso desejo, a necessidade dele. Caso contrário, isso nunca vai acontecer. Ou nós extraimos o sofrimento de dentro de nós por nossa própria vontade, que é “o sofrimento do amor”, um desejo apaixonado pela Luz, ou isso virá na forma de sofrimento compulsório, pelo caminho de “Beito” (no devido tempo).

No entanto, sem sofrimento, sem uma pergunta e sem o desejo, eu não consigo alcançar a Luz que corrige. Isso porque a Luz está em repouso absoluto. Nós só precisamos do desejo, de modo que a Luz  que corrige nos influencie.

Nós poderíamos dizer que a Luz está presente no interior do desejo, mas só é revelada quando esse desejo alcança a verdadeira medida.

Da 2ª parte da Lição Diária de Cabalá 12/04/11, O Zohar

Seja Mais Sério Na Caixa de Areia!

Dr. Michael LaitmanPergunta: Mesmo que o nosso mundo seja uma realidade imaginária, os Cabalistas o levam muito a sério. Porquê?

Resposta: Porque nós crescemos e agimos ao mesmo tempo que estamos dentro dele. Mesmo que esta realidade seja realmente imaginária, você tem que levá-la a sério e organizar as coisas nela como se realmente existissem.

Imagine que você se juntou a um grupo de crianças para brincar com elas com a maior seriedade possível, tornando real o jogo da forma como o fazem. Os pequeninos estão correndo em volta, tentando juntar alguma coisa e discutindo sobre brinquedos; mas, para eles, isso é vida. E você participa da vida deles, ajudando-os a juntar seus mimos, para que eles crescam rápido e corretamente nesta “caixa de areia”.

Isto exige uma atitude séria. É preciso um grande esforço para educar uma criança neste mundo, e a pessoa deve tratar a si mesma exatamente da mesma maneira. Esta é a forma como ela deve tratar o filho espiritual que está crescendo dentro dela. Você não pode fazer nenhum compromisso a esse respeito: eu cuido de mim, da minha família, do filhos, dos pais, e de todas as necessidades materiais. E mesmo que tudo isso seja obviamente uma ilusão, não importa.

As imagens do mundo material são descritas em meu cérebro pelo desejo egoísta e eu não posso corrigir esse desejo, porque ele está no nível inanimado. Até mesmo o grande Cabalista Rabbi Shimon tinha que comer, beber, ganhar a vida e cuidar de seus alunos. Você realmente acha que eles estavam flutuando nas nuvens, não se preocupando com suas famílias e em colocar o pão na mesa?

Este mundo é parte do meu crescimento, “incluindo as dores de dente”, como o Rabash costumava dizer. A única diferença é que devemos aspirar cada vez mais alto em direção à doação, ao mundo espiritual. Os Cabalistas têm um problema diferente: como permanecer sério nesta caixa de areia de crianças. Eles são obrigados a fazer isso. É por isso que eles têm uma atitude tão responsavel em relação à educação e outras áreas no mundo material. A pessoa tem de cuidar de todas as suas necessidades vitais.

A corporalidade só desaparece das nossas sensações no final da correção, quando não há mais necessidade deste jogo da imaginação.

Da 4a parte da Lição Diária de Cabalá 12/04/11, Escritos do Rabash

Um Guia Para os Seus Sentimentos

Dr. Michael LaitmanPergunta: Como é que O Livro do Zohar nos ensina os métodos de conexão entre nós?

Resposta: O Baal HaSulam acrescenta um comentário ao Zohar para evitar a materialização do texto do Zohar. Isso abre caminho para a formação do estado espiritual dentro de nós, além do tempo e do espaço, além das imagens do nosso mundo, para nos fazer querer experimentá-lo dentro e não fora de nós.

O comentário Sulam, como todos os livros Cabalistas, é escrito para pessoas que já adquiriram realização espiritual, para ajudá-las a entender o que já estão sentindo.Está-me sendo explicado o que estou sentindo agora; estou num nivel onde “a alma da pessoa a ensina”.  Então, ao ler textos Cabalísticos, eu começo a entender o que estou sentindo.

No entanto, antes das sensações espirituais surgirem em mim, os textos Cabalísticos não são a fonte de conhecimento, mas a “Segula” (uma força milagrosa) para mim, porque ao lê-los, estou exposto à influência da Luz superior, lavando-me como um fluxo de água viva.

Daí, eu não quero explicar o que cada frase do Zohar significa, do ponto de vista dos Sefirot e Partzufim,  para que o aluno não fique satisfeito com o conhecimento superficial. Eu quero que ele busque interiormente, nos seus sentimentos, querendo saber o que realmente é. Então, eles vão ter um maior desejo de revelação e, assim, formam um desejo, uma necessidade, por ele.

 Da 2ª parte da Lição Diária de Cabalá 11/04/11, O Livro do Zohar