O Tabernáculo É O Lugar Da Nossa Vida Espiritual

Dr. Michael LaitmanA porção semanal da Torá “Pekudei (Contas)”descreve quem participa da montagem do Tabernáculo (Itamar filho de Arão, Bezalel filho de Hur, Aholiav filho de Achisamach), bem como a estrutura do Tabernáculo, os materiais utilizados para equipá-lo, os detalhes de todos os seus acessórios e revestimentos sagrados…. Depois do trabalho de construção, o Tabernáculo está completo, eles trazem-no a Moisés, e Moisés abençoa-o….

O Tabernáculo é a nossa alma. Não há nada mais importante do que sua construção, já que todo o nosso trabalho está em construir a alma integral, a unidade de todos nós.Cada um de nós é uma parte da alma coletiva, que é considerado como “Adão” (homem ou humano), e quando nós construímos a correcta conexão entre nós, isso significa que construimos o Tabernáculo.

Cabalistas passam para nós o conhecimento e o programa que se deve realizar na linguagem dos ramos. Quando eles nos dizem sobre árvores e rochas, quais os têxteis e metais devemos usar, e quem, especificamente, deve fazer esse trabalho ou outro, eles falam sobre os quatro níveis do nosso desejo (inanimado, vegetal, animal e falante) e como esses desejos têm de se interconetar. Com a unificação, gradualmente construimos a alma integral, onde encontramos a presença do Criador, a Luz superior. Assim, o Tabernáculo se torna o lugar da nossa vida espiritual.

Está escrito: “Eu criei a inclinação ao mal, e criei a Torá como tempero”. Isto significa que, primeiro, temos de saber o quanto nós nos odiamos. Então, corrigimos esse ódio e transformamo-lo em amor e unidade.

Com certeza, este é um longo caminho que não pode ser descrito em poucas palavras, mas quando nós conseguimos a interconexão e descobrimos que na verdade ela é o vaso, o receptáculo da Luz Superior e da vida espiritual, começamos a perceber como este é um trabalho difícil e delicado. Devemos, com grande precisão, com um par de pinças, montar este vaso, ligando todas as pessoas do mundo entre si.

Teremos de fazer isso, e esse trabalho já começou na nossa geração. Chegamos ao ponto em que o egoísmo global se revelou em nós. Portanto, o método de sua correção, a sabedoria da Cabalá, também está sendo revelada.

Ele descreve de que forma devemos estar interconectados para conhecer a força superior, a Luz que  corrige, que vai nos ajudar a unificar, uma vez que, da forma com estamos, não há espaço para a conexão dentro de nós. No grau da nossa unificação, vamos começar a compreender o que a Torá descreve, porque ela fala sobre os graus de nossa correção, o estabelecimento da conexão entre nós.

Esta descrição é vista como um manual sobre a construção de uma casa com todos os seus acessórios e mobiliário interno, mas ela torna-se um santuário. Sagrado (Kadosh) significa “separado” do nosso egoísmo, que reside acima de nós. Quando nos unimos na união do amor, isso é considerado como a santidade. Este é o grau de Biná, o nível de doação que nós adquirimos através do amor pelos outros, quando nos unimos em garantia mútua como um homem com um coração.

Quando nós gradualmente organizamos tal conexão, fundimo-nos em uma só alma mais uma vez, e encontramos a Luz que nos preenche, a presença do Criador. Por meio da força que se revela na unidade entre as pessoas, você pode subir para um grau mais elevado.

Isso apesar do fato de que isso ocorre no estéril “deserto”, isto é, a pessoa não tem mais nenhuma força, não tem lugar para ir, e não sabe como seguir em frente, mas a força superior que se revela lhe mostra como subir mais e mais até chegar a terra de Israel, o desejo totalmente voltado para o Criador. Nosso desejo egoísta torna-se totalmente transformado na doação, para o bem dos outros, de acordo com o princípio do “amar ao próximo como a si mesmo”.

Da Lição Semanal da Porção da Torá 3/3/11